Em visita à sede da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), no bairro de Areias, Zona Oeste da capital pernambucana, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou na manhã desta sexta-feira (28), o investimento de R$ 61 milhões no Metrô do Recife (Metrorec). De acordo com o superintendente da CBTU Recife, Leonardo Villar, a maior parte da verba do Governo Federal será destinada à segurança das estações. A CBTU informou que, nos próximos meses, vai instalar 1,3 mil câmeras de vigilância e criar uma central de monitoramento. Atualmente, o metrô conta com pouco mais de 100 câmeras.
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Ainda de acordo com Villar, o restante da verba federal deverá ser utilizada para o reparo nos equipamentos de manutenção, melhorias nas estações e no sistema de vias permanentes. "Esse investimento é muito importante pra gente porque esse é o primeiro passo de recuperação do metrô, é o início de um percurso que temos que percorrer", afirmou o superintendente da CBTU Recife. Para ele, os R$ 61 milhões são suficienteS e vão ser destinados aos pontos mais críticos do modal. O sistema atende cerca de 400 mil pessoas por dia e é o transporte mais barato do país com uma tarifa de R$ 1,60.
Em junho de 2016, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos chegou a anunciar que não teria mais condições de manter o metrô do Recife, a partir do mês de julho, devido à falta de orçamento. Na época do entrave, o ministro Bruno Araújo se reuniu com a gestão da CBTU e conseguiu liberar parte dos recursos para garantir a atividade do sistema até o mês de outubro. Nesta sexta-feira (28), Bruno Araújo comentou que tem sido um esforço constante devolver à sociedade pernambucano um metrô com eficiência.
"O primeiro trabalho foi recompor o orçamento do metrô com a devida funcionalidade até o fim de 2016. Agora, conseguimos um investimento maior para garantir benefícios diretos ao sistema ao longo de 2017", afirmou o ministro das Cidades. Também marcaram presença na reunião do anúncio da verba, o presidente nacional da CBTU José Marques, o deputado estadual Antônio Moraes (PSDB-PE), Hélio Leite, da gerência financeiro da CBTU e o presidente do Conselho da CBTU, Joaquim Francisco.
Manifestação
Enquanto o ministro das Cidades anunciava o investimento para o metrô do Recife, do lado de fora do prédio um grupo de concursados da CBTU protestavam junto ao Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro). De acordo com Robson Ferreira, um dos concursados que ainda não foi chamado, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos realizou um concurso em 2014 e só parte dos aprovados foram chamados para trabalhar. Para Levi Arruda, à frente do Sindmetro, os concursados de 2014 querem uma resposta oficial da CBTU.
"Existe um déficit de funcionários e trabalhadores em todos os setores da empresa e isso expõe os funcionários a uma rotina estressante e extensa de longas jornadas de trabalho com números elevados de horas extras", lamentou Levi. Ele explicou que o protesto é para que os aprovados possam trabalhar e para chamar atenção de que o valor liberado para o metrô do Recife não é suficiente para todas as demandas de segurança e condições de trabalho para os funcionários.
O superintendente da CBTU Recife, Leonardo Villar, não falou se iria dialogar com o grupo de concursados, mas disse que o concurso foi feito para 178 vagas, das quais já foram chamadas 85 pessoas. "Nós temos o prazo de até 2018 para chamas todo mundo que foi aprovado, no momento batemos a cota de funcionarios da CBTU, em função do orçamento da União", informou Villar. Para ele, é natural que as pessoas cobrem e façam "pressão", mas que o concurso está sendo administrado e o prazo é legal judicialmente.
O Sindicato da categoria também argumentou que os R$ 61 milhões que estão sendo investidos no metrô do Recife já era pré-estabelecido no PAC da Mobilidade do Governo Dilma e que não há novidade. Para Bruno Araújo, o PAC da Mobilidade tinha "muita letrinha" e não era efetivo. "Dessa vez, estamos falando de dinheiro na conta com esforço coletivo", disse.