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O Tribunal de Justiça do Rio acatou nesta quinta-feira, 17, a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, e outras oito pessoas, entre elas executivos da estatal e da construtora Norberto Odebrecht. De acordo com a denúncia, o ex-diretor e seus auxiliares fraudaram uma licitação para favorecer a construtora com um contrato de prestação de serviços no valor de US$ 825 milhões.

Com a decisão, os nove envolvidos na denúncia tornam-se réus em processo que tramita na 27ª Vara Criminal do Rio. Entre os citados estão seis funcionários da estatal, um ex-funcionário, que vão responder por crimes contra a Lei de Licitações. Também é citado na denúncia o executivo Marco Antonio Duran, diretor de Contratos da Construtora Norberto Odebrecht. A pena para eles pode chegar a até quatro anos de reclusão.

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Para o Ministério Público, o grupo agiu para direcionar a licitação em favor da Odebrecht, "violando o regramento que estabelece o Fluxo de Aprovação de Projetos, e em desacordo com as orientações do corpo técnico", diz o documento. Os procuradores identificaram diversas alterações no rito das licitações, como o aval de funcionários que não participaram da reunião que selou o resultado da concorrência.

Na avaliação do MP, que se baseou em relatórios da auditoria interna da Petrobras, o objetivo era favorecer a construtora. O contrato, firmado em 2010, era voltado para a realização de serviços de requalificação de unidades da Petrobras no exterior, com intervenções nas áreas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). Entre as unidades envolvidas no contrato estava a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, também investigada pelas autoridades brasileiras.

A orientação do corpo técnico e da diretoria da estatal era contratar empresas diferentes para determinados grupos de unidades, o que foi rejeitado pelo grupo sob orientação de Jorge Luiz Zelada. Ele sucedeu Nestor Cerveró como diretor da área Internacional da Petrobras entre 2008 e 2012, quando renunciou ao cargo após a presidência da estatal ser assumida por Graça Foster.

Zelada não foi encontrado para comentar o caso. Funcionários de sua empresa de consultoria informaram que o executivo estaria fora do País.

Na denúncia, o Ministério Público solicita que os réus percam seus empregos públicos e paguem multa de 2% do valor do contrato irregular, o equivalente a US$ 16 milhões. Os procuradores também encaminharam os autos para o Núcleo de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (NCCLD) da Polícia Civil do Rio de Janeiro, com o objetivo de que sejam abertos inquéritos para investigar suspeitas em outros contratos da Petrobras.

Entre as suspeitas levantadas pelo MP estão contratos relativos à venda da refinaria de San Lorenzo, na Argentina, a aquisição de participação em blocos de exploração na Namíbia, a contratação de empresas de afretamento e a venda de participação em ativos na Argentina.

Procurada, a Odebrecht informou ontem que desconhece a denúncia e que o contrato foi "resultado de licitação pública". Já a Petrobras divulgou nota no final da noite de ontem informando que o contrato foi alvo de auditoria interna em 2011 e que em janeiro do último ano passou por revisão.

A ex-governadora do Rio Rosinha Garotinho foi condenada pela 14ª Vara da Fazenda Pública da capital fluminense por improbidade administrativa. Rosinha teve seus direitos políticos suspensos por cinco anos, além de ter que ressarcir integralmente os cofres públicos e pagar multa. Também foram sentenciados o ex-secretário estadual de Educação, Claudio Mendonça, Maria Thereza Lopes Leite e a Fundação Euclides da Cunha.

Segundo o processo, Rosinha Garotinho, Claudio Mendonça e Maria Thereza celebraram contrato com a Fundação Euclides da Cuinha durante o período em que Rosinha, atual prefeita de Campos dos Goytacazes, era governadora do Rio. O contrato teria sido feito sem licitação e previa a implantação de um programa estadual de informática aplicada à educação.

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Para a juíza Simone Lopes da Costa, a ex-governadora foi responsável por atos lesivos ao Estado. "Sua posição, na época, de governadora de Estado lhe impunha maior responsabilidade, tanto de fiscalização de seus subordinados quanto de averiguação dos atos que pratica", manifestou na sentença.

Ainda de acordo com a magistrada, não ficou provado que as 254 salas de informática previstas no contrato foram montadas pela Fundação Euclides da Cunha. "Não há sequer comprovação de instalação dos laboratórios de informática pelo réu, mas tão somente serviços inerentes à preparação de salas para a posterior instalação desses laboratórios", afirma a juíza, que aponta, ainda, o fato de não ter havido licitação para a prestação do serviço.

O protesto organizado por Black Blocs em frente à sede do Tribunal de Justiça do Rio contra a prisão de três integrantes do grupo na quarta-feira, 4, terminou em pancadaria no início da noite desta sexta-feira, 6. Um ativista teve fratura exposta em um dedo da mão e um PM foi atingido por um objeto lançado por manifestantes, segundo a corporação.

Cerca de 60 pessoas participaram do ato, que começou às 17 horas. A confusão começou quando um grupo tentou entrar por um portão lateral do Fórum e foi barrado por policiais e seguranças. O portão automático foi acionado e manifestantes o seguraram, impedindo que fosse baixado. Houve tumulto e pancadaria entre policiais, seguranças e manifestantes. Ovos, lixeiras e placas foram atirados contra policiais e seguranças, que jogavam cavaletes de ferro. O manifestante que quebrou o dedo foi levado para um hospital em um táxi. Ele não quis se identificar. "Sou só mais uma vítima do Estado." Um segurança do Fórum havia jogado um cavalete de ferro contra ele. Em cartazes, Black Blocs pediam "liberdade aos presos políticos". Ninguém foi preso.

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Na quarta, três administradores da página Black Bloc RJ no Facebook foram presos sob acusação de formação de quadrilha armada e incitação à violência. Dois menores apreendidos na operação foram liberados. Desde segunda-feira, 2, uma decisão judicial autoriza a identificação criminal de quem usa máscara no Rio. Nesta sexta, os manifestantes não estavam com os rostos cobertos - alguns usavam adereços de carnaval, outros pintaram o rosto de preto. "Eles não vão arrancar a minha pele", disse um deles.

Há cerca de um mês, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) passou a omitir os nomes de magistrados nas notícias, divulgadas pela assessoria de imprensa em sua página na internet, sobre decisões judiciais em processos criminais. A mudança não atingiu profissionais da área cível. A medida teria sido tomada após uma solicitação da Comissão de Segurança Institucional do tribunal, presidida por um desembargador, e composta por cinco juízes e um coronel da PM (que é o diretor geral de Segurança Institucional). Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o TJ do Rio lidera o ranking, em números absolutos, de magistrados ameaçados em todo o País. Oficialmente, a corte fluminense diz que a não divulgação dos nomes dos magistrados "é fruto da nova Política de Comunicação Institucional adotada pelo Tribunal, em consonância com a Lei Federal 12.694/2012".

Ouvidos pela reportagem sob a condição de anonimato, magistrados (inclusive alguns que já foram ameaçados em razão de seu trabalho) se mostraram surpresos com a mudança de procedimento do tribunal, mas não souberam dizer se houve novos casos de intimidações contra colegas. Indagado pela reportagem, o TJ-RJ não informou se a medida foi tomada devido a novas ameaças feitas a seus juízes e desembargadores.

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Os nomes dos magistrados, entretanto, continuam sendo publicados normalmente na internet a cada manifestação deles nos processos criminais, inclusive nas sentenças. Para isso, é preciso consultar os processos pelo número ou pelos nomes dos réus.

Inspirada na legislação italiana que criou a figura dos "juízes sem rosto" para combater a máfia, a lei 12.694 admitiu a possibilidade de um juiz de primeira instância, que se sinta ameaçado, convocar um colegiado (formado por outros dois colegas) quando tiver que tomar decisões contra integrantes de organizações criminosas. De acordo com a legislação, a competência do colegiado limita-se ao ato para o qual foi convocado. As reuniões poderão ser sigilosas "sempre que houver risco de que a publicidade resulte em prejuízo à eficácia da decisão judicial".

A lei foi sancionada em julho do ano passado, poucos dias antes do primeiro aniversário do assassinato da juíza Patrícia Acioli, conhecida por combater o crime organizado em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. E entrou em vigor em outubro.

Magistrados ameaçados

 

Levantamento da Corregedoria Nacional de Justiça mostra que o TJ do Rio tinha registrado de julho de 2011 a março deste ano 29 magistrados ameaçados, ficando em primeiro lugar no ranking em números absolutos. A quantidade é a mesma registrada em agosto de 2012, quando foi divulgada a última pesquisa sobre o assunto.

No total, o levantamento do CNJ revela que 202 magistrados sofreram represálias em função de seu trabalho neste período. A quantidade, no entanto, não significa que todos estejam ameaçados atualmente, pois a situação de alguns pode ter sido resolvida, informou o CNJ. As ameaças mais frequentes são de morte e à família do magistrado.

Cerca de 700 pessoas ligadas ao Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio (Sind-Justiça) realizaram nesta quinta-feira uma manifestação, no Centro da cidade, contra a aprovação pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de um anteprojeto que institui pagamento de auxílio-moradia a todos os seus 842 juízes e desembargadores, com retroatividade de dez anos. Se aprovado, o sindicato estima que o impacto no orçamento será da ordem de R$ 500 milhões apenas com os atrasados.

Os servidores também protestavam contra a votação de projeto de lei encaminhado pelo TJ-RJ à Assembleia Legislativa (Alerj) que substitui a função de escrivão por chefe de serventia (que será de livre nomeação pelos juízes). A medida estava na pauta desta quinta do plenário da Alerj, mas não havia sido votada até o início da noite.

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"Atualmente, para ser escrivão, é necessário que o analista judiciário tenha formação em Direito, além de preencher diversas outros requisitos, como tempo na função, experiência, e cursos obrigatórios. Já a nova função de chefe de serventia vai depender exclusivamente de indicação do magistrado. Assim, qualquer técnico judiciário, que tem apenas o ensino médio, poderá ser nomeado para chefiar um cartório. A medida vai prejudicar a qualidade do serviço prestado à população", disse Alzimar Andrade, coordenador-geral do Sind-Justiça.

Os servidores também reclamavam da abertura de uma sindicância, pela Corregedoria do TJ-RJ, contra um funcionário que usou o computador do trabalho para enviar e-mail ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) comunicando sobre a aprovação do auxílio-moradia retroativo a dez anos para todos os magistrados. O TJ-RJ informou que ainda não está decidido se o anteprojeto em questão será encaminhado para votação na Alerj. Desde a aprovação pelo Órgão Especial, em 11 de março, o anteprojeto está parado no gabinete da presidente do TJ-RJ, desembargadora Leila Mariano.

O protesto do Sind-Justiça começou às 16h em frente à sede do TJ-RJ e seguiu até a Alerj.

O desembargador Fabio Dutra, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), deu decisão favorável ao minoritário da Petrobras Rafael Rocha, em caso que envolve suposto abuso de poder indireto da União em assembleia de acionistas da petroleira. Rocha alega a possibilidade de fraude na eleição dos membros do conselho de administração da companhia.

O documento foi disponibilizado na segunda-feira, 29, no TJ/RJ para a defesa do acionista e ainda foi publicado em Diário Oficial. A Petrobras, segundo o advogado Lucas Ximenes, da Spalding Advocacia Empresarial, deve ser notificada nos próximos dias por oficial de Justiça. Terá, então, cinco dias para apresentar os documentos solicitados pelo acionista, disse Ximenes.

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Rocha entende que houve irregularidade na eleição de membros do conselho de administração da Petrobras no ano passado. Ele reclama na Justiça da forma como foi conduzida a assembleia e pede exibição das cédulas de votação.

A eleição para uma das dez vagas no conselho, reservada a acionistas minoritários, teria tido influência indireta do controlador, a União. O processo visa apurar suposto abuso de poder nos votos exercidos por fundos de pensão patrocinados por empresas estatais.

Rocha alega que os fundos, embora minoritários, votam alinhados com o controlador e deveriam ter se abstido da votação em que Josué Gomes da Silva, filho do ex-presidente José Alencar e herdeiro da Coteminas, foi eleito conselheiro em vaga reservada a minoritários. "A jurisprudência mostra que não deveriam votar", disse Rocha.

O Broadcast, serviço de informações em tempo real da Broadcast, esteve presente à assembleia de 2012 e verificou que Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil) exerceram voto como minoritários, da mesma forma que o banco de fomento estatal BNDES e seu braço de participações, BNDESPar.

No entanto, diz o acionista, a Petrobras não disponibilizou as cédulas que comprovam oficialmente os votos, condicionando a exibição a um termo de confidencialidade com o qual o acionista não concordou. A votação também é alvo de processo administrativo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"Essa é uma ação cautelar de exibição de documentos. O minoritário Rafael Rocha solicitou, na via judicial, a exibição das cédulas de votação", disse Ximenes.

A decisão do desembargador, datada de 19 de janeiro, reverte sentença do ano passado desfavorável ao acionista, em primeira instância.

Na assembleia de ontem, 29, Previ e Petros votaram como minoritários. A presidente da Petrobras, Graça Foster, que conduziu a assembleia, disse que não foi provada influência do controlador. Outros fundos não votaram. Rocha pediu que os votos fossem especificados em ata. Pela primeira vez, BNDES e BNDESPar se abstiveram de votar. A consultoria jurídica da própria Petrobras entendeu que não deveriam votar, por serem instituições ligadas à União.

O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) reduziu para 6 anos e 8 meses de reclusão as penas do ex-presidente da Loterj, Waldomiro Diniz da Silva, e do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A redução se deu porque as penas aplicadas na sentença de 1ª instância ainda não estavam em vigor na época dos fatos. Na mesma sessão, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal absolveram os réus do crime de fraude em licitação. Em fevereiro de 2012, eles haviam sido condenados pela 29ª Vara Criminal do Rio por corrupção e fraude do Edital de Licitação nº 1/2002 da Loterj. A conversa entre os dois foi gravada clandestinamente por Carlinhos Cachoeira.

Na primeira instância, Waldomiro Diniz foi condenado a 12 anos de reclusão, 3 anos de detenção, 240 salários mínimos de multa e outros R$ 170 mil, em benefício da Secretaria de Saúde do Estado do Rio. Carlos Cachoeira foi condenado a 8 de reclusão, 2 anos e 6 meses de detenção, 160 salários mínimos de multa e mais R$ 85 mil de multa, também para a Secretaria de Saúde, por conta da fraude na licitação.

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"Não há dúvida de que o agir de Waldomiro e Carlos Augusto, que foi filmado e divulgado na mídia, causou uma grande repulsa na sociedade, não se podendo perder de vista que a destinação das 'doações' beneficiaria interesses pessoais e de políticos, quando, na verdade, deveria atender a projetos sociais", afirmou o relator do recurso, desembargador Moacir Pessoa de Araújo.

Na opinião do relator, Cachoeira fez a gravação porque "Waldomiro estava extorquindo demais". "É evidente que Carlos Augusto, o Cachoeira, fez esta gravação porque já sabia que eles vinham durante a execução deste contrato - é o que sobressai do processo - em constante corrupção, um dando vantagem indevida para o outro. Tanto é que ele guardou esta gravação por dois anos para depois levá-la a público", destacou o magistrado.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio, em fevereiro de 2002, no escritório do Consórcio Combralog, localizado em Botafogo, zona sul do Rio, o ex-presidente da Loterj Waldomiro Diniz solicitou vantagem indevida a Carlinhos Cachoeira, que prometeu o pagamento a fim de que o edital da licitação fosse modificado em favor da Hebara Distribuidora de Produtos Lotéricos S/A. Waldormiro também solicitou 1% do valor total do contrato celebrado entre a Combralog e a Loterj. A conversa foi gravada, clandestinamente, pelo contraventor, que acabou por divulgá-la à imprensa, o que resultou na instauração da CPI da Loterj.

Além do relator, participaram do julgamento os desembargadores Marcus Basílio, como revisor, e Luiz Zveiter, como presidente vogal.

A candidatura da filha do ministro Luiz Fux, Marianna, de 32 anos, a uma vaga no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ainda não foi formalizada, mas já é motivo de constrangimento entre conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e desembargadores. Se mantiver a decisão de entrar na disputa, Marianna será candidata a uma das vagas garantidas a representantes da OAB, no chamado quinto constitucional, no lugar do desembargador Adilson Macabu, que se aposenta em julho.

Alguns advogados contam terem recebido telefonemas de Fux, já que o primeiro passo é incluir Marianna entre os seis nomes que serão encaminhados pela OAB ao Tribunal de Justiça. A preocupação dos conselheiros que votarão a lista sêxtupla é não criar atrito com um ministro da mais alta corte do País. Como o voto é aberto, é possível descobrir com facilidade quais foram os escolhidos de cada conselheiro.

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No Tribunal de Justiça, o convite distribuído aos 180 desembargadores para a festa de 60 anos de Fux, na casa do advogado Sergio Bermudes, foi motivo de desconforto. A festa acabou cancelada, para alívio de muitos magistrados. Fux tem um bom trânsito no tribunal e, na avaliação de alguns desembargadores, a inclusão de Marianna na lista tríplice a ser encaminhada ao governador Sérgio Cabral seria garantida.

No governo do Estado, o constrangimento acontece pelo fato de que dificilmente Cabral vetaria o nome de Marianna, se nem a OAB nem o TJ excluíssem a filha do ministro do Supremo. Questionado sobre o assunto, Cabral afirmou, na semana passada, que a candidatura de Marianna não chegou aos seus ouvidos e que sabe, apenas, que se trata de uma advogada "brilhante".

Se formalizar a candidatura, Marianna não será a única filha de um ministro do Supremo a disputar uma vaga do quinto constitucional. Filha de Marco Aurélio Mello, a advogada Letícia de Santis Mendes de Farias Mello está na lista sêxtupla enviada pela OAB federal para uma vaga do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange Espírito Santo e Rio de Janeiro. Se os desembargadores federais votarem em Letícia para a lista tríplice, a decisão final será da presidente Dilma Rousseff.

Bermudes

"Ser filho de um ministro não pode significar estigma. O que acontece é que (no caso de se candidatar a uma vaga em um tribunal) fica absolutamente vedado ao pai, tio ou parente interferir nesta disputa. No caso da comemoração do aniversário do ministro Fux, já que desembargadores foram convidados, o ideal seria que a filha não comparecesse. Mas não se pode impedi-la de se candidatar. Pode ser uma moça de extraordinário valor", diz o presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB federal, Valmir Pontes Filho.

Em relação à atuação de Fux em alguns processos de interesse do advogado Sérgio Bermudes, de quem é amigo há 40 anos, Valmir Pontes diz que a melhor atitude é, como fez o ministro, formalizar o impedimento, mas não há comprometimento do processo se votar em um ou outro caso. "Se o ministro prefere se julgar impedido, tanto melhor. Mas ele pode, tendo a consciência tranquila consigo mesmo, votar contra ou a favor, naturalmente dentro da prova dos autos" diz o advogado. (Colaborou Marcelo Gomes)

No penúltimo dia do prazo estipulado pela resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinou a publicação de nomes, salários, abonos e gratificações de todos os servidores do Judiciário, com base na Lei de Acesso à Informação, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (20), a determinação, colocando as informações em sua página na internet. Os nomes dos magistrados, porém, foram retirados do site no fim da manhã, após a Associação dos Magistrados do Estado do Rio (Amaerj) obter uma liminar no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) suspendendo a publicação por 60 dias. Já os nomes de todos os serventuários continuam na internet.

Presidente do TJ-RJ, o desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos disse nesta sexta-feira que vai cumprir a resolução, apesar de discordar da decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, que cassou liminar obtida pela Confederação dos Servidores Públicos do Brasil pedindo a interrupção da publicação dos nomes dos servidores.

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"Assim que cair a liminar da Amaerj, vamos voltar a publicar os nomes dos magistrados. Mas o decreto 7.724/12 que regulamentou a Lei de Acesso à Informação, determinando a publicação individualizada da remuneração dos servidores, viola o princípio constitucional da inviolabilidade da intimidade, da honra, da vida privada e da imagem das pessoas. Isso abre um precedente perigoso. Corremos risco ao abrirmos exceções desse tipo. Se querem publicar tudo, que mudem a Constituição", disse Rebêlo ao Grupo Estado.

Em artigo divulgado nesta sexta, Rebêllo e o presidente do TJ de Minas Gerais, desembargador Joaquim Herculano Rodrigues, defendem que, "por questão de isonomia, a total exposição da remuneração individual deve alcançar todos aqueles que exerçam funções essenciais para a sociedade, ainda que não sejam integrantes dos quadros públicos, como, por exemplo, os empresários, cujo valor dos rendimentos pessoais poderá ser do interesse dos empregados conhecer, à vista do princípio da preservação da empresa".

O presidente da Amaerj, desembargador Claudio dell'Orto diz que o decreto 7.724 viola o artigo 31 da Lei de Acesso à Informação, que diz que "o tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais".

"Há um contrassenso que a nosso ver tem que ser analisado pelo plenário do STF. Defendemos a publicação dos salários e da matrícula dos servidores. Mas entendemos que, caso o cidadão queira saber o salário de alguém individualmente, precisa se identificar e justificar o pedido", explicou dell'Orto.

 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu hoje aposentar compulsoriamente o desembargador Roberto Wider, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A aposentadoria compulsória é a pena máxima na esfera administrativa prevista para magistrados que cometem irregularidades.

Afastado do cargo desde 2010, Wider foi acusado de favorecer um lobista, que era seu amigo. Uma das suspeitas era de que, como corregedor, ele teria nomeado para o comando de cartórios dois advogados que tinham ligação com o lobista.

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Autora do voto que prevaleceu no julgamento, a corregedora Eliana Calmon concluiu que houve tráfico de influência. Segundo ela, o desembargador feriu os princípios da legalidade, da impessoalidade e da imparcialidade, que têm de ser cumpridos pelos integrantes do Judiciário.

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