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Em relatório divulgado nesta terça (31), a ONG Transparência Internacional aponta que o Brasil não evoluiu no combate à corrupção nos últimos dois anos, ficando com os mesmos 38 pontos no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), indicador que avalia 180 países. Nos últimos dez anos, o País regrediu 25 posições no ranking e registra pontuação semelhante à de países como Argentina, Indonésia, Lesoto e Turquia.

"A série histórica do IPC mostra que o Brasil teve uma década perdida no combate à corrupção", diz a organização em nota. "O resultado reflete o desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o País havia levado décadas para construir."

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Este é o terceiro pior resultado no período. Em 2012, o Brasil marcou 43 pontos e ocupava a 69.ª posição. A nota do último levantamento (38) coloca o País abaixo da média global (43), do Brics (39), da América Latina e Caribe (43) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (66).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Transparência Internacional endereçou a embaixadores um documento desmentindo afirmações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. A organização afirma que o chefe do Executivo "insiste em mentiras" e alerta a comunidade internacional sobre um "iminente risco de ruptura eleitoral" no País.

O documento, elaborado em parceria com a agência de checagem de fatos Lupa, desmente declarações do presidente sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Supremo Tribunal Federal (STF) e supostas conclusões de inquéritos da Polícia Federal sobre o sistema eletrônico de votação. Como também mostrou o Estadão Verifica, as dúvidas lançadas por Bolsonaro sobre a segurança das urnas já foram esclarecidas pela Justiça Eleitoral ou têm como base informações inconsistentes.

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A Transparência Internacional fez um apelo para que a ação do presidente seja interpretada como grave, não como uma "sandice". A organização apontou uma suposta "deterioração do estado democrático brasileiro" e afirmou que o evento de Bolsonaro com embaixadores dissipa "qualquer dúvida sobre o grave processo de desestabilização em curso" no País.

"Minimizar a conduta do presidente como bravata irresponsável ou sandice é imprudente. A comunidade internacional deve ter consciência da degradação democrática, iminente risco de ruptura eleitoral e conflagração violenta no Brasil, com graves consequências à estabilidade internacional", diz o documento.

Na última segunda-feira (18), o presidente Bolsonaro se reuniu com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para disseminar informações já desmentidas sobre a lisura do processo eleitoral brasileiro. O chefe do Executivo tem intensificado ataques ao sistema de votação e tentado desacreditar os ministros da Corte eleitoral, insinuando com frequência que eles agiriam para beneficiar seu principal adversário nas urnas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A Transparência Internacional (TI) denunciou o Brasil nesta quarta-feira, 9, à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) por retrocessos no combate à corrupção durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. O relatório é divulgado na mesma semana em que o Congresso contrariou determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e instituiu nova brecha para não divulgar o nome dos parlamentares que apadrinham emendas do orçamento secreto.

No documento, a TI elencou marcos legais e institucionais do Executivo, Legislativo e Judiciário que considerou danosos ao combate à corrupção no Brasil no último triênio, até 2021. Entre os destaques, a organização cita o orçamento secreto, esquema de compra de apoio ao governo no Congresso por meio das chamadas emendas de relator. Revelada pelo Estadão em maio do ano passado, a prática, que libera o pagamento de emendas sem apresentar o real autor do pedido, é definida como um dos fatores de diminuição da transparência e controle dos recursos federais.

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O documento também denuncia como retrocesso "ataques e ameaças contínuas do presidente Bolsonaro contra instituições democráticas", incluindo como alvos o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), governadores e prefeitos.

O Grupo de Trabalho Antissuborno da OCDE, que recebeu o relatório da TI, monitora o cumprimento da Convenção contra o Suborno Transnacional da OCDE. O Brasil é signatário do tratado há 20 anos e, nos últimos três anos, tem sido monitorado de perto pela OCDE no cumprimento dos dispositivos referendados. Segundo a Transparência, a reunião plenária do grupo está acontecendo esta semana na capital francesa, Paris.

"Os retrocessos na pauta anticorrupção, refletidos na situação cada vez mais crítica do Brasil no Grupo de Trabalho Antissuborno, somam-se às graves preocupações no campo ambiental como os dois maiores obstáculos à pretensão do governo do Brasil em aderir ao ‘clube das nações ricas’", escreveu a TI em nota.

Conforme o Estadão mostrou, o processo de acessão à OCDE leva, em média, quatro anos para ser finalizado. Os candidatos devem aderir a 251 instrumentos para conseguir a aprovação como integrantes da entidade. Em janeiro, o Brasil teve o processo de entrada oficializado, já com o aval para 103 destes instrumentos. Temas como o combate à corrupção, a educação e o meio ambiente, porém, são tomados como avanços necessários para que o Brasil consolide seu processo de entrada na Organização. A terceira denúncia da TI, após balanços similares produzidos em 2019 e 20, pode dificultar a entrada do País.

Legislativo

Como principais marcos do Legislativo, a entidade acusa o Congresso Nacional de promover retrocessos na transparência legislativa, em especial por meio do orçamento secreto. A Transparência afirmou à OCDE que o esquema "maximiza uma prática política antiga de negociações secretas entre governo e parlamentares para distribuição do orçamento federal" a redutos eleitorais de aliados.

"Essa prática ignora recomendações técnicas e necessidades locais e distorce as políticas públicas, apenas para favorecer alianças políticas que garantam a governabilidade no Congresso Nacional e, em alguns casos, esquemas de corrupção", destacou a TI.

A organização também apontou que o Congresso atendeu parcialmente decisões do Supremo Tribunal Federal, que tentaram travar os repasses e obrigar a revelar o nome dos padrinhos das emendas. Nesta semana, a Câmara encontrou mais uma forma de ignorar a Justiça ao permitir que o parlamentar não preencha o próprio nome ao destacar uma emenda de relator.

Outro ponto que chamou atenção da Transparência foi o que a organização chamou de enfraquecimento da Lei de Improbidade Administrativa. Em 2021, o Congresso abrandou sanções previstas na lei. Agora, por exemplo, a regra prevê condenação por improbidade apenas nos casos em que seja comprovado o "dolo específico", ou seja, a intenção de cometer irregularidade.

Para a entidade, essas mudanças somadas ao aumento bilionário do fundo eleitoral - estabelecido pelo Congresso em R$ 4,9 bilhões para este pleito, mais que o dobro que os anos anteriores - evidenciam uma "falta de transparência como modus operandi no Congresso".

Governo federal

Entre os pontos levantados no relatório sobre o governo federal, a TI acredita que o Brasil perdeu a capacidade de gestão independente de órgãos de controle. A suposta influência da família Bolsonaro na Polícia Federal, por exemplo, é citada no relatório.

"A família do presidente agiu para cooptar e interferir em instituições como a Agência de Inteligência (ABIN), Receita Federal e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para recolher provas para minar um relatório feito pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que desencadeou uma investigação criminal ao senador Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente", diz a Transparência.

Outro ponto levantado pela organização internacional foi a operação da PF que apurou esquema de corrupção envolvendo o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, suspeito de atuar na exportação ilegal de madeira. Somado ao aumento do desmatamento e à baixa recorde no número de multas ambientais emitidas pelo Ibama, a TI alega à OCDE que houve um desmonte da política ambiental no Brasil nos últimos anos.

A Transparência reportou ainda tentativas do governo federal de desfigurar a Lei de Acesso à Informação e dificultar que jornalistas e sociedade civil acessem dados relevantes ao controle social. Um dos exemplos citados foi um caso revelado pelo Estadão, no qual servidores do Palácio do Planalto orientaram ministérios a avaliar o "risco político" e omitir informações nas respostas aos pedidos solicitados por meio da lei.

O grupo de trabalho da OCDE também recebeu, no documento, o histórico da CPI da Covid e os crimes imputados ao presidente Bolsonaro como resultado da atuação do colegiado.

A TI aponta ainda disputas entre os senadores e o procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre a continuidade do processo. A organização cita um "risco" na relação entre a PGR e o governo, imputando possível interesse político na atuação do procurador.

Judiciário

No Judiciário, a TI entende que uma decisão do STF tomada em 2019 de levar à Justiça Eleitoral o julgamento de crimes comuns associados à eleição como Caixa 2, "está resultando em dezenas de casos graves anulados e prescritos, além do impacto extremamente negativo na capacidade do País de processar e punir grandes esquemas de corrupção".

Recomendações

Entre as principais recomendações do relatório, a Transparência sugere que o Fundo Monetário Internacional (FMI) leve em consideração o "orçamento secreto" ao analisar as condições de governança e corrupção no Brasil nas tratativas com o País.

Também pede que a OCDE considere o relatório ao avaliar a acessão do Brasil ao órgão e delibere medidas que assegurem o cumprimento da Convenção contra o Suborno Transnacional. Ao Brasil, a TI pede o fim da interferência política em instituições de controle, remoção de oficiais que respondem processos de corrupção, deliberação de medidas de transparência orçamentária e respeito à Lei de Acesso à Informação e às instituições democráticas.

O Estadão procurou a Presidência da República e o comando do Congresso para que se pronunciassem sobre o relatório, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Na esteira da fala do presidente Jair Bolsonaro, de que "acabou" com a Operação Lava Jato "porque em seu governo não tem mais corrupção", a Transparência Internacional divulga relatórios, nesta terça-feira (13), que, segundo o movimento, não só apontam a obstrução da ofensiva, mas descrevem "um progressivo desmanche do arcabouço legal e institucional anticorrupção que o Brasil levou décadas para consolidar e que permitiram os avanços que o país vinha demonstrando no enfrentamento da corrupção e da impunidade".

"Os graves retrocessos no combate à corrupção no Brasil frustram os esforços das instituições nacionais as expectativas da sociedade brasileira, fazendo soar um alarme na comunidade internacional sobre o descumprimento do país de obrigações assumidas", afirmou o movimento em nota.

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Os dois relatórios que são lançados nesta terça serão apresentados ao Grupo Antissuborno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que se reúne na semana que vem e ao Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), cuja reunião plenária ocorre também neste mês outubro, entre os dias 21 e 23.

Um dos estudos avalia a implementação da Convenção sobre o Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, tratado que foi assinado pelo Brasil em 2000. O documento divulgado nesta terça-feira trata do cumprimento da convenção nos últimos dois anos.

Já o segundo relatório a ser divulgado pela Transparência Internacional "faz uma atualização dos retrocessos legais e institucionais para a luta contra a corrupção no Brasil, que foram observados nos últimos 12 meses". Segundo a entidade, o estudo aponta "o recrudescimento da ingerência política e perda de autonomia de órgãos cruciais para o enfrentamento da corrupção, como a Procuradoria-Geral da República, a Polícia Federal e o próprio Supremo Tribunal Federal".

O Brasil manteve sua nota, mas caiu uma posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), elaborado pela ONG Transparência Internacional, chegando ao 106º lugar entre 180 países, sua pior colocação desde 2012.

O Brasil soma 35 pontos no ranking, em uma escala de zero a 100, e aparece empatado com Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia do Norte e Mongólia. A Dinamarca e a Nova Zelândia, líderes do ranking, têm 87 pontos cada uma.

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Considerando a América do Sul, o Brasil está atrás de Uruguai (71 pontos), Chile (67), Argentina (45), Suriname (44), Guiana (40), Equador (38), Colômbia (37) e Peru (36). Na região, apenas Bolívia (31), Paraguai (28) e Venezuela (16) aparecem menos bem colocados.

O último país do ranking é a Somália, com somente nove pontos. "A corrupção continua sendo um dos maiores impedimentos para o desenvolvimento econômico e social no Brasil", diz o relatório da Transparência Internacional.

"Após as eleições nacionais de 2018, que foram fortemente influenciadas pela agenda anticorrupção, o Brasil teve uma série de retrocessos em seu arcabouço legal e institucional anticorrupção. O país também enfrentou dificuldades em avançar em reformas de amplo espectro em seu sistema político", acrescenta a ONG.

A Transparência cita a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de suspender investigações baseadas em dados de inteligência financeira compartilhados com o Ministério Público sem autorização judicial e o inquérito sobre notícias falsas e ofensas contra integrantes da corte.

"Os desafios atuais incluem a crescente interferência política do presidente Bolsonaro em instituições anticorrupção e a aprovação de projetos pelo Congresso que ameaçam a independência de agentes da lei e a transparência dos partidos políticos", afirma a entidade. 

Da Ansa

Cerca de 54% dos brasileiros acreditam que a corrupção no País aumentou - é o que aponta o Barômetro Global da Corrupção, pesquisa elaborada pelo movimento Transparência Internacional. O levantamento registra que 90% da população pensa que a corrupção no governo é um "grande problema" e revela ainda o impacto da corrupção entre os cidadãos: 11% dos brasileiros já pagaram propinas ao utilizarem serviços públicos e cerca de 40% já receberam ofertas em troca de votos.

A pesquisa foi realizada com mais de 17 mil cidadãos em 18 países da América Latina e do Caribe. No Brasil, o levantamento foi conduzido pelo Instituto Ipsos, que realizou entrevistas presenciais com mil pessoas, entre fim de fevereiro e início de abril.

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A pesquisa

Além de um quadro sobre a opinião acerca da corrupção, a pesquisa apresenta dados sobre a visão dos latino-americanos e caribenhos sobre as instituições de seus países. Segundo a pesquisa, o nível de confiança no governo, tribunais e polícia é muito baixo em todos os países consultados.

No Brasil, especificamente, instituições que geram maior desconfiança na população são o Congresso Nacional, os governos (local e federal) e a Presidência.

O levantamento também apontou que há uma insatisfação da população com as medidas adotadas pelos governos da América Latina e do Caribe com relação ao controle da corrupção. Segundo a pesquisa, 57% acham que o governo de seus países não estão fazendo um bom trabalho na abordagem dos riscos de corrupção.

Com relação ao Brasil, o movimento Transparência Brasil faz uma ressalva com relação as "altas expectativas" da população a respeito das medidas que seriam supostamente adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro, que utilizou o combate à corrupção como plataforma de sua campanha.

"Apesar dessas expectativas, nos últimos oito meses, o quadro anticorrupção do Brasil sofreu uma série de golpes. O presidente Bolsonaro tentou aumentar o escopo de informações confidenciais para reduzir a transparência e não deu muita atenção às acusações de corrupção contra membros de seu gabinete", registra o movimento.

Entre tais "golpes", o texto menciona o atual status do pacote anticorrupção no Congresso, a pressão política nas nomeações para o Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Unidade de Inteligência Financeira, o envio de casos de corrupção a tribunais eleitorais e a decisão do ministro Dias Toffolli, presidente do Supremo Tribunal Federal, de paralisar investigações com compartilhamento de dados do Coaf.

"Esses desdobramentos sugerem que a confiança dos cidadãos na capacidade de o governo impedir e pôr um fim na corrupção pode retroceder em breve", registra o relatório da pesquisa.

A corrupção entre a população

O Barômetro também fez perguntas sobre as experiências dos cidadãos com subornos relacionados a serviços públicos básicos.

De acordo com os resultados do expediente geral foi apontado que, em 2018, nos 18 países abarcados pela pesquisa, aproximadamente 56 milhões de pessoas pagaram propina por serviços como assistência médica ou educação. A policia é o serviço público mais propenso a exigir e ganhar propina, indicou o Barômetro.

O Brasil apresentou uma das menores taxa de suborno geral: 11%, atrás de Barbados, 9%, e Costa Rica, 7%.

A pesquisa da Transparência Internacional também avaliou como as mulheres estão vulneráveis a determinados tipos de suborno e fez ponderações sobre como o gênero afeta a forma como a corrupção é denunciada. Segundo o Barômetro, cidadãos de diversos países, entre eles República Dominicana, Honduras e Guatemala, acham que a corrupção denunciada por homens tem mais chances de resultar em uma ação.

O estudo apresentou um recorte sobre extorsão sexual, apontada pelo movimento como uma das formas mais significativas de corrupção baseada em gênero.

A analise geral apontou que um em cada cinco cidadãos sofre extorsão sexual ou conhece alguém que sofreu. Já com relação ao Brasil, o levantamento mostrou que 20% dos entrevistados já sofreram extorsão sexual ou conhecem alguém que sofreu.

"Quando sexo é a forma de pagamento da propina, evidências apontam para uma preferência de gênero que afeta principalmente as mulheres".

Integridade política

A integridade política também é abordada pelo estudo do Transparência Internacional. O levantamento menciona que os abusos nas eleições, como financiamento fraudulento de partidos, a compra de votos ou disseminação de fake news, durante as campanhas, são uma das causas da corrupção política e indica que no Brasil, mais de três em quatro pessoas acham que fake news são disseminadas com frequência ou muita frequência. O País apresenta ainda a terceira maior taxa de compra de votos (40%) logo atrás da República Dominicana (46%) e do México (50%).

O Brasil também ocupa o terceiro lugar em uma lista diferente, sobre a porcentagem dos que acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção. A média dos 18 países ficou em 77%, mas, segundo o levantamento, 82% dos entrevistados brasileiros acreditam ser parte importante no combate à corrupção.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse à reportagem nesta terça-feira, 29, que a percepção mundial sobre a corrupção no Brasil poderá mudar se forem aprovadas alterações em leis para combater esse tipo de crime - um dos objetivos dele à frente da pasta. O comentário foi feito após a Transparência Internacional divulgar a edição de 2018 do Índice de Percepção da Corrupção, em que o Brasil manteve a queda na avaliação (35 pontos de um total de 100) e no ranking (105.º dentre 180 nações).

"O governo federal precisa liderar o processo de mudança contra a corrupção e por maior integridade na vida pública. Não cabe falar pelo governo passado, mas ainda em fevereiro será apresentado ao Congresso um projeto de lei anticrime, com foco em medidas contra a corrupção, crime organizado e crime violento. Se aprovado o projeto, além do impacto real na vida das pessoas, também mudará a percepção do mundo em relação à corrupção no Brasil", disse Moro, sobre os apontamentos do Índice de Percepção da Corrupção.

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Na análise sobre os motivos da má avaliação do País no ranking, a Transparência Internacional - Brasil destacou, de um lado, escândalos no País nos últimos anos e, de outro, a "inércia" do governo Michel Temer e do Congresso em aprovar reformas e políticas públicas para ampliar o enfrentamento à corrupção, bem como a sensação de "impunidade" gerada pelo decreto do indulto presidencial.

No Índice de Percepção da Corrupção, divulgado nesta terça-feira, 29, o Brasil atingiu a pior nota desde que a metodologia passou a permitir uma comparação anual - a partir de em 2012. O País já esteve na posição 69 e agora está em 105º lugar. A média global é de 43 pontos, e o Brasil se distanciou dela, baixando de 37 para 35. O ranking é montado com o cruzamento de dados de pesquisas de especialistas e de conhecedores do mercado.

Projetos

O projeto de Moro está em vias de conclusão e será apresentado no próximo dia 4 de fevereiro a governadores estaduais. Ainda passará pela Casa Civil antes de envio ao Congresso. Moro poderá se deparar com resistências entre parlamentares, mesmo da base aliada do governo. O ministro disse à reportagem que espera contar com o apoio da Transparência Internacional para o projeto.

A aprovação de mudanças em leis é também defendida pela Transparência Internacional - Brasil como fundamental para reverter o quadro. O órgão coordenou a elaboração das Novas Medidas de Combate à Corrupção - um pacote anticorrupção com 70 medidas a exemplo de projetos de lei, propostas de emenda constitucional e resoluções administrativas.

O objetivo é promover melhorias na capacidade de o Brasil enfrentar de maneira sistêmica o problema sistêmico da corrupção. As Novas Medidas foram elaboradas após consulta de 373 instituições e mais de 200 especialistas. "A autora das Novas Medidas é a própria sociedade brasileira", diz a Transparência Internacional.

"Escândalos do governo Michel Temer foram a mensagem de que a corrupção ainda acontece no País. Tivemos um presidente acusado triplamente de corrupção e lavagem de dinheiro. Mas o mais grave talvez seja o que deveria ter ocorrido e não ocorreu - as reformas. Temos de fazer as reformas legais institucionais para atacar a raiz e a causa da corrupção sistêmica que temos, e aí mudar o ambiente", disse o diretor executivo da Transparência Internacional, Bruno Brandão.

"Perdemos muito tempo falando do japonês da federal ou da prisão do Lula ou da prisão que não aconteceu do Aécio (Neves, senador pelo PSDB-MG). Mas não discutimos as reformas necessárias para mudar o sistema", disse Brandão.

O Brasil atingiu no ano passado a sua pontuação mais baixa e a pior colocação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado anualmente pela Transparência Internacional, desde que a metodologia passou a permitir a comparação anual, em 2012. Com 35 pontos - em uma escala de 0 a 100 -, o País é agora o 105.º colocado entre 180 nações avaliadas. Em 2017, estava com 37 pontos no 96.º lugar.

O índice é divulgado nesta terça-feira, 29, no mundo todo. O IPC é elaborado por meio de cruzamento de até 13 fontes de dados que tratam das percepções de profissionais do mercado e de especialistas sobre o nível de corrupção no setor público. Quanto menor a nota maior a percepção de corrupção no país.

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O relatório avalia que a sucessão de escândalos no País nos últimos anos tende a aumentar a percepção de que a corrupção está piorando. Foi no ano passado, por exemplo, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção na Operação Lava Jato, e o oferecimento de uma terceira denúncia contra o então presidente Michel Temer, em dezembro, no chamado inquérito dos portos.

"O resultado ruim deste ano foi certamente influenciado pela total inércia do governo Temer e do Congresso em fazer avançar políticas públicas e reformas anticorrupção", afirmou o diretor executivo da Transparência Internacional-Brasil, Bruno Brandão, que também criticou o indulto natalino editado pelo ex-presidente.

Procurado por meio da assessoria de imprensa para responder sobre a crítica de inércia e de favorecimento à impunidade, Temer informou que o indulto não se enquadrava em casos de integrantes do governo, sob investigação. "É absurdo que entidade como a Transparência divulgue informação incorreta e distorça os fatos."

O ex-ministro da Justiça Torquato Jardim rebateu críticas e disse que as instituições de combate à corrupção continuam trabalhando normalmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 2016, o Brasil caiu três posições em relação a 2015 no ranking da percepção mundial da corrupção que será divulgado nesta quarta-feira (25) pela ONG Transparência Internacional. Em 79.º lugar, o País está entre os que mais perderam posições nos últimos cinco anos de ranking.

Para a ONG, os casos de corrupção que vêm sendo revelados no Brasil - principalmente o investigado na Operação Lava Jato, tiveram influência na piora da percepção em relação ao País. Por outro lado, segundo a Transparência, já são reconhecidos no mundo os esforços do Brasil no combate à corrupção.

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"Isso (casos de corrupção) acabou afetando a imagem e percepção do Brasil, o que é normal acontecer quando um país começa a desvendar esses grandes esquemas. Mas, ao mesmo tempo, pode ser um sinal de mudança, de que o País começou a confrontar o problema", afirmou o representante da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão.

Para Brandão, o País tem demonstrado que "está levando a sério" o combate à corrupção com os exemplos dados pelo trabalho da força-tarefa da Lava Jato e de outras operações, como a Zelotes e a Acrônimo.

O levantamento feito anualmente pela ONG leva em conta um compilado de indicadores de 13 instituições, como o Banco Mundial, que resulta em uma pontuação para cada País.

Pontos

No balanço de 2016, o Brasil ficou com 40 pontos (a escala do índice vai de 0 a 100), empatado com China, Índia e Belarus. Já a Nova Zelândia, que obteve 90 pontos, ficou em primeiro lugar no ranking.

Em 2015, o País somou 38 pontos, o que, de acordo com Brandão, indica que a percepção sobre a corrupção no País se manteve estável. Ainda segundo ele, de 2015 para 2016 outros países podem ter conseguido um desempenho melhor e, por isso, superaram o Brasil no ranking. Outro fator que pode ajudar a explicar a queda, afirmou o representante da ONG, é a inclusão de oito países no levantamento de 2016.

Ao todo, 69% dos 176 países que aparecem no ranking ficaram com uma pontuação abaixo de 50. Para a entidade, isso mostra como a corrupção no setor público é um fenômeno que se espalha pelo mundo.

Além disso, informou a Transparência Internacional, no ranking de 2016 mais países perderam do que ganharam pontos no quesito "Indicando a necessidade de medidas urgentes".

Populismo

No levantamento deste ano, a ONG também destacou a preocupação com o surgimento de políticos "populistas" na esteira da descrença da população de vários países com o sistema político. Segundo a entidade, a combinação entre a corrupção e a desigualdade social acaba reforçando esse sentimento no povo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Força Tarefa da Operação Lava Jato e seus procuradores são escolhidos como a maior iniciativa contra a corrupção no mundo e recebem o prêmio do ano da entidade Transparência Internacional. O anúncio está sendo feito neste sábado (3) em um evento no Panamá, onde a organização destaca os "esforços persistentes da Lava Jato para acabar a corrupção endêmica no Brasil".

Para a entrega do prêmio, os procuradores brasileiros foram até o Panamá, com seus próprios recursos.

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A entidade havia recebido 560 nomeações de iniciativas de combate à corrupção em todo o mundo, entre eles a investigação conduzida por 185 jornalistas de todo o mundo sobre os Panama Papers ou iniciativas na Turquia. Mas optaram por dar aos brasileiros num momento em que a tensão entre os poderes no Brasil aumenta e, para procuradores, o próprio esforço do grupo estaria ameaçado.

"A Operação Lava Jato começou como uma investigação local de lavagem de dinheiro e cresceu para se tornar a maior investigação até hoje sobre corrupção no Brasil", apontou a entidade.

"Os procuradores estão na linha de frente das investigações desde abril de 2014. Lidando com um dos maiores escândalos de corrupção do mundo - o caso Petrobras - eles investigaram, processaram e obtiveram penas pesadas contra alguns dos mais poderosos membros da elite política e econômica do Brasil", disse.

Segundo a Transparência Internacional, 240 denúncias já foram feitas, com 118 condenações totalizando 1,2 mil anos de sentenças de prisão. "Isso incluiu políticos de alto escalão e empresários antes considerados como intocáveis", apontou.

Resistência. A entidade também destacou a iniciativa dos procuradores por reformar leis no Brasil, com as dez medidas contra a corrupção. Mas alertaram que, no final de novembro, a Câmara dos Deputados votou uma nova versão do pacote, esvaziando parte das propostas e permitindo que juízes e procuradores sejam processados.

"A nova versão corre o risco de afetar a independência de juízes e procuradores", alertou a Transparência Internacional.

"Bilhões de dólares foram perdidos para a corrupção no Brasil e os brasileiros disseram basta à corrupção que está arrasando o país", disse Mercedes de Freitas, presidente do Comitê do prêmio Anticorrupção da Transparência Internacional. "A Operação Lava Jato está garantindo que os corruptos, seja qual for seu poder, sejam levados à Justiça", disse.

O deputado cassado Eduardo Cunha se transformou em garoto propaganda de uma campanha contra a corrupção pelo mundo. Lançada pela entidade Transparência Internacional, em Berlim, a iniciativa tem como objetivo conscientizar a opinião pública mundial sobre os riscos do trust. Segundo os organizadores do projeto, Cunha é o "Mr. Trust do Brasil".

Em um vídeo promocional, os organizadores apontam que analisaram 213 casos de corrupção em 80 países pelo mundo. Desses, 70% deles usaram "algum tipo de veículo secreto" para "esconder dinheiro ilícito". "Um desses veículos é o Trust", aponta a Transparência Internacional, que destaca o mecanismo como instrumento que permite que pessoas transfiram ativos a um administrador. Esse gerente o administra em nome de um grupo ou de uma pessoa. A campanha alerta que esse mesmo trust pode ser usado para "esconder ativos".

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Segundo a entidade, ele é beneficiário de um trust, que por sua vez usa um banco suíço. Ao apresentar Cunha, a entidade com sede na Alemanha diz que "Mr. Trust é um dos políticos mais poderosos investigados pelo Ministério Público" e mostra como o inquérito se refere a seu papel no "escândalo de corrupção da Petrobras".

No material de promoção da campanha, a Transparência Internacional indica que Cunha supostamente mentiu ao Congresso e perdeu o mandato. Em março de 2015, ele garantiu que não tinha conta fora das jurisdições mencionadas em sua declaração de renda. "Alguns meses depois, procuradores suíços localizaram quatro contas relacionadas a ele e sua esposa em um banco na Suíça", diz a entidade.

"No total, as autoridades brasileiras estão pedindo de volta do Mr. Trust e de sua mulher US$ 30 milhões", diz a campanha.

"Não sabemos para onde o dinheiro foi. Mas sabemos que o Mr. Trust gastou US$ 42 mil em uma semana de compras em Miami", aponta o vídeo, que também cita estadias em hotéis de luxo. Cunha diz desconhecer as contas, mas admite ser um "beneficiário" de um trust.

A campanha mostra como a Transparência Internacional e outras entidades "lutam para que se esclareça quem se beneficia de trusts". O grupo pede que todas as informações sejam tornadas públicas para "acabar com o ciclo vicioso de impunidade" que tais mecanismos secretos permitem.

"Precisamos saber quem são as pessoas e os reais beneficiários de entidades secretas", indicou a entidade. "Se soubermos, isso vai ajudar a acabar com a grande corrupção", insistiu. A campanha ainda termina com um alerta. "Existem muitos Mr. Trusts pelo mundo. Ajude a desmascará-los".

As principais multinacionais brasileiras - inclusive aquelas investigadas na Operação Lava Jato - são reprovadas no que se refere à transparência e nos mecanismos anticorrupção. Isso é o que revela um levantamento publicado hoje pela entidade Transparência Internacional, que avalia as cem maiores companhias de mercados emergentes e constata de que o setor privado brasileiro pratica baixos níveis de transparência.

Em comparação aos resultados publicados em 2013 pela mesma entidade, algumas das empresas nacionais subiram no ranking, com ações para mostrar transparência como respostas às pressões da Lava Jato. Mas, ainda assim, demonstraram falhas no que se refere aos controles internos.

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O estudo avalia as seguintes questões: a comunicação de seu programa anticorrupção, a divulgação de suas estruturas e holdings e a divulgação das principais informações financeiras. Para avaliar, a entidade pontua de zero a dez as empresas. A liderança ficou com as indianas Bharli Airtel e Tata.

A Embraer é a única brasileira com uma pontuação que garantiria "aprovação" no ranking. Ainda assim, fica apenas com 5,6 pontos dos dez possíveis e na 19.ª colocação entre todas as emergentes. Em 2013, ela era apenas a 42.ª colocada.

No critério sobre a divulgação de um programa anticorrupção, a Embraer ficou com 92% da pontuação máxima. Na divulgação da estrutura e holdings, a taxa chegou a 75%. Mas tirou zero no que se refere à divulgação de informações financeiras por cada país onde atua.

A segunda brasileira é a Natura, que aparece com 4,7 pontos. Sua pontuação foi de 65% no critério de apresentação de programas anticorrupção e 75% na transparência de sua estrutura. Mas também ficou com zero na divulgação de seu resultado por país de atuação.

A terceira empresa brasileira é a BRF, com 4,4 pontos. Ela também zerou ao tratar dos resultados. Mas atingiu 58% da nota máxima na divulgação de seu informe sobre medidas anticorrupção e 75% na transparência da estrutura. Em seguida, vieram Marcopolo (4,4 pontos), Gerdaeu e Votorantim (ambas com 3,8 pontos).

Lava Jato

Implicada diretamente na Lava Jato, a Odebrecht aparece com apenas 3,6 pontos, na posição 50 entre as emergentes. Ela somou 77% dos pontos por ter divulgado pela primeira vez um programa anticorrupção. Mas ainda registrou meros 19% dos pontos na divulgação de sua estrutura de propriedade. No que se refere aos informes nacionais, a pontuação foi de apenas 12%.

Entre as 50 empresas com pior classificação, a lista é dominada pelos chineses. Mas não faltam as brasileiras. A JBS, por exemplo, somou meros 3,1 pontos, prejudicada principalmente por ter registrado apenas 35% da pontuação máxima no que se refere à divulgação de um plano anticorrupção. Nessa lista ainda estão Weg (3 pontos) e Camargo Corrêa (2,1). A pior colocada entre as nacionais foi a Coteminas (1,1 ponto).

A Petrobras não aparece na classificação. Em outro informe da entidade, de 2014, a estatal recebeu apenas 4,6 pontos.

Em baixa

A Transparência aponta que os resultados gerais das empresas "permanecem ruins". Ainda que companhias privadas tenham tido melhor resultado do que as estatais, a pontuação média para as cem empresas avaliadas foi de 3,4. Em 2013, essa pontuação era de 3,8.

A entidade ainda aponta como a corrupção também não faz sentido econômico - e cita a Petrobras como exemplo. "No Brasil, as consequências do escândalo da Petrobras custaram a esta empresa petrolífera estatal não só sua reputação, como lucros cessantes estimados em US$ 1,5 bilhão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Transparência Internacional, organização não-governamental de combate à corrupção em todo o mundo, divulgou nota nesta segunda-feira, 30, pedindo a exoneração do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, e avisando que a entidade suspenderá os contatos com a pasta "até que uma apuração plena seja realizada e um novo ministro com experiência adequada na luta contra a corrupção seja nomeado".

"Ninguém deve estar acima da lei. Não deve haver impunidade para os corruptos e nem acordos a portas fechadas. É decepcionante que o ministro encarregado da transparência esteja agora sob suspeita, como parte de uma operação abafa", disse Alejandro Salas, Diretor para as Américas da Transparência Internacional.

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No texto, assinado pela ONG em Berlim, a Transparência Internacional condena o fato de Fabiano Silveira ter sido flagrado em conversas com o presidente do Senado, alvo de 12 inquéritos da Lava Jato no Supremo, Renan Calheiros (PMDB-AL), no qual o hoje ministro da pasta de combate à corrupção criticava as investigações da operação. O áudio pegou Fabiano Silveira dizendo que "os caras" da Procuradoria-Geral da República estão "perdidos".

Na época, Silveira era conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No texto a Transparência Internacional "exorta o governo do Brasil a investigar exaustivamente as alegações de que o ministro para a Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC) aconselhou políticos sobre como driblar investigações no escândalo Petrobrás. O governo deve garantir que quaisquer membros do ministério envolvidos em corrupção ou trabalhando contra o curso das investigações sejam exonerados".

O episódio envolvendo Silveira causou grande repercussão e, nesta segunda-feira, servidores do Ministério levaram vassouras água e sabão e "lavaram" o prédio e até o gabinete do ministro pedindo sua saída. Líderes da Câmara e do Senado também pediram a saída de Silveira do cargo. O presidente em exercício Michel Temer, contudo, afirmou que vai manter o ministro, por enquanto.

O Brasil teve piora no ranking internacional de percepção da corrupção divulgado nesta qurta-feira (27) pela organização não-governamental Transparência Internacional. O país caiu sete posições em comparação ao ano anterior e ocupa o 76° lugar na lista de 2015. O Brasil foi o país que teve a maior queda, de acordo com a organização. O índice avalia a percepção sobre a corrupção do setor público em 168 países.

Na escala que vai de zero (mais corrupto) a 100 (menos corrupto), o Brasil aparece com 38 pontos. O país onde a população tem a menor percepção de corrupção é a Dinamarca, que aparece no topo da lista pelo segundo ano consecutivo. Em seguida estão a Finlândia e Suécia. Os países com piores avaliações são a Coreia do Norte e Somália.

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“O Brasil foi quem teve a maior queda, perdendo 5 pontos e descendo 7 posições, para o 76º lugar. O escândalo da Petrobras, atualmente em curso, levou as pessoas às ruas em 2015 e o início do processo judicial poderá ajudar o Brasil a frear a corrupção”, registra o comunicado da ONG Transparência Internacional.

Segundo o relatório, os países com melhor desempenho têm características como alto nível de liberdade de imprensa, acesso a informação sobre orçamento público, sistemas judiciários que não diferenciam ricos e pobres, e que são realmente independentes das outras esferas do governo.

Os países que ocupam as posições mais baixas são caracterizados por conflitos e guerras, fraca governança, instituições públicas frágeis e falta de independência da mídia, segundo a organização.

A Transparência Internacional define a grande corrupção como “o abuso do poder ao mais alto nível para beneficiar uns poucos à custa de muitos, causando graves e generalizados danos aos cidadãos individuais e às sociedades. A grande corrupção, frequentemente, fica impune”, registra. As maiores quedas dos últimos quatro anos incluem a Líbia, a Austrália, o Brasil e a Turquia. As melhorias foram registradas na Grécia, no Senegal e Reino Unido.

O Índice de Percepção da Corrupção baseia-se em opiniões especializadas sobre a corrupção do setor público. “Uma pontuação baixa é um sinal da prevalência de subornos, impunidade da corrupção e instituições públicas que não atendem às necessidades dos cidadãos”, diz o comunicado da organização.

De acordo com a Transparência Internacional, o ano de 2015 mostrou que cidadãos trabalhando em conjunto podem alcançar sucessos na batalha contra a corrupção. “Embora ainda haja muita corrupção a nível global, há mais países que melhoraram sua pontuação na edição de 2015 do Índice de Percepção de Corrupção, da Transparência Internacional, do que os que pioraram”.

As economias emergentes continuam lutando para eliminar a corrupção, afirma o relatório anual da organização Transparência Internacional, que destacou o aumento da percepção da corrupção no Brasil após o escândalo na Petrobras.

"Não é surpreendente que o Brasil, afetado pelo maior escândalo de corrupção de sua história pelo caso Petrobras, tenha sido o país da América que mais caiu no índice este ano", afirma a organização em um comunicado.

O Brasil aparece na posição 76, uma queda de sete postos no índice que inclui 168 países, liderado pela Dinamarca. Os países latino-americanos considerados menos corruptos, segundo o relatório, são Uruguai (21), Chile (23) e Costa Rica (40).

A ONG, que faz um estudo para examinar a percepção do fenômeno da corrupção, destacou que tanto na América Latina como em outras regiões foi registrado um avanço nas investigações e na punição contra pessoas que, apenas 12 meses antes, pareciam intocáveis.

O escândalo da Petrobras revelou um gigantesco esquema de corrupção, no qual um dos principais acusados é o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), da presidente Dilma Rousseff.

Os protestos desestabilizaram o governo, à medida que a dimensão do problema era revelado, e importantes integrantes do PT estão presos, assim como grandes empresários do país.

Ao mesmo tempo, a diretora de investigações da Transparência Internacional, Robin Hodess, destacou o exemplo da Guatemala, onde o presidente Otto Pérez deixou o cargo pressionado pelos protestos contra as acusações de corrupção.

"Quando três membros do influente clã Rosenthal de Honduras foram acusados de lavagem de dinheiro e o presidente da Guatemala foi detido por supostamente ter aceitado subornos, mesmo as pessoas mais poderosas devem entender que não podem mais acreditar que o dinheiro e seus contatos as protegerão", disse.

Para Hodess, as pessoas podem fazer a diferença. Ela disse que, a longo prazo, a ação dos cidadãos terá um impacto. A Guatemala aparece na posição 123 do ranking.

Países nórdicos na liderança

Três países nórdicos - Dinamarca, Finlândia e Suécia - aparecem entre os primeiros da lista, enquanto governo repressivos e países que sofrem conflitos armados estão entre os últimos da lista: Afeganistão, Coreia do Norte e Somália.

"Os países nas primeiras posições apresentam características comuns que são vitais: altos níveis de liberdade de imprensa; acesso a informação sobre orçamentos que permite à população saber de onde procede o dinheiro e como se gasta; altos níveis de integridade entre aqueles que ocupam cargos públicos", afirma a organização.

Para a Transparência Internacional também é importante ter um Poder Judiciário forte, que não fala distinção entre ricos e pobres, e que tenha independência do governo.

Entre os países que registraram as quedas mais expressivas nos últimos quatro anos estão Líbia (161), Austrália (13), Brasil, Espanha (36) e Turquia (66).

Do outro lado, os que mostraram mais avanços foram Grécia (58), Senegal (61) e Reino Unido (10).

O país latino-americano na pior situação é a Venezuela, na posição 158, atrás de nações como Cuba (56), México (95) e Argentina (107).

A organização elabora o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) a partir das opiniões de especialistas sobre a corrupção no setor público.

O estudo avalia positivamente os mecanismos de governo aberto, por meio dos quais a população pode exigir que os governantes prestem contas, ao mesmo tempo que pune o suborno, a impunidade e a falta de respostas aos cidadãos.

O esquema de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava Jato no ano passado concorre ao um prêmio internacional: a do maior escândalo de corrupção do mundo. A partir desta quarta-feira, 9, a entidade Transparência Internacional - que serve de referência ao combate à corrupção no mundo - abre uma votação para escolher o caso mais simbólico.

A votação vai até o dia 9 de fevereiro. Mas a concorrência é forte. Na corrida está o caso do Banco Espírito Santo, de Portugal, Zine Al Abidine Ben Ali, o ex-presidente da Tunísia, a Fifa, o ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli, o ex-líder do Egito Hosni Mubarak, o comércio de pedras preciosas em Myanmar, a situação de Teodoro Obiang ou o ucraniano Viktor Yanukovych.

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Alguns dos demais casos também contam com a ampla participação de brasileiros. Na Fifa, diversos brasileiros foram indiciados ou estão sendo investigados pela Justiça dos EUA: Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e João Havelange.

No caso do Panamá, a suspeita é do envolvimento da Odebrecht no pagamento de propinas.

A votação faz parte da campanha "Desmascarar a Corrupção" para alertar para os casos mais simbólicos. "São exemplos de abuso de poder que beneficiam poucos às custas de muitos", alertou a entidade com sede em Berlim. "Milhões são afetados pelo mundo", insistiu.

Ao lançar a campanha, um dos líderes do Transparência Internacional , Jose Ugaz, apontou que a opinião pública é importante para parar essa 'doença'. O caso Petrobras foi escolhido entre 383 casos propostos para a eleição. Na fase final, apenas 15 foram selecionados.

Quem quiser seguir as atualizações sobre a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC), que acontece de 7 a 11 de novembro, em Brasília (DF), terá à disposição os canais de mídias sociais oficiais do evento e da Amarribo Brasil e CGU, organizadores da conferência. Além da cobertura das plenárias e palestras, as redes permitirão o debate on-line sobre a corrupção.

O conteúdo oficial será produzido por jovens escolhidos por meio do programa “Jovens Jornalistas”, que selecionou profissionais recém-formados ou blogueiros interessados em trabalhar na equipe de cobertura da conferência. “O combate à corrupção está ganhando corpo, saindo do papel. Ações estão sendo organizadas em todas as partes do planeta visando esta luta. Mesmo quem não puder acompanhar in loco a IACC terá a oportunidade de seguir os canais e fazer parte dessa onda”, afirma Nicole Verillo, coordenadora de Desenvolvimento Institucional da Amarribo Brasil.

A 15ª IACC é promovida pela Transparência Internacional (TI), organização não-governamental dedicada ao combate à corrupção em todo mundo, e organizada pela Amarribo Brasil (representante da TI no Brasil) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), com o apoio do Instituto Ethos, e reunirá chefes de Estado, sociedade civil e os setores público e privado para discutir boas práticas, compartilhar experiências e traçar estratégias comuns para o desenvolvimento de medidas de prevenção e combate à corrupção.

Mídias sociais – 15ª IACC:
Twitter: http://www.twitter.com/15iacce #15iacc
Facebook: http://www.facebook.com/InternationalAntiCorruptionConference
Blog: http://15iacc.org/social-media/iacc-blog/
YouTube: http://www.youtube.com/user/TransparencyIntl


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