Tópicos | JOGO DE AZAR

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), em pronunciamento na quarta-feira (10), manifestou preocupação com o avanço das casas de apostas eletrônicas no Brasil. Para o senador, as chamadas bets têm comprometido a “espontaneidade e a graça” do futebol brasileiro. Ele destacou a importância de regulamentar as apostas esportivas de forma responsável. 

— Ninguém consegue mais assistir ao jogo: é aquela coisa do “aposte, aposte, aposte”. É na camisa do time, nas placas dos gramados, é na propaganda que acontece essa invasão total que está levando as pessoas a perderem tudo. Isso destrói a magia de uma partida de futebol e é uma porta larga, aberta para o vício do jogo de azar, que destrói famílias inteiras. Tem que ter muita atenção porque tem vício envolvido, e a Organização Mundial de Saúde (OMS) já fala da ludopatia [compulsão por jogos de azar] como algo gravíssimo — disse.

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De acordo com o senador, também tem havido manipulação de resultado de jogos com as apostas. Girão citou matéria do jornal O Globo sobre a descoberta de atividades suspeitas no Campeonato Cearense pela Sportradar Integrity Services. A empresa é referência mundial em monitoramento de fraudes esportivas, razão pela qual o Crato Esporte Clube foi excluído do torneio. 

— O futebol arte e entretenimento, como esporte preferido do povo, está sendo contaminado por essa praga, podendo se tornar apenas mais um negócio. Precisamos, estar bem atentos a isso e buscar formas de proteger o futebol, ameaçado cada vez mais pela avidez daqueles que colocam o dinheiro acima de tudo, não se importando com as consequências dos danos morais e sociais disso. Essa é uma responsabilidade do Congresso, do governo — afirmou. 

*Da Agência Senado

A Polícia Militar de Pernambuco encerrou, na noite dessa segunda (5), uma jogatina dentro de um bar na cidade de Exu, no Sertão do Estado. Segundo a PM, sete pessoas estavam fechadas dentro do estabelecimento, onde jogavam poker apostando, desrespeitando não só as medidas sanitárias como a legislação que proíbe ‘jogos de azar’.

Ao fazer rondas e abordagens, o efetivo notou uma movimentação em um bar com as portas fechadas, foi até lá para averiguar a situação e encontrou o grupo jogando baralho.

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No local foram apreendidos cerca de R$ 300 das apostas, fichas e caixas de baralho. Todos os envolvidos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil.

Dois bingos clandestinos foram fechados em Santos-SP em operação da Polícia Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Um dos locais abrigava mais de 20 clientes, sendo 90% deles idosos e sem usar máscaras.

Foram encontrados 27 apostadores em um endereço, onde foram apreendidos R$ 48.300. Parte do dinheiro estava escondido no lixo e dentro do forro.

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No segundo bingo clandestino, havia dez máquinas caça-níqueis em funcionamento, três clientes e cerca de R$ 18 mil. Os locais estavam fechados, não possuíam circulação de ar e a faixa etária média dos apostadores se enquadrava no grupo de risco da Covid-19. 

Os investigadores buscam identificar os proprietários das casas de azar, que devem responder por lavagem de dinheiro e exploração de jogo de azar. Os alvos também podem ser autuados por crime contra a saúde pública.

O projeto que cria o voto distrital misto abre a pauta de votações na sessão de hoje (21) do Senado. De autoria do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), a proposta (PLS 345/2017) tramita em regime de urgência e junto com mais dois projetos.

O projeto institui o sistema distrital misto para as eleições dos deputados federais, estaduais, distritais (DF) e vereadores. De acordo com o texto, estados e municípios serão divididos em distritos e os eleitores terão direito a dois votos: um para o candidato específico do seu distrito eleitoral e outro para um partido de sua escolha.

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Dessa forma, parte das vagas em disputa será preenchida por representantes distritais (sistema majoritário) e a outra a partir das listas de candidatos ordenadas pelos partidos. Nesse último caso, o que decidirá os vencedores é a votação proporcional de cada partido.

Saúde

Outro item da pauta é o projeto que destina ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) o dinheiro arrecadado com impostos sobre medicamentos e derivados de tabaco. Conforme a proposta (PLS 147/2015), do senador Otto Alencar (PSD-BA), os recursos cobrirão os gastos com ações e serviços públicos de saúde.

O projeto vincula ao FNS a arrecadação de quatro tributos: Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ).

Maternidade

Os senadores também devem votar o projeto que permite a prorrogação dos prazos de vigência das bolsas de estudo nos casos de maternidade ou de adoção. Proposta pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a matéria foi aprovada em setembro na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

O projeto, que tem relatório favorável da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), possibilita a ampliação de prazo de bolsas de estudo ou pesquisa, concedidas por agências de fomento, que tenham duração mínima de 12 meses. A validade poderá ser estendida por até 120 dias.

O benefício poderá ser dado depois de comprovado o afastamento temporário da bolsista em virtude do parto, bem como a quem obtenha a guarda judicial para fins de adoção.

Aviação

Também consta da pauta de votações o projeto que fixa o limite de 12% para a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível de aviação, utilizado em operações dentro do país de transporte aéreo regular, não regular e de serviços aéreos especializados.

O combustível é o item que tem maior mais influência no cálculo dos custos operacionais das companhias aéreas. Atualmente, essa alíquota varia de 12% a 25%, dependendo do estado onde ocorre o abastecimento.

O projeto original, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), estabelece a alíquota máxima de 18% na cobrança pelos estados do ICMS sobre o querosene de aviação. Com as mudanças do relator, senador Telmário Mota (PTB-RR), o teto fica em 12% e a palavra "querosene" foi substituída por "combustível" de aviação.

A alteração, sugerida pelo senador Vicentinho Alves (PR-TO), beneficia as empresas de transporte aéreo regular e não regular que utilizam gasolina de aviação.

Jogos

A legalização dos jogos de azar e a reabertura dos cassinos no Brasil estão em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que tem reunião marcada para amanhã (22), a partir das 10h. O projeto, do senador Ciro Nogueira (PP-PI), autoriza a exploração de jogos online ou presenciais em todo o território nacional.

A proposta original foi alterada pelo relator, senador Benedito de Lira (PP-AL), transformando-se em um texto substitutivo, que foi apresentado aos integrantes da comissão na reunião do dia 8 deste mês. O processo de discussão e votação foi adiado para atender a um pedido de vista coletiva.

Pelo texto do relator, a regulamentação das apostas deverá contemplar jogo do bicho, bingo, videobingo e videojogo, cassinos em complexos integrados de lazer, apostas esportivas e não esportivas e cassinos online.

Com amplo apoio dos parlamentares envolvidos na discussão, tramitam no Congresso propostas para viabilizar a legalização dos jogos de azar - bingos, cassinos, caça níqueis e jogo do bicho - no Brasil. Parecer apresentado na semana passada pelo senador Blairo Maggi (PR-MT), que relata o tema no Senado, não prevê qualquer restrição a que políticos sejam donos de estabelecimentos para explorar jogos.

O texto que está sendo construído no Senado prevê que numa eventual legalização dos jogos, caberá aos Estados e ao Distrito Federal a prerrogativa de dar "autorização outorgada" para a abertura e funcionamento das casas de jogos de azar. No caso dos cassinos, as pessoas jurídicas interessadas na exploração seriam previamente credenciadas no governo federal.

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Questionados sobre a possibilidade de políticos, que poderão ter influência sobre a decisão dos Estados autorizarem o funcionamento de casas de jogos, os presidentes das duas comissões onde a matéria está sendo discutida disseram que, apesar de mais de 30 projetos sobre a legalização dos jogos já terem sido apresentados, até agora não houve qualquer sugestão no sentido de restringir o controle das casas de jogos por detentores de cargos eletivos.

"Até agora ninguém veio falar comigo para sugerir esta restrição.

Mas é uma boa ideia", disse o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional, onde tramita o Projeto de Lei 186/2014. De autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o texto propõe estabelecer um marco regulatório para a legalização, em espaços físicos e online, dos chamados jogos de azar no País.

O projeto impõe regras como a exigência de bons antecedentes criminais, regularidade fiscal e idoneidade financeira às empresas (e seus controladores) que receberiam a outorga para a exploração da atividade em uma eventual legalização. O texto recebeu sugestões do relator, senador Blairo Maggi, como regras para a construção de cassinos e limites para instalação de máquinas de caça-níqueis nos estabelecimentos.

Na última quarta-feira, Maggi apresentou seu parecer, no qual diz ser "desejável" a legalização dos jogos de azar. O texto foi lido, mas não apreciado, por falta de quórum na comissão. Apesar do amplo apoio dos integrantes à aprovação da matéria, a expectativa do relator é que o texto receba pedidos de vista e novas sugestões.

Como tramita em caráter terminativo, se aprovado pela comissão, o projeto é encaminhado diretamente para a Câmara, sem a necessidade de passar pelo plenário do Senado. Otto Alencar disse que, até lá, pretende inserir um parágrafo ao texto que trate da proibição a políticos com mandatos eletivos de controlarem casas de jogos de azar. "Vai ser um parágrafo único", disse.

A ideia do senador baiano, no entanto, pode encontrar resistência do relator da matéria. "Será que o político é um bicho tão esquisito que não pode exercer algumas atividades econômicas?", questionou Maggi quando consultado sobre o assunto.

Menos avançada

Na Câmara, a discussão está menos avançada que no Senado. A Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil foi instalada em setembro e está na fase de realização de audiências públicas para discutir o assunto. O clima entre os membros da comissão, entretanto, é no sentido de dar celeridade à tramitação para uma rápida aprovação do substitutivo que reunirá elementos dos projetos já apresentados na Casa sobre o tema.

O relator, deputado Guilherme Mussi (PP-SP), reuniu-se nesta semana com o senador Blairo Maggi para discutir pontos da matéria. Segundo ele, a ideia é fazer com que o texto saia do Senado de tal forma que receba o mínimo de alterações na Câmara, para que tenha tramitação célere. "Nossa intenção é quanto menos mexer, melhor", disse. Uma nova reunião entre os dois está agendada para a próxima terça-feira.

Interesses

Mussi concorda que políticos devem ser vedados de explorar casas de jogos de azar. "Há um conflito de interesse direto", disse. "Políticos com mandato não podem ter, por exemplo, empreiteiras que têm contratos com o poder público", compara.

O presidente da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), também considera que políticos devem ser proibidos de explorar casas de jogos, caso a atividade seja realizada por meio de concessão. "O que for como atividade comercial comum, não tem por que haver impedimento. Mas se for concessão, fica ruim", disse.

Segundo ele, a discussão é bem-vinda mas ainda não foi feita na Câmara. Nenhum dos mais de 30 projetos que tramitaram na Casa sobre o assunto, afirmou, tratou sobre esta proibição. "Essa é a primeira vez que ouço falar disso".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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