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Com a proximidade do verão e das festas de final de ano, o brasileiro se sente estimulado a gastar mais. Mas é o gelado que vem aquecendo a economia, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS). O órgão explica que, com a onda de calor que atinge o Brasil, as vendas de sorvetes até o final do ano devem aumentar em torno de 30%, em comparação ao último trimestre de 2023. 

De acordo com o IBGE, o setor de supermercados já aumentou 5,6% nas vendas, em comparação com 2022. Os dias quentes aqueceram a venda de sorvetes, além dele, outros itens “refrescantes” também encabeçam a lista dos mais procurados, como refrigerante, água, suco e cerveja. Segundo a gerente comercial da Rede Bom Lugar Supermercados, Amanda Fernandes, os preparativos para a alta demanda de final de ano já começam meses antes, itens como sorvete e bebidas já estavam na lista dessa previsão.  

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“Estamos nos preparando desde final de setembro, pois já sabemos que nessa época do ano, devido às comemorações e confraternizações, o consumo é maior. Fazemos uma análise da tendência do mercado, já temos os históricos dos anos anteriores, porém em cima desses dados acompanhamos as previsões atuais e nos planejamos junto aos nossos parceiros com as compras”, detalha. 

Uma grande preocupação das empresas é que devido à alta procura faltem produtos. “Já prevíamos que neste ano o consumo seria maior devido ao calor, já estudamos todo o mix e lançamentos de produtos dentro da categoria, para assim promovermos ações diferenciadas para nossos clientes”, revela Amanda. “Claro que, para garantir o abastecimento, temos grande parcerias com indústrias e já vamos negociando com essa certa antecedência”, completa. 

 

Mesmo com a onda de calor no país, o verão só chega a partir do dia 21 de dezembro. Ainda assim, vale reforçar que em dias mais quentes, as mulheres devem redobrar os cuidados com a saúde íntima, já que a transpiração corporal aumenta e a região fica mais abafada, o que aumenta as chances de proliferação de alguns fungos e bactérias. 

Pensando nisso, a médica ginecologista e obstetra, chefe do Centro Obstétrico da Santa Casa de São Paulo, Dra. Daniela Miyake, listou seis passos para cuidar da região íntima de maneira correta. Confira a seguir: 

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Dormir sem calcinha – Procure dormir sem calcinha, com calças ou shorts mais largos, para abafar menos a região e evitar a proliferação de bactérias e fungos já existentes no organismo, mas que são agentes causadores de doenças como a candidíase; 

Usar calcinhas de algodão – Prefira utilizar calcinhas de algodão, pois o material contribui para uma melhor respiração da região íntima. Demais materiais como, lycra, nylon e microfibra, abafam mais a área e dificultam a circulação de ar; 

Sabonetes Íntimos ou sabonete glicerinado infantil – Utilize sabonetes próprios para a higienização da região íntima ou glicerinados e destinados às crianças. Produtos com estas especificações, possuem um PH mais adequado para a região e são hipoalergênicos; 

Não usar protetor diário – Ao contrário do que muitas mulheres pensam, o protetor diário pode prejudicar a saúde íntima, já que em dias quentes, abafa ainda mais a região e consequentemente, provoca o aumento de secreções e corrimentos; 

Evitar o consumo exagerado de doces – Consumir doces em excesso provoca o desvio da flora intestinal, ou seja, altera o mecanismo de defesa do organismo e a atividade de bactérias benéficas para o corpo; 

Higienizar as partes íntimas apenas durante o banho – A higienização das partes íntimas deve ocorrer apenas uma ou duas vezes por dia, preferencialmente durante o banho e com o uso de sabonete. Lavar a região muitas vezes ao dia, diminui a atividade das nossas “bactérias boas”. 

 

Com a onda de calor que atinge todo o Brasil, e as chuvas e ventos também, a população deve ficar alerta com a saúde. Isso porque, as mudanças bruscas de temperatura afetam a imunidade e podem até mesmo causar doenças. De acordo com a nutricionista na Vitafor, Michelle Miwa, a desidratação traz inúmeros riscos à saúde.  

“Pele seca, menor produção de urina, suor, lágrimas e aceleração dos batimentos cardíacos são alguns deles. Em casos mais graves, a respiração fica acelerada, pressão mais baixa, isso pode gerar confusão mental, desmaios e até convulsões”, explicou. Quem trabalha em ambientes com ar-condicionado ou costuma usar o aparelho em casa, deve ter cuidado redobrado.  

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Segundo a especialista, o choque entre o calor extremo e o ar gelado pode desencadear crises alérgicas e piorar o ressecamento da pele e mucosas. Por isso, evitar o ar em temperaturas muito baixas pode ser crucial. Para evitar isso, ela dá dicas: 

Hidratação adequada: em dias quentes, a hidratação é crucial. Consumir água regularmente é essencial para evitar a desidratação. Água de coco e água saborizada com frutas e ervas são opções refrescantes. 

Alimentação leve e hidratante: opte por alimentos leves e ricos em água, como melancia, alface, abacaxi e pepino. Esses alimentos ajudam na hidratação e fornecem nutrientes importantes para a imunidade. 

Suplementos para imunidade: a nutricionista recomenda suplementos com própolis, que possui propriedades antimicrobianas, antioxidantes e anti-inflamatórias; com cúrcuma, que combate a inflamação e age como antioxidante. E em casos de imunidade comprometida, suplementações com colostro bovino, lactoferrina e zinco, para acelerar a recuperação. 

Além disso, ela destaca que evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h é essencial, assim como reduzir o consumo de bebidas diuréticas e o sal em excesso, para evitar a desidratação e o inchaço. Quando se trata da saúde da pele, a nutricionista enfatiza a importância de alimentos ricos em vitamina C, como frutas cítricas, biotina, presente em cogumelos e sementes, e antioxidantes, encontrados em frutas vermelhas. 

 

A Grécia enfrentará a maior onda de calor de sua história, com mais de 44°C previstos para este fim de semana, enquanto nos Estados Unidos as temperaturas recordes que atingiram o sul do país devem alcançar todo seu território.

"Segundo os nossos dados, provavelmente vamos enfrentar entre 16 e 17 dias de onda de calor, algo que nunca aconteceu em nosso país", disse à emissora de televisão ERT Kostas Lagouvardos, diretor de pesquisa do Observatório Nacional.

Todos os sítios arqueológicos da Grécia, incluindo a famosa Acrópole de Atenas, estarão fechados ao público durante as horas mais quentes do dia até domingo.

"É necessária vigilância absoluta... porque os tempos difíceis não passaram", disse o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsokakis.

No centro do país, são esperadas temperaturas de até 45ºC. O recorde no país é de 48ºC em 1977 em Elêusis, perto de Atenas. Na capital, a máxima atingida é de 44,8 ºC em junho de 2007.

"Estou acostumado com altas temperaturas. Nós as temos todo verão, mas o difícil este ano é que as ondas de calor são sucessivas", disse Christos Boyiatzis no elegante bairro de Kolonaki, em Atenas.

- Progressão nos Estados Unidos -

No continente americano, cerca de 80 milhões de americanos vão ter de suportar temperaturas iguais ou superiores a 41ºC durante o fim de semana, alertam os serviços meteorológicos do país (NWS).

Podem passar dos 46 ºC em Phoenix, capital do Arizona (sudoeste), que enfrenta a maior onda de calor já registrada, com 22 dias seguidos com temperaturas superiores a 43 ºC.

Na quinta-feira, esse calor provocou um incêndio em uma instalação de armazenamento de propano no qual tanques de gás explodiram.

"Durante um dia quente como este, esses tanques de propano se expandem no calor e se tornam verdadeiros mísseis", enviando destroços a mais de 450 metros, disse um oficial dos Bombeiros à televisão local KPHO.

A cerca de 500 quilômetros dali, na Califórnia, o Vale da Morte, um dos lugares mais quentes do planeta, turistas tiram fotos ao lado de uma tela que mostra temperaturas cada vez mais extremas.

Há quem espere que seja quebrado o recorde absoluto do planeta, de 56,6 ºC ali registrado em 1913, mas contestado por alguns especialistas.

Um homem de 71 anos morreu na região no início da semana e os guardas do parque nacional suspeitam que "o calor desempenhou um papel importante" na morte.

Com ondas de calor na Europa, nas Américas e na Ásia, o mês de julho está a caminho de se tornar o mais quente já registrado na Terra, não apenas desde o início das medições, mas também em "séculos ou milhares de anos", disse o diretor de climatologia da NASA, Gavin Schmidt.

E isso não se deve apenas ao El Niño, fenômeno climático cíclico que nasce no Oceano Pacífico e provoca o aumento das temperaturas planetárias, diz.

Para este especialista, as temperaturas extremas vão persistir porque "continuamos a emitir gases com efeito de estufa para a atmosfera".

O oeste e grande parte do sul dos Estados Unidos sofrem neste fim de semana com uma onda de calor "extremamente perigosa", de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês), com o termômetro marcando até 47°C em algumas cidades.

O NWS alertou para um "fim de semana extremamente quente e perigoso" em um boletim divulgado na manhã de sábado (15).

"Provavelmente serão registrados vários recordes de temperatura. Os problemas da qualidade de ar serão frequentes em várias regiões dos Estados Unidos", acrescentou o NWS.

O alívio não deve chegar rápido para os mais de 90 milhões de americanos sob alerta de temperaturas elevadas, pois a meteorologia prevê que o domo de calor "permanecerá estacionário sobre (estas regiões) durante os próximos dias".

Em Phoenix, capital do Arizona, um dos estados mais afetados, no sudoeste dos Estados Unidos, os termômetros podem atingir 47°C neste sábado, no 16º dia consecutivo com máximas acima de 43 graus centígrados.

Parte do estado está sob alerta "magenta", um "nível de calor extremo raro e/ou de longa duração", o mais elevado do NWS.

No sul da Califórnia (oeste), os bombeiros lutam desde sexta-feira contra vários incêndios que já devastaram mais de 1.200 hectares. Vários moradores abandonaram suas casas.

O climatologista Daniel Swain, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, afirmou que o nível de mercúrio no Vale da Morte pode igualar ou até mesmo superar a temperatura do ar mais elevada já registrada de forma comprovável na Terra, ou seja 54,4°C, observada no mesmo local em 2020 e 2021, segundo vários cientistas.

- Incêndios no Canadá -

Outras regiões dos Estados Unidos também correm risco de enfrentar fenômenos meteorológicos.

"Tempestades elétricas de fortes a violentas, chuvas torrenciais e inundações são possíveis em vários locais, em particular e infelizmente na Nova Inglaterra, que já está saturada com as recentes chuvas", afirmou o NWS.

Esta região do nordeste do país - em particular o estado de Vermont - sofreu esta semana inundações "históricas e catastróficas" após chuvas torrenciais.

No Canadá, os incêndios florestais não dão trégua. O oeste do país registra centenas de focos, a maioria provocados por tempestades elétricas.

A situação não deve melhorar: "A previsão é de tempo quente e seco para os próximos meses", declarou à AFP Sarah Budd, do serviço de combate aos incêndios florestais da província canadense de Colúmbia Britânica.

"Não esperamos nenhuma trégua meteorológica", admitiu.

Mais de 10 milhões de hectares foram queimados desde o início de 2023 no país, número 11 vezes acima da média anual da última década.

O recorde anual absoluto, estabelecido em 1989, foi superado com folga e deve continuar aumentando, de acordo com as projeções oficiais.

Além disso, a fumaça dos incêndios no Canadá voltou a atingir o país vizinho. Vários estados no norte dos Estados Unidos, como Montana e Dakota do Norte, registraram níveis "nocivos" de qualidade do ar.

De acordo com os cientistas, as emissões de gases do efeito estufa estão aumentando a intensidade, a duração e a frequência das ondas de calor.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) americana destacou que "as ondas de calor estão acontecendo com mais frequência do que nunca nas principais cidades dos Estados Unidos".

"A frequência aumenta de forma constante, passando da média de duas ondas de calor por ano na década de 1960 para seis ao ano nas décadas de 2010 e 2020", afirmou a agência.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para o perigo de morte por hipertermia em áreas do Centro-Oeste e do Sudeste, além de áreas do estado do Tocantins.

O evento teve início na segunda-feira (5) e tem previsão de encerrar na sexta-feira (9). O Inmet divulgou em seu site que a temperatura nas localidades apontadas atinge 5° acima da média por período maior do que cinco dias. 

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Áreas afetadas

Aviso para as áreas: Distrito Federal, Centro Sul Mato-Grossense, Nordeste Mato-Grossense, Norte Mato-Grossense, Sudeste Mato-Grossense, Sudoeste Mato-Grossense, Centro Goiano, Leste Goiano, Sul Goiano, Norte Goiano, Noroeste Goiano, Sudeste Tocantinense, Sul Tocantinense, Oeste Tocantinense.

Os Estados Unidos sofrem uma tremenda onda de calor e o termômetro pode chegar aos 45º neste sábado, indicou o Serviço Nacional de Metereologia (NWS pela sigla em inglês).

Quase 150 milhões de pessoas se veem afetadas pela onda de calor que atinge do medio-oeste do país até a costa atlântica, sinalizou o NWS, que advertiu também que a temperatura poderia chegar aos 45º particularmente na costa oeste.

"As temperaturas perigosamente altas e a umidade poderiam afetar a saúde se não forem tomadas precauções", alertou o NWS.

É recomendado permanecer hidratado, prestar atenção nas pessoas mais frágeis como crianças, idosos e doentes, permanecer dentro de casa a maior parte do tempo possível e não deixar menores e animais dentro dos automóveis, segundo as autoridades.

A onda de calor já tirou seis vidas, quatro delas no estado de Maryland, informou o canal WJZ, afiliado a CBS.

O Canadá também emitiu avisos para o leste do país.

A cidade de Nova York abriu 500 centros refrigerados para que pessoas sem abrigo ou ar condicionado possam se refugiar do calor.

A Europa sofre neste sábado (29) com as temperaturas elevadas, no sexto dia de uma onda de calor que já provocou temperaturas recorde no continente, mortes em três países, grandes incêndios e picos de poluição.

O fenômeno, inédito para um mês de junho por sua amplitude e precocidade - os meses mais quentes no hemisfério norte são historicamente julho e agosto -, matou cinco pessoas (duas na Espanha, duas na Itália e uma na França).

O intenso calor, procedente do Saara, seguia em direção à região norte da França. Paris se preparava para o dia mais quente da semana, com máxima prevista entre 36 e 38 graus, de acordo com o Météo-France.

Recorde absoluto desde o início do registro de dados meteorológicos no século XIX, o termômetro atingiu na sexta-feira 45,9 graus no departamento de Gard, sul do país.

A temperatura chegou 44,1 graus em agosto de 2003 no mesmo departamento, ano em que a onda de calor matou 15.000 pessoas.

Neste sábado, o governo reduziu o nível de alerta de "vermelho", ativado nos quatro departamentos do sul da França, para "laranja", que afeta 80 departamentos, contra os 75 da véspera.

Quase 60 incêndios foram declarados no país, que arrasaram mais de 600 hectares e dezenas de casas.

Na Espanha, a temperatura poderia alcançar 40 graus neste sábado em Madri e no sul do país, cenário de vários incêndios.

As chamas atingiram na sexta-feira à noite a área de Almorox (centro) e devastaram 1.600 hectares, de acordo com os bombeiros. O fogo também afetou Madri e Toledo, a 60 km de distância.

Na Catalunha (nordeste), um grande incêndio foi controlado neste sábado, de acordo com o governo regional, que ainda monitora alguns focos.

"As condições continuam sendo extremas hoje e as próximas horas serão decisivas", afirma um comunicado.

Na Alemanha, Berlim registrava 29 graus no início da tarde. Em algumas regiões do país, a temperatura deve alcançar 36 graus no decorrer do dia.

De acordo com os serviços especializados, a média de temperatura de junho superou na sexta-feira em 4ºC a do período internacional de referência 1981-2010.

A Itália também vivia a onda de calor, mas com temperatura menos sufocantes: 35 C na Toscana e no Lacio (oeste) e 34 graus em Piamonte e na Lombardía (norte).

Na sexta-feira a temperatura chegou a 40ºC no Piamonte italiano. Na quinta-feira, os termômetros atingiram 38,9ºC na República Tcheca e 38ºC na Alemanha.

Ao menos 22,6 mil pessoas foram hospitalizadas no Japão com sintomas de insolação, desidratação ou problemas relacionados à forte onda de calor que atinge o país há cerca de uma semana. Trata-se do maior índice dos últimos 10 anos, desde o início das estatísticas de saúde.

Dados do governo apontam que 65 pessoas morreram por sintomas associados às altas temperaturas em 28 cidades, incluindo Hiroshima. Devido à situação, as autoridades declararam desastre natural. Nessa segunda-feira (23), na cidade de Kumagaya, a temperatura chegou a 41ºC.

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Em Tóquio, os termômetros também registraram 40ºC pela primeira vez. A agência de meteorologia do Japão alertou que o calor continuará até o início de agosto, com temperatura de mais de 35ºC.

Da Ansa

A onda de calor que atinge há uma semana o leste do Canadá provocou ao menos 54 mortes em Quebec, anunciaram nesta sexta-feira (6) autoridades locais.

Ao menos 28 óbitos relacionados à "devastadora onda de calor" foram contabilizados na zona metropolitana de Montreal, detalharam à AFP as autoridades de saúde da cidade.

As outras mortes foram registradas no sudoeste da província francófona do Canadá, detalhou o Ministério da Saúde de Quebec.

Após uma semana de altas temperaturas no leste do Canadá, espera-se que os termômetros voltem no sábado aos níveis médios da estação. "Segundo o meteorológico, espera-se voltar ao normal nas próximas horas", apontou Noémie Vanheuverzwijn, porta-voz do ministério.

"Estou de todo coração com as pessoas de Quebec que perderam um ser querido durante a onda de calor", tuitou na quarta-feira o primeiro-ministro, Justin Trudeau, e convidou os canadenses a "se protegerem e a protegerem suas famílias".

Nenhuma morte vinculada à onda de calor foi relatada até agora na província vizinha de Ontário, que também registrou altas temperaturas.

Em 2010, as altas temperaturas provocaram a morte de uma centena de pessoas na região de Montreal.

O casal suíço Pierre e Clara Schmidt, com 72 e 69 anos, decidiu que, neste fim de semana, irão para seu chalé nas montanhas dos Alpes. Algo que costumam fazer apenas no inverno. Mas, desta vez, a decisão foi a de subir a estrada para fugir de uma onda de calor sem precedentes em mais de uma década. Com a pior onda de calor em 14 anos, 11 governos europeus anunciaram um plano de emergência e apelam aos cidadãos para que adotem medidas extras de proteção. Para os cientistas, o fenômeno deve se repetir nos próximos anos com maior regularidade, afetando inclusive a estruturas de cidades, abastecimento de água e a produção agrícola.

Por enquanto, a recomendação para a população é de permanecer em locais cobertos durante os horários mais perigosos, evitar o sol, reduzir planos de caminhadas longas e se hidratar com frequência. Duas pessoas já morreram, na Polônia e na Romênia. Mas o temor dos serviços de saúde é de que ocorra o mesmo que em 2003, quando a Europa descobriu que a onda de calor tinha matado mais de 20 mil pessoas.

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Agora, as autoridades chegam a sugerir que vizinhos liguem para aqueles moradores mais idosos em seus prédios, para garantir que a mesma tragédia não se repita. A emergência já foi declarada na Itália, Suíça, Hungria, Croácia, Romênia, Sérvia, Bósnia, Espanha e França.

Algumas das mais altas temperaturas foram registradas na Itália, com 43 graus em Roma e 44 na Sardenha, com a possibilidade de chegar a 46 neste fim de semana. Em Roma, as autoridades indicaram que as internações aumentaram em 15% nesta semana. O calor ainda está levando a Itália a viver sua pior seca em 60 anos, enquanto prefeitos desligaram suas tradicionais fontes. Em locais turísticos, aparelhos de ar-condicionado não tem dado resultado e certos museus tiveram de fechar suas portas por algumas horas.

O impacto econômico também já é uma realidade. Agricultores abandonaram suas férias para começar já a colher as uvas, o que deveria ocorrer apenas em dez dias. A previsão aponta para uma queda de 50% na produção de azeitona e azeite, enquanto a produção de leite encolheu 30%. No total, 11 regiões italianas sofrem com a seca.

O mesmo impacto já é também sentido no meio rural da Bósnia, que prevê queda de produção de 10% neste ano. A safra de milho será 35% inferior à média normal na Sérvia.

Na França, o vale do Ródano chegou a registrar 41 graus, enquanto cidades como Praga, Varsóvia e Munique todas ficaram acima de 35 graus.

Em Split, na Croácia, o termômetro chegou a marcar 42,3 graus, enquanto a costa sul da Espanha prevê 43 graus para domingo, contra 42 para Ibiza.

A expectativa é de que a onda de calor dure até meados da próxima semana e já é o segundo pico neste verão. Em julho, as altas temperaturas ainda favoreceram incêndios e mesmo cortes de energia em algumas regiões. Na sexta-feira, a Europa contava um total de 75 focos de incêndio pelos países.

De acordo com os serviços de meteorologia, certas regiões estão com temperaturas de dez a quinze graus acima da média da temporada. Por enquanto, a pior onda de calor continua sendo a de 2003 e o recorde de temperatura foi atingido em Atenas em 1977, com 48 graus.

Mas o que especialistas alertam é que a Europa terá de se acostumar e se adaptar à nova realidade, porque a previsão aponta para uma frequência cada vez maior de ondas de calor por conta do impacto das mudanças climáticas.

"Nos últimos 150 anos, vimos um número relativamente limitado de eventos extremos", disse Omar Baddour, da Organização Meteorológica Mundial. "Mas, nos últimos 30 anos, estamos registrando mais e mais casos", alertou.

Até o final do século, a previsão aponta que tais ondas de calor no sul da Europa podem transformar a paisagem e a forma de turismo. Para alguns vilarejos nos Alpes suíços, a oportunidade também é a de se apresentar como novos destinos, mas para aqueles que queiram fugir do calor.

A Agência de Gerenciamento de Incêndios e Desastres do Japão informou que 32 pessoas morreram por causa de uma onda de calor durante a semana entre 3 e 9 de agosto, enquanto mais de 11 mil pediram ajuda aos serviços de emergência.

De acordo com a agência, cerca de 52% dos 11.219 pacientes levados aos hospitais de ambulância devido à onda de calor tinham 65 anos ou mais.

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Foi a segunda semana seguida em que mais de 10 mil pessoas precisaram de ajuda emergencial para combater a onda de calor no período de uma semana. Na semana anterior, entre 27 de julho e 2 de agosto, houve 11.995 pacientes atendidos por ambulâncias, o maior número desde o início desses registros, em 2008.

A temperatura no centro de Tóquio superou os 35º Celsius por oito dias seguidos entre 31 de julho e 7 de agosto, a maior sequência do tipo na história. Houve 971 pedidos de pessoas com problemas de saúde pela onda de calor apenas na capital japonesa entre 3 e 9 de agosto, em comparação com 550 na comparação com a mesma semana do ano passado. A temperatura no centro de Tóquio deve ficar entre 32 e 34º Celsius ao longo da próxima semana. Fonte: Dow Jones Newswires.

A onda de calor que atinge a maior parte dos Estados Unidos e já deixou pelo menos 46 mortos vai começar a diminuir nesta semana e as temperaturas vão se aproximar dos níveis normais, na região entre o Meio-oeste e a costa Leste.

Andrew Orrison, meteorologista do Serviço Climático Nacional, em Maryland, disse na noite de domingo (8) que uma frente fria vinda do sul e do meio do Atlântico levará tempestades e chuvas à região.

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Elas "interromperão o calor que temos registrado", disse ele, baixando as temperaturas para um nível mais normal. No sudeste e no Vale do Tennessee elas ficarão abaixo dos 30ºC, "ainda bastante quente", disse Orrison, mas não tão quente como nos últimos dias.

No Meio-oeste, as temperaturas devem ser mais baixas. O ar fio começou a soprar do sul, no domingo (8), na metade leste do país, produzindo quedas de temperatura em cidades como Filadélfia, Washington, St. Louis, Indianápolis e Louisville, no Kentucky.

Para se refrescarem, os americanos usam métodos conhecidos como ir para a piscina, ir ao cinema e andar de metrô, para aproveitar o ar-condicionado desses locais.

As informações são da Associated Press.

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