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O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e o ex-superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro Ricardo Saadi prestam depoimento nesta segunda (11), na sede da PF em Brasília. Eles depõem no inquérito que apura a suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na corporação. 

O inquérito foi aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), depois que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro pediu demissão do cargo, no fim de abril alegando ter sido pressionado por Bolsonaro a fazer mudanças na cúpula da Polícia Federal. O ex-ministro foi o primeiro a ser ouvido na apuração e em seu depoimento citou os nomes de Ramagen e Saadi. Outro citado por Moro na ocasião foi  o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo, que também será ouvido nesta segunda (11), porém, na sede da corporação em Curitiba. 

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Ao todo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello autorizou a tomada de 10 depoimentos no inquérito – todos, marcados para esta semana e relacionados às afirmações do ex-ministro Sergio Moro. 

O ministro da Justiça, Sergio Moro, fará um pronunciamento às 11h desta sexta-feira (24) na sede do ministério. A expectativa é que Moro anuncie sua saída do governo. O presidente Jair Bolsonaro exonerou o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, em publicação no Diário Oficial da União desta sexta. 

 Moro teria pedido demissão na manhã da quinta-feira (23) após ser informado pelo presidente da intenção de exonerar Valeixo. O ministro teria dito que não permaneceria no governo caso a direção-geral da PF fosse trocada.

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 A exoneração foi publicada como "a pedido" de Valeixo e com assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e Moro. A assinatura de Moro é apenas formalidade já que a PF é subordinada ao seu ministério. O ministro não teria sido avisado oficialmente da publicação.

Mais de uma vez, Bolsonaro demonstrou interesse em mudar o comando da PF. O presidente estaria buscando ter mais controle sobre a instituição. 

A Polícia Federal está investigando suposto esquema de fake news para atacar autoridades, entre elas adversários políticos do presidente. A investigação foi aberta pelo STF e mira, entre outros, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que estariam por trás do gabinete do ódio.

A PF também investigará as manifestações a favor do golpe militar promovida por bolsonaristas e com participação do presidente no domingo (19). A apuração foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. Entre os alvos estão empresários e deputados federais bolsonaristas.

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Maurício Valeixo, volta de férias nesta quinta-feira, 19, e deve continuar no cargo, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes com conhecimento do assunto. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, já teria dado a Valeixo a informação de que ele não será substituído pelo menos por enquanto. Procurado, o ministro disse que não comentará o assunto.

A saída de Valeixo era dada como certa internamente na PF após o presidente da República, Jair Bolsonaro, ter declarado, no mês passado, que poderia trocar a direção do órgão. Sua permanência é considerada uma vitória de Moro. O combinado é que ninguém na PF comente mais sobre o assunto, para evitar novas rusgas com Bolsonaro.

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O presidente ficou irritado especialmente com a recusa de Valeixo de indicar para a superintendência do Rio de Janeiro o delegado Alexandre Saraiva, atual chefe da unidade do Amazonas, no lugar do delegado Ricardo Saadi.

Na ocasião, Bolsonaro afirmou que havia determinado a saída de Saadi por "questão de produtividade". Horas após o anúncio, porém, a PF contradisse o presidente e, em nota, afirmou que a troca já estava planejada e não tinha relação com o trabalho do delegado. Ainda anunciou um outro nome para o cargo, contrariando Bolsonaro.

Desde o início da crise, Moro se esforçou para manter Valeixo, uma indicação sua para o cargo. Eles trabalharam juntos na Lava Jato em Curitiba. Em conversa com Bolsonaro, o ministro chegou a atribuir as polêmicas a uma "rede de intrigas" que atuava para desgastar a relação entre os dois.

Como forma de "aparar arestas" com o presidente, Moro determinou, na semana passada, que a PF apure um suposto direcionamento de investigação ao deputado Helio Lopes (PSL-RJ), aliado do presidente.

O ministro apontou possível fraude na inclusão do nome em um inquérito como meio de tentar voltar o presidente contra Saadi e a cúpula do órgão.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou, a Polícia Federal suspeita que o delegado Leonardo Tavares, lotado na Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários (Deleprev) no Rio de Janeiro, foi o responsável por tentar direcionar uma investigação previdenciária para um alvo chamado 'Hélio Negão', o mesmo apelido usado pelo deputado.

Nos bastidores, o gesto de Moro foi visto como importante para mudar o ambiente e impedir a demissão de Valeixo.

Com a saída do delegado Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal dada como certa, três grupos já disputam internamente o comando da instituição. A movimentação reflete uma medição de forças entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro - a quem a corporação é subordinada - pela influência na instituição.

No Palácio do Planalto, um dos cotados é Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que passou a maior parte da carreira em funções fora da PF.

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A prioridade do ministro, no entanto, é manter Valeixo no cargo. Caso não seja possível, o grupo ligado a Moro trabalha para manter o comando do órgão sob a influência do ex-juiz da Lava Jato. O receio é de que, caso um nome de fora assuma, Moro perca a ascendência sobre a PF.

O nome do delegado Fabiano Bordignon, atual diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), é citado como opção, conforme antecipou a Coluna do Estadão.

Bordignon já foi o chefe da PF em Foz do Iguaçu (PR) e atuou como diretor da penitenciária de Catanduvas (PR) na época em que Moro era juiz corregedor da unidade.

Admitido em 2002 pela PF, ele é citado como possível meio-termo, cenário em que Bolsonaro pretende dar uma "arejada" na instituição. Desta forma, Moro amenizaria sua derrota por conta da eventual saída de Valeixo mantendo um nome próximo no comando da PF.

Disputa

Uma das questões avivadas com a declaração de Bolsonaro sobre "arejar" a PF é a disputa de gerações para comandar o órgão. Os últimos diretores, incluindo Valeixo, ingressaram na PF no concurso de 1993. Delegados mais jovens que tentam ascender à cúpula da instituição veem Valeixo como uma continuidade da gestão de Leandro Daiello, o mais longevo diretor-geral, que ficou no cargo de 2011 a 2017.

Há duas alas vistas como fortes - ambas encabeçadas por delegados do concurso de 2002. O primeiro, liderado por Torres, tem Alessandro Moretti, seu secretário adjunto no DF, e o superintendente regional da PF no Distrito Federal, Márcio Nunes. Esse grupo tem apoio do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.

O segundo grupo é o do delegado Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que se aproximou de Bolsonaro depois de assumir a chefia da equipe de segurança do então candidato, após o atentado a facada na campanha eleitoral ocorrido em setembro passado. Ramagem é aliado de Alexandre Saraiva, superintendente da PF no Amazonas, próximo do presidente.

A leitura na PF é de que o presidente está tendo o cuidado de trocar o diretor-geral de maneira que Moro não peça demissão. Bolsonaro foi convencido de que isso não seria bom para o governo por causa da popularidade do ministro da Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A saída do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, já é dada como certa pela corporação. Nos bastidores, a PF avalia que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi "emparedado" pelo presidente Jair Bolsonaro, vem sofrendo sucessivas derrotas no governo e perderá de vez o poder de comando se não tiver carta branca para indicar o substituto de Valeixo. A troca está sendo vista na PF como uma "capitulação" do ministro a interesses políticos.

Moro silenciou nesta quarta-feira, 4, diante de repórteres quando questionado se pretendia dispensar Valeixo. Em menos de três minutos, ele encerrou a entrevista, alegando ter outros compromissos. A atitude foi considerada "ridícula" por um integrante da cúpula da PF. O ministro conversou com Valeixo, por telefone. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que só o que falta, agora, é acertar a data da dispensa do diretor-geral, que tem férias de dez dias marcadas para a próxima segunda-feira (9).

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O nome mais cotado para substituir Valeixo é o do atual secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Gustavo Torres. O delegado é amigo do titular da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, desde a época em que o atual ministro era chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Torres, por sua vez, era assessor parlamentar de Fernando Francischini, hoje deputado estadual pelo PSL do Paraná. Alinhado com a pauta de segurança pública de Bolsonaro, o delegado representaria uma mudança de perfil no cargo.

"É um nome natural e de total confiança do presidente, que nós apoiamos", afirmou o deputado Felipe Francischini (PSL-PR), filho de Fernando. Torres já atuou em áreas como inteligência e combate ao crime organizado.

A insistência de Bolsonaro em mudar o diretor-geral da PF desencadeou uma crise na corporação e se tornou novo foco de desgaste para Moro, que já perdeu o comando do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Além do Coaf, o ministrou sofreu outros reveses, como o "desconvite" que foi obrigado a fazer à cientista política Ilona Szabó e o fato de Bolsonaro ter ignorado suas sugestões para o decreto de armas.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na terça-feira, 3, o presidente disse que estava "tudo acertado" com o ministro sobre a substituição de Valeixo.

A cúpula da PF está alarmada com a interferência do presidente desde que ele anunciou a saída do superintendente da corporação no Rio, Ricardo Saadi, em 15 de agosto. Na época, a resistência de Valeixo em aceitar o nome sugerido por Bolsonaro, o do delegado superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, acabou por colocá-lo na mira do presidente. "Se não posso trocar o superintendente, vou trocar o diretor-geral", afirmou Bolsonaro, na ocasião.

Em sua equipe, Valeixo se cercou de nomes da Lava Jato, entre eles o de Igor Romário de Paula, ex-titular da operação no Paraná. Igor foi nomeado diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) da PF. Além dele, foi indicado como diretor executivo Disney Rosseti, superintendente da PF em São Paulo entre 2015 e 2018.

"Essa história de arejar a PF é que não entendemos. Se era para arejar, por que não se falou nisso em janeiro, quando foi trocada a administração da PF? O que deu errado de janeiro para cá? Por que agora?", criticou o presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal, Edvandir Paiva, em referência à declaração de Bolsonaro de que era preciso dar uma "arejada" na corporação.

Tensão

Bolsonaro nega que sua interferência na PF tenha ligação com investigações envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seu filho. Flávio é suspeito de ter se beneficiado, quando era deputado estadual no Rio, de "rachadinha" - esquema que consiste em fazer o servidor devolver parte do salário ao parlamentar.

No Planalto, auxiliares do presidente afirmaram que a relação entre ele e Moro melhorou, mas os dois já tiveram conversas muito duras. Um dos momentos mais tensos ocorreu em 23 de agosto, antes da cerimônia do Dia do Soldado. Seis dias depois, pouco antes de descer a rampa de acesso ao Salão Nobre do Planalto, ao lado do ministro, Bolsonaro e ele haviam tido diálogo ríspido. A portas fechadas, o presidente chegou a dizer que não abriria mão da mudança na direção da PF. Naquele dia, Moro quase deixou o cargo. Em um gesto de reaproximação, Bolsonaro o chamou de "patrimônio nacional" na solenidade do Planalto.

Ex-superintendente da PF no Paraná por duas vezes, Valeixo trabalhou com Moro na investigação do caso Banestado, há 15 anos. Ficou na Diretoria de Combate ao Crime Organizado durante três anos na gestão de Leandro Daiello, o mais longevo comandante da corporação.

A intenção de Bolsonaro não é mexer só na PF. Ele já sinalizou que vai fazer mudanças na Agência Brasileira de Inteligência e na Receita. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio a recentes insinuações do presidente Jair Bolsonaro de que poderia trocar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, quebrou o silêncio e afirmou que Maurício Valeixo, atual diretor-geral da PF, vai permanecer no cargo e que tem a sua confiança. No entanto, disse que "as coisas eventualmente podem mudar". O ministro também afirmou que não é o "chefe da PF".

Em entrevista para a Globonews, Moro foi perguntado se poderia sair do governo caso Valeixo fosse exonerado e respondeu que isso é uma questão "especulativa" e que, portanto, não cabe a ele responder.

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Bolsonaro havia afirmado que "quem manda" é ele a respeito de trocas nos comandos da PF, ao comentar que "ficou sabendo" de que quem assumirá a chefia da Polícia Federal no Rio de Janeiro será o chefe da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Silva Saraiva. A afirmação veio um dia depois de a PF divulgar que o superintendente da corporação em Pernambuco, Carlos Henrique Oliveira Sousa, é quem substituiria o chefe da PF no Rio, Ricardo Saadi.

"O que eu fiquei sabendo... Se ele resolver mudar, vai ter que falar comigo. Quem manda sou eu... deixar bem claro", afirmou Bolsonaro. "Eu dou liberdade para os ministros todos. Mas quem manda sou eu", reforçou. "Está pré-acertado que seria lá o de Manaus", afirmou, sem esclarecer a quem se referia.

Moro não quis comentar a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que nesta terça-feira, 27, anulou a condenação dada por ele quando era juiz federal em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato, ao ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Moro afirmou que, enquanto ministro, não cabe a ele fazer comentários a respeito de uma decisão do STF.

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