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Uma auditoria do Tribunal de Contas de São Paulo (TCESP) apontou supostas irregularidades na compra de luvas hospitalares, insumo necessário no combate à pandemia do novo coronavírus, pela Secretaria de Saúde do Estado.

De acordo com o tribunal, a contratação da empresa para aquisição do material foi realizada sem licitação pelo órgão, que pediu informações antecipadas sobre preços de mercado para decidir sobre o produto. O total do valor pago foi de R$9.161.100,00.

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No despacho assinado pelo conselheiro Antonio Roque Citadini nesta quinta-feira, 18, consta que a fiscalização apontou que a Secretaria não apresentou critérios de pagamento, nem a estimativa de preços para a compra das luvas. A análise também constatou que os valores de contratação são superiores aos praticados no mercado, contrariando princípio da economicidade e da seleção da proposta mais vantajosa para Administração exigidos pelo artigo 3º da Lei Federal nº 8.666/93.

O Tribunal de Contas notificou o secretário José Henrique Germann Ferreira, responsável pelo departamento, sobre o caso e deu um prazo de 30 dias para que as providências necessárias sejam adotadas.

COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE SAÚDE DE SÃO PAULO

Até a publicação desta matéria, a reportagem não obteve contato com a secretaria. O espaço permanece aberto a manifestações.

O Tribunal de Contas do Município (TCM) anunciou nesta quarta-feira (24) que vai apurar indícios de irregularidades em obras públicas da prefeitura do Rio de Janeiro que estariam sendo realizadas sem licitação. Atendendo a voto do conselheiro José de Moraes Correa Neto, o plenário da Casa determinou que o corpo técnico do tribunal instaure inspeção extraordinária da Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro (Geo-Rio), para apurar denúncias feitas na semana passada.

No último dia 18, o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Messina, revelou em seu canal na internet ter sido procurado por um grupo de servidores da Geo-Rio, órgão da Secretaria de Infraestrutura, que denunciou a existência de uma “planilha de obras clandestinas”, que estariam sendo efetuadas “sem nenhum processo, ou ainda, processos fantasmas”.

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“Dessa forma a inspeção irá verificar, in loco, a execução de supostos contratos, bem como suprir lacunas de informações e apurar as denúncias, verificando a existência de tais acontecimentos”, informou o TCM. Devido à urgência da situação, o processo terá tramitação preferencial.

Habitação

A apuração das irregularidades pelo TCM poderá se estender para a Secretaria Municipal de Habitação e órgãos a ela vinculados, conforme sugerido pelo conselheiro Felipe Galvão Puccioni. Foi proposto também que essa secretaria informe local e valor das obras que estão sendo realizadas na capital fluminense sem contrato, empenho ou publicação no Diário Oficial do município.

Os culpados responderão pelas ilegalidades que forem descobertas. “O não envio, incorreto, ou o envio insuficiente poderá gerar sanções aos gestores, além de evidenciar má fé quanto à apuração de fatos possivelmente graves”, disse Puccioni.

As adições foram integralmente acolhidas pelo plenário.

A reportagem da Agência Brasil pediu um posicionamento da prefeitura do Rio sobre a decisão do TCM e aguarda um retorno.

 

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu o gasto de  R$ 1,8 milhão da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) para a compra de livros em homenagem ao ex-governador Miguel Arraes. A aquisição dos quatro mil livros aconteceu sem licitação no fim do ano passado. A decisão foi da conselheira Teresa Duere, relatora das contas da Alepe no TCE, atendendo a um pedido de medida cautelar feito pelo Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO).

O primeiro-secretário da Alepe, deputado Diogo Moraes (PSB), autorizou a compra em 21 de dezembro do ano passado, mas curiosamente a dispensa só foi publicada no Diário Oficial em 27 de dezembro, entre o Natal e o Ano Novo, quando a Casa Joaquim Nabuco e o próprio TCE estavam em recesso de fim de ano.

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A editora contratada foi a Canaã, com sede em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Os quatro mil livros seriam distribuídos em um "kit-box" com dois livros, ao custo unitário de R$ 456 cada, segundo o empenho oficial da despesa, publicado no site TomeConta do TCE.

A medida cautelar foi expedida nessa quarta-feira (9), suspendendo a realização da despesa. O MPCO, ao pedir a suspensão da compra sem licitação, alegou o "momento de crise que vive o país e o Estado de Pernambuco".

"Em primeiro lugar, registra este membro do MPCO que o Governador Miguel Arraes, por toda a sua história e biografia, é merecedor de todas as homenagens em Pernambuco, no Brasil e no mundo. O MPCO, contudo, coloca à Relatora a pertinência de um gasto tão elevado em livros para realizar uma homenagem, em um momento de tanta crise financeira no país e também no Estado de Pernambuco. Afinal, está se tratando de quase R$ 2 milhões em livros para serem distribuídos como homenagem", argumentou o procurador Cristiano Pimentel, do MPCO, ao requerer a suspensão.

O MPCO apontou que havia risco de "dano irreparável", pois os recursos já tinham sido empenhados, ou seja, separados pela gestão da Assembleia para serem pagos a empresa. "Pagar R$ 456, na média, por cada um dos livros, parece um tanto caro. Até nas grandes livrarias é difícil achar um livro tão caro", justificou o procurador Cristiano Pimentel.

A relatora Teresa Duere, em seu despacho, disse que a matéria não é nova, pois em 2016 a Assembleia tentou fazer a mesma contratação. Segundo ela, na ocasião, os auditores do TCE também pediram a suspensão da despesa, em cautelar. A medida não foi dada, pois o então presidente da Assembleia, Guilherme Uchôa (PSC), falecido ano passado, comprometeu-se por ofício a cancelar a despesa.

A relatora requisitou cópia de todo o processo de compra, para análise posterior dos auditores do TCE.

A vereadora Marília Arraes (PSB) vai abrir, nesta quarta-feira (9), quatro pedidos de investigações contra a Prefeitura do Recife (PCR) para que o prefeito Geraldo Julio (PSB) explique porque a gestão fechou um contrato de R$ 6,5 milhões e sem licitação com a empresa Mais Serviços de Saúde Ldta, que fornece alugueis de ambulância. 

A irregularidade foi denunciada por Arraes nessa terça (8) na Câmara dos Vereadores. Durante o discurso, ela pontuou que além das suspeitas nos trâmites contratuais, os donos da empresa Eugênio Pereira Lima Filho e Myriam Elihimas Lima foram “coincidentemente” investigados pela Operação Assepsia, da Polícia Federal, que apurou fraudes em licitações e desvios de verbas em Natal no ano de 2012. 

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Na época eles eram sócios do Instituto de Tecnologia, Capacitação e Integração Social (ITCI), considerado pela PF como uma empresa de fachada. De acordo com a vereadora, os dois são réus em processos na Justiça Federal consequentes da Assepsia. E, apesar disso, prestam serviços a PCR com uma empresa com a razão social alterada que se transformou numa possível filial da ITCI no Recife.

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“A ‘nova’ empresa, que agora se chama Mais Vida Serviços de Saúde, chegou, veio e venceu. Quer dizer, venceu sem nem concorrer. Isso mesmo: em outubro de 2013, já na gestão do prefeito Geraldo Julio, a empresa de Myriam e Eugênio abocanhou, sem licitação, um contrato de R$ 708 mil para alugar ambulâncias à Secretaria de Saúde. Repito: sem licitação”, denunciou Marília. Segundo ela, depois o contrato foi renovado com aditivos que somam os R$ 6,5 milhões. 

“Poderia ser apenas coincidência, mas é coincidência demais para ser apenas acaso. Interessante também é que tomamos conhecimento que esta turma também anda trelando na Paraíba. Já há investigações em curso que apontam que Eugênio praticou irregularidades muito parecidas com as que estamos denunciando”, acrescentou a ainda socialista.

Os pedidos de investigação serão impetrados por Arraes no Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público de Pernambuco. “Não somos nós que vamos dizer se essa história tem coincidências demais. São as autoridades competentes. O mínimo que se espera é que a administração pública municipal colabore com todas as investigações. Afinal, pode ser que haja mais coincidência. Enquanto isso, deixo uma pergunta para o prefeito Geraldo Julio: o senhor acredita em coincidências?”, indagou, ironizando.

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