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A Sete Brasil oficializou ontem (29) o pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro e o governo federal consta como o maior credor da empresa, dono de dois terços da dívida total. Criada para gerenciar a construção das sondas do pré-sal, a companhia listou dívidas de R$ 18 bilhões, considerando a cotação do dólar de ontem. Cerca de R$ 12 bilhões estão concentrados em bancos estatais e fundos governamentais.

Se aceita pela Justiça, a recuperação da Sete será a maior da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, ganhando de OAS e Schahin. Estará também no topo da lista das maiores do País, próxima à OGX, de Eike Batista. Mas diferentemente de suas "colegas", que tinham as dívidas pulverizadas, na Sete Brasil, o passivo está superconcentrado em dois fundos governamentais e nos cinco maiores bancos do País.

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As instituições financeiras terão de reconhecer de uma vez só perdas bilionárias em seus balanços, caso não tenham feito preventivamente provisões em relação à Sete. O Banco do Brasil é o maior credor entre os bancos com um passivo de R$ 3,58 bilhões. É seguido pelo Itaú BBA, com R$ 1,93 bilhão. A Caixa vem na sequência com R$ 1,58 bilhão. O Bradesco tem R$ 1,42 bilhão e o Santander R$ 429 milhões.

Além dos dois bancos estatais, os dois fundos ligados ao governo que estão na relação de credores são: o FI-FGTS, que emprestou R$ 2,52 bilhões, e o FGCN (Fundo Garantidor da Construção Naval), que garantiu e pagou R$ 4,48 bilhões aos bancos. Na lista de credores, ainda consta um empréstimo intercompanhia de R$ 1,8 bilhão.

Com credores tão concentrados, a opção da recuperação judicial se deu por causa da Petrobrás, segundo fontes graduadas, próximas a acionistas da Sete. Desde o ano passado, tem-se tentado chegar a um acordo com a estatal, sem sucesso. Para a Petrobrás, com o preço do petróleo na faixa dos US$ 40, as 28 sondas que contratou com a Sete ficaram caras demais. A Petrobrás não poderá ser forçada a fazer um acordo na Justiça, mas finalmente terá de se decidir, segundo a fonte.

Uma das propostas que no ano passado ganhou força foi a redução do número de sondas de 28 para 19 e uma renegociação dos contratos. Na reta final das negociações, no entanto, não se chegou a um acordo.

De acordo com os documentos do processo de recuperação, a Sete está responsabilizando a Petrobrás, que detém 9,4% da empresa, pela "concepção, desenvolvimento e venda a investidores" do projeto de construção de sondas. Também diz que o empreendimento contava com a "promessa" do BNDES de um financiamento de R$ 9 bilhões, que depois foi negado quando a empresa foi envolvida na Lava Jato. A Sete se diz vítima do esquema de corrupção que levou à sua derrocada financeira. A elaboração do pedido de recuperação é coordenado pelo escritório de advocacia Sérgio Bermudes, do Rio. O processo envolve 5 subsidiárias da Sete, sendo 3 delas constituídas na Áustria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os pedidos de recuperação judicial cresceram 55,4% em 2015 na comparação com 2014, de 828 ocorrências para 1.287 pedidos, segundo o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações. O número foi o maior da história, conforme a Serasa.

As micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial no ano passado, com 688 pedidos, seguidas pelas médias companhias, com 354, e pelas grandes empresas, com 245.

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Na análise mensal, dezembro teve aumento de 183% no número de pedidos na comparação com dezembro de 2014, de 53 para 150. Já em relação ao mês de novembro, a alta foi de 23%.

Segundo os economistas da Serasa Experian, o quadro conjuntural da economia brasileira, com elevações do custo do crédito e da disparada do dólar, prejudicou a geração de caixa das empresas e aumentou seus custos financeiros e operacionais. Assim, houve deterioração da saúde financeira das companhias brasileiras, ocasionando patamar recorde dos pedidos de recuperações judiciais.

Falências

Os pedidos de falência subiram 7,3% em 2015 na comparação com 2014, de 1.661 requerimentos efetuados para 1.783 pedidos. Desse total, 923 foram de micro e pequenas empresas, 412 de médias e 448 de grandes.

Na análise mês a mês, os pedidos de falência ficaram praticamente estáveis em dezembro de 2015 ante o ano anterior, de 128 para 129. Na comparação com novembro de 2015, houve queda de 24,6%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A construtora gaúcha Sultepa nasceu em 1956, no início do programa 50 anos em 5, do presidente Juscelino Kubitschek. Sobreviveu às decisões intempestivas do regime militar no fim dos anos 60 e aos abalos econômicos da década de 80 e 90. Mas, prestes a completar 60 anos, a empresa sucumbiu à rápida e forte deterioração da economia brasileira. No dia 6 de julho, a empresa entrou, em caráter de urgência, com um pedido de recuperação judicial na Comarca de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O pano de fundo para o processo de recuperação foi a redução das obras de infraestrutura e os atrasos nos pagamentos das faturas por parte dos governos federal, estadual e municipal, explica o presidente da empresa Ricardo Lins Portella Nunes. "Até então as empresas recebiam em 30 dias após a emissão das faturas. Hoje, são 120 dias - ou seja, com 90 dias de atraso."

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A Sultepa faz parte de um conjunto de 253 construtoras que de janeiro até agora tiverem de recorrer à Justiça para conseguir ficar de pé. O movimento é 25% superior a igual período de 2014 e representa 20% dos pedidos de recuperação judicial do País (no total, a Justiça recebeu 1.250 pedidos de recuperação neste ano), segundo dados do Instituto Nacional de Recuperação de Empresarial (INRE).

"O crescimento dos pedidos de recuperação judicial é reflexo da crise econômica, da falta de crédito e do aumento da taxa de juros", afirma o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Carlos Henrique Abrão, conselheiro fundador do INRE.

Mas há outros fatores que ajudaram a turbinar esses números. A Operação Lava Jato, da Polícia Federal, levou uma série de empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobrás aos tribunais, especialmente as grandes construtoras. Endividadas, sem crédito na praça e com contratos cancelados ou suspensos, OAS, Galvão Engenharia, Schahin e Alumini seguiram esse caminho.

Até o fim do ano, outros nomes envolvidos na Lava Jato podem engordar essa lista, como Engevix e UTC. A exemplo das outras construtoras em recuperação, as duas empresas detém participação em importantes concessões públicas, com os aeroportos de Brasília e Viracopos (Campinas), que podem ser vendidos no processo.

Pelos dados do INRE, os pedidos de recuperação judicial feitos por empresas consideradas de grande porte, com faturamento superior a R$ 5 milhões, foram os que mais cresceram: 39% no período. As médias (com até R$ 3 milhões de faturamento) aparecem em seguida, com 31%, e as pequenas, 29%.

Segundo o desembargador Abrão, os cortes no orçamento público também contribuíram para elevar os pedidos de recuperação. "As grandes construtoras pararam de receber, como por exemplo, no Minha Casa Minha Vida, e provocaram um efeito cascata entre as empresas menores subcontratadas."

Dependência

Uma das características das empreiteiras em recuperação judicial é a forte exposição aos contratos com o poder público. Na Sultepa, que tem no currículo a construção de trechos da BR-101 na década de 60, os governos federal (em obras do Programa de Aceleração do Crescimento), estadual e municipal representam quase 90% dos clientes da empresa.

Embora esteja em recuperação judicial, a companhia detém uma carteira de obras que soma R$ 600 milhões em contratos conquistados no passado. Segundo o presidente da construtora, listada na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa), além dos atrasos nos pagamentos, o governo federal está alongando o prazo das obras por falta de recursos - artimanha que eleva o custo dos projetos e corrói parte do retorno das empresas. "Para piorar a situação, nos Estados, o investimentos está próximo de zero."

Outra empresa que sentiu o impacto da falta de dinheiro do poder público é a Emparsanco, que atua na Grande São Paulo. No pedido de recuperação entregue à Justiça no primeiro semestre do ano, ela atribuiu a crise da empresa aos atrasos nos pagamentos do poder público, que comprometeram o caixa da empreiteira, e à diminuição do volume de obras de infraestrutura no Brasil a partir de 2011. Só no segundo trimestre deste ano, os investimentos do Brasil caíram 11%, tiveram forte impacto no crescimento econômico e elevaram o número de desemprego. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A OAS apresentou no seu plano de recuperação à 1ª Vara Especializada de Falência e Recuperações Judiciais de São Paulo, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na última quinta-feira, 18. A construtora, uma das investigadas pela Operação Lava Jato, informou ainda, em nota à imprensa, que havia anteriormente se engajado em negociações com credores, dos quais US$ 1,775 bilhão em principal, acrescidos de juros acumulados, estão pendentes de pagamento.

De acordo com OAS, foram celebrados acordos de confidencialidade com credores na tentativa de facilitar as discussões relacionadas à estrutura de capital da companhia e potenciais alternativas para uma proposta de reestruturação. A empresa concordou em revelar publicamente, após o término do período previsto nesses acordos, informações a respeito das discussões e/ou negociações com os credores bem como outros dados relevantes e confidenciais.

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A empresa diz ainda que representantes e consultores financeiros e legais da OAS se encontraram a partir da semana do dia 8 de junho para negociar com os credores os termos de uma potencial reestruturação financeira. As reuniões ocorreram, conforme a companhia, nos dias 9 e 10 de junho. Até o momento, porém, não foi possível chegar a um consenso entre a OAS e os credores.

"Enquanto as negociações entre os detentores de notas e a companhia possam continuar no futuro, não se pode ter certeza de que as negociações continuarão ou que, se elas continuarem, resultarão num acordo acerca dos termos de uma transação", destaca a OAS.

Nas conversas com os credores, a OAS apresentou possíveis cenários de reestruturação e respondeu a questionamentos dos detentores de seus papéis. Além disso, no último dia 10 de junho, os representantes desses credores forneceram aos representantes da companhia uma carta de intenções trazendo os termos de uma potencial reestruturação.

No entanto, a OAS não cita, no comunicado à imprensa, o empréstimo debtor-in-possession (DIP) de R$ 800 milhões contratado com a gestora canadense Brookfield, garantido por uma participação de 18% na Invepar. Alguns credores questionam o empréstimo. Dentre eles, o fundo hedge norte-americano Aurelius, que contesta a companhia há meses pela transferência da participação na Invepar da OAS Investimentos, que é a garantidora dos bônus emitidos no exterior pela empresa, para a OAS Participações. O Aurelius, seu fundo afiliado Huxley e o fundo Alden detêm mais de 20% dos US$ 1,775 bilhão em bônus que foram emitidos pela companhia no exterior e respondem por 69% do total da dívida em reestruturação de R$ 8,8 bilhões.

O juiz do processo de recuperação judicial da OAS, Daniel Carnio Costa, irá decidir se aprova ou não o empréstimo firmado pela empresa com a Brookfield somente na próxima sexta-feira, 26. O rompimento desse compromisso com a gestora canadense custará à empresa R$ 60 milhões, conforme previsto nas cláusulas do contrato do empréstimo.

Arrocho no crédito, credores no calcanhar e investidores sem segurança para comprar ativos estão tirando o fôlego financeiro das empresas envolvidas direta ou indiretamente na Operação Lava Jato. O cenário cada vez mais complicado está levando empreiteiras a avaliar a recuperação judicial como uma alternativa de sobrevivência. Segundo o 'Estado' apurou, o grupo OAS e a Galvão Engenharia são as que estão em processo mais avançado e podem pedir nos próximos dias. A Schahin também caminha a passos largos. Na berlinda estão ainda a UTC e a Engevix.

Na avaliação do diretor sênior de empresas da agência de classificação Fitch Ratings, Ricardo Carvalho, as empresas que estão com caixa apertado e dependem da rolagem de dívidas correm um risco elevado de não conseguirem crédito, o que pode levá-las à bancarrota.

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O crédito no mercado internacional está fechado para todas as empresas que têm envolvimento com Petrobras ou Lava Jato. No Brasil, o principal financiador, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ficou mais seletivo. Executivos de empresas ouvidos pela reportagem contam que a instituição têm pedido garantias adicionais até para liberar parcelas de financiamentos já aprovados. "O pior é que não podemos condenar nenhuma instituição financeira: ninguém sabe se essas empreiteiras vão conseguir pagar o que devem ou se vão existir até o fim do ano", diz um advogado especializado em obra pública.

Os bancos privados, por sua vez, se recolheram. Até oferecem linhas, mas o custo, que varia de caso a caso, chega a ser dobro do que era no ano passado. O número de garantias e exigências aumentou de tal maneira que, na prática, a maioria das construtoras acusadas de corrupção pena há meses sem conseguir sinal verde para o seu pedido. "Os bancos não querem dar o dinheiro, mas nenhum quer ser acusado de matar a galinha dos ovos de ouro que é o setor: estão empurrando com a barriga", diz um executivo da área. "Vão esperar para ver se a galinha resiste por conta própria ou morre."

Paralisia

Nessa toada, grupos envolvidos na Lava Jato começam a desmoronar. Uma recuperação judicial já dada como certa pelo mercado é a da Galvão Engenharia, que paralisa obras e demite. Por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou que está numa situação financeira delicada, mas disse que não se manifestaria sobre os comentários de que pedirá recuperação judicial nos próximos dias.

Das construtoras que saíram vencedoras dos leilões de rodovias em 2013 e 2014, a Galvão foi a única que não conseguiu nem sequer o empréstimo-ponte para tocar as obras da BR-153. Antes dos trâmites burocráticos serem concluídos, o diretor da área de engenharia foi preso na Lava Jato. O pedido de financiamento permanece em análise no BNDES, enquanto a empresa aguarda a liberação de garantias por bancos privados.

A Galvão chegou a colocar R$ 200 milhões em obras menores na rodovia. Pelo contrato, as obras de duplicação devem começar no mês que vem, mas a empresa não tem fôlego financeiro. Apenas na praça, com fornecedores, deve R$ 442 milhões. Dos R$ 7,7 bilhões que tem em contratos a receber, R$ 2,1 bilhões são com a Petrobras: R$ 1,2 bilhão de obras concluídas e não pagas e outros R$ 900 milhões a vencer.

A recuperação judicial também entrou no radar das empreiteiras porque também encontram dificuldade para vender ativos que poderiam tirá-las do sufoco. "Se eu compro agora e, nos meses seguintes, a empresa entrar em recuperação, eu posso ser responsabilizado junto com ela: é encrenca", diz um executivo que tem interesse em ativos de construtoras.

Uma que já seu conta dessa realidade é a OAS. A empresa tem R$ 8 bilhões em dívidas, já suspendeu o pagamento de qualquer passivo desde o início do ano. Quer preservar o caixa para poder entrar com um processo de recuperação judicial em que possa de fato dar a volta por cima, sem quebrar.

Cinco empresas do grupo devem entrar na recuperação, entre elas, a OAS Infraestrutura. Ao incluir a Infraestrutura, sua participação na Invepar, concessionária de diversos ativos, entre eles o Aeroporto de Guarulhos, terá de ser vendida dentro do processo judicial. A Invepar é o seu ativo mais valioso: pode valer até R$ 2,5 bilhões.

O que atrasa plano da OAS são ações na Justiça, inclusive uma americana, em que credores acusam a empresa de desviar patrimônio para garantir a venda da Invepar. Parte da venda está até bloqueada. Os advogados da empresa não quiseram comentar. Informaram que a OAS mantém o processo de reestruturação e fará uma proposta a credores.

Há empresas que veem recuperação como um caminho para sair do sufoco no curto prazo. É o caso da Schahin. A empresa de óleo e gás do grupo, que fornece sondas para a Petrobras, tem uma dívida US$ 1 bilhão vencendo neste ano. Segundo relatório feito por uma consultoria independente, a Valuation, as receitas são suficientes para garantir o pagamento de dívidas de longo prazo, mas os bancos resistem em oferecer um alívio para o passivo de 2015. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, um escritório de advocacia já foi contratado para fazer a recuperação judicial da empresa, e está em fase agora de analisar a dívida de cada empresa do grupo para estabelecer que companhias farão ou não a recuperação. A empresa não quis comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A MMX, mineradora de Eike Batista, vai entrar com pedido de recuperação judicial na Justiça de Minas Gerais. É a terceira empresa do antigo império X a pedir proteção para reorganizar seu passivo, seguindo os passos da petroleira OGX e do estaleiro OSX. A companhia tentou costurar a venda de ativos para evitar a medida, mas a combinação da queda livre do preço do minério de ferro e embargos ambientais tornaram a decisão inadiável.

O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que o pedido será feito pela MMX Sudeste Mineração, subsidiária sob a qual fica a Unidade de Serra Azul (MG), onde estão as minas Tico-Tico e Ipê. A dívida sujeita à recuperação é de R$ 370 milhões, o que inclui serviços já executados por fornecedores.

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A MMX Mineração Metálicos S.A., controlada por Eike e que engloba todos os ativos do grupo, fica de fora, assim como uma parte da dívida, ainda em discussão. Ao final do primeiro trimestre, a holding tinha uma dívida de R$ 966 milhões, dos quais R$ 718 milhões com fornecedores.

O advogado Sergio Bermudes afirmou que a documentação já está pronta e deverá ser entregue nesta quinta-feira, 16, à Justiça. "A MMX é uma empresa saudável, que vive um contratempo por conta da situação do grupo X. Mas tem plena condição de se recuperar", disse o advogado, que também trabalha no processo de recuperação judicial da OGX.

A situação crítica levou a MMX a demitir nos últimos dias 200 dos 420 trabalhadores do setor operacional do complexo de minas de Serra Azul, de acordo com o sindicato Metabase de Brumadinho (MG). Ao todo, são 550 funcionários na unidade, considerando também o pessoal ligado à manutenção e setor administrativo. A MMX não comenta as demissões.

O sindicato quer o cancelamento das demissões e no dia 21 terá uma reunião na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas para tratar do caso. De acordo com o presidente do sindicato, Agostinho José de Sales, a companhia irá reduzir de quatro para dois o número de turnos, todos de seis horas, nas minas da região. "Temos a informação de que a MMX não tem caixa para manter os funcionários e as demissões podem aumentar nos próximos dias", afirmou.

A unidade de produção de minério de ferro está com suas atividades suspensas desde setembro. Na segunda-feira, a MMX informou que manterá a paralisação por tempo indeterminado "a fim de otimizar recursos e adequar custos frente ao cenário de reposicionamento estratégico em que a companhia se encontra".

Os problemas operacionais da MMX começaram em fevereiro, quando a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) embargou a mina Tico-Tico, uma das unidades que formam o projeto Serra Azul. O órgão alega que a mineração no local tem danificado cavernas de relevância ambiental da área.

A empresa esperava reverter o embargo e voltar a operar em Serra Azul no início do mês. No entanto, a Semad só dará o sinal verde à operação depois que estudos para adequação da área de proteção forem analisados. A MMX entregou a documentação na semana passada, mas a secretaria pediu mais informações.

Ativos

Entre os ativos que a mineradora tentou negociar com a ajuda da consultoria Angra Partners nos últimos meses estão as minas de Serra Azul, direitos minerários da unidade de Bom Sucesso, também em Minas, e 35% de participação remanescente no Porto Sudeste, localizado em Itaguaí (RJ).

As negociações da fatia no porto estavam avançadas, mas não foram fechadas a tempo de evitar o pedido de recuperação judicial. Em fevereiro, a companhia vendeu o controle e 65% da fatia para o consórcio Trafigura/Mubadala. Ontem, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) autorizou o início da operação parcial do Porto Sudeste. A expectativa é que o primeiro embarque ocorra ainda este ano, o que traria uma receita adicional à MMX.

A recuperação judicial do Grupo Hermes, por meio de suas empresas Hermes S.A. e Merkur Ltda., foi deferida, no dia 28, pela Justiça do Rio de Janeiro, com fundamento na Lei nº 11.101/05. Tal medida foi adotada pela Administração para viabilizar a reestruturação e a continuidade das empresas, dentro de um novo plano de negócios. O grupo é proprietário do site Comprafacil.com.

A operação será comandada por Marcelo Gomes diretor-geral da A&M, ao lado de Arthur Negri, novo presidente da empresa, José Luiz Volpini, diretor de operações e André Bucione, diretor financeiro.

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A Hermes - terceira maior empresa em vendas por catálogos, atrás apenas de Natura e Avon - possui faturamento anual superior a R$ 2 bilhões, conta com aproximadamente 1.800 funcionários diretos e mais de 500 mil revendedores. A recuperação judicial permitirá que as empresas contem com um período sem que os credores executem suas dívidas, que chegam quase a R$ 600 milhões.

O conselho de administração da OSX Brasil elegeu, nesta terça-feira (26), Euchério Lerner Rodrigues para o cargo de diretor-presidente da companhia, no lugar de Ivo Dworschak Filho, que renunciou. Dworschak Filho havia sido eleito para a função no último dia 8 de novembro. Foi eleito ainda para o cargo de diretor financeiro e de Relações com Investidores Cláudio Antonio da Silva Zuicker, que substituirá Luiz Guilherme Esteves Marques, que também renunciou nesta terça-feira.

A OSX, braço de construção naval do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, teve seu pedido de recuperação judicial aprovado nesta segunda-feira pela Justiça. Também ontem, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 1,841 bilhão no terceiro trimestre de 2013. O balanço do trimestre passado foi divulgado dez dias após o encerramento do período estipulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que se encerrou em 15 de novembro.

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A Justiça do Rio deferiu o pedido de recuperação judicial da OSX, empresa de construção naval de Eike Batista. O pedido foi apresentado a 4ª Vara Empresarial do Rio no último dia 11. Na decisão, o juiz Gilberto Clovis Farias Matos acatou o pedido de vinculação à recuperação judicial da OGX em função da "posição creditícia extremamente relevante" entre as duas empresas irmãs fruto de contratos de locação e construção de plataformas de exploração de petróleo.

O juiz determinou que a empresa apresente em seis meses um plano de recuperação judicial, independente da OGX, ainda que os processos sejam "interdependentes". Em sua argumentação, Matos afirmou que os pedidos devem ser avaliados separadamente pelos credores e com "absoluto respeito à autonomia patrimonial de cada sociedade". Até a apresentação, a dívida da empresa, estimada em mais de R$ 4,5 bilhões, fica congelada. Também ficam suspensas as ações de execução de dívida, movidas por fornecedores.

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O juiz indicou ainda a empresa Delloite Touche Tohmatsu como administradora judicial da empresa. A consultoria terá 24h para apresentar proposta para os honorários que serão avaliados pela empresa no prazo máximo de um dia. Matos inclui no processo também as subsidiárias e afirma que a atuação das empresas "abrangem um nicho de mercado com pesados investimentos de credores internacionais, centenas de empregos, fornecedores de produtos e prestadores de serviços" considerados de "enorme relevância" para a sociedade.

A OSX, braço de construção naval do grupo EBX, formalizou nesta segunda-feira (11), pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Na sexta-feira (8), a OSX divulgou fato relevante antecipando que o processo deveria ser ajuizado nesta segunda-feira. A empresa pediu que o processo fosse distribuído por dependência no processo de recuperação judicial da petroleira OGX.

O pedido deverá ser avaliado pelo juiz da 4ª Vara empresarial, Gilberto Clóvis Farias Matos. A OSX também anunciou, na sexta-feira, a demissão do presidente, Marcelo Gomes, da consultoria Alavarez&Marsal, que foi substituído pelo novo presidente, Ivo Dworschak Filho, função que acumulará com a de diretor de Construção Naval.

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As últimas informações abertas davam conta de que a OSX tinha uma dívida de R$ 5,3 bilhões. Desse total, R$ 676,4 milhões são referentes ao financiamento da plataforma OSX-1 com um sindicato de bancos liderados pelo DVB Group; R$ 1,4 bilhão é relativo a uma dívida do OSX-2 com instituições como Itaú BBA, ING e Santander; a Caixa Econômica Federal (R$1,1 bilhão); o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (R$ 548 milhões), e outros (R$ 260 milhões).

Pouco mais de uma semana depois de a OGX, petroleira de Eike Batista, pedir recuperação judicial, agora é a vez da OSX, empresa de construção naval do empresário, anunciar formalmente que irá seguir o mesmo caminho. A decisão foi tomada em caráter de urgência pelo Conselho de Administração, segundo fato relevante divulgado na noite desta sexta-feira (8), e o pedido deverá ser ajuizado na segunda-feira (11). A empresa já começou a demitir parte de seus funcionários.

O pedido de recuperação será feito pela OSX Brasil, holding da companhia, em conjunto com suas controladas OSX Construção Naval e OSX Serviços Operacionais. Ficam excluídas do processo as subsidiárias no exterior. Dessa forma, os credores das dívidas externas, garantidas pelas três plataformas do grupo, podem ficar de fora da recuperação judicial.

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A estrutura societária da OSX é complexa. As plataformas OSX-1, OSX-2 e OSX-3, por exemplo, são pessoas jurídicas independentes. Com sede na Holanda, as empresas são controladas indiretas de outras subsidiárias da OSX Brasil. Boa parte das companhias sediadas no exterior são controladas diretas da OSX Gmbh, constituída sob as leis da Áustria.

Ao deixar as subsidiárias de fora, a OSX segue um caminho diferente da estratégia adotada pela petroleira OGX, que incluiu suas subsidiárias no pedido de recuperação. A petroleira entrou com pedido para quatro empresas, duas sediadas no Brasil e duas no exterior. A Justiça pode acatar ou não a recuperação judicial dessas subsidiárias no exterior. Há controvérsia se a Justiça brasileira teria competência para tratar do caso das subsidiárias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A OSX Brasil, empresa de construção naval do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, informou nesta sexta-feira (8), que seu conselho de administração aprovou, em caráter de urgência, o ajuizamento, na Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, de pedido de recuperação judicial, que será feito em conjunto com suas controladas, OSX Construção Naval e OSX Serviços Operacionais.

O conselho também deliberou destituir Marcelo Luiz Maia Gomes e eleger Ivo Dworschak Filho como diretor presidente, que acumulará as novas atribuições com as de diretor de Construção Naval. Maia Gomes deixa o cargo em menos de três meses após sua posse. Ele havia sido eleito em agosto para substituir Carlos Bellot, que se desligou da companhia.

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Também foi aprovada a contratação da consultoria Angra Partners, liderada pelo sócio Giovanni Foragi, para coordenar e assessorar a companhia no seu processo de reestruturação, em substituição à Alvarez & Marsal, da qual Maia Gomes foi diretor geral.

Foi convocada assembleia geral extraordinária (AGE) para o dia 28 de novembro, às 12h, para ratificar o pedido de recuperação judicial, destituir e eleger membros do conselho de administração, alterar a denominação social e o endereço da sede social da companhia.

Ainda conforme o fato relevante, os conselheiros determinaram à diretoria da OSX que contrate consultoria especializada de reputação internacional para a realização de auditoria quanto aos exercícios sociais de 2010 a 2013.

"As deliberações adotadas têm por objetivo fortalecer a companhia no processo de readequação de sua estrutura de capital, reestruturação e reposicionamento estratégico, em benefício de seus acionistas, colaboradores e credores, cumprindo com sua função social", diz a OSX, no comunicado.

Com a aprovação, pelo conselho, do pedido de recuperação judicial, a OSX segue o mesmo caminho da petroleira OGX, também do Grupo EBX, que solicitou proteção judicial à Justiça do Rio de Janeiro na semana passada.

A petroleira OGX, do empresário Eike Batista, entrou na tarde desta quarta-feira (30), com pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A informação é do advogado Sérgio Bermudes, que está à frente do processo.

Criada em 2007, a OGX acumula dívidas sem garantia de US$ 5,1 bilhões. O valor inclui US$ 3,6 bilhões de detentores de títulos de dívida emitidos no exterior, caso das gestoras americanas BlackRock e Pimco. Além disso, há US$ 546 milhões em dívidas com fornecedores e pelo menos US$ 900 milhões com a OSX, braço de construção naval do grupo EBX - a companhia alega que o montante chegaria a US$ 2,6 bilhões. Há também dívidas de pouco mais de US$ 300 milhões com bancos como Itaú, Santander e Morgan Stanley, mas no caso dessas instituições financeiras os débitos contam com garantias.

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Mais cedo, em resposta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a petroleira informou que ainda não tinha tomado uma decisão sobre ingressar no processo de recuperação judicial, e que essa definição seria feita pelo Conselho de Administração da companhia.

A OGX reportou ainda que a venda de 40% dos blocos BM-C-39 e BM-C-40 à malaia Petronas ainda está sendo discutida no processo de recuperação financeira da petroleira, comandado pela Angra Partners e Lazard. "Tão logo tenhamos definição sobre os assuntos supra mencionados faremos divulgação através de Fato Relevante", finalizou a empresa no comunicado.

Apenas 1% das empresas que pediram recuperação judicial no Brasil saiu do processo recuperada. Desde que a lei foi criada, em fevereiro de 2005, até o último dia 10, perto de 4 mil companhias pediram recuperação judicial, mas só 45 voltaram a operar como empresas regulares. No decorrer desses oito anos e meio, só 23% delas tiveram seus planos de recuperação aprovados pelos credores, 398 faliram e a maioria dos processos se arrasta no Judiciário sem definição final.

Os dados são de um levantamento da consultoria Corporate Consulting e do escritório de advocacia Moraes Salles feito a pedido do Estado. A pesquisa não considera empresas que estavam em concordata e migraram para a recuperação judicial quando a lei foi criada. "A maioria dos planos aprovados não é um projeto de reestruturação para tornar a empresa viável economicamente. São basicamente renegociações de dívidas", disse Paulo Carnaúba, sócio do Moraes Salles e presidente da comissão de estudos em falência e recuperação judicial da OAB/Campinas. "Isso explica em parte por que a taxa de sucesso é tão baixa."

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A recuperação judicial foi criada para substituir a antiga concordata e evitar a falência das empresas. As companhias que recorrerem à lei ficam blindadas de cobranças de credores por 180 dias e deverão elaborar um plano para recuperar a empresa. Esse plano precisa ser aprovado pelos credores e executado com sucesso pela companhia para o processo chegar ao fim. A decisão de encerrar a ação é da Justiça.

Companhias como a calçadista Via Uno e a fabricante de eletrodomésticos Mabe pediram recentemente recuperação judicial. Outras como a companhia aérea Varig e a Agrenco também tentaram esse caminho, mas faliram depois.

A próxima a entrar em recuperação judicial deve ser a OGX, petroleira de Eike Batista, que está inadimplente por deixar de pagar credores externos. A empresa tem até o fim do mês s para quitar o débito e, se não o fizer, os credores poderão pedir a sua falência. O mercado espera que a OGX recorra à recuperação judicial até o fim do mês.

"O empresário só recorre à recuperação quanto não vê outra saída. Quem passa a decidir o futuro da empresa são os credores e a Justiça", explica Luis de Paiva, sócio da Corporate Consulting, que participou de mais de 200 reestruturações.

Execução

A tarefa de reerguer uma empresa envolve, no mínimo, dois grandes desafios: ganhar a confiança dos credores e conseguir manter a empresa operante. Muitas empresas em crise interrompem as atividades por falta de caixa e crédito para honrar compromissos básicos como pagar funcionários e comprar matéria-prima.

"É muito mais difícil recuperar a empresa se ela parar", avalia o presidente da Strategos Consultoria, Telmo Schoeler, que já participou de cerca de 150 reestruturações de empresas. "O plano de recuperação tem de considerar de onde sairá o dinheiro para a empresa continuar a operar nesse período."

Com a operação parada, as empresas perdem clientes e ficam com produtos e maquinário obsoletos. Na maioria dos casos assim, é questão de tempo para a recuperação judicial virar falência. Nos decretos de falência, é comum encontrar afirmações de juízes de que a recuperação é inviável porque as empresas já não existem mais.

Batalha jurídica

Os processos frequentemente se tornam uma batalha jurídica entre credores, acionistas e administradores judiciais. Cada um invoca a lei para tentar garantir seus interesses e a recuperação da empresa em si fica em segundo plano. Há muitos casos assim na história da lei brasileira.

O processo do laticínio Nilza, de Ribeirão Preto (SP), que já teve mil funcionários e tem fábricas paradas desde 2009, virou uma espécie de "novela". Os credores aprovaram a transferência da empresa a um investidor, mas o processo foi contestado por um acionista -o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - e o Ministério Público pediu a falência da empresa por suspeita de compra de votos na assembleia de credores. Depois de uma batalha jurídica, a empresa faliu em outubro de 2012.

"A empresa foi vendida para um grupo que não tinha intenção de operar a fábrica. Era só para especular", disse o síndico da massa falida, Alexandre Borges Leite. "É mais prejudicial aprovar uma recuperação inviável do que decretar a falência." A razão é simples: o tempo é inimigo de empresas em crise. Quanto mais se demora para resolver a questão, menos vale a companhia e mais difícil fica reerguer a empresa.

A Agrenco, por exemplo, pediu recuperação após uma investigação da Polícia Federal ter deflagrado uma crise na empresa, um ano depois de ela ter captado R$ 500 milhões na Bolsa. A ideia era simples: vender a usina de Marialva (PR) para terminar de construir outras duas usinas e se reerguer.

Não deu certo

O processo foi marcado por disputas judiciais entre credores, administradores e acionistas e trocas de gestão da empresa durante o processo. Um segundo plano foi elaborado, mas não foi aprovado pelos credores. A companhia teve sua falência decretada em agosto deste ano.

EUA

A recuperação judicial foi inspirada no chamado "Chapter 11" da legislação americana. Lá, a taxa de sucesso, historicamente, varia entre 20% e 30%, bem acima do 1% brasileiro. A lei americana é mais aprimorada, mas as grandes diferenças são a agilidade do processo e a maturidade do mercado em enfrentar uma reestruturação, dizem os especialistas. Nos Estados Unidos, o envolvimento do credor é muito maior e não se resume a aprovar ou não o plano de recuperação.

No caso da montadora General Motors, por exemplo, que pediu concordata em 2009, credores como o governo americano e o sindicato United Auto Workers converteram suas dívidas em ações de uma "Nova GM". O plano foi aprovado em cerca de 30 dias. A empresa se recuperou e os credores venderam suas ações anos depois.

Além da GM, entraram e saíram do "Chapter 11" diversas grandes empresas, como United Airlines, Citibank e até o banco Lehman Brothers, estopim da crise de 2008. Por aqui, ainda não há casos de gigantes que emergiram da recuperação judicial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Teka, tradicional fabricante de produtos para cama, mesa e banho de Santa Catarina, entrou com pedido de recuperação judicial para tentar colocar as finanças em dia. A companhia é mais uma vítima da crise que atinge o setor há cerca de uma década.

De acordo com Marcello Stewers, diretor-presidente da Teka, uma conjunção de fatores atingiu em cheio o caixa da empresa. Entre os motivos dos problemas, segundo ele, estão a queda das exportações por causa da valorização do real, os juros elevados, a alta carga tributária brasileira, a crise do preço do algodão de 2010 e 2011 e, por fim, a turbulência que a economia europeia atravessa.

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Desde 2003, as exportações, que representavam 35% do volume produzido pela empresa, caíram para apenas 3%.

"O gatilho para o pedido da recuperação judicial foram basicamente as ações trabalhistas que vieram com a redução do nosso parque fabril e das demissões de funcionários", afirmou Stewers.

Para tentar buscar um ponto de equilíbrio nas suas finanças, a Teka reformulou o portfólio de produtos e a capacidade fabril. Demitiu cerca de mil empregados nas unidades de Itapira e Artur Nogueira, no Estado de São Paulo, e Indaial e Blumenau, em Santa Catarina. Mesmo com o impacto das rescisões, o principal passivo da empresa repousa nas dívidas com bancos e os chamados credores quirografários.

"Nosso objetivo com o pedido de recuperação judicial é pagar todos os trabalhadores, os fornecedores e os bancos dentro de uma estrutura de capital adequada. Outro ponto é explorar melhor as unidades de negócios, a nossa marca, que é muito forte, e abrir novos canais de venda", afirmou Stewers.

No final do primeiro semestre, o passivo a descoberto total da empresa era de R$ 780,9 milhões, incluindo os tributos. Stewers não detalhou o passivo sem os tributos, mas disse que é "um pouco mais da metade do valor total".

O executivo também reclama que o pacote do governo federal, anunciado em abril, de desoneração fiscal para ajudar vários setores da economia, entre eles o têxtil, chegou tarde demais. "Esse pacote nos ajudou timidamente. Quando se fala no custo Brasil, é muito mais do que o que foi contemplado. Quando vemos um setor inteiro que não ganha mais dinheiro, tem algo de errado", completou.

A boa notícia para a companhia é que conseguiu registrar, no primeiro semestre, um lucro de R$ 77 milhões, dando uma nova esperança para o equilíbrio financeiro.

"O lucro ocorreu, temos uma grande chance de reagir. A recuperação judicial é um remédio para ajudar a empresa a voltar a ter lucro", disse Stewers. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A companhia aérea regional Passaredo entrou nesta sexta-feira (19) com um pedido de recuperação judicial na 8.ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP). Com uma dívida estimada em R$ 100 milhões, a empresa teve problemas de liquidez e precisará reestruturar sua operação. A companhia informou que os voos estão mantidos e os passageiros não serão afetados. A Passaredo é a quinta maior companhia aérea do País, atrás de TAM, Gol/WebJet, Azul/Trip e Avianca, mas responde por apenas 0,54% dos voos domésticos brasileiros, segundo dados de agosto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com sede em Ribeirão Preto, a empresa está no mercado desde 1995 e atualmente voa para 21 destinos.

Antes de entrar com pedido de recuperação judicial, a Passaredo já vinha enxugando sua operação. A companhia começou a devolver seus jatos Embraer 145, de 50 lugares, em junho. Com isso, sua frota operacional, que era de 11 aeronaves, foi reduzida para os atuais quatro turboélices ATR, com 70 assentos.

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A empresa terá de apresentar aos credores um plano de recuperação em até 60 dias. "Não se trata de uma pré-falência ou da procura de uma alternativa de venda. O propósito é reorganizar o caixa da empresa e voltar a crescer", disse o advogado Aires Vigo, que representa a Passaredo.

Até hoje, nenhuma empresa aérea que entrou em recuperação judicial conseguiu se reerguer. Desde que a lei entrou em vigor, em fevereiro de 2005, três empresas entraram com pedidos de recuperação judicial - Varig, Pantanal e VarigLog. A Varig foi vendida à Gol, a Pantanal à TAM e a VarigLog foi à falência. "No caso da recuperação judicial, um dos principais caminhos para tirar a empresa da crise é a venda", disse o consultor em reestruturação de empresas Luis Paiva, da Corporate Consulting. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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