Tópicos | Nísia Trindade

Escolhida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar o Ministério da Saúde a partir de janeiro de 2023, a cientista social Nísia Trindade Lima será a primeira mulher a chefiar o órgão desde que ele foi criado, em 1953. Desde então, passaram pelo cargo 50 ministros, todos homens.

Nísia já havia feito história na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ao tornar-se a primeira mulher a ocupar a presidência da instituição em seus 120 anos de existência. Cientista social com mestrado em ciência política e doutorado em sociologia, ela assumiu o cargo mais alto da fundação em 2017, após ser a mais votada da lista tríplice. Foi reeleita em 2020 para outros quatro anos de um segundo mandato, que iria até 2024.

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Antes de assumir a presidência da Fiocruz, Nísia já acumulava mais de três décadas de trabalho na instituição, entre cargos técnicos e executivos. Ingressou na fundação em 1987 como pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz, onde tornou-se diretora em 1999. Em 2006, assumiu a gestão da Editora Fiocruz. De 2011 a 2016, foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz.

Ganhou ainda mais protagonismo durante a pandemia de covid-19, quando liderou, pela Fiocruz, iniciativas essenciais para o enfrentamento da pandemia, como a produção de milhões de testes diagnósticos de coronavírus e a parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica Astrazeneca para a produção da vacina inglesa no Brasil com ingrediente farmacêutica ativo (IFA) importado.

Como presidente da Fiocruz, também criou o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos, além de monitorar e divulgar informações para subsidiar políticas públicas contra o coronavírus e seus impactos sociais. Em dezembro de 2020, foi eleita membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na categoria ciências sociais.

Desafios

No comando do Ministério da Saúde, Nísia terá como principais desafios as dificuldades orçamentárias deixadas pela gestão de Jair Bolsonaro (PL) e a recuperação de programas como o Farmácia Popular e de vacinação, enfraquecidos nos últimos quatro anos.

Como mostrou o Estadão, o governo de transição busca uma recomposição orçamentária de quase R$ 23 bilhões para a Saúde para conseguir arcar com ações regulares e ampliar programas. Esse foi o valor cortado do Orçamento de 2023 pela gestão Bolsonaro.

Nísia também terá que encabeçar ações de fortalecimento do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que apesar de ser modelo para o mundo, vem assistindo à queda expressiva da cobertura vacinal de quase todos os imunizantes. Lula e os membros do governo de transição já haviam anunciado que uma grande campanha de vacinação será uma das ações prioritárias para os primeiros meses de gestão.

Outro problema é a fila de procedimentos da saúde, problema histórico agravado durante a pandemia de covid-19, quando milhões de consultas, exames e cirurgias eletivas foram adiadas ou canceladas.

O Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Saúde (Conass) estima que 11,6 milhões de cirurgias (hospitalares e ambulatoriais) deixaram de ser feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2020 e 2021. Os Estados pediram ao grupo de transição R$ 3 bilhões para atender a demanda. O governo eleito avalia a possibilidade de parceria com a rede privada para mutirões.

O presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou, nesta quinta-feira (22), que a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), Nísia Trindade, chefiará o Ministério da Saúde a partir de janeiro. Como mostrou o Estadão/Broadcast, antes mesmo de ser confirmada no cargo, ela já estava montando sua equipe para a pasta.

Nísia já sondou Ana Estela Haddad, professora titular do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da USP, e Ethel Maciel, epidemiologista e professora titular da Ufes, para comandarem secretarias no ministério.

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Nos bastidores do Ministério da Saúde, circula que Ana Estela, casada com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poderia assumir a Secretaria de Saúde Digital, que deve ser criada no novo governo. Já Ethel, que se destacou com estudos sobre a Covid-19 durante a pandemia, é a favorita para a Secretaria de Vigilância Sanitária no Ministério da Saúde. O nome do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, circula para a Secretaria de Atenção Primária à Saúde.

A capacidade de resposta rápida a situações de emergência em saúde pública, como a pandemia da covid-19, requer um investimento permanente em ciência, tecnologia e inovação, defendeu nesta quarta-feira (20) a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, na abertura do webnário "A pandemia covid-19 em transição", promovido pela fundação.  "A gente tem essa ilusão de que a resposta [à pandemia] é rápida. Ela precisa ser rápida, mas ela não vem do nada, vem de uma base", afirmou Nísia.

"É fundamental o investimento permanente e constante em ciência, tecnologia e inovação. Nada da resposta ocorreu sem um histórico e sem investimentos anteriores. Isso se aplica à vacina hoje totalmente nacionalizada pela Fiocruz a partir do acordo com a Universidade de Oxford e a AstraZeneca".

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  A presidente da Fiocruz destacou que esse investimento precisa estar associado à proteção social e à saúde pública, e disse que a pandemia deixa como aprendizado a necessidade de descentralizar os centros de produção de vacinas e incluir mais países, além de reforçar o multilateralismo. 

"Parece que esse discurso soa como uma retórica ingênua nesse momento em que vivemos uma guerra e em um mundo marcado por conflitos que se intensificam", disse, citando a invasão da Ucrânia. "Ainda não sabemos a implicação dessa guerra , no caso a guerra na Ucrânia, em relação a todo o esforço global que precisa ser feito", acrescentou. 

Pandemia em transição

O webnário discutiu o cenário atual da pandemia, marcado por uma queda no número de casos e óbitos causados pela covid-19 em relação às ondas de transmissão anteriores. 

O pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (Ensp/Fiocruz) Carlos Machado chamou atenção para o impacto que a doença teve sobre a população brasileira, que, apesar de representar menos de 3% da população mundial, somou mais de 10% das vítimas da pandemia em todo o mundo. 

"No momento atual, em diversos países e no Brasil, vivemos um cenário bastante positivo. No Brasil, a existência do SUS [Sistema Único de Saúde] permitiu não só diminuir o impacto da pandemia na população como também avançar na vacinação", disse, reforçando que o sistema público de saúde precisará de mais investimentos para lidar com as sequelas e casos de covid-19 persistente, além de atender aos passivos causados por diagnósticos e tratamentos para outras doenças que foram adiados durante a pandemia. 

O coordenador do Programa de Computação Científica da Fundação (Procc/Fiocruz), Daniel Villela, avaliou que não é possível esperar uma ausência de circulação do SARS-CoV-2, dada a transmissibilidade de suas variantes e a possibilidade de novas mutações surgirem. No entanto, ele considera que o mais provável é a progressão para um regime endêmico, em que a doença ocorra com uma regularidade previsível.  "O que se deve evitar é o clima de que a pandemia acabou, de ter um cenário de status de doença negligenciada", alertou, destacando a necessidade de avançar na vacinação de crianças. "Ainda há bastante espaço para avançar. As crianças foram menos afetadas no início, mas elas foram, sim, afetadas, e precisam de atenção". 

A professora da Universidade Federal do Espírito Santo Ethel Maciel abriu sua apresentação abordando a dificuldade de estabelecer qual seria o padrão endêmico de um vírus novo, que só passou a circular a partir de 2019. "Não temos esse consenso internacional. Ainda está sendo construído". 

Ela defendeu que a revogação do decreto da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) no Brasil deveria ser coordenada com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com as unidades federativas. 

"Como a gente tem um organismo internacional que está analisando a emergência, era muito melhor que a gente fizesse as coisas coordenadas. Não estamos fazendo. Não estamos fazendo nem do ponto de vista internacional nem interno. Corre o risco de o Ministério da Saúde revogar o decreto, e os governadores manterem os decretos estaduais", alertou. 

A professora defende que a revogação leve em consideração a continuidade de ações de vigilância e acompanhamento da doença, incluindo casos de covid-19 persistente, cujo tratamento deveria ser feito em centros especializados que ainda não foram criados. "Corre o risco de que, se a gente invisibilizar a doença, isso nunca aconteça". 

Para o pesquisador Eduardo Carmo, da Fiocruz Brasília, é preciso lembrar que, mesmo com uma queda nas mortes causadas pela covid-19, elas ainda se mantêm em níveis mais elevados que as de outros vírus respiratórios. E ponderou que a transição para o fim da pandemia pode demorar mais devido ao relaxamento das medidas preventivas e à redução da testagem. "A evolução do agente e da doença ainda é imprevisível", disse.  Integrante do Observatório Covid-19 da Fiocruz, Raphael Guimarães defendeu que ainda é preciso comunicar com clareza para a população que a pandemia não acabou e destacou que o Brasil vive uma estagnação da cobertura vacinal quando ainda há estados com menos de 70% da população com as duas doses da vacina, além de menos da metade da população elegível com dose de reforço. "O rebaixamento cria uma falsa impressão de que agora está tudo bem, e de que, se está tudo bem, eu não preciso me vacinar". 

Ele defende que o cenário positivo com menos mortes e internações deve servir para alinhar práticas de vigilância e de atenção primária, além de preparar o sistema de saúde para atender a outros problemas de saúde que não foram descobertos ou tratados durante a pandemia.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, comemorou a aprovação, no Reino Unido, da vacina desenvolvida pela farmacêutica Astrazeneca e pela Universidade de Oxford. Devido a um acordo de transferência de tecnologia, a Fiocruz vai produzir o imunizante no Brasil e prevê concluir o envio de documentos sobre a vacina para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até 15 de janeiro.

"Estamos todos com a esperança reanimada, digamos assim, com a notícia do registro da vacina da Astrazeneca, que será, no Brasil, uma vacina Astrazeneca/Oxford/Fiocruz", disse Nísia Trindade. "É um dia histórico, porque é mais um elemento de esperança diante de uma situação de tanto sofrimento. Uma esperança que vem da ciência e de uma visão de saúde pública, porque essa vacina é não só eficaz, não é só de alta qualidade, mas também é uma vacina adequada para países de população do tamanho do nosso país, com as suas diferenças regionais e sociais. É uma vacina adequada para o nosso Sistema Único de Saúde".

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A Fiocruz prevê produzir 100 milhões de doses da vacina a partir de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado no primeiro semestre do ano que vem. No segundo semestre, mais 110 milhões de doses devem ser produzidas inteiramente no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), vinculado à fundação.

A produção deve começar antes mesmo da concessão do registro da vacina no Brasil, para que já haja doses disponíveis quando a aplicação for liberada. Documentos referentes ao desenvolvimento da vacina já vem sendo analisados em bloco pela Anvisa desde outubro, e o último bloco de informações deve ser enviado à agência no mês que vem. Em seguida, a Fiocruz espera entregar o primeiro 1 milhão de doses ao Ministério da Saúde antes de 8 de fevereiro.

Doação

A presidente da Fiocruz recebeu parlamentares estaduais do Rio de Janeiro e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para uma cerimônia que marcou a doação de R$ 20 milhões do Fundo Especial da Alerj, que serão destinados a um plano de enfrentamento à covid-19 nas favelas do Rio de Janeiro. A elaboração do plano será coordenada pela Fiocruz.

Segundo Nísia Trindade, uma das primeiras ações será o lançamento de um edital público de R$ 17 milhões para apoiar 140 projetos com diferentes focos, como apoio social, comunicação e saúde mental.  A presidente da fundação destacou que a conscientização sobre a vacinação estará entre os assuntos que serão abordados junto aos moradores das comunidades do Rio de Janeiro.

O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), também comemorou a aprovação da vacina Astrazeneca/Oxford no Reino Unido e avaliou que o meio termo entre a preservação da economia e a prevenção da doença é a vacinação. "A gente espera que essa contribuição da Alerj possa contribuir para essas ações e em especial para a vacinação da população do nosso estado".

 

A Fiocruz começa a produzir no Brasil, em janeiro de 2021, 210 milhões de doses da vacina contra a covid-19, contou a presidente da instituição, Nísia Trindade, em entrevista exclusiva ao Estadão. O imunizante será o desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmacêutica Astrazeneca, ainda em fase de testes. A produção, disse, poderá atender a uma fatia considerável da população, mesmo que sejam necessárias duas aplicações, o que seria suficiente para imunizar metade do País.

A estimativa é que a vacinação comece em março. "Não vai haver uma aplicação em massa da vacina", explicou Nísia. "Terá que haver algum critério de priorização, mas isso ainda não foi definido."

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A produção de 100 milhões de doses nos primeiros seis meses será feita com a importação do chamado ingrediente farmacêutico ativo, o principal insumo do imunizante. A partir do 2º semestre, porém, o Brasil já terá produção de forma autônoma, pelo acordo de transferência de tecnologia com o laboratório.

Segundo ela, "no 2º semestre, já com a produção inteiramente nacional, serão mais 110 milhões de doses. Um total de 210 milhões de doses em duas etapas". O contrato entre Fiocruz e Astrazeneca é de US$ 250 milhões (R$ 1,4 bilhão). Com isso, o País garantirá a autonomia na produção da vacina. Terá também acesso à tecnologia inédita no desenvolvimento de imunizantes, que já se revelou promissora.

Eventualmente, o País terá à sua disposição, além da vacina de Oxford, outros imunizantes, como a Coronavac, chinesa, e a Sputnik V, russa. Segundo Nísia, usar diferentes produtos desse tipo simultaneamente não é inédito, mas exige cuidados. "Tem que ser tudo bem organizado", alertou.

Diria que a produção da vacina contra a covid é a missão mais importante da Fiocruz em seus 120 anos de vida?

A Fiocruz esteve à frente da pesquisa sobre o HIV e a febre amarela, além de participar da construção do SUS. Mas diria que, sim, é um dos marcos históricos da Fiocruz. Vivemos um momento único, de impacto em todas as esferas. Tanto que vários historiadores já disseram, inspirados por (Eric) Hobsbawn (historiador britânico), que esta epidemia seria o marco do início deste século.

A Fiocruz pretende produzir somente a vacina de Oxford ou também outras?

Para a covid-19 vamos produzir a vacina de Oxford. Lembrando que não é possível começar a produção sem a conclusão dos ensaios clínicos de fase 3. Mas nossa expectativa é muito positiva. Muito provavelmente, ela vai apresentar bons resultados. Essa é a vacina que produziremos nos próximos dois anos. No futuro, pode ser que tenhamos até mesmo desenvolvimento de imunizantes nacionais. Mas neste momento vamos produzir só a de Oxford.

Como foi o processo de escolha? Por que a vacina de Oxford foi a selecionada?

Não foi uma decisão unilateral da Fiocruz, foi um processo com muitos atores institucionais - Ministérios da Saúde, da Economia, entre outros. Mas alguns elementos foram importantes nessa escolha. A vacina de Oxford foi a primeira a entrar na fase 3 (de testes em larga escala com humanos). Outro fator, a possibilidade de podermos produzir tudo em Biomanguinhos (fábrica da Fiocruz). A partir do 2º semestre, todas as etapas da produção serão nacionalizadas, teremos o domínio da tecnologia. Um último aspecto importante é que essa plataforma tecnológica desenvolvida por Oxford é promissora. É uma nova tecnologia considerada para o futuro das vacinas e da imunização.

Qual o calendário de produção e quando começa a vacinação?

Começamos a produzir em janeiro. Até fevereiro teremos as primeiras 30 milhões de doses para o Programa Nacional de Imunização (PNI). Paralelamente, já estão sendo enviados à Anvisa todos os dados da pesquisa e um pacote final será enviado entre janeiro e fevereiro. Não dá pra dizer quando começa a vacinação, mas nossa expectativa é ainda no 1º trimestre. Até o fim do 2º semestre teremos 100 milhões de doses. No 2º semestre, já com produção inteiramente nacional, serão mais 110 milhões - 210 milhões em duas etapas.

Os insumos também serão produzidos aqui ou importados?

Sempre há insumos importados. Mas o importante é que a partir do 2º semestre o ingrediente farmacêutico ativo será inteiramente produzido por nós, o que nos dá autonomia.

A Fiocruz produz dez vacinas do PNI. A produção da vacina contra a covid-19 terá algum impacto nessa produção?

Não. Essa vacina é feita a partir de uma tecnologia diferente. Estamos aproveitando uma área que era destinada à produção de um biofármaco, adaptando essa linha extra já existente. Não terá impacto negativo na produção das outras.

A produção de 210 milhões de doses é suficiente para imunizar toda a população brasileira?

Tudo depende da estratégia a ser adotada. Alguns estudos mostram que os melhores resultados são obtidos com duas doses. Nesse caso, teríamos o suficiente metade da população. Mas isso não está definido. Um comitê de especialistas vai determinar a estratégia.

Quem será vacinado primeiro?

Não vai haver uma aplicação em massa da vacina. Terá que haver algum critério de priorização, mas isso tudo ainda não foi definido. Até porque algumas definições dependem ainda dos resultados da fase 3.

Qual é a expectativa do porcentual de eficácia da vacina?

A Anvisa aceitará vacinas com pelo menos 50% de eficácia. No caso da de Oxford, a expectativa é de que seja mais alta.

Outras vacinas devem estar disponíveis, como a Coronavac e a Sputnik V. Como seria essa distribuição?

Muitos epidemiologistas têm discutido isso. Uma vacina pode ser mais adequada para idosos, por exemplo. Agora precisa ter coordenação nacional. Tem de tudo ser muito bem organizado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer nomeou a pesquisadora Nísia Trindade para o cargo de presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com mandato de quatro anos. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (4).

Nísia foi a mais votada em eleição interna na instituição, mas o ministro da saúde, Ricardo Barros, trabalhava para indicar a segunda colocada, Tania Cremonini de Araújo, o que quebraria a tradição de colocar o primeiro colocado na presidência.

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Depois da notícia de que o ministro não seguiria a escolha interna, funcionários e entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) protestaram e organizaram um abaixo-assinado com mais de 6 mil assinaturas pela nomeação de Nísia.

Nessa terça-feira (3), as duas pesquisadoras se reuniram com Temer e Barros e, após a reunião, o ministro anunciou que Nísia seria a sucessora de Paulo Gadelha no comando da instituição. "Houve conciliação de interesses, de união em torno dos objetivos que estão propostos pela Fiocruz", disse Barros.

Barros argumentou que por se tratar de uma liste tríplice as duas "tinham mais de 30% de apoiamento e estavam habilitadas" para o cargo. Ele destacou que, apesar de Nisía ficar com o comando da instituição, a pesquisadora Tania terá participação nos processos da Fiocruz.

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