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O presidente Jair Bolsonaro (PL) formalizou nesta quinta-feira (11) as indicações dos 17 desembargadores que vão atuar no recém-criado Tribunal Regional Federal da 6.ª Região (TRF-6), prestes a entrar em operação em Minas Gerais. Os nomes foram publicados em uma edição extra do Diário Oficial da União.

Ao todo, o tribunal será composto por 15 homens e três mulheres. A cerimônia de instalação está marcada para o próximo dia 19.

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Os escolhidos pelo critério da antiguidade foram Vallisney de Souza Oliveira, Ricardo Machado Rabelo, Lincoln Rodrigues de Faria, Marcelo Dolzany da Costa, Rubens Rollo D'Oliveira, Evandro Reimão dos Reis e Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho.

Por "merecimento", foram indicados Klaus Kuschel, André Prado de Vasconcelos, Simone dos Santos Lemos Fernandes, Luciana Pinheiro Costa, Pedro Felipe de Oliveira Santos e Miguel Angelo de Alvarenga Lopes.

Na classe dos juristas, entraram Flávio Boson Gambogi e Grégore Moreira de Moura.

Por fim, Álvaro Ribeiro de Souza Cruz e Edilson Vitorelli Diniz Lima foram selecionados por indicação do Ministério Público Federal (MPF).

A desembargadora Mônica Sifuentes pediu remoção do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, em Brasília, e completa a composição.

Perfis

O juiz Vallisney de Souza Oliveira é um dos nomes mais conhecidos da lista. Ele ganhou notoriedade depois de julgar processos relacionados derivados da extinta Lava Jato e da Operação Zelotes.

O juiz Pedro Felipe de Oliveira Santos é secretário-geral da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Simone dos Santos Lemos Fernandes é juíza auxiliar na presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Klaus Kuschel trabalha na equipe do gabinete do ministro Kassio Nunes Marques, do STF, e Miguel Angelo de Alvarenga Lopes é juiz auxiliar da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira, 20, em cerimônia no Palácio do Planalto, o projeto de lei de criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), para atender a região de Minas Gerais.

Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, também participaram da solenidade, além do ministro do STF Kassio Nunes Marques.

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A criação do TRF-6 foi uma ideia patrocinada por Pacheco, que é de Minas, e atende demandas de parlamentares e figuras do Judiciário do estado.

Em tom de brincadeira, Bolsonaro afirmou na cerimônia que não é "nem pai, nem mãe" do projeto, chamado por ele de "criança bonita", mas "apenas o padrinho". "Mineiros unidos jamais serão vencidos, lobby do pão de queijo é terrível", disse, sobre o interesse dos políticos do estado na criação do tribunal. "Novo TRF significa mais agilidade, todos nós saímos ganhando", acrescentou.

Pacheco discursou antes de Bolsonaro, fez elogios ao presidente e a membros do Judiciário e afirmou que o novo TRF traz sentimento de conquista e de dever cumprido. "Há mais de 20 anos esse desejo verdadeiro, real, necessário de se ter Tribunal em Minas é agora concretizado", declarou o presidente do Senado. "É a segunda instância que dá efetividade da justiça, haja vista os efeitos suspensivos".

Fux também comemorou a criação do Tribunal e afirmou que o dia de hoje consagra um ideal de Justiça. Ele também citou a grande quantidade de processos em tramitação no sistema recursal brasileiro e lembrou que juízes não fazem política. "Juízes não são eleitos, eleitos são os do parlamento", disse.

Martins fez um discurso na mesma linha, mas acrescentou tons religiosos. "Estamos a cada dia vencendo a pandemia, porque tudo passa, já estamos chegando à normalidade. Só não passa a misericórdia de Deus, essa não passará", declarou.

A citação a Deus é comum ao presidente do STJ e vem em um momento em que o indicado de Bolsonaro ao STF, André Mendonça, enfrenta dificuldades em ter sua sabatina agendada no Senado. Martins já foi o candidato preferido do filho senador do presidente, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), para assumir a vaga na Corte.

O TRF-6 ficará instalado em Belo Horizonte, na sede da primeira instância, e, assim, não haverá aumento de custos para o poder público a partir de sua criação, esclareceu ainda Pacheco, em sua fala.

O Senado aprovou, nessa quarta-feira (22), a criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região, com previsão de atendimento à região de Minas Gerais. A proposta agora dependerá de sanção do presidente Jair Bolsonaro.

A criação do tribunal em Minas foi patrocinada diretamente pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e é uma demanda de parlamentares e autoridades do Judiciário mineiro. Atualmente, a estrutura da Justiça Federal em Minas está vinculada à 1ª Região, sediada no Distrito Federal.

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De acordo com o relator da proposta, Antonio Anastasia (PSD-MG), a criação do tribunal em Minas não aumenta despesas no Orçamento. Isso porque a previsão orçamentária da Justiça Federal não seria alterada. A verba destinada ao Judiciário terá que ser remanejada entre os tribunais.

O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022 encaminhado pelo governo ao Congresso prevê a criação de 150 cargos e o provimento de 10 novas vagas para servidores públicos com o tribunal em Minas.

De acordo com o Executivo, a criação e o provimento dos cargos não acarretarão impacto orçamentário, pois serão provenientes de transformação de cargos existentes no âmbito da 1ª Região.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse ser favorável à criação do Tribunal Regional Federal da Sexta Região (TRF-6), com sede em Belo Horizonte (MG). Segundo ele, a proposta é prioritária, já que esse é um "anseio antigo da Justiça Federal do Brasil, não só de Minas Gerais".

O projeto que cria o TRF-6 foi aprovado pela Câmara em agosto do ano passado, em votação simbólica - quando não é contado o voto de cada parlamentar individualmente. Apenas Novo, Cidadania e PV foram contrários à medida. O texto ainda precisa do aval do Senado, e cabe a Pacheco pautá-lo.

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"O TRF-6 é importante, necessário, justo", disse o senador, para quem não haverá aumento de despesas com o novo órgão. O senador disse que haverá remanejamento de despesas e funcionários para que o TRF-6 seja viabilizado, sem construção de novos edifícios.

A iniciativa de criação do TRF-6 é de autoria do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, e avançou após o Centrão, alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, pressionar para que entrasse na pauta da Câmara. Na votação na Câmara, o ex-presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou a proposta por criar uma nova estrutura em um momento que exigia contenção de despesas públicas.

Pelo texto aprovado, o TRF-6 será criado neste ano. A proposta tem como objetivo desafogar o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, que responde por 12 Estados e o Distrito Federal. Com a separação, Minas Gerais passa a ter uma jurisdição própria. Segundo o senador, os processos de Minas Gerais correspondem a 38% das demandas do TRF-1.

O texto prevê que o novo tribunal terá 18 desembargadores (com salários de R$ 35,5 mil cada). Para isso, 20 cargos de juízes substitutos seriam extintos. O TRF é a segunda instância da Justiça Federal. Conforme informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a despesa do Poder Judiciário em todo País em 2019 foi de R$ 100 bilhões, dos quais 90,6% foi destinado ao pagamento de pessoal.

Os defensores do novo tribunal alegam que ele não vai gerar custos. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), porém, contesta a alegação de "custo zero" da nova estrutura. Segundo análise feita pelo órgão em 2013, a criação de um tribunal em Minas Gerais custaria R$ 272 milhões (em valores da época, não corrigidos).

A Câmara aprovou nesta quarta-feira, 26, o texto-base do projeto que cria o Tribunal Regional Federal da 6.ª Região, em Minas Gerais. A proposta, de autoria do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, sofreu críticas até mesmo do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por criar uma nova estrutura em meio a discussões sobre contenção de despesas públicas.

A votação foi simbólica. Todos os partidos orientaram a favor, menos Novo, Cidadania e PV. Falta agora a análise dos destaques, pedidos de alteração ao texto. Um deles, apresentado pelo Novo, quer incluir uma regra que obrigue que a soma das despesas dos todos os tribunais em 2021, incluindo o TRF-6, seja igual aos gastos deste ano, corrigido pela inflação. Essa regra foi sugerida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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"Com isso, nós teremos a certeza de que a tese de que não haverá aumento de despesa estará garantida. O gasto de todos os cinco tribunais, incluindo o sexto, será limitado apenas pelo crescimento da inflação. Eu acho que assim todos ficam mais tranquilos para votar a matéria com a certeza de que não haverá aumento de despesa com a criação do novo tribunal", afirmou o presidente da Câmara.

O relator, deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), no entanto, disse que não haverá custo extra, pois serão aproveitados funcionários e prédios que já pertencem ao Judiciário. "Nem luz e nem água vai aumentar", afirmou o parlamentar.

Bernardo Oliveira Buta, especialista em administração pública e governo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), discorda. Segundo ele, no curto prazo, a criação do novo tribunal pode não gerar custos, mas com o tempo haverá mais despesas com servidores, compras, entre outros detalhes. O pesquisador calcula que os deslocamentos que serão feitos para a criação do TRF-6, incluindo novos servidores no Ministério Público e na Defensoria Pública, somam R$ 30 milhões no orçamento.

A criação do TRF-6 foi aprovado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em setembro do ano passado e é uma bandeira de Noronha, que é mineiro. Ele se despede do cargo de presidente do tribunal nesta semana e tinha como meta aprovar a proposta no Congresso.

O projeto avançou em maio após o Centrão, alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, pressionar para que entrasse na pauta da Câmara. Na presidência do STJ, como mostrou o Estadão/Broadcast Político em junho, Noronha atendeu aos interesses do governo em 87,5% das decisões individuais.

Foi dele, por exemplo, a liminar que desobrigou Bolsonaro a apresentar exames de coronavírus em ação movida pelo Estadão. Noronha também concedeu prisão domiciliar ao ex-assessor Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar. Os dois são investigados no caso da "rachadinha" no gabinete do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

O presidente do STJ nega que o TRF-6 seja um projeto político pessoal. Na proposta, ele afirma que o novo tribunal terá "estrutura inovadora, com as mais modernas técnicas de gestão e utilizará secretarias que atualmente atendem juízos de primeiro grau. Com isso não haverá alteração no orçamento da Justiça Federal".

O Pleno do Superior Tribunal de Justiça aprovou, por unanimidade, na manhã desta quarta-feira, 11, o projeto de lei para a criação do Tribunal Regional Federal da 6.ª Região (TRF-6), com jurisdição em Minas Gerais.

Segundo informou o STJ, o novo tribunal "vai aumentar a eficiência da Justiça Federal sem implicar aumento de despesas" e será um desmembramento do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), localizado em Brasília e com jurisdição em diversos Estados.

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O projeto segue agora para deliberação do Congresso.

Atualmente, são cinco os tribunais regionais federais. O TRF-1 fica em Brasília; o TRF-2 no Rio; o TRF-3 em São Paulo; o TRF-4 em Porto Alegre; e o TRF-5 no Recife.

O presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha, destacou o "esforço administrativo para viabilizar o TRF-6 sem a criação de novos custos, já que todo o projeto foi construído tendo como base a realocação de magistrados, servidores, contratos e até mesmo as sedes".

"Nós sabemos das profundas dificuldades financeiras e do momento difícil que o País atravessa, e por isso mesmo a proposta de criação do TRF-6 foi feita sem nenhum aumento de custo na Justiça Federal", afirma o ministro.

Na mesma sessão, os ministros aprovaram o envio ao Congresso de um projeto de lei para a transformação de cargos de juiz substituto de TRF em desembargador de TRF, "também sem aumento de despesas". Esta proposta foi formatada para possibilitar a reestruturação dos tribunais regionais federais e a criação do TRF-6.

Segundo Noronha, o novo desenho proposto para o TRF-6, "que pode virar um modelo para os demais tribunais, traz alterações para deixar a primeira e a segunda instâncias mais enxutas".

Com as mudanças, o TRF-6 em Minas aproveitará servidores do TRF-1, além de compartilhar contratos administrativos de limpeza, vigilância e transporte, entre outros.

Sobrecarga de trabalho

João Otávio de Noronha mencionou a sobrecarga de trabalho do atual TRF-1, que abrange 80% de todo o País em 14 Estados e recebe um de cada três processos da Justiça Federal.

Do total de processos do TRF-1, 35% são originários de Minas, e futuramente serão de competência do novo tribunal.

"Há um volume monstruoso de distribuição de processos no atual TRF-1", destaca Noronha. "Desde a criação dos TRFs na Constituição de 1988, a demanda de trabalho cresceu muito, mas a estrutura, não. O estudo técnico feito pelo Conselho da Justiça Federal mostrou que a melhor saída é a criação de um TRF para Minas."

O ministro informou que a carga de trabalho atual do TRF-1, de 26,1 mil processos por desembargador, é 260% maior que a média dos demais regionais federais.

Uma premissa para a criação do TRF-6, segundo o projeto, é a ênfase na tecnologia: será um tribunal 100% eletrônico, com investimentos em automação, uso de inteligência artificial e gabinetes compactos.

Esforço coletivo

Durante a sessão, Noronha lembrou que o projeto conta com o apoio do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça, Dias Toffoli. Ele destacou, ainda, o trabalho de ministros do STJ oriundos do TRF-1, Isabel Gallotti, Assusete Magalhães e Reynaldo Soares da Fonseca.

Gallotti, relatora do anteprojeto de transformação de cargos, afirmou que o texto aprovado "é fruto de um grande trabalho de formação de consenso e contou com a participação ativa dos desembargadores de todos os TRFs".

Assusete enalteceu a "criação de um novo tribunal sem o aumento de despesas, apostando em uma solução criativa e administrativamente moderna para viabilizar o desmembramento do TRF-1".

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