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O novo primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, decidiu nesta quarta-feira (26) adiar para meados de novembro a apresentação do plano orçamentário que deve tranquilizar os mercados, após a convulsão causada pelas polêmicas medidas econômicas de sua antecessora.

Sunak, um ex-banqueiro bilionário de 42 anos, neto de imigrantes indianos, foi nomeado chefe de governo na terça-feira para substituir a conservadora Liz Truss.

Truss, empossada em 6 de setembro para substituir o polêmico Boris Johnson, foi forçada a renunciar na semana passada, sob pressão dos mercados e de seu próprio partido, devido ao caos financeiro que causou com suas polêmicas políticas de cortes de impostos e ajudas públicas sem financiamento em tempos de inflação muito alta.

Na tentativa de acalmar as preocupações dos mercados, seu ministro das Finanças, o ultraliberal Kwasi Kwarteng, concordou em adiantar para 31 de outubro a apresentação de um plano orçamentário inicialmente previsto para 25 de novembro.

No entanto, Kwarteng acabou sendo demitido e substituído há duas semanas pelo mais moderado Jeremy Hunt.

No primeiro discurso após sua nomeação na terça-feira, Sunak, defensor da ortodoxia orçamentária, prometeu "corrigir os erros" de Truss e devolver "a estabilidade e a confiança econômicas".

Mas, para isso, "decisões difíceis terão que ser tomadas", alertou, levantando temores de políticas drásticas de austeridade, com cortes orçamentários iminentes e aumentos de impostos.

A sua simples nomeação e a de Hunt ajudaram a acalmar a volatilidade nos mercados financeiros, o que levou o novo Executivo a defender, nesta quarta-feira, que já não é tão urgente apresentar o seu orçamento e que prefere dar mais tempo para sua elaboração.

- "Proteger os mais vulneráveis" -

O chefe de governo e seu titular das Finanças "definiram a data de 17 de novembro" para apresentar suas medidas econômicas, informou nesta quarta o governo, pouco antes de Sunak comparecer ao Parlamento em sua primeira sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro.

O novo líder conservador experimenta ali seu batismo de fogo diante de uma oposição trabalhista, favorita nas pesquisas, que pede a convocação de eleições legislativas antecipadas após a segunda nomeação em dois meses de um chefe de governo sem eleições.

O Partido Conservador obteve com Boris Johnson uma esmagadora maioria legislativa em 2019, a maior da direita britânica em 40 anos. Mas, desde então, o país mudou seu primeiro-ministro duas vezes.

A primeira troca com Truss, por meio de uma votação na qual participaram apenas cerca de 170 mil membros do partido. A segunda, com Sunak, graças ao apoio de cerca de 200 dos 357 deputados conservadores.

Neste contexto, 62% dos eleitores britânicos, num país de 67 milhões de habitantes, querem que as eleições legislativas sejam antecipadas antes do final do ano, em vez de esperar pelo início de 2025, segundo uma pesquisa da Ipsos.

O bilionário Sunak "não está do mesmo lado dos trabalhadores", lançou o líder da oposição trabalhista Keir Starmer na Câmara dos Comuns, perguntando ao novo primeiro-ministro "por que você não testa e deixa que os trabalhadores tenham a palavra convocando eleições gerais?"

O líder conservador se esquivou da pergunta, assim como uma sobre os nacionalistas escoceses, sobre se as ajudas sociais aumentarão em seu próximo orçamento no mesmo nível da inflação, que já está acima de 10%.

"Sempre agi de forma a proteger os mais vulneráveis", limitou-se a responder o ex-ministro das Finanças, que distribuiu generosas ajudas durante a pandemia, desencadeando uma dívida pública que agora precisa de ser reembolsada.

Insistiu na necessidade de controlar a inflação, "o inimigo que deixa todo mundo mais pobre", e garantiu que tomará as "necessárias decisões difíceis de forma justa e compassiva".

O conservador Rishi Sunak foi nomeado, nesta terça-feira (25), primeiro-ministro do Reino Unido, o terceiro este ano, após Boris Johnson e a efêmera Liz Truss, com a promessa de "corrigir" os "erros" que agravaram a crise econômica, ao mesmo tempo que alertou para a necessidade de "decisões difíceis".

O bilionário, ex-executivo do setor bancário, de 42 anos, neto de imigrantes indianos, chega ao poder em um momento muito complexo.

Ele terá que administrar uma crise econômica e social agravada pelos planos ultraliberais de Truss em um momento de inflação elevada, a divisão do Partido Conservador que não para de aumentar desde o referendo do Brexit em 2016 e a necessidade de convencer o país de sua legitimidade como chefe de Governo.

"Alguns erros foram cometidos", declarou em seu primeiro discurso, pronunciado diante da célebre porta do número 10 de Downing Street.

"Fui escolhido como líder de meu partido e primeiro-ministro de vocês, em parte para solucioná-los, e este trabalho começa imediatamente", completou.

Sunak prometeu colocar "a estabilidade e a confiança econômicas no centro do programa de governo", mas advertiu que para isto "será necessário tomar decisões difíceis".

- "O bem do país" -

Sunak foi designado na segunda-feira o novo líder do governante Partido Conservador.

Nesta terça, durante uma audiência no Palácio de Buckingham, o rei Charles III, que assumiu o trono após a morte de Elizabeth II em 8 de setembro, o convidou a formar o governo na qualidade de líder da maioria parlamentar.

Ele se tornou assim o primeiro chefe de Governo britânico procedente de uma minoria étnica e o mais jovem em mais de 200 anos.

Charles III recebeu, alguns minutos antes, o pedido de renúncia oficial de Liz Truss, de 47 anos, que renunciou ao cargo de primeira-ministra na quinta-feira passada, sob intensa pressão dos mercados e de seu partido devido ao caos financeiro provocado por suas polêmicas políticas fiscais em apenas sete semanas no poder.

"Desejo a Rishi Sunak todo o sucesso pelo bem de nosso país", declarou em um breve discurso de despedida.

O novo chefe de Governo deve anunciar nas próximas horas a composição de seu gabinete. O titular da pasta das Finanças, Jeremy Hunt, nomeado por Truss há 11 dias, tem chances de permanecer no cargo.

- Múltiplos desafios -

Na política internacional, Sunak prometeu seguir apoiando a Ucrânia contra a invasão russa, uma "guerra terrível que deve ser realizada com êxito até sua conclusão".

Londres se comprometeu a ajudar Kiev com até 2,3 bilhões de libras (2,6 bilhões de dólares), um auxílio que fica atrás apenas dos Estados Unidos.

A Rússia "não tem nenhuma esperança" de melhorar as relações com o Reino Unido em um governo Sunak, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O novo primeiro-ministro também deverá decidir se, em uma tentativa de unificar o Partido Conservador profundamente dividido, nomeará para seu gabinete algum deputado que não o apoiou na disputa, como a atual ministra das Relações com o Parlamento Penny Mordaunt.

Além da crise econômica, que pode deixar o Reino Unido paralisado por várias greves no inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), e das disputas internas entre os conservadores, Sunak precisa superar o desafio de estabelecer sua legitimidade diante de uma opinião pública que não votou nele.

O Partido Conservador conquistou com Boris Johnson uma maioria esmagadora nas eleições legislativas de 2019, a maior da direita britânica em 40 anos.

Mas desde então, o país mudou duas vezes de primeiro-ministro. A primeira vez com Truss, após uma votação com a participação de apenas 170.000 filiados do partido. A segunda com Sunak, graças ao apoio de pouco menos de 200 dos 357 deputados conservadores.

Uma pesquisa do instituto Ipsos mostra que 62% dos eleitores britânicos, em um país de 67 milhões de habitantes, desejam a convocação de eleições gerais antecipadas.

As próximas legislativas estão previstas para janeiro de 2025, no mais tardar e, embora o Partido Trabalhista registre grande vantagem nas pesquisas de intenção de voto, a formação opositora não pode forçar uma antecipação do pleito.

Para obter a mudança de data, dezenas de deputados conservadores teriam que votar com a oposição, o que parece muito improvável diante de sua anunciada derrota nas urnas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou nesta segunda-feira (21) o reconhecimento da independência das regiões separatistas da Ucrânia pela Rússia como "uma violação flagrante da soberania" do país e anunciou "sanções significativas" contra Moscou.

"É claramente contrário ao direito internacional. É uma violação flagrante da soberania e da integridade da Ucrânia, é o repúdio dos acordos de Minsk", declarou Boris Johnson durante coletiva de imprensa, considerando ser um "mal presságio" para a situação na Ucrânia.

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Johnson vê "indícios de que as coisas evoluem em uma direção ruim na Ucrânia" e afirmou que vai conversar à noite com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

A chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, disse por sua vez que o Reino Unido ativaria novas sanções contra Moscou na terça-feira, "em resposta à sua violação do direito internacional e ataque à soberania e à integridade territorial da Ucrânia".

Pouco depois, um comunicado do gabinete de Johnson anunciou que ele introduziria nesta terça-feira novas sanções "significativas" contra a Rússia.

"O primeiro-ministro presidirá uma reunião (de crise) COBRA às 06h30 (GMT) na terça-feira de manhã para discutir os últimos acontecimentos na Ucrânia e coordenar a resposta do Reino Unido, incluindo um grande pacote de sanções a ser apresentado imediatamente", indicou um comunicado de Downing Street.

COBRA refere-se ao comitê de emergência britânico.

A Rússia concentrou há duas semanas dezenas de milhares de soldados nas fronteiras da Ucrânia que, segundo os países ocidentais, estão prontos para invadir o país vizinho.

O reconhecimento da independência dos dois territórios separatistas no leste da Ucrânia abre a via para uma mobilização militar russa segundo sua vontade.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson dará novas explicações nesta quarta-feira (19) perante os deputados, enfraquecido pela oposição da ala mais jovem do seu partido, que não esconde a sua desilusão com o escândalo das festas do governo durante o confinamento.

Apesar dos anúncios, com sabor populista, previstos para recuperar o apoio perdido e o provável anúncio de um relaxamento das restrições anticovid, o líder conservador está na corda bamba.

A imprensa britânica informou nesta quarta que cerca de vinte jovens parlamentares conservadores se reuniram na terça para discutir um possível voto de confiança contra Boris Johnson.

Esses políticos acham que têm votos suficientes para tirá-lo do cargo. "O clima está ficando azedo", segundo o Guardian. "Os deputados rebeldes planejam derrubar Boris Johnson", disse o Telegraph, geralmente pró-governo.

Johnson, de 57 anos e no poder desde 2019, está no olho do furacão após as revelações das festas organizadas em Downing Street quando o Reino Unido vivia um confinamento estrito.

As suas desculpas perante o Parlamento, onde reconheceu ter estado presente numa das festas em maio de 2020 afirmando que pensava tratar-se de uma reunião de trabalho, não acalmou as coisas e o primeiro-ministro prepara-se para mais um dia difícil.

Segundo a imprensa britânica, Johnson prevê uma série de medidas populistas. Por exemplo, seu governo disse que usará o exército para bloquear a chegada de imigrantes no Canal da Mancha e poderia abolir um imposto audiovisual que financia a BBC, duas questões delicadas para seu eleitorado.

O primeiro-ministro também deve anunciar um relaxamento das restrições sanitárias após o pico da onda de infecções pela variante ômicron ter sido superado.

Para tirar Johnson da presidência do Partido Conservador e, consequentemente, de Downing Street, pelo menos 54 parlamentares conservadores precisam enviar uma carta ao chamado "comitê de 1922" pedindo um voto de confiança.

Por enquanto, sete deputados admitiram que já o fizeram. Segundo a imprensa seriam cerca de 30, mas a imprensa britânica questiona-se se conseguirão chegar a 54.

"Acho que sim, mas é difícil dizer", disse um dos parlamentares à BBC. Outro comentou ao Telegraph que "chegou a hora" do primeiro-ministro.

Mas o Financial Times estima que há muita indecisão e que alguns deputados querem esperar as conclusões de Sue Gray, uma funcionária que deve entregar um relatório sobre as festas.

Gray vai interrogar, por exemplo, o ex-assessor de Johnson, Dominic Cummings, que se tornou seu inimigo político e que o acusa de mentir.

Além das festas durante o confinamento, o primeiro-ministro também é alvo de acusações de favoritismo e enfrenta uma grave crise no poder de compra dos cidadãos. A inflação do Reino Unido em dezembro atingiu níveis não vistos nos últimos 30 anos.

O primeiro-ministro garante que entende a indignação dos britânicos e na terça-feira voltou a se desculpar em uma entrevista na qual parecia visivelmente envergonhado.

Mas quando questionado sobre uma possível demissão, Johnson evitou a pergunta, mencionando a necessidade de aguardar as conclusões da investigação interna em andamento.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reiterou nesta terça-feira (18) que ninguém o avisou que uma festa que violava as regras anticovid seria organizada em Downing Street em maio de 2020, como afirmou seu ex-conselheiro Dominic Cummings.

Depois de garantir não ter tido conhecimento da organização da celebração de 20 de maio de 2020, durante o primeiro confinamento, o chefe de Estado conservador mudou de tom.

Pediu desculpa aos deputados após a imprensa revelar que ele compareceu ao evento, um dos muitos que teriam sido organizados em Downing Street ao longo dos confinamentos impostos nos últimos dois anos.

Dominc Cummings, o influente cérebro da campanha do Brexit, acusou Boris Johnson, nas redes sociais, de ter mentido no Parlamento, ao dizer que achava que aquela festa, da qual participou durante 25 minutos e que foi realizada nos jardins da sua residência oficial, era na verdade uma reunião de trabalho.

Cummings assegurou que ele mesmo e outro funcionário avisaram Boris de que a festa estava sendo organizada. O secretário particular do premiê enviou 100 convites para o evento.

"O primeiro-ministro foi avisado sobre esses convites. Ele sabia que era uma festa. Ele mentiu no Parlamento", tuitou Cummings, que não poupa injúrias contra seu ex-chefe desde que renunciou em novembro de 2020.

Além disso, em seu blog, acrescentou que Boris Johnson minimizou a importância de suas preocupações e se declarou disposto a "afirmar isso sob juramento" - tanto ele quanto outras testemunhas.

Um porta-voz do chefe de Governo negou. "É falso dizer que o primeiro-ministro foi avisado com antecedência sobre este evento", replicou.

Segundo ele, Johnson "implicitamente" acreditava que se tratava de uma reunião de trabalho. O assessor ressaltou que já está em andamento uma investigação interna a este respeito, liderada por uma alta funcionária de alto escalão, Sue Gray.

O próprio Dominic Cummings esteve no centro das atenções por ter violado as regras anticovid na primavera de 2020 (outono no Brasil), ao viajar com a família em pleno confinamento total, algo que era proibido.

Os pedidos de renúncia de Johnson nos últimos dias vêm aumentando, inclusive de suas fileiras.

Downing Street também pediu desculpas à rainha Elizabeth II por duas festas que aconteceram em abril de 2021, na véspera do funeral de seu marido, o príncipe Philip.

A artista e pintora Charlotte Johnson Wahl, mãe do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que uma vez a chamou de "autoridade máxima" da família, faleceu aos 79 anos, informou o jornal inglês The Times.

Charlotte Johnson Wahl, que foi diagnosticada com o mal de Parkinson quando tinha 40 anos, morreu de maneira "repentina, mas em paz" no hospital St Mary, no centro de Londres, afirmou a família Johnson.

Além ser a mãe de Alexander, conhecido desde a adolescência por seu segundo nome, Boris, ela tinha mais três filhos: Rachel, jornalista, Leo, um especialista em meio ambiente, e Jo, um antigo secretário de Estado conservador.

A família Johnson, como muitas famílias britânicas, ficou muito dividida sobre o Brexit. Boris revelou que a mãe votou a favor da saída da União Europeia, enquanto sua irmã Rachel era pró-UE.

O pai de Boris, Stanley, foi um dos primeiros funcionários britânicos em Bruxelas, membro do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia.

Em 2016 se declarava anti-Brexit, mas mudou de opinião de maneira abrupta no ano seguinte.

Filha do advogado James Fawcett, que foi presidente da Comissão Europeia de Direitos Humanos na década de 1970, Charlotte Johnson Wahl estudou Literatura na prestigiosa Universidade de Oxford, onde conheceu Stanley Johnson, com quem se casou em 1963.

Ela interrompeu os estudos para viajar aos Estados Unidos, onde Boris Johnson nasceu em 1964.

Charlotte então voltou para completar seu curso de graduação, antes de começar a ganhar a vida como retratista.

Ela e Stanley Johnson se divorciaram em 1979. Charkitte se casou novamente em 1988, com um professor de História americano, Nicholas Wahl, e morou em Nova York até sua morte em 1996.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta terça-feira (2) que oferecerá vistos a milhões de cidadãos de Hong Kong e uma possível via para obter a nacionalidade se a China persistir na lei de segurança nacional para a antiga colônia britânica.

"Muita gente em Hong Kong teme que sua forma de vida, que a China se comprometeu a defender, esteja ameaçada", escreveu em um artigo aos jornais The Times e South China Morning Post.

"Se a China continuar justificando seus medos, o Reino Unido não poderá, com a consciência tranquila, dar de ombros e olhar para o outro lado; ao invés disto, cumpriremos as nossas obrigações e ofereceremos uma alternativa".

Umas 350.000 pessoas de Hong Kong têm passaportes nacionais britânicos (internacionais), razão pela qual não precisam de visto para entrar no Reino Unido por até seis meses, escreveu Johnson. Outros 2,5 milhões poderiam solicitar um.

"Se a China impuser sua lei de segurança nacional, o governo britânico mudará a legislação migratória e permitirá àqueles que tiverem um destes passaportes procedentes de Hong Kong virem ao Reino Unido por um período renovável de 12 meses e poderão obter outros direitos migratórios, como o de trabalhar, o que os coloca no caminho para a obtenção da cidadania", assegurou.

O Parlamento chinês aprovou na semana passada uma lei de segurança nacional a partir dos protestos pró-democracia em Hong Kong para fazer frente ao "terrorismo" e ao "separatismo".

A oposição teme que esta lei seja uma arma para erradicar qualquer dissidência neste centro financeiro asiático, erodindo as liberdades e a autonomia supostamente garantidas em sua retrocessão, em 1997, da Grã-Bretanha à China.

Segundo Johnson, esta lei poderia "delimitar suas liberdades e erodir radicalmente a autonomia" da antiga colônia britânica.

Se chegar a ser implementada, o Reino Unido "não terá outra alternativa que defender nossos profundos laços de história e amizade com a população de Hong Kong", escreveu.

Londres já havia anunciado planos para ampliar os direitos de visto àqueles que puderem aplicar a um passaporte nacional britânico e se somou às críticas internacionais contra Pequim. A intervenção pessoal de Johnson aumenta significativamente a pressão.

Johnson rejeita e chama de "falsas" as afirmações de que Londres teria organizado os protestos, antes de acrescentar: "o Reino Unido só quer que Hong Kong tenha êxito" como "um país, dois sistemas". "Espero que a China queira o mesmo. Trabalharemos juntos para que seja assim".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, decidiu neste domingo manter seu conselheiro mais próximo, Dominic Cummings, acusado de violar medidas de confinamento para combater a propagação do novo coronavírus.

Até agora, o governo britânico rejeitou pedidos para demitir Cummings, acusado de viajar pelo país com sua esposa, apesar do fato de ela ter sintomas da Covid-19.

Mesmo dentro do próprio partido conservador do primeiro-ministro, muitos pediram a renúncia do poderoso conselheiro. Mas o chefe do governo afirmou neste domingo que seu consultor agiu de "maneira responsável, legal e honesta".

Cummings foi visto com o filho próximo à casa de seus pais na cidade de Durham, no nordeste da Inglaterra, a cerca de 400 quilômetros de Londres em 31 de março, um dia depois que ele próprio anunciou que apresentava sintomas do novo coronavírus.

Os jornais Observer e Sunday Mirror informaram que testemunhas o viram novamente em 19 de abril no norte, cinco dias após seu retorno a Londres para retomar o trabalho após sua recuperação.

"Não perderemos tempo respondendo a uma cascata de falsas acusações sobre o Sr. Cummings de jornais militantes", disse Downing Street, sede do primeiro-ministro, na noite de sábado.

Segundo a imprensa, outra testemunha especificou que viu Cummings na cidade de Barnard Castle, a 50 quilômetros de Durham, em 12 de abril. Questionado neste domingo pela BBC, o ministro dos Transportes, Grant Shapps, afirmou que Cummings não vai deixar o cargo.

No dia anterior, Shapps assegurou que o conselheiro tinha o "apoio total" do primeiro-ministro. No Reino Unido, o segundo país mais atingido pelo coronavírus, com 36.793 mortes, esse assunto atinge primeiro-ministro, que já é alvo de críticas por sua gestão da crise.

Cummings, idealizador da campanha de 2016 para a saída do Reino Unido da União Europeia, é frequentemente visto como uma companhia prejudicial para Johnson.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que se recupera de sua internação por coronavírus, está "em muito bom estado de saúde" - afirmou seu ministro da Saúde, Matt Hancock, nesta sexta-feira (24).

"Falei com ele ontem [quinta]. Está muito bem e, obviamente, se recupera", disse Hancock em entrevista à Sky News.

O ministro não confirmou, porém, as informações do jornal The Telegraph, segundo as quais Johnson, atualmente substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, voltaria ao trabalho na próxima segunda.

"Estou certo de que voltará assim que seus médicos recomendarem", comentou o ministro da Saúde. "Ainda não foi tomada a decisão, mas recebe telefonemas e permanece em contato", acrescentou.

Segundo seu porta-voz, Boris Johnson, de 55 anos, conversou esta semana com o presidente americano, Donald Trump, e com a rainha Elizabeth II.

Ele deixou o hospital em 12 de abril e se recupera em Chequers, a casa de campo dos chefes de governo britânicos, junto com a noiva, Carrie Symonds, que está grávida.

"Estava muito bem. De fato, me surpreendeu", disse Trump em uma entrevista coletiva. "É como o velho Boris. Energia fenomenal. Dinamismo fenomenal", afirmou.

Apesar da crescente pressão, mesmo nas fileiras conservadoras, o governo exclui por enquanto qualquer flexibilização do confinamento. A medida foi instaurada em 23 de março e deve ser prolongada por pelo menos duas semanas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se "recupera" do novo coronavírus, afirmou um integrante de seu governo, e transmite ao Executivo suas instruções, ao mesmo tempo que aumentam as críticas na imprensa à lentidão de sua resposta à pandemia.

O chefe de Governo, que recebeu alta no domingo passado do hospital, "se recupera bem, está de bom humor", declarou o ministro do gabinete, Michael Gove, ao canal de televisão Sky News.

O líder do Partido Conservador, de 55 anos, conversou com Dominic Raab, o ministro das Relações Exteriores que o substitui durante o período de recuperação à frente do governo e que transmitiu "as instruções do primeiro-ministro ao restante do gabinete durante uma ligação no sábado", revelou Gove.

O Reino Unido é um dos países da Europa mais afetados pela COVID-19. O número de mortos nos hospitais subiu para 15.464, de acordo com o balanço oficial atualizado divulgado no sábado.

Mas os balanços diários incluem apenas os óbitos de pacientes em hospitais que apresentaram resultado positivo, e não contabilizam as pessoas que perderam a vida em casas de repouso para idosos ou em suas residências.

As organizações que representam as casas de repouso calculam que entre 4.000 e 7.500 pessoas morreram nestes centros.

O governo britânico decidiu na quinta-feira prolongar por pelo menos outras três semanas o confinamento decretado em 23 de março.

"O número de mortos é muito preocupante", disse Michael Gove. "A taxa de infecções e a taxa de mortalidade diminuem, mas não estamos em absoluto seguros de estar em uma trajetória descendente", completou, ao citar a condição que o governo deseja ver estabelecida antes de flexibilizar as medidas de confinamento.

Desde o início da pandemia, o governo é acusado de demorar a reagir. O jornal Sunday Times voltou à carga neste domingo, ao denunciara que o Executivo ignorou os alertas de cientistas e os pedidos para obter equipamentos de proteção para os profissionais de saúde nos hospitais. Também afirma que Boris Johnson faltou a várias reuniões de crise sobre o vírus.

Em um artigo no jornal Mail on Sunday, o líder do Partido Trabalhista, o principal da oposição, Keir Starmer, afirma que o governo demorou muito para decretar o confinamento, aumentar o número de testes de diagnóstico e fornecer material de proteção aos profissionais da saúde.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, infectado pelo novo coronavírus, "segue no comando" do governo, apesar de ter sido hospitalizado para fazer exames, afirmou o ministro da Habitação.

"Hoje está no hospital para ser submetido a exames, mas continuará sendo informado dos que acontece e permanece no comando do governo", declarou à BBC Robert Jenrick, ministro da Habitação e Comunidades.

Depois de ter sido diagnosticado há 10 dias, Johnson, 55 anos, é o líder político mais importante a ter contraído o vírus e foi hospitalizado no domingo (5) à noite para novos exames, anunciou seu gabinete, ao destacar que esta era uma "medida de precaução".

"O primeiro-ministro tem sintomas persistentes há 10 dias", disse Robert Jenrick. "Passou a noite no hospital (...) Esperamos que como resultado dos exames seja capaz de voltar a Downing Street o mais rápido possível", completou o ministro.

O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, deve substituir Johnson no comando da reunião diária sobre o combate à COVID-19 nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson e sua namorada, Carrie Symonds, anunciaram neste sábado que estão esperando um bebê e que ficaram noivos.

"O primeiro-ministro e a sra. Symonds têm o prazer de anunciar seu compromisso e estão esperando um bebê para o início do verão (boreal)", disse o porta-voz do casal à Associação de Imprensa da Agência Britânica de Imprensa.

Uma porta-voz de Downing Street confirmou a notícia à AFP, sem fornecer mais detalhes.

Johnson, de 55 anos, foi casado duas vezes e se separou de sua segunda esposa em 2018. Ele anunciou publicamente seu relacionamento com Symonds no início de 2019.

Johnson será o primeiro chefe de governo britânico a se casar durante o exercício de seu cargo, em 250 anos. Ele e Symonds também são o primeiro casal a viver na residência oficial do primeiro-ministro sem serem casados.

Johnson tem quatro filhos de sua segunda esposa, Marina Wheeler, e sua filha mais velha é cinco anos mais nova do que Symonds. Ele também tem uma filha, resultado de uma aventura de 2009.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson se prepara para eleições "difíceis", após a votação dos deputados que aprovou a convocação de legislativas antecipadas em dezembro, em mais uma tentativa de resolver a questão do Brexit.

Após três votações contrárias, os deputados aprovaram na terça-feira (29) por ampla maioria a organização de eleições em 12 de dezembro para tentar solucionar a complexa questão do Brexit, que divide o país desde o referendo de 2016.

"É hora de o país se unir, aplicar o Brexit e avançar", disse Boris Johnson a um grupo de políticos conservadores. "Serão eleições difíceis e vamos fazer o melhor possível", acrescentou.

O premier aspira conquistar a maioria absoluta no Parlamento, que seu atual governo não tem, e se apresenta como o grande defensor do Brexit.

Em caso de vitória ampla, Johnson terá o caminho livre para aprovar o acordo de divórcio negociado com a União Europeia (UE) – cuja ratificação fracassou no Parlamento – e cumprir a promessa de retirar o Reino Unido do bloco.

Apesar de sua promessa de aplicar o Brexit "aconteça o que acontecer" em 31 de outubro, o primeiro-ministro foi obrigado a solicitar um novo adiamento de três meses aos europeus.

Johnson lidera as pesquisas, com 10 pontos de vantagem, mas as eleições representam um risco. Muitos 'tories' ainda recordam quando, em 2017, a ex-primeira-ministra Theresa May era favorita, mas os conservadores perderam cadeiras.

Johnson pode perder votos entre a ala mais pró-UE de seu eleitorado, assim como no setor que deseja um Brexit duro, que poderia optar pelo novo partido de Nigel Farage.

John Curtice, professor da universidade escocesa de Strathclyde, resume: "São eleições com duas opções, Johnson sim ou Johnson não".

Os trabalhistas, principal partido de oposição, querem vencer para negociar um novo acordo com a UE e submetê-lo a um referendo. Em caso de rejeição o Brexit seria anulado.

O partido independentista escocês SNP, pró-UE, também deseja um novo referendo e espera retomar o debate da questão da independência da Escócia.

O Partido Liberal-Democrata, em um bom momento nas pesquisas, promete anular diretamente o Brexit.

As eleições gerais, que em tese deveriam acontecer apenas em 2022, serão as terceiras em apenas quatro anos, após a votação antecipada de 2017, também provocada pelo Brexit, dois anos depois das eleições de 2015.

A convocação das eleições ainda depende do aval da Câmara dos Lordes nesta quarta-feira, algo considerado apenas uma formalidade. O Parlamento deve ter a dissolução anunciada em 6 de novembro.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi acusado nesta segunda-feira (21) de sectarismo por afirmar em sua mensagem de Páscoa que o Reino Unido é "um país cristão". Os escritores Ken Follett, Philip Pullman e Terry Pratchett e os cientistas John Sulston e Harold Kroto - ambos vencedores do Nobel - são algumas das personalidades que assinaram uma carta publicada no jornal Daily Telegraph contra as declarações de Cameron.

O primeiro-ministro, anglicano, falou sobre religião em várias ocasiões nos últimos meses. Na semana passada, o conservador escreveu um artigo no qual pediu aos cristãos que façam mais proselitismo de sua fé.

Analistas acreditam que Cameron tenta reconstruir pontes com a Igreja, contrária a sua lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e que critica reiteradamente as medidas de austeridade de seu governo.

"Algumas pessoas acreditam que nesta época tão laica não deveríamos falar destas coisas. Discordo totalmente", escreveu o chefe de Governo no jornal Church Times, uma publicação anglicana.

"Acredito que deveríamos ter mais confiança sobre nosso status como país cristão, mais ambição sobre aumentar o papel das organizações religiosas e, francamente, mais evangélicos sobre uma fé que nos pede que saiamos e façamos uma diferença na vida das pessoas".

A carta de resposta publicada no Daily Telegraph foi uma iniciativa da Associação Humanista. O texto contesta a afirmação de Cameron de que o Reino Unido continua um país cristão. "Repetidos informes, pesquisas e estudos mostram a maioria como indivíduos não cristãos", afirmam os signatários.

"Reivindicar constantemente o contrário estimula a alienação e a divisão em nossa sociedade", afirma a carta. De acordo com o censo de 2011, 59,3% dos ingleses e galeses se identificaram como cristãos, contra 71,7% uma década antes. Além disso, 25,1% afirmaram não ter religião, contra 14,8% em 2001.

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