Tópicos | trabalhadores da educação

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de São José do Belmonte (Sinpebel), sertão pernambucano, acusam a prefeitura de não realizar o pagamento referente ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). De acordo com a instituição, a cobrança para o repasse do fundo aos docentes vem desde 2017.

Segundo o sindicato, foi depositado o valor de R$ 24.300.637,42 que ficou sob responsabilidade da gestão municipal. Na época, o prefeito Romonilson Mariano (PSB), alegou que repassaria a porcentagem obrigatória, que é de 60% do recurso, para profissionais do magistério em exercício.

##RECOMENDA##

"[O prefeito] assegurou, inclusive, que não gastaria esse percentual enquanto não houvesse uma decisão que pacificasse a matéria. Todavia, tão logo os valores foram depositados na conta a conversa mudou e o prefeito se recusou, inclusive, a fornecer a prestação de contas, além de estar gastando o dinheiro sem o devido plano de aplicação exigido pelo TCU", expõe o Sinpebel.

À reportagem, a organização sindical alega que vários ofícios foram enviados para obtenção dos extratos da conta. Sem retorno, foi promovida uma ação judicial, que tramita na Vara Única da Comarca de São José do Belmonte, exigindo a prestação de contas, assim como, o bloqueio do valor até o caso ser resolvido.

"O Juiz da Vara Única da Comarca, atendendo ao parecer do Ministério Público de Pernambuco, determinou que o município apresentasse o plano de aplicação e a prestação de contas. A partir disso, sindicato descobriu que não existe plano de aplicação aprovado e que, hoje, há menos de 7 milhões em conta, mesmo com todos os juros e correção monetária e mesmo diante da pandemia que suspendeu as aulas presenciais nos últimos dois anos, cessando diversos gastos da municipalidade", garante o sindicato.

Sobra do Fundeb

Ao LeiaJá, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de São José do Belmonte relata que houve uma sobra dos recursos oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). No entanto, o quantitativo não foi distribuído aos profissionais da Educação. De acordo com a normativa, os municípios são obrigados a aplicar 70% do fundo. 

"Não é ideal que exista a sobra, o que significa que o plano de cargos e carreiras precisa ser revisto. Porém, se existe a sobra, a prefeitura está obrigada a ratear o valor entre os profissionais", aponta associação. 

Questionado sobre o valor remanescente, o sindicato alega que, devido à ausência de prestação de contas, não se pode mensurar o quantitativo. "O município de São José do Belmonte não apresentou a prestação de contas, não é transparente nesses dados, de modo que não sabemos sequer se existe ou o porquê de não existir a sobra, já que em todos os Municípios houve sobras e o consequente rateio".

No último sábado (15), os professores, por meio do Sinpebel, realizaram um protesto para reivindicar o pagamento do Fundef. Como resposta, o prefeito publicou vídeos, em uma rede social, em que alegou que o movimento não representa a categoria. Além disso, Romonilson Mariano retirou as faixas alegando que não havia autorização da prefeitura para fixá-las em vias públicas.  

[@#galeria#@]

Prefeitura se pronuncia

A Prefeitura de São José do Belmonte foi procurada pelo LeiaJá. Em contato com a Secretaria de Educação do Município, o secretário Izaias Barros afirma que os apontamentos do sindicato são uma questão política. Ademais, o responsável pela pasta, enviou à reportagem vídeos do prefeito falando sobre precatórios (Fundef) e os últimos acontecimentos na cidade.

"Esse precatório foi um recurso que durante um certo tempo, o Governo Federal repassou a menos, não apenas para Belmonte, mas para todas as cidades (...) no meu primeiro mandato foi creditado na conta um montante, não de R$ 24 milhões, mas R$ 29 milhões, que foi creditado apenas R$ 24 milhões porque cinco [milhões] ficou retido", explica o gestor no vídeo. 

Conforme o prefeito, a quantia depositada foi destinada à reforma e construção de escolas, transporte escolar, como também, treinamento dos profissionais da Educação. "Tem R$ 800 mil, desde sempre, desde a audiência pública e que a gente já tentou se melhorar, capacitar os professores e não houve interesse", alega.

Em outro trecho, Romonildo ressalta que no Memorial Descritivo há uma observação referente ao rateio de valores. "É terminantemente proibido fazer rateio, pagar salário, mesmo com decisão judicial retroativa". Na ocasião, ele também menciona que a reivindicação não é dos professores, mas "de meia dúzia de gatos pingados, que não pensam no outro". 

"Da sexta para o sábado, amanheceu com um monte de faixas. Eu acredito que a categoria tem conhecimento de que tem responsabilidade. O sindicato dos professores na faixa, tem que alguém ser responsável. Isso se torna uma coisa falsa sem se identificar. Não precisa fazer isso. Outra coisa, para usar algo público para fazer propaganda é preciso autorização da prefeitura". Sobre isso, Romonilson afirma que se o grupo tivesse solicitado à prefeitura, o pedido seria aceito. Entretanto, deveria contar a autoria.

O prefeito de São José do Belmonte finaliza a série de vídeos, seis no total, chamando o sindicato para um diálogo. "Vamos conversar. Marca com o secretário a reunião, marca o tema. Tema que possa se resolver e não tema esgotado, que já está ultrapassado e, inclusive, judicializado", pondera.

E complementa: "E digo a você, sindicato, não existe aresta de Romonilson, não existe Educação sem professor, não existe Educação sem união.  Agora, vamos ser decente, vamos ser grandes perante a Belmonte (...) estou pronto para conversar, qualquer dia, qualquer hora. Vamos fazer o trâmite? Se é sindicato e prefeitura, será sindicato e prefeitura".

As Universidades Federal de Pernambuco e Federal Rural de Pernambuco, UFPE e UFRPE, resolveram suspender, temporariamente, a emissão de declaração contratual de estágio para estudantes. O documento comprobatório de vínculo poderia servir para os estagiários receberem a vacina contra a Covid-19 no âmbito do Plano de Imunização do Recife. Como argumento para a suspensão, as instituições de ensino afirmam que não têm uma informação clara, por parte do município, sobre se os estagiários estão ou não inclusos no grupo dos trabalhadores da educação aptos à vacinação.

A decisão pela suspensão temporária ocorreu após uma reunião da UFPE e UFRPE com o secretário de Educação do Recife, Fred Amancio, nesta segunda-feira (31). Ao LeiaJá, a Secretaria de Saúde da cidade informou que o objetivo do encontro foi justamente discutir se estagiários devem ser ou não considerados trabalhadores da educação, tais como professores e profissionais de limpeza. 

##RECOMENDA##

“As representações institucionais presentes na reunião solicitaram detalhamento explícito quanto à vacinação dos estagiários das universidades. Tão logo tenhamos o novo posicionamento e informações atualizadas, daremos ampla publicidade à comunidade acadêmica”, informou nota conjunta das universidades.

Atualização

Na noite desta segunda-feira, a Secretaria de Educação do Recife, em nota enviada ao LeiaJá, divulgou um parecer sobre a questão: "Com relação à vacinação do grupo de trabalhadores da educação do ensino superior, a Secretaria de Educação do Recife esclarece que não são todos os estagiários do ensino superior que estão contemplados, mas apenas aqueles que são diretamente contratados pelas instituições de ensino e que nelas trabalham. Outras modalidades de estágio não estão contempladas nesta fase. O órgão pontua também que já manteve contato com as universidades para reforçar estes entendimentos".

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) informou por meio das redes sociais, na tarde desta terça-feira (18), que o Governo do Estado vai discutir um plano de vacinação contra a Covid-19 para os profissionais de educação da rede estadual de ensino. Segundo a entidade sindical, um ofício foi enviado à Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) contendo a informação.

O LeiaJá confirmou, junto à Secretaria de Administração, que o Estado vai debater um plano de vacinação para a categoria.

##RECOMENDA##

“A CUT recebeu o ofício da secretária de Administração do Governo do Estado, Marília Lins, propondo a reunião no dia 26 de maio”, comunicou o Sintepe. “O comitê estadual de combate ao coronavírus vai pautar o debate de um plano de vacinação dos trabalhadores/as em educação de Pernambuco. Esperamos que essa reunião no dia 26 seja positiva e já saiamos dela com o calendário de vacinação”, declarou a vice-presidenta do Sintepe, Ivete Caetano, conforme informações da assessoria de comunicação do Sindicato.

Desde 19 de abril, professores das escolas estaduais estão em greve. Eles são contra a retomada de atividades presenciais sem a vacinação da categoria. Os docentes cobram, ainda, que as unidades de ensino respeitem os protocolos de segurança contra o novo coronavírus, tais como uso de álcool em gel, utilização de máscara e manutenção do distanciamento social.

Na tarde da última terça-feira (27), os professores e demais trabalhadores da educação vinculados à rede estadual de ensino aceitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Governo do Estado de Pernambuco, durante a assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). 

Foi aprovado o reajuste de 6,81% no salário dos professores que estão abaixo do Piso Nacional do Magistério a partir de maio. O pagamento do valor retroativo (dos meses de janeiro até abril) será dividido e pago nos meses de julho e agosto.

##RECOMENDA##

Para aqueles que já ganham acima do piso, o reajuste, que também será de 6,81%, será pago a partir de outubro e sem retroativo. Os funcionários administrativos e analistas receberão uma gratificação de R$ 127, também a partir de outubro, enquanto os professores com contratos temporários terão reajuste de 6,81% repassado a partir de dezembro. 

De acordo com informações do sindicato, a maioria dos professores presentes protestou contra a proposta, mas na votação final foram levados em conta os prazos da Legislação Eleitoral, que estabelece limite para reajustes de salários de servidores até o dia 6 de abril. 

“Se não é a proposta ideal nem a proposta das nossas expectativas, tira praticamente do zero a discussão inicial. O Governo queria apenas contemplar professores e professoras com o reajuste do Piso para aqueles que estão abaixo do piso atual de R$ 2.455,35. Mas nós tivemos a condição de garantir que todos os segmentos da categoria fossem contemplados com o percentual de 6,81%", explicou Fernando Melo, presidente do Sintepe.

LeiaJá também

--> Funcionários da educação de Pernambuco protestam no Recife

--> Professores da rede estadual rejeitam deflagração de greve 

--> Em assembleia, professores de PE decretam estado de greve

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando