Por Stefano Spencer
Ghost in the Shell: A Vigilante do Amanhã é a versão vive action do longa de animação lançado em 1995. Na trama do anime, a Major e a Seção 9 estão perseguindo um perigoso Hacker conhecido como Mestre dos Fantoches. Já na versão live action, Rupert Sanders, conhecido por dirigir Branca de Neve e o Caçador, assina a direção. No longa a Major (Scarlett Johansson) investiga um atentando contra a empresa que construiu o seu corpo, a Hanka, e acaba se envolvendo em uma conspiração que envolve o seu passado.
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Apesar de uma trama bem diferente, o longa de 2017 faz muitas referências ao anime, tanto na estética quanto na construção das cenas, apesar de algumas terem um contexto bem diferente. Sem comparar ao anime, mas o longa parece perder o foco da história, em alguns momentos ele se torna um filme de ação com ritmo rápido que não explica nada, na próxima cena já se torna um drama lento e demasiadamente didático. Essa inconstância narrativa prejudicou não só a trama principal como a relação da Major com outros personagens da Seção 9, entre outros aspectos que não convém mencionar por serem pontos importantes (spoilers).
O desenvolvimento de personagens importantes também fica a desejar. Com exceção da relação entre Batou (Pilou Asbæk) e a Major, a motivação e a relação entre os personagens da Seção 9 não é desenvolvida. O público é apresentado rapidamente aos membros da Seção 9 e durante o resto da projeção eles funcionam como figurantes com nome. A interpretação de Johansson consegue lidar bem com as emoções limitadas da androide. Já Pilou Asbæk e Takeshi Kitano fazem uma atuação próxima dos personagens do anime. Outros nomes como Juliette Binoche se mantém na média, sem grande destaque.
Entretanto, todo esse cuidado e esmero que fez falta no roteiro, a produção teve com a estética e criação do universo. A atmosfera sombria, suja, pessimista da distopia misturada com os elementos coloridos dos neons e hologramas cria um visual impressionante, que foi criado com muita atenção aos detalhes. A estética lembra outros produtos cyberpunk, de onde muito provavelmente pegou muitas referências, como Blade Runner, filme de 1982 que está para ganhar uma continuação; Shadowrun Returns (jogo 2013), entre outras criações cyberpunk. Todo o detalhamento dos cenários ajuda o espectador a mergulhar na história e complementar o que o roteiro deixou a desejar.
Quem assistiu ao anime sabe como ele possui um ritmo mais devagar e focado nos questionamentos sobre a humanidade, isso para resumir de uma forma bem simplista. Já era pra se esperar que a versão live action seguisse por um caminho mais focado na ação. A coreografia das lutas atende as expectativas, criando sequências empolgantes. Além das cenas, que são referências diretas ao anime e que trazem aquele gosto de nostalgia para os fãs. O que prejudica um pouco a ação é o excesso de slow usado em momentos desnecessários.
Se você gosta de filmes de ação com uma estética scifi, e não espera muito da história, pode assistir sem medo. Fãs do anime vão gostar da estética e da nostalgia, mas ainda assim não devem se satisfazer com a história.
Confira o que a equipe do F5 preparou para você:
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