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A Casa do Carnaval, equipamento cultural da prefeitura localizado no Pátio de São Pedro, no bairro de São José, comemora em agosto 22 anos de fundação. Para marcar a data, o espaço inicia uma série de atividades a partir desta quarta (15). Entre as ações estão contação de histórias com o tema Carnaval de Rua do Recife, exibição de filmes e a institucionalização do Grupo de Estudo e Pesquisa da Casa do Carnaval.

A efetivação do grupo de estudo acontece no dia de aniversário do espaço, 22 de agosto, às 15h. A equipe foi criada em 2011 a partir de um encontro com dezenas de estudantes de diferentes áreas das ciências humanas de instituições de ensino superior do Estado para apresentar dissertações e pesquisas. Os interessados devem procurar a coordenação pedagógica do espaço para realizar sua inscrição.

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O encerrando da programação será no dia 30, às 14h, com a palestra Se esse Pátio falasse, quantas histórias haveria de contar? Com a palavra, São Pedro, ministrada por Mário Ribeiro, historiador e gerente da Casa do Carnaval, e Claudemir Gaspar, assessor técnico da Casa do Carnaval.

Serviço
Programação de aniversário do Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural
Casa do Carnaval (Pátio de São Pedro, 52, São José)
Informações: 81 3355 3302 | 3303

A cidade de Olinda sedia, a partir desta segunda (13), a V Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco. Com o tema Patrimônio Cotidiano, o evento acontece na cidade histórica em comemoração aos 30 anos do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido a Olinda pela Unesco em 1982. A Semana do Patrimônio busca dialogar com a realidade cotidiana da cidade e sua relação com o patrimônio cultural que possui.

As atividades são divididas em quatro eixos temáticos: Experimentar o Patrimônio; Interpretar o Patrimônio; Pensar o Patrimônio; e Brincar com o Patrimônio. São exposições, palestras, oficinas, apresentações culturais, mesas redondas e passeios turístico-culturais por locais que abrigam o patrimônio cultural de Olinda. A Secretária de Patrimônio e Cultura de Olinda, Márcia Souto, chama atenção para a participação das crianças na programação: "Há um envolvimento da rede municipal de ensino, são 11 escolas envolvidas diretamente na Semana do Patrimônio", afirma. Confira entrevista exclusiva com Márcia Souto para o LeiaJá.

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"Achamos muito oportuno associar a Semana de Patrimônio às comemorações do título de Patrimônio Cultural de Olinda, assim como a escolha do tema Patrimônio Cotidiano porque temos condições de vivenciar essa apropriação do patrimônio pela população", pontua a Diretora de Preservação Cultural da Fundarpe, Célia Campos. Os participantes do evento poderão desgustar produtos da gastronomia local considerados patrimônios culturais, como a tapioca e o bolo de rolo.

A Semana ainda promove uma mostra de vídeos no Cinema da Fundaj, localizado no bairro do Derby, no Recife. A orquestra do Centro de Educação Musical de Olinda - CEMO realiza um concerto, no dia 16, na Igreja do Carmo. Há ainda um seminário sobre a mobilidade urbana em sítios históricos, um dos passos para a construção de um plano de gestão da mobilidade no sítio histórico de Olinda. O encerramento da Semana do Patrimônio acontece na sexta (17), na Praça do Carmo, com uma apresentação dos patrimônios vivos Selma do Coco, Maracatu Leão Coroado e Clube de Alegoria e Crítica O Homem da Meia-noite.

Programação

Segunda (13)
17h - Solenidade de abertura e lançamento da programação da Semana do Patrimônio;
Lançamento dos livros Olinda Abrasada, de Waldênio Porto e O foral de Olinda de 1537 e o livro de tombos dos bens e aforamentos da Câmara Municipal de Olinda – 1782/1906, de Valéria Maria Agra Oliveira;
Palestra de abertura com o professor José Luiz da Mota Menezes
Palácio dos Governadores (Sede da Prefeitura de Olinda), Varadouro

Terça (14)
EXPONDO CULTURA: PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE PERNAMBUCO
Ação: mostra de vestígios arqueológicos
De 14 a 19 de agosto de 2012
Praça do Carmo
9h às 17h
 
EXPOSIÇÃO: LEITURA ACADÊMICA NO SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA. DAU/UFPE
e 14 a 17 de agosto de 2012
Mercado da Ribeira
9h às 17h
 
MOSTRA: ARQUEOLOGIA HISTÓRICA EM OLINDA: CONHECENDO E PARTICIPANDO.
De 14 a 17 de agosto de 2012
Mercado da Ribeira
9h às 17h
 
Ação Educativa para jovens e crianças de escolas públicas municipais de Olinda (promovida pelo ICEI - Instituto Cooperação Econômica Internacional)
Museu de Arte Sacra de Pernambuco - MASPE  (Rua Bispo Coutinho, 726 - Alto da Sé)

9h
- Exposição de produtos de oficinas de educação patrimonial com crianças e jovens de Olinda
- Arte popular com material reciclável (bonecos, máscaras e bois) realizados por alunos da oficina realizada pela ONG Água Viva;
- Exposição de fotografia: Patrimônio cultural, que tem isso a ver comigo;
- Mostra de camisas e desenhos produzidos no curso de grafitagem

9h30
- Oficina de Frevo para crianças e jovens com a Escola de Frevo do Clube Pitombeira dos Quatro Cantos.

11h
- Apresentação da Escola de Frevo do Clube Pitombeira dos Quatro Cantos
11h30
- Lanche com produtos da gastronomia regional

14h
- Seminário sobre Mobilidade Urbana em Sítios Históricos com a participação de Juan José Amorena, da Pression & Fuerza e Sandra Bernardes Ribeiro - Coord. de Gestão e Qualificação rbana da Coordenação Geral de Cidades Históricas - IPHAN,
Palácio dos Governadores (Sede da Prefeitura de Olina), Varadouro

14h30
- Oficina de Capoeira para crianças e jovens com o mestre Sapinho da Escola de Capoeira Art Brasil

16h
- Lanche com produtos da gastronomia regional
16h30
- Apresentação da escola de música do Grêmio Henrique Dias com jovens da comunidade de Olinda

Quarta (15)

Seminário: Patrimônio Cotidiano
Prefeitura de Olinda
Mesas:
9h às 12h
CIDADES E COTIDIANO: Dimensões teóricas e práticas (Mesa de abertura)
Palestrantes:
-André Renato Pina Moreira (Arquiteto da Secretaria de Patrimônio e Cultura de Olinda) - Prof. Dr. Tomás de Albuquerque Lapa (Prof. Titular - Deptº Arquitetura e Urbanismo – UFPE) - Profª Drª. Vera Milet (Professora do Deptº Arquitetura e Urbanismo – UFPE e fundadora do Centro de Estudos Avançados da conservação-CECI)

14h às 17h
PAISAGENS NEGADAS X PAISAGENS REVELADAS: Patrimônio, cultura e periferias
Palestrantes:
-Luiz Antônio de Oliveira (Diretor do Museu da Maré -Rio de Janeiro). -Neilton José de Carvalho (Artista visual, designer e músico. Pertence à comunidade do Alto José do Pinho, onde é sócio da ONG Alto Falante. É membro da banda Devotos). -Profª Drª. Ana Carolina Carneiro Leão do Ó. Gerente de Literatura e Editoração da Fundação de Cultura da Cidade do Recife.

Ação Educativa para jovens e crianças de escolas públicas municipais de Olinda.
9h
- Oficina de Capoeira para crianças e jovens com o mestre Sapinho da Escola de Capoeira Art Brasil
MASPE

11h
- Lanche com produtos da gastronomia regional

11h30
- Apresentação da Escolade Capoeira Art Brasil -Local: MASPE. 12h Encerramento das atividades

14h30
- Oficina de Frevo para crianças e jovens com a escola de frevo do Clube Pitombeira dos Quatro Cantos
MASPE

16h30
- Lanche com produtos da gastronomia regional.

17h
- Apresentação do grupo/escola de maracatu de crianças e jovens de Olinda conduzido pela escola Pernambucongo do grupo Maracatu Nação Pernambuco
MASPE

17h
- Encerramento das atividades
 
ROTEIROS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL PARA ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE OLINDA
 
Terça (14) e quarta (15)
MANHÃ: ROTEIRO A
- PRAÇA DO CARMO
8h - Encontro na Praça do Carmo- em frente à Biblioteca Pública de Olinda
8h30 - Visitação ao ônibus Expondo Cultura
9h20 - Museu do Mamulengo
9h35 -Mercado da Ribeira (Bonecos Gigantes)
9h45 -Museu Regional de Olinda (MUREO)
10h -Igreja do Rosário
10h15 - Sede do Clube de Alegoria e Crítica o Homem da Meia Noite
10h30 - Alto da Sé - Museu de Arte Sacra (MASPE) -exposição de produtos a partir de material reciclável
10h45 -Lanche regional
11h -Apresentação cultural
11h30 - Encerramento do roteiro na Praça do Carmo
 
TARDE: ROTEIRO A
- PRAÇA DO CARMO
14h -Encontro na Praça do Carmo - em frente à Biblioteca Pública de Olinda
14h30 -Visitação ao ônibus Expondo Cultura
15h20 -Museu do Mamulengo
15h35 - Museu Regional de Olinda (MUREO)
15h -Alto da Sé -Museu de Arte Sacra (MASPE) -exposição de materiais a partir de material reciclável
16h -Lanche regional
16h30 -Apresentação cultural
17h-Encerramento do roteiro na Praça do Carmo.
 
Quarta (15) e quinta (16)
ROTEIRO B
- PRAÇA DO CARMO
8h- Encontro na Praça do Carmo- em frente à Biblioteca Pública de Olinda
8h30 - Museu do Mamulengo
8h45 -Mercado da Ribeira
9h- Visitação ao ônibus Expondo Cultura
9h50 -Museu Regional de Olinda (MUREO)
10h - Sede do Clube de Alegoria e Crítica o Homem da Meia Noite
10h15 - Alto da Sé - Museu de Arte Sacra (MASPE) -exposição de materiais a partir de material reciclável
10h30- Lanche regional
11h- Apresentação cultural
11h30 - Encerramento do roteiro na Praça do Carmo.
 
ROTEIRO B
-PRAÇA DO CARMO
14h - Encontro na Praça do Carmo - em frente à Biblioteca Pública de Olinda
14h30 -Museu do Mamulengo
15h20 -Mercado da Ribeira 15h35 -Visitação ao ônibus Expondo Cultura
16h15 - Alto da Sé - Museu de Arte Sacra (MASPE) -exposição de materiais a partir de material reciclável
16h- Lanche regional
16h30 -Apresentação cultural
17h-Encerramento do roteiro na Praça do Carmo.
 
SEMINÁRIO: PATRIMÔNIO COTIDIANO
Mesas:
9h às 12h - EXPERIÊNCIAS PARTILHADAS: Vivência e cotidiano nas cidades-patrimônio
Palestrantes:
-Prof. Ms. Luiz Phelipe de Carvalho Castro Andrès (Coordenador do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico de São Luís – MA). -Gabriel Simões Gobbi (Secretário unicipal e Ouro Preto – MG. Engenheiro Civil e Advogado, Presidente do COMPURB - Conselho Municipal de Política Urbana de Ouro Preto). - Prof. Antenor Vieira de Mello (Departamento de Arquitetura UFPE).
 
4h às 17h - PAISAGENS VIVIDAS: Culturas e subjetividades
Palestrantes:
-Profª Drª. Lúcia Leitão Santos (Profª. Adjunta - Deptº Arquitetura e Urbanismo – UFPE). -Prof. Dr. Lourival Holanda (Profº. Adjunto -Deptº de Letras -UFPE). - Profª Drª. Eliane Maria V Semana do Patrimônio celebra Olindaasconcelos do Nascimento (Professora associada do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia).
Palácio dos Governadores (Sede da Prefeitura de Olinda), Varadouro

Quinta (16)
Mostra Gastronômica
A proposta é oferecer para os participantes do Seminário "Patrimônio Cotidiano", um cardápio sobre a culinária regional baseado nos ingredientes e pratos da tradição pernambucana
17h às 18h30
Palácio dos Governadores (Sede da Prefeitura de Olinda), Varadouro

19h
- Concerto com a Orquestra do Centro de Educação Musical de Olinda – CEMO
Igreja do Carmo

19h
- Mostra de curtas-metragens: "Patrimônio Cotidiano". Curadoria da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj)
Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Rua Henrique Dias, 609 Derby)
 
Sexta (17)

Dia Nacional do Patrimônio Histórico, instituído em 17 de agosto de 1998, em homenagem ao centenário do nascimento de Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898/1969), criador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan

ROTEIROS DE TURISMO SUSTENTÁVEL
9h -Meu Cariri Comedoria 14h -Praça do Carmo-Rede de Mulheres Produtoras de Olinda-
9h15 -Sede do Maracatu Nação
9h30 - Feirinha de artesanato Pernambucano
10h - Grêmio Musical Henrique Dias
10h30 -Atelier Julião das Máscaras 15h - Igreja do Rosário dos Homens Pretos
10h45 Igreja do Rosário dos Homens Pretos 15h30 -Sede do Homem da Meia Noite
11h - Sede do Clube de Alegoria e Crítica o Homem da Meia Noite
11h30 -Almoço -comedoria popular de Buba (custeado por cada participante)
14h15 - Café Lautréamont
14h30 - Quatro Cantos de Olinda
14h45- Julião das Máscaras
16h - Bar do Déo - especialidade da casa: Sanduíche de Lombo
 
APRESENTAÇÃO DOS PATRIMÔNIOS VIVOS DE PERNAMBUCO
Sexta (17)
15h - Selma do Côco
16h - Maracatu Leão Coroado
17h - Clube de Alegoria e Crítica O Homem da Meia Noite
21h30 - Desfile das Serenatas
Praça do Carmo

Em dezembro de 1982, a cidade de Olinda recebeu da Unesco o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Em 2012, os trinta anos do reconhecimento do valor cultural de Olinda começam a ser comemorados com a V Semana do Patrimônio de Pernambuco, que começa nesta segunda (13), com uma programação toda dedicada à Cidade Patrimônio Histórico e Cultural. Em entrevista exclusiva para o leiaJá, a Secretária de Patrimônio e Turismo de Olinda, Márcia Souto, fala sobre a relação da cidade com seu patrimônio, dos desafios da gestão pública, e adianta em primeira mão a inauguração do Teatro do Bonsucesso, localizado no mesmo bairro que abriga a sede do homem da Meia-noite.

O que significa, para a cidade de Olinda, o Título de Patrimônio Cultural da Unesco? Que impacto isso tem no dia a dia de seus moradores?

Acho que o título de Patrimônio Cultural da Humanidade tem um significado especial para a cidade de Olinda pela forma que foi conquistado. Foi uma coisa muito trabalhada pela comunidade, o que fez com ela se apropriasse deste título. A gente sente que o olindense tem todo um apego muito grande a esse título, um carinho, e o valoriza muito como algo que faz parte da vida dele. O morador tem orgulho de ser olindense e entende Olinda como uma cidade diferenciada, não é uma cidade qualquer nem é apenas um título, tem uma relação sentimental com a cidade.

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Como é gerir este patrimônio? O que há de diferente na gestão da cidade por conta do patrimônio histórico e cultural de Olinda?

Uma cidade como Olinda é difícil em vários aspectos. É uma cidade que não tem arrecadação grande, a arrecadação anual gira em torno de R$ 300 milhões. Tem uma população imensa, cerca de 377 mil habitantes e é a quinta maior densidade demográfica do país, a primeira do Estado de Pernambuco. É uma cidade muito pequena, de apenas quarenta quilômetros quadrados, sem saneamento básico ainda. Agora é que a Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) está trabalhando esta questão. Para se ter uma ideia, enquanto a arrecadação média por habitante no Brasil é R$ 1.574, em Olinda é R$ 750 de arrecadação por habitante para o município por ano. Então é uma situação muito difício para acidade, e Olinda também fica muito colada na capital, então tem uma demanda muito forte.

Mas tem um potencial muito positivo também: o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, um sítio histórico belíssimo, diferenciado pelas colinas, pelo mar, pela vegetação, que é um diferencial enorme e, principalmente,  por ser um sítio histórico ocupado por moradores. Esse é o diferencial principal na questão da preservação. A questão de ter moradores, ter uma vida no local. As dificuldades são enormes de modo geral, e especialmente quando você vai fazer a gestão da área de patrimônio Cultural.

Pensar em preservar um patrimônio deste, tão rico, tão importante para a história do nosso país, sem recursos é muito difícil. Mas, ao mesmo tempo, temos o outro lado, que é exatamente por ter essas qualidades todas, ter um povo criativo, um patrimônio imaterial, a gente consegue fazer captação de recursos bem. A gente consegue fazer com que o governo federal e o governo do Estado se sensibilizem e invistam na cidade.

O Alto da Sé, em Olinda, é o ponto turístico mais visitado de Pernambuco. Depois da requalificação, então, está um espetáculo, um sucesso, os turistas, a comunidade, os frequentadores elogiando. E não é só uma questão de requalificação da estrutura urbana, a gente procurou valorizar o que ela tem de tradição, procurou-se fazer com que tivessem espaços ali em que a vida cotidiana do olindense acontecesse. Então ali tem uma escola, tem as igrejas, o museu, o observatório, tem todo um funcionamento que independe do turismo também, tem vida própria. Isso é muito importante na preservação, é o que garante mais a preservação.  As pessoas são fundamentais, o morador especialmente.

E quais são as ações realizadas pela prefeitura para a manutenção deste patrimônio?

Nós temos algumas ações permanentes e outras focadas em alguns monumentos, alguns espaços. Existe um programa de manutenção do sítio histórico.  Nós temos a secretaria de Serviços Públicos, que recolhe lixo, tapa buraco, faz calçamento, iluminação pública, tudo isso. Só que a gente não tinha muita integração desta equipe conosco. Tapar um buraco numa via comum é uma coisa, tapar um buraco de paralelepípedo numa cidade histórica é outra.

Conseguimos avançar e hoje temos uma licitação especial só para o sítio histórico, em que nós fizemos o termo de referência junto com eles, com a colaboração do Iphan, e construímos uma situação em que a empresa que cuida disso no sítio histórico cumpre um padrão diferente do resto da cidade. Tudo isso é um processo que foi sendo construído e temos hoje uma manutenção integrada, em que uma equipe circula no sítio histórico olhando sob o aspecto da preservação e manutenção da cidade e preparam boletins que vão para as secretarias competentes. Esta é uma ação continuada que ninguém vê, mas que acontece. O recolhimento de lixo é diferente no sítio histórico, onde se recolhe duas vezes por dia e é o único lugar em que se recolhe lixo no domingo por conta do turismo. Mas a gente precisa também da colaboração da população.

Além desta ação, temos também o financiamento para a restauração de imóveis privados, feito junto com o Iphan. O proprietário tira o empréstimo para fazer a reforma na casa dele, retira o dinheiro direto no banco com a aprovação nossa e paga sem juros, apenas com a correção monetária, parcelado em até 20 anos. E este dinheiro volta para o Fundo de Preservação e a gente o aplica na cidade de novo. É um dinheiro que a gente diz que reproduz, né? (risos) Ele vai para a conta do Conselho de Preservação e é aplicado na cidade novamente.

Como funcionam o conselho e o fundo de preservação?

O sistema de preservação avançou muito. Nós temos um sistema de preservação em Olinda desde 1979, do qual fazia parte a fundação, o fundo e o conselho. No entanto, o Conselho não era paritário, estava nos moldes daquela época. O Conselho vem cumprindo seu papel ininterruptamente e com um resultado positivo, mas a gente tinha dificuldades por que ele não tinha uma participação efetiva da sociedade civil, então precisávamos reformá-lo. Reformulamos o Conselho, fazendo com que ele fosse paritário e incluímos as representações de alguns segmentos que consideramos muito importantes. Por exemplo, consideramos muito importante que a universidade, a academia, se aproxime deste debate, então trouxemoa a Universidade Federal de Pernambuco. Também achamos importante a presença da igreja católica, que afinal é detentora de grande parte deste patrimônio. Os moradores precisavam ter representantes no conselho, então a Sodeca (Sociedade de Defesa da Cidade Alta) está representada, também achamos importante trazer o CREA. Assim fomos criando, com a participação de todos, um ambiente favorável a esse debate. E ainda o Iphan, a Fundarpe, que já participavam. Também regulamentamos o Fundo, que já está em funcionamento, o que foi um grande avanço pra gente. Também fizemos a regulamentação do registro do patrimônio imaterial, que tem uma legislação própria, também regulamentamos isso. Hoje temos a legislação toda desta área formatada, em funcionamento, o que é muito importante.

Quais são as próximas ações previstas na área do patrimônio em Olinda?

Já temos em andamento, sendo licitada, a conclusão do Cine Olinda, vamos inaugurar logo o teatro do Bonsucesso. Estamos licitando a requalificação do Mercado Eufrásio Barbosa, que vai ser um centro de arte. Além disso, temos os projetos já aprovados para a captação de recursos do Cine Duarte Coelho, o embutimento da fiação, a requalificação do Largo do Amparo, o Memorial Dom Hélder Camara, que vai ser na Sé, ao lado da igreja. Estamos lançando também as primeiras Parceria Público-privadas, que vão explorar a área do Carmo para potencializar ali como polo cultural. Também será iniciado e está sendo licitado pela Compesa todo o esgotamento do sítio histórico, o que é uma ação estruturadora importantíssima, já foi assinado o convênio. Nós teremos o sítio histórico de Olinda com saneamento, o que é uma questão estrutural na preservação, porque existe um problema até de deslocamento das colinas por causa da drenagem falha. Tem muita coisa vindo por aí ainda, tem muita coisa para fazer e nunca acaba.

O patrimônio da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, voltou a ser manchete dos jornais locais. A última declaração de renda dela, apresentada na sexta-feira passada e divulgada nesta segunda-feira pela imprensa, mostra que Cristina recebeu uma herança de 31,6 milhões de pesos (US$ 6,8 milhões) e seu patrimônio total é de 39,6 milhões de pesos (US$ 8,6 milhões).

Embora ela não tenha declarado, outros 50% dos bens do marido foram distribuídos em partes iguais aos filhos Máximo e Florencia. Em maio de 2003, quando Néstor Kirchner assumiu a Presidência, o casal declarou um patrimônio de 6,8 milhões de pesos (cerca de US$ 2,5 milhões ao câmbio da época).

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No ano passado, um ano após a morte do marido, Cristina havia declarado bens no valor de 70,5 milhões de pesos, um crescimento de 27% em relação à declaração do ano anterior. A declaração presidencial esclarece que a aplicação em prazo fixo de US$ 3,2 milhões foi convertida em pesos e está depositada no banco estatal Nación, em uma poupança. O grosso do patrimônio de Cristina está em aplicado em imóveis localizados na Patagônia e em Buenos Aires.

Cenário das coroações de d. João VI, de d. Pedro I e de d. Pedro II e de todos os casamentos e batizados da Família Imperial em solo brasileiro, catedral do Rio de 1808 a 1976 e ainda casa de nossos principais compositores sacros. Restaurada em 2007, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, ou Antiga Sé, no centro da cidade, vai ganhar um órgão à altura de seu instrumento original, cujo som foi ouvido em todas essas ocasiões históricas.

Do órgão de tubos português que aparece em quadros como a Sagração de D. Pedro I, de Debret, e que foi usado pelo Padre José Maurício Nunes Garcia, compositor sacro considerado o maior de todos, só sobrou a moldura. No segundo andar do prédio está sendo construído um novinho, prometido para ser o mais moderno da América Latina.

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Vai custar R$ 1,9 milhão ao BNDES, que já bancara parte do restauro completo do templo católico em estilo rococó, a R$ 11 milhões. Desde a reabertura, em 2008, durante os festejos pelo bicentenário da chegada da Corte Real portuguesa ao Brasil, a Antiga Sé é uma das igrejas mais disputadas pelos cariocas para cerimônias de casamento.

Gigante

Pense em uma obra de engenharia. Uma equipe de cinco pessoas trabalha de segunda a sexta, oito horas por dia, para construir quatro mil tubos de madeira e metal (nos quais é produzido o som), foles revestidos de pele de carneiro e enormes caixas de madeiras nobres (cedro, mogno, freijó) para abrigar tudo isso.

O órgão, cuja estrutura, de 7 metros de altura, pesará 15 toneladas quando pronta, ficará no coro da igreja, sobre a entrada. Mas o organista poderá ser acompanhado pelos fiéis em qualquer outro ponto da nave, graças ao advento de um consolo móvel (peça onde ficam teclados e pedais). A transmissão de dados dos teclados para os tubos será eletrônica.

O trabalho começou há um ano. À frente, está o organeiro francês Daniel Birouste. Ele foi escolhido pela Associação de Amigos da Antiga Sé (Samas) por seu expertise: já construiu modelos semelhantes em igrejas e casas de espetáculos da França, Espanha, Suíça e Argentina, 23 no total, em 30 anos de profissão. Estudou cerca de 15 para ter o título de mestre organeiro, tradicional em um país que conta pelo menos dez mil órgãos de grandes dimensões.

Agora, transmite as técnicas da organologia a dois franceses e dois brasileiros, marceneiros e músicos, seus aprendizes. Em setembro, chegam mais quatro funcionários. A intenção é inaugurar em julho de 2013, coincidindo com a Jornada Mundial da Juventude no Rio, que terá a participação do papa Bento XVI.

"Não queríamos comprar o instrumento na Europa e trasladá-lo, mas transferir essa tecnologia para cá. Existem órgãos de tubos no Brasil, mas não temos a tradição de recuperá-los", explica o maestro Ricardo Tacuchian, coordenador musical da Samas.

Cupins e incêndio

O órgão de tubos não era ouvido desde os anos 1920. Foi quando se aposentou o modelo alemão que substituiu o original, este montado por um organeiro português trazido por d. João VI. Estava comido pelos cupins e prejudicado por um incêndio que lhe destruiu algumas partes.

Não houve quem desse jeito. Desde então, a música vinha de órgãos pequenos, quebra-galhos. "Estamos trazendo esse ofício de volta ao Rio. O último organeiro daqui foi (o alemão) Guilherme Berner, que morreu nos anos 50. Ele construiu órgãos para o Outeiro da Glória e o Mosteiro de São Bento", disse Birouste. Os dois órgãos citados estão em funcionamento, mas não chegam perto do que será o monumental órgão da Antiga Sé.

A acústica da igreja é considerada por especialistas perfeita para concertos. Uma programação cultural paralela à religiosa será desenhada, e não deverá contemplar só música sacra. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Igreja mais antiga de São Paulo, a Capela de São Miguel Arcanjo, em São Miguel Paulista, na zona leste, completa nesta quarta-feira 390 anos. E tem muito para comemorar: depois das obras iniciadas em 2006, a construção de 1622 foi totalmente restaurada, ganhou museu e ainda viu a redescoberta de duas pinturas murais que estavam escondidas atrás de altares havia pelo menos 250 anos.

Para entender a história do local, é preciso voltar aos primeiros anos da cidade. Em 1560, índios guaianás se desentenderam com os colonos da então Vila de São Paulo de Piratininga. Comandados por Piquerobi, irmão do conhecido cacique Tibiriçá - aliado dos padres jesuítas -, eles caminharam 20 km ao leste e criaram uma nova aldeia, batizada de Ururaí.

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Receosa de perder esses índios, a Companhia de Jesus delegou ao padre José de Anchieta a missão de reencontrá-los. Um percurso difícil à época, parte por terra, parte pelo Rio Tietê. Quando chegou ao local, o religioso tratou de renomear o povoado como São Miguel de Ururaí. Ali ergueu uma pequena capela, de bambu e sapé. Nascia o bairro de São Miguel Paulista.

A rudimentar construção religiosa deu lugar, décadas mais tarde, a uma nova igrejinha de taipa de pilão. É esta, de 1622, que vence o tempo e resiste até hoje - tombada por Iphan, Condephaat e Conpresp, respectivamente os órgãos federal, estadual e municipal de proteção ao patrimônio.

Restauro

A histórica capela passou por um longo processo de restauração, dividido em duas etapas. Na primeira fase, que durou de 2006 a 2009, a meta foi recuperar o edifício estruturalmente. "Havia problemas elétricos, hidráulicos e de infiltração de água", lembra o gestor do local, Alexandre Galvão. Foram investidos R$ 3 milhões, bancados pela iniciativa privada.

Paralelamente a esse trabalho, uma equipe de arqueólogos e historiadores se debruçou sobre fatos, documentos e registros para que, pela primeira vez, a história da capela fosse recuperada de forma oficial. "No Vaticano, descobrimos cartas de Anchieta a outros jesuítas que nos ajudaram a entender como o povoado nasceu e como a primeira igrejinha foi feita", conta Galvão. A carta mais antiga encontrada foi escrita em 12 de outubro de 1561.

Todo esse material fez com que os administradores do templo vislumbrassem a instalação de um museu. Nascia então a segunda fase do projeto, orçada em R$ 2,8 milhões e iniciada em 2009. "Passamos a recuperar as imagens esculturais", diz Galvão. "Quando restaurávamos os altares, descobrimos, escondidas atrás de dois deles, pinturas murais que estavam ocultas e ao mesmo tempo protegidas", relata o restaurador Julio Moraes. "Foi uma importante surpresa."

Essas pinturas estão sendo cuidadosamente restauradas. "O trabalho deve ser concluído em novembro", estima Moraes. Acredita-se que esses murais tenham sido pintados no século 17. E estavam cobertos pelos altares desde cerca de 1760.

Quem quiser conferir essas obras, entretanto, precisa se apressar. Concluído o processo de restauro, elas deverão ser novamente "escondidas" pelos altares, por determinação dos órgãos de proteção do patrimônio. Mas haverá reprodução fotográfica delas no museu, que está aberto desde 2010 e atrai cerca de 400 pessoas por mês. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O dedo de bronze da estátua Condor, na Praça Ramos de Azevedo, no centro da capital, dado como desaparecido pela Prefeitura no ano passado, foi devolvido ontem à Secretaria de Cultura de São Paulo. A peça estava com o vendedor Wellintgton Bezerra Júnior, que mora em Taubaté, no interior.

Em vídeo postado por ele no YouTube, Bezerra disse que encontrou o dedo sobre a cabeça de outra obra, durante um passeio com a namorada na mesma praça, em 2010.

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"Não fui eu quem tirei, só guardei. Estava lá, eu resolvi pegar, colocar na minha mochila e garantir a segurança desse patrimônio cultural." O vendedor disse que pensava até em voltar ao local para colar o dedo.

Reza a lenda que a escultura traz sorte aos que tocam um dos dedos da mão esquerda. Por causa disso, o desgaste do material nessa área é bem mais acentuado do que no resto da obra. "Eu não posso pegar a sorte de todos os paulistanos para mim", disse Bezerra.

A estátua, de 1922, é uma criação do arquiteto italiano Luiz Brizzolara e faz parte de uma série em homenagem à música, à poesia e a alguns personagens das óperas mais famosas do compositor e maestro Carlos Gomes. Essa escultura representa o personagem principal da ópera Condor. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre, localizado em Tupã, estado de São Paulo, irá sediar, a partir desta terça-feira (1°), a primeira edição do Encontro Paulista de Questões Indígenas e Museus e o III Seminário Museus, Identidades e Patrimônio Cultural. 

Os eventos, que seguem até o dia 3 de maio, irão reunir profissionais e pesquisadores para discutir museologia nacional e internacional, em especial nas áreas de etnologia, antropologia e arqueologia. O encontro terá ainda paineis, palestras e conferências com os temas “As Questões Indígenas e os Museus”, “Coleções Etnográficas em Museus de São Paulo” e “Ampliação do Conceito e Processos de Patrimonialização”. 

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Ao todo, serão disponibilizadas, para participar do encontro, 110 vagas, sendo 30 para docentes e alunos de universidades, 30 vagas para profissionais de museus e 50 para professores da rede pública de ensino, 20 das quais para professores da escola de educação indígena das TIs Vanuíre e Icatu. As inscrições podem ser feitas através do site do museu. 

Dentre os convidados estão os palestrantes internacionais Cynthia Vidaurri, do Museu Nacional do Índio Americano/Smithsonian Institute, em Washington D.C. (EUA); María Marta Reca, do Museu de Ciências Naturais/Universidade de La Plata (Argentina); e Démian Ortiz (México). 

Veja abaixo a programa completa do seminário:

Dia 1° de maio (Hoje)

Horário: às 9h - Credenciamento

Horário: às10h - Abertura dos trabalhos

 

Horário:  das 10h30 às 12h30

Conferência magistral: “As Questões Indígenas e os Museus” 

José Bessa Freire (PPGMS – Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UniRio)

 

Horário: das 14h30 às 15h30

Apresentação: “Coleções Etnográficas em Museus de São Paulo” 

Renata Vieira da Motta (Sistema Estadual de Museus da Secretaria de Estado da Cultura)

 

Horário: das 16h às 18h

Palestra Patrimônio: “Ampliação do Conceito e Processos de Patrimonialização”

Com Regina Abreu (PPGMS – Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UniRio), Maria Cristina Oliveira Bruno (MAE/USP), representantes Kaingang e Krenak da TI Vanuíre, representantes Kaingang e Terena da TI Icatu

 

Dia 2 de maio (terça-feira)

MESA-REDONDA

Horário: das 9h às 11h30

Museus e suas Problemáticas

Participação de Nei Clara de Lima (Museu Antropológico da UFGO) e Márcia Rosato (Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR).

 

Horário: das 11h30 às12h30

Memórias Kaingang

Josué Carvalho (Observatório de Educação Escolar Indígena, UFMG)

 

Horário: das 14h30 às 17h30

Curadoria: coleções etnográficas

Convidados Ione Helena Pereira Couto (Museu do Índio, FUNA I), Fátima Nascimento (Museu Nacional, UFRJ) e Laura Pérez Gil (Museu de Arqueologia e Etnologia, UFPR).

 

Dia 3 de maio (Quinta-feira)

Horário: das 9h às 12h

Curadoria: exposição, educação e público

Convidados Maria Marta Reca (Museu de Ciências Naturais, Universidad de La Plata, Argentina), Cynthia Vidaurri (National Museum of the American Indian – NMAI, Smithsonian Institution, Washington, DC, EUA) e Camilo de Mello Vasconcellos (MAE/USP).

 

Horário: das 14h às 17h

Ações cooperativas 

Demián Ortiz, do México, Louise Alfonso e Márcia Lika Hattori (Museu Histórico e Arqueológico de Lins e MAE/USP), Fabíola Andréa Silva (MAE/USP)

Memória dos 100 anos da “Pacificação” dos Kaingang no Oeste de São Paulo

 

Horário: das 17h30 às 19h30

Lançamento do Centro de Referência Kaingang

Com a presença de Marília Xavier Cury (MAE/USP), Niminon Suzel Pinheiro (Centro Universitário de Rio Preto – Unirp), Juracilda Veiga (Núcleo de Estudos de População – Nepo, Universidade Estadual de Campinas – Unicamp), Robson Antonio Rodrigues (Fundação Araporã), Valdenice Cardoso Soares Vaiti (diretora da Escola de Educação Indígena da TI Vanuíre) e Adriano Campos (diretor da Escola de Educação Indígena Maria Rosa da TI Icatu)

 

Horário: às 19h30 - Encerramento

Apoio Financeiro

FAPESP e CAPES

Quatro meses depois das eleições de 2010, o patrimônio do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) praticamente quadruplicou. O parlamentar comprou do seu suplente, o empresário Wilder Morais, um apartamento em um dos prédios mais luxuosos de Goiânia (GO), no valor de R$ 1,2 milhão. A transação imobiliária ocorreu três meses após a Construtora Orca, de propriedade de Wilder, comprar o imóvel de outra empresa goiana.

Em 2010, quando se reelegeu senador, Demóstenes declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 374 mil. Na relação de bens apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não havia nenhum imóvel. O parlamentar listou um carro de R$ 102,4 mil e R$ 63,3 mil em contas bancárias. Informou ainda ter duas aplicações financeiras que não chegavam a R$ 10 mil.

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Os valores apresentam uma pequena redução quando comparados aos que o parlamentar declarou ter em 2006, quando ele concorreu ao governo de Goiás. Naquela época, Demóstenes informou que morava em uma casa no Jardim América, bairro classe média de Goiânia, com a ex-mulher, Leda Torres. O valor estimado do imóvel era de R$ 70 mil e, a área de lazer vizinha ao sobrado, R$ 65 mil. A certidão do Cartório de Registro de Imóveis de Goiânia mostra que o senador pagou R$ 400 mil à vista pelo apartamento de luxo. O restante teria sido financiado pelo Banco do Brasil. No entanto, o contrato de compra e venda não foi registrado.

Ocupando todo o 15º andar do Edifício Parque Imperial, o apartamento tem 701 metros quadrados, com living, sacadas, biblioteca, sala de jantar, lavabo, sala de estar, saleta, quatro áreas de serviços, dois quartos de empregada, suítes com closet, rouparia, louceiro, copa, cozinha e depósito. O imóvel fica no Setor Oeste, um dos mais nobres de Goiânia.

Corretores imobiliários ouvidos pelo Estado afirmaram que o apartamento estaria estimado em R$ 2 milhões. O Parque Imperial seria o antecessor do Edifício Excalibur no mercado de prédios de luxo na capital goiana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quando andamos pelo Recife, que possui um dos maiores e mais variados acervos arquitetônicos com valor histórico-cultural do Brasil, o que vimos é uma cidade em crescimento contínuo, muitas obras, prédios em construção, alargamento de vias, enfim, muitas mudanças. Mas, ao mesmo tempo, vemos inúmeras construções e lugares que fazem parte da história da cidade sem nenhum tipo de manutenção, abandonados e prejudicando o visual da cidade.

Durante anos o Recife Antigo, onde há uma das principais concentrações de prédios históricos da cidade, ficou abandonado, com os casarões se tornando ruínas. Mais recentemente, esses prédios vem sendo “adotados” por instituições que estão promovendo as reformas e transformando esses locais em centros culturais. O edifício Chanteclair, por exemplo, foi um dos restaurados. Construído nos anos 20 do século passado, foi tombado há cerca de 14 anos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas isso não impediu que ele quase desabasse.

Infelizmente esse tipo de iniciativa não aconteceu em todo o bairro. Várias ruas continuam abandonadas, entregues aos usuários de drogas e a falta de segurança - fatores estes que afastam cada vez mais os turistas.

O que acontece no Recife Antigo não é um fato isolado. Na Rua da Aurora, famosa pelos casarões em toda sua extensão, muitas residências que antes serviam de moradia para os nobres que habitavam o Recife agora estão entregues ao abandono. E o caso se repete na extensão do Cais de Santa Rita, Cais José Estelita e até com o Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, mais conhecido como Geraldão, que durante anos recebeu importantes campeonatos esportivos, como a Liga Mundial de Volei.

O progresso e desenvolvimento do Recife não devem se aplicar apenas a economia, e este crescimento econômico não implica no esquecimento da história do povo. Esta deve ser preservada. Recife tem em torno de 33 Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico, além de um conjunto de 154 imóveis especiais de preservação que podem ser integrados a novas construções.

Uma dessas zonas especiais de preservação fica nos bairros de Santo Antônio e de São José e foi criada em 1934 pelo arquiteto Nestor de Figueiredo, a Avenida Guararapes. Esquecida durante muito tempo, a avenida que já foi cartão postal do Recife entre as décadas de 40 e 70 começou a ter sua história resgatada através da restauração de vários prédios, que vem sendo realizada pelo Grupo Ser Educacional.

Prédios como o Trianon, Art Palácio, e o edifício onde funcionou o antigo Bar Savoy, além do Sertã, serão totalmente restaurados e irão abrigar novas unidades educacionais do Grupo e um centro cultural também deverá ser construído no Savoy, tudo prezando pela arquitetura e estruturas originais dos prédios. Mas, todo esse esforço não será suficiente se os órgãos públicos também não fizerem a sua parte, combatendo a venda de drogas e organizando o comércio local.

É possível aproveitar espaços históricos, hoje abandonados, de forma correta e viável. Da mesma forma que as praças públicas vem sendo adotadas por empresas e se tornado espaços de convivência da população, os grandes empresários podem elaborar projetos de restauração e revitalização das áreas que contém imóveis históricos, aliando modernidade com a tradição de outrora. Preservar as áreas históricas da cidade é também preservar a história do povo.

Símbolo bucólico de um bairro e cartão-postal do Rio de Janeiro, o bonde de Santa Teresa foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). A portaria, publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial, determina ainda a preservação de um dos carros. A medida não impede, no entanto, a modernização da linha, que vem sendo tocada pelo governo do Estado, desde agosto do ano passado, quando grave acidente deixou seis mortos e suspendeu o tráfego de bondes.

"Estamos defendendo esse tipo de transporte, que é bem significativo para a cidade do Rio de Janeiro. É um dos únicos sistemas que perdurou no nosso País. Na verdade, o instituto quer preservar o sistema de transportes e não os elementos físicos, que a gente entende que precisam ser modernizados", afirma a superintendente do Iphan no Rio, Cristina Lodi. O tombamento é provisório e ainda precisa ser ratificado pelo Conselho Consultivo do Iphan, o que ainda não tem data para ocorrer.

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A portaria do instituto preserva o traçado da linha do bonde, um percurso de cerca de 7,5 quilômetros que começa na estação do Largo da Carioca, atravessa os Arcos da Lapa (bem já tombado pelo Iphan), segue até o Largo dos Guimarães, onde se bifurca em direção ao Largo das Neves e em direção ao ponto denominado Dois Irmãos. E prolonga-se até o Silvestre. Protege ainda as estações de parada remanescentes, como a do Curvelo e a do Largo dos Guimarães.

O carro número 2 foi escolhido pelo Iphan para ser o símbolo dos bondinhos antigos, mas não quer dizer que esse bonde entrará em linha depois da modernização. O veículo pode ficar em um museu, por exemplo, mas a forma como ele será preservado ainda não foi definida.

"É claro que tem todo um diálogo com órgãos de patrimônio para que a gente tenha um sistema e não se distancie dos valores históricos, das próprias linguagens do bonde. Mas a gente não pode parar no tempo, ou permitir que se repita o que ocorreu - desastres e um sistema que já estava obsoleto, inoperante", afirma Cristina Lodi.

O governo do Estado concluiu em fevereiro o estudo de recuperação da linha. Previsto para custar R$ 110 milhões, o projeto prevê 14 bondes, trilhos novos, trajeto 30% maior - chegará a 10,5 km de extensão - e possibilidade da interligação com o Trenzinho do Corcovado.

A licitação foi suspensa judicialmente, a pedido da Associação de Moradores de Santa Teresa (Amast). Os moradores alegam que o novo projeto não respeita as características dos antigos bondes. A Secretaria de Transportes informa que, por segurança, foi preciso fechar as laterais do bonde, para evitar que as pessoas embarcassem e desembarcassem dos dois lados, o que colocava em risco a vida dos passageiros. A Procuradoria Geral do Estado está recorrendo da decisão.

Uma imagem de gesso de Nossa Senhora dos Prazeres encontrada na semana passada com um colecionador de São Paulo escondia parte de uma relíquia. O busto da santa e a imagem do Menino Jesus em seus braços podem ser partes de uma escultura feita há 370 anos pelo frei Agostinho de Jesus, um dos precursores da arte sacra colonial no Brasil.

De acordo com o pesquisador de arte barroca Marcelo Galvão Coimbra, além da semelhança no estilo, as partes originais são de terracota (barro cozido), matéria prima igual à usada pelo artista. "Provavelmente a imagem original foi quebrada e alguém a refez em gesso, um material barato, séculos depois", acredita o pesquisador.

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Coimbra procurava elementos decorativos para uma exposição de arte barroca quando se deparou com a imagem. "Embora o conjunto todo aparentasse ser de gesso, os traços do rosto chamavam a atenção", contou. Quando começou a retirar as camadas de tinta sobrepostas, percebeu que uma parte era de terracota. Os traços característicos de Frei Agostinho foram identificados com a ajuda de outros pesquisadores. "O estilo é idêntico à de outras imagens do artista", disse Coimbra. Ele acredita que a imagem foi esculpida por volta de 1640, auge da produção do escultor, falecido em 1661.

O pesquisador retirou as partes originais da escultura de gesso e as encaixou numa moldura de acrílico. A peça fará parte da exposição Relíquias Sacras da Arte Barroca Brasileira que vai mostrar 120 esculturas dos séculos 16 a 19, no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército, em São Paulo, a partir de 14 de abril.

Frei Agostinho de Jesus foi um dos primeiros escultores sacros a trabalhar no Brasil. A maior parte de suas obras foi criada para congregações beneditinas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Nascido no Rio, ele viveu em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. Sua obra mais famosa é a imagem de Nossa Senhora da Conceição, em terracota, encontrada no Rio Paraíba do Sul, em 1717, dando origem à devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil.

O patrimônio deixado por Chico Xavier está se deteriorando com a romaria de seguidores que vai à casa do médium em Uberaba (MG), ainda hoje, quase dez anos após sua morte. Foi o que constatou o Ministério Público Federal (MPF), que entrou com ação na Justiça para que a União, o Estado de Minas Gerais e o município de Uberaba sejam obrigados a fazer o inventário e tombamento dos bens móveis e imóveis deixados pelo médium.

Na ação, a procuradora da República Raquel Silvestre afirma que, apesar de reconhecerem o valor cultural e histórico do patrimônio, "os réus nada fizeram para conservá-los" e permaneceram "omissos e inertes". Atualmente, os bens de Chico Xavier estão expostos na casa onde o médium morou durante boa parte da vida e que foi transformada em museu pelo seu filho adotivo, Eurípedes Higino dos Reis, que batizou o local como "Casa de Memórias e Lembranças".

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No local, incluído pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) no Cadastro Nacional de Museus (CNM), estão livros, esculturas, imagens sacras, mobiliário, fotografias, roupas, documentos e diversos outros bens. Mas, segundo a procuradora, não foi feita a catalogação dos itens, que estão sem identificação, proteção e expostos sem qualquer projeto museográfico ou de ambientação. "Chega a ser absurdo o fato de que todos os bens deixados pelo médium estejam completamente desprotegidos", avaliou Raquel Silvestre.

De acordo com o MPF, no estado em que se encontram, os bens de Chico Xavier correm risco de "se extraviar e deteriorar". "Fica evidente que esses bens de inestimável valor histórico e cultural não estão recebendo as medidas protetivas necessárias à sua conservação. Afinal, não se sabe ao certo nem o que de fato existe", declarou a procuradora, segundo a qual até mesmo os imóveis estão sendo descaracterizados.

O coordenador de Patrimônio Museológico do Ibram, Cícero Almeida, confirmou que não há nenhum tipo de catalogação no patrimônio deixado por Chico Xavier e que é necessário algum tipo de medida para proteção dos bens. No entanto, ele é favorável a uma "análise e seleção criteriosas" do patrimônio antes do tombamento. "Há coisas mais importantes e outras menos. Com a medida, o Estado terá responsabilidade sobre coisa que não tem tanta importância, porque essas medidas geram impacto para o Estado e para o particular. Lá também é uma casa", ressaltou.

Para Raquel Silvestre, porém, é necessário o tombamento para que seja criada a obrigação de conservação e preservação de características originais do patrimônio. Ela lembra ainda que a medida administrativa não significa ingerência sobre os bens por parte do poder público. "O atual proprietário dos bens deixados por Chico Xavier não tem com que se preocupar. O tombamento nada mais fará do que auxiliá-lo no controle e conservação dos bens, podendo trazer orientações técnicas e procedimentos adequados. Ele não perderá a propriedade de nenhum bem", disse. A reportagem não conseguiu contato com Eurípedes dos Reis.

A viúva do ex-campeão de boxe, Arturo Gatti, encontrado morto em um hotel em julho de 2009, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, ganhou na justiça o direito de herdar o patrimônio milionário do boxeador, avaliado em US$ 3,4 milhões.

A Corte Superior de Justiça do município Quebec, no Canadá, concedeu causa ganha a Amanda Rodrigues, então esposa de Arturo, que brigava na justiça pelo direito ao bem com a família do lutador. Foi considerado pela justiça do país um testamento assinado pelo esportista, cerca de um mês antes de morrer, deixando os bens para sua esposa e para o filho do casal.

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Arturo Gatti foi encontrado morto em um hotel, na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, em julho de 2009. De acordo com a polícia pernambucana, o boxeador se suicidou utilizando a alça de uma bolsa para se enforcar, porém, parentes da vítima acusavam Amanda Rodrigues de esquematizar a morte do marido para ficar com a herança do boxeador.

A base das acusações teria partido depois que uma investigação paralela contratada pela família de Arturo constatou que ele tinha sido assassinado. O documento se encontra incorporado ao inquérito conduzido pela polícia do Estado, mas o Ministério Público ainda não manifestou nenhuma posição sobre o caso.

Amanda Rodrigues concedeu uma entrevista a CBC News, imprensa canadense, e se mostrou feliz com a decisão da justiça, porém não estava comemorando. Segundo a moça, ela estava contente por que a juíza havia considerado sua versão da história, comprovada pelo inquérito policial.

 

A esperança de que o Cine Belas Artes continuasse existindo no edifício da esquina da Rua da Consolação com a Avenida Paulista acabou. O cinema não será tombado, como pretendiam seus defensores, o que significa dizer que o proprietário poderá realizar as alterações que quiser no prédio e imediatamente alugar o imóvel para que ali seja construída uma loja, provavelmente.

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) entendeu que o Cine Belas Artes, como bem imaterial, pode ser tema de um registro de memória, e não ser tombado. Em outras palavras, pode ganhar o registro em um livro, uma placa no local e um reconhecimento que incentive políticas públicas.

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"Podemos chegar à conclusão, por exemplo, que o cinema de arte impactou gerações, que criou uma riqueza grande para a cidade e deve ser incentivada como prática", afirma a presidente do Condephaat, Fernanda Bandeira de Mello. Ela afirma que o tombamento não garantiria a permanência do cinema e não há valor histórico em termos de arquitetura no prédio, que foi inaugurado em 1943 e desde 1967 abrigava o Belas Artes.

O tombamento era analisado pelo Condephaat desde 3 de outubro, após pressão do grupo interessado na permanência do Belas Artes. O processo também passou pelo órgão municipal de patrimônio, o Conpresp, que informou que não pode tombar o uso do imóvel.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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