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A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) através de suas redes sociais denunciou uma ação policial que vem sendo realizada nesta segunda-feira (17), no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Na denúncia, ela expõe uma conversa do WhatsApp entre uma moradora do local e o jornalista Rene Silva, na qual a mulher diz que foi amedrontada por agentes da operação e que algumas crianças foram ameaçadas de morte por esses mesmos policiais.

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''Polícia ameaçando matar crianças na Maré é inaceitável! Chega de chacinas! Depois do horror que a deputada @renatasouzario passou na sexta-feira, juntamente com mulheres e crianças, a PM do governador Cláudio Castro repete o terror na Maré. Operações desastradas como essa aterrorizam as famílias pobres na comunidade e são sempre abusivas!'', escreveu a parlamentar.

Benedita através da publicação também relembrou o tiroteio que aconteceu na comunidade no exato momento em que era realizada uma palestra sobre o impacto da violência armada na vida das mulheres da região. O evento foi realizado na tarde da última sexta-feira (14), e contou com a participação da deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ).

Renata participava do encontro na Casa das Mulheres da Maré, com cerca de 70 mulheres, quando o lançamento foi abruptamente interrompido por uma intensa troca de tiros. As participantes tiveram que correr para dentro da sede da ONG buscando proteção contra os tiros. Segundo a deputada, os disparos partiram de um helicóptero da Polícia.

Foto: Didi Rodrigues/Flickr

A deputada entrou em contato com o governador carioca Cláudio Castro (PL-RJ), para denunciar a situação ameaçadora. “Vim aqui convidada para falar dos impactos da violência na vida das mulheres e está se armando uma operação gigante, de improviso, no horário de saída das crianças da escola. Já tem gente baleada aqui na Maré e gostaria que o senhor fosse sensível a isso e visse o que está acontecendo. Estou aqui dentro da ONG em uma situação delicadíssima, com mulheres desesperadas”, falou Renata Souza para o gestor.

A ação de hoje, denunciada por Benedita da Silva, é a terceira operação policial que acontece na região só no mês de abril. Escolas e unidades de saúde da região não estão funcionando.

 

Assassinada com vários tiros quando voltava de um evento sobre a defesa dos direitos das mulheres negras, em 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco foi vítima de feminicídio político. A avaliação é da deputada estadual fluminense Renata Souza (PSOL). O novo conceito para esse tipo de crime foi defendido por Souza, em seu pós-doutorado em Políticas, Discursos e Sociedade.

Feminicídio político seria o assassinato de uma mulher para silenciar sua luta política. Segundo a deputada, isso ocorreu com Marielle e outras lideranças femininas, como a missionária Dorothy Stang (que se opunha à exploração ilegal da floresta) e a juíza Patrícia Acioly (que lutava contra a violência policial). As três foram assassinadas por pistoleiros devido às suas atuações contra ilegalidades.

“Feminicídio político existe. Marielle foi vítima de feminicídio político, assim como outras mulheres. A violência política de gênero tenta interditar nossas ações e inviabilizar as nossas atuações”, afirmou Renata Souza, reeleita em 2022 para seu segundo mandato na Assembleia Legislativa do estado (Alerj).

Renata Souza, “nascida e criada” no Complexo da Maré, destacou que mulheres negras, vindas de favelas, que ocupam espaço no parlamento causam incômodo.

“O feminicídio político de Marielle também demonstra o quanto somos malquistas nesses espaços, espaços que, historicamente, foram negados para nós, mulheres, mulheres pretas, de favela, de periferia, LGBTQIA+”, disse, em seminário realizado para homenagear Marielle Franco, nesta segunda-feira (13), na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A ex-deputada estadual Mônica Francisco, que cresceu no Morro do Borel e foi parlamentar de 2019 até fevereiro deste ano, afirma que o mandato de Marielle, por si só, desafiava uma “sociedade racista e sexista”.

“As mulheres negras são atravessadas por um histórico de existência em tragédia: o sexismo, o racismo, a desumanização extrema, tudo isso culminou com a execução de Marielle. Não é que a Marielle, em seu mandato, desafiava as pessoas. O desafio maior era a própria ocupação de um espaço não destinado às mulheres negras. E existência das mulheres negras é uma ameaça numa sociedade racista”, disse, durante o seminário.

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A vereadora Mônica Cunha (PSOL) não nasceu nem cresceu em nenhuma favela, mas, como mulher negra, que teve o filho encarcerado e assassinado, partilha da dor de muitas moradoras de comunidades carentes.

“Marielle era um farol, uma luz. Ela ‘chegava chegando’ e isso incomoda. Incomodou porque ela não era ela só. Ela era todas nós”, afirmou a vereadora. 

Dicionário de Favelas

O evento foi promovido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, uma plataforma online, mantida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que reúne mais de 1.500 verbetes relacionados à realidade das comunidades brasileiras e que teve apoio da vereadora assassinada, quando ainda estava sendo idealizado. 

Para Sônia Fleury, coordenadora do dicionário, Marielle Franco inspirou mulheres negras, moradoras de favelas, a buscar protagonismo político.

“Marielle é um símbolo nacional, internacional, de uma cidadania insurgente, que tocou a emoção dos jovens, de que é possível fazer política de outra maneira”, ressaltou. “É preciso pensar que há um movimento das favelas para o parlamento. Marielle é o símbolo disso e deixou sementes”, completou.

A deputada estadual Renata Souza (PSOL), candidata à Prefeitura do Rio na última eleição, registrou ocorrência na manhã desta segunda-feira, 21, após receber ameaças nas redes sociais. No Facebook, um homem comentou que ela "falava demais" e que iria "perder a linguinha" por causa disso. Também disse que a vereadora Marielle Franco, de quem Renata foi chefe de gabinete, teria morrido pelo mesmo motivo.

A parlamentar - que, assim como Marielle, é criada no Complexo da Maré - foi à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática fazer o registro do caso. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (Alerj), Renata é mais uma mulher negra a sofrer ameaças de morte nas redes sociais. No Estado, o mesmo já ocorreu com a deputada federal Talíria Petrone (PSOL), que precisou se mudar do Rio.

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Após as últimas eleições municipais, houve outros relatos parecidos País afora. Como mostrou o Estadão, investigações apontam para uma ação coordenada voltada para ameaças de cunho racista, machista e homofóbico. Para apurar esses relatos, pelos menos três Estados e órgãos internacionais, como a Interpol, trabalham de modo integrado.

No boletim de ocorrência (BO) desta segunda, Renata cita ainda outras ameaças recebidas durante o ano nas redes sociais. "Espero que as forças policiais investiguem esses criminosos. Já mataram Marielle, não posso subestimar qualquer ameaça e espero que nenhuma instituição democrática a subestime. Não vão nos calar", disse a deputada. "Em plena democracia, não é possível que uma parlamentar tenha as suas atividades cerceadas e intimidadas."

Uma live realizada pela deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) para lançar oficialmente sua candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro, na noite da última quinta-feira (20), foi invadida por hackers. 

No momento da invasão, a transmissão era assistida por mais de 500 pessoas, através da plataforma de reunião Zoom e os hackers começaram a exibir imagens aleatórias. Uma delas sendo a do personagem V, do filme V de Vingança, associada ao grupo anonymous. 

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Após o ocorrido, Renata usou seu perfil no Twitter para falar sobre a invasão. "A gente estava no segundo turno nas últimas eleições na capital pelo Psol [em 2016 com Marcelo Freixo]. A invasão de hackers à minha pré-candidatura diz a importância que temos no Rio. Eles não conseguiram derrubar o Rio de Gente, que teve cerca de 1.500 pessoas. Eu trago esperança e ousadia. Eles não toleram", escreveu ela. 

Nas redes sociais, Renata recebeu o apoio da deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), que acompanhava a live. "Plenária de lançamento da pré-candidatura de Renata Souza acaba de ser invadida por um ataque organizado de hackers que não toleram mulheres negras ocupando os espaços de poder. Não nos calarão e não nos intimidarão. A plenária continua", disse.

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Renata Souza, ex-chefe de gabinete da vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL-RJ), será candidata a deputada estadual pelo mesmo partido nas eleições de 2018. A presidente do partido no Rio, Carol Castro, disse que haverá uma reunião no diretório do PSOL no dia 10 de junho que deverá confirmar a candidatura, mas afirmou que Renata já é pré-candidata.

Carol afirmou ainda que outras duas integrantes do antigo gabinete de Marielle - Daniela Monteiro e Mônica Francisco - também serão candidatas.

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Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça no dia 14 de março junto ao seu motorista Anderson Gomes. Eles foram assassinados quando voltavam de um evento à noite. O ataque foi registrado na esquina da Rua Joaquim Palhares com a João Paulo I, no centro do Rio.

Os criminosos, que estavam em outro veículo, emparelharam com o carro de Marielle e atiraram. A vereadora do PSOL recebeu três tiros na cabeça e um no pescoço, e Anderson levou três tiros nas costas.

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