Djalma Guimarães

Djalma Guimarães

Seu Bolso

Perfil:Economista pela UFCG e Mestre em Engenharia de Produção pela UFPE. É Docente, Projetista e Consultor Empresarial da i9 Projetos.

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365 dias depois

Djalma Guimarães, | dom, 03/05/2015 - 15:21
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Quanta coisa acontece em 365 dias? É tempo suficiente para a lua dar 12 voltas ao redor da terra, é o tempo de gestação de alguns tipos de baleia. Mas também é tempo suficiente para a deterioração da confiança do consumidor nos rumos da economia.

Tentando entender o que aconteceu (Copa, eleições, etc.)

No primeiro semestre a atenção de boa parte da população estava voltada para a “seleção”, a chegada dos times, a obras, os estádios, e as manifestações contra a copa. Passado o vexame dos “7X1“, se inicia um processo eleitoral  antecipado, no qual predominou o marketing e os ataques pessoais, ficando a discussão de temas estruturais de lado.

Na economia durante esse período já surgiam indícios da necessidade de ajustes, mas governo e oposição se negavam a incorporar medidas de ajuste econômico claramente em seus discursos. As medidas econômicas de ajuste foram utilizadas por alguns partidos para atemorizar o eleitorado, alegando se o oponente vencesse o pleito, o país viveria um período de arrocho sem precedentes.

A margem da seara política a inflação estava em alta, consumo das famílias se contraía e o déficit nas contas públicas se ampliava. Mas o governo preferiu esperar o resultados das urnas para iniciar qualquer esforço de ajuste. Que fora outrora atribuído a possibilidade de uma vitória oposicionista.

Mal baixara a poeira das eleições e o governo adota medidas de ajuste. É válido notar que ajustes econômicos já foram realizados no Brasil no início de mandatos de vários governos, mas o ajuste promovido pelo governo foi realizado de forma intempestiva e sem uma preparação do ambiente econômico e político.

Não adentraremos na crise política, nas denúnicas da Petrobrás e etc., que também corroboraram para tal sentimento pessimista da população.

Esta retrospectiva nos ajuda a entender os dados abaixo: 

 

Abr/2014 (%)

Abr/2015 (%)

Melhor

Igual

Pior

Melhor

Igual

Pior

Finanças pessoais

(-6 meses)

37,82

54,49

6,09

16,75

65,22

18,04

Economia do Brasil

(-6 meses)

46,38

40,26

8,21

2,74

33,01

63,45 

Fonte: Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau

Em abril de 2014 apenas 6,09% dos recifenses acreditavam que a situação de suas finanças pessoais era pior do que a de nov/13, já em abr/15 este percentual triplicou, atingindo 18,04%. Em relação ao ambiente econômico, apenas 8,21% dos entrevistados acreditavam que a situação da economia estava pior, já mês passado tal percentual saltou para 63,45%, valor 7,7 vezes maior. Ou seja, de maneira geral percebe-se que o contexto econômico atual é muito pior que o de nov/14.

Observando a expectativa do recifense em relação aos próximos 6 meses da economia, também se observa um cenário nada otimista. A tabela abaixo ilustra tal tendência. 

 

Abr/2014

Abr/2015

Melhor

Igual

Pior

Melhor

Igual

Pior

Finanças pessoais(+6 meses)

62,32

32,37

2,58

33,92

51,13

11,9

Econoia do Brasil (+6 meses)

57,62

25,84

11,24

8,05

38,81

50,72

Fonte: Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau

Em abr/14 apenas 2,58% dos entrevistados esperavam uma piora na sua situação financeira nos próximos 6 meses, em abril passado tal patamar havia atingido 11,9%. A mudança mais radical aconteceu na percepção sobre o futuro da economia brasileira. A série história do Índice de Confiança do Consumidor de Recife inferida pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau sempre apresentou o recifense como um povo extremamente otimista em relação aos rumos da economia, fato que pode ser observado no percentual de recifense que acreditava que a situação da economia iria melhorar em seis meses (57,62%) em abril de 2014, mas tal cenário se inverteu, na pesquisa de abr/15, 50,72% dos entrevistados acreditam que a situação da economia brasileira piorará em seis meses.

Tal inversão de sentimento do consumidor é muito ruim para a economia, pois consumidores menos confiantes gastam menos, o que afeta o ritmo de crescimento da economia. Tal queda na confiança é um componente crítico para um ciclo vicioso de: menos consumo, menos investimento, menos emprego e mais crise. 

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Desemprego e oportunidade

Djalma Guimarães, | seg, 23/03/2015 - 15:21
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O ano de 2015 começa com más notícias no mercado de trabalho pernambucano, segundo dados da CONDEPE/FIDEM de jan/14 para jan/15 o número de desempregados na RMR cresceu 3,8%. Dentre os setores da economia o que se destaca com o maior número de vagas fechadas é o setor da construção civil, fechamento de 35.000 postos de trabalho em 12 meses, enquanto que nos demais setores o saldo entre criação e fechamento de vagas foi positivo.

Tal crescimento no desemprego pode ser atribuído a dois grupos de fatores: econômicos e políticos.

Econômicos

- Políticas econômicas restritivas, a política fiscal e monetária utilizadas pelo governo neste inicio de ano com vistas à melhora na situação fiscal do país e redução da inflação geram um efeito imediato de redução da demanda, seja pela redução dos gastos do governo, elevação da carga tributária, aumento na taxa de juros, etc. Ações que combinadas levam a redução da demanda e a conseqüente elevação do desemprego.

- Fim dos estímulos ao consumo que foram utilizados nos últimos anos para estimular o crescimento da economia.

- Término de grandes obras de construção na região de Suape. Era de conhecimento geral que mais dia menos dia o setor iria começar a gerar desemprego, tema debatido desde meados de 2014.

- Arrefecimento do mercado de imóveis.

Políticos

- A crise da Petrobrás gerou um processo de paralisação de alguns repasses para empresas investigadas na “Operação Lava-Jato”, interrupção de projetos, quebra de contratos, adiamento de investimentos, fato que tem contribuído para o fechamento de vagas em obras da Petrobrás em todo o Brasil.

Quais serão os desdobramentos de tal conjuntura para a economia local?

O efeito nocivo ao emprego do ajuste macroeconômico deve perdurar até o início de 2016, quando uma melhora na situação fiscal e retomada do investimento deve aliviar a situação do emprego. Por outro lado, mais especificamente para a economia de Pernambuco, o término de obras de construção deve se minimizada pela abertura de vagas na indústria de transformação, sobretudo com o inicio de operação da refinaria e de empresas ligadas ao seu processo produtivo e da cadeia automotiva. O trabalhador pode transformar essa crise no mercado de trabalho em oportunidade, ou seja, buscar qualificação em áreas promissoras de vagas nos próximos anos, cabendo destaque a indústria automotiva e ao setor de derivados de petróleo.

A crise na Petrobras e a economia

Djalma Guimarães, | seg, 09/02/2015 - 16:02
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Infelizmente a Petrobras, uma das maiores empresas do país, nos últimos meses freqüenta mais a página policial do que o caderno de economia dos grandes jornais brasileiros, uma conjunção de fatores políticos e econômicos tem colocado a empresa em difícil situação.

Deixando de lado os aspectos que estão sendo investigados pela “Operação Lava Jato” o fato é que a combinação de excesso de intervencionismo estatal com vistas ao controle da inflação comprometeu o desempenho da empresa nos últimos anos, se não fosse pouco, a queda no preço do petróleo no mercado internacional reduz significativamente a receita da empresa. Não podemos deixar de falar nos problemas de gestão, o crescimento vertiginoso de alguns dos principais de seus projetos de investimento e a demora na entrega de algumas obras.

Esta soma perversa tem comprometido o desempenho da empresa nos últimos anos. Sem falar nos desdobramentos da operação lava-jato que corroboram para a crise na empresa.

Mas de fato, quais são os impactos da crise na Petrobrás na economia do Brasil? Um estudo do Dieese de dezembro passado nos ajuda a visualizar o tamanho do problema para a economia brasileira.

Segundo o estudo, o setor de petróleo e gás que possui como principal player a Petrobrás, representava em 2014, 13% do PIB, uma crise que gere redução nos investimentos e na produção, pode gerar um significativo efeito recessivo na economia do país. Quando observamos que as expectativas de crescimento para a economia do país em 2015 situam-se próximas de zero, percebe-se o quão grave é para todos nós a crise na empresa.

O investimento médio diário da empresa em 2014 foi de R$ 383 milhões, com as denúncias da “Operação lava-jato”, já existe uma previsão de redução de investimentos. Tal fato pode comprometer a já minguada formação bruta de capital fixo, ou seja, o investimento no país. Sem investimento em uma situação de expectativas negativas diminuem-se as chances de crescimento no curto prazo.

As grandes obras da Petrobrás nos últimos anos têm estimulado o emprego industrial em várias regiões do Brasil a exemplo de Pernambuco, uma paralisia nos investimentos pode gerar desemprego no setor. Sem falar nos problemas que funcionários de várias empresas terceirizadas já enfrentam com a falta de pagamentos.

Percebe-se assim que para o bem da economia e da vida de milhares de trabalhadores, as denúncias precisam ser passadas a limpo, mas tudo deve ser conduzido de forma a não comprometer a atividade produtiva da empresa. O novo presidente da companhia tem uma dura missão!

Preparando a aposentadoria

Djalma Guimarães, | qui, 22/01/2015 - 10:06
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A elevação na expectativa de vida do brasileiro e o crescimento de seus rendimentos têm elevado o interesse pela aposentadoria. Hoje é vez mais freqüente encontrar jovens que estão entrando no mercado de trabalho preocupados com a sua aposentadoria.

Todos os profissionais brasileiros submetidos a CLT são segurados pela previdência social. E é prudente que os profissionais liberais e autônomos busquem contribuir para tal sistema pela sua segurança e baixo custo. Mas tal sistema de previdência possui um teto, que representa para alguns segurados uma queda significativa nos rendimentos no ato da aposentadoria.  Por isso tem se tornado cada vez mais popular no país a adesão a planos de previdência complementar, que são uma forma de incrementar os rendimentos no futuro, a partir de contribuições mensais no período de atividade profissional.

De fato a previdência complementar é uma boa alternativa, mas deve ser bem compreendida pelo consumidor que precisa estar atento aos seus termos e condições, para que consiga enxergar os seus prós e contras, bem como é fundamental estar atento com as taxas cobradas pelas seguradoras, pois elas variam muito no mercado e podem comprometer significativamente o rendimento futuro.

Esses planos de previdência assumem duas categorias (PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre) e (VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre) cobram dois tipos de taxas de seus clientes, as taxas de carregamento que servem para cobrir custos com a comissão de corretores, envio de documentos obrigatórios, etc., e as taxas de administração (gestão financeira) que é cobrada pelo fundo de investimento que recebe as aplicações do fundo de pensão, tal taxa também cobre as despesas do fundo, como a emissão de extrato e os resgates.

Um detalhe importante é que a taxa de carregamento, é cobrada no ato da aplicação, ou seja, você visualiza claramente o custo do carregamento, já a taxa de gestão financeira é descontada da rentabilidade e não aparece nos extratos.

Algumas dicas importantes na escolha do plano de previdência são:

• Pesquisar - você deve pesquisar nas várias seguradoras do mercado as melhores taxas de carregamento e de gestão financeira, isto pode fazer uma diferença muito grande na rentabilidade de longo prazo.

• Imposto de renda – Os aportes no PGBL podem ser deduzidos da base de contribuição do Imposto de Renda. A escolha do tipo de previdência deve estar relacionada com o tipo de declaração de IR realizada pelo contribuinte. Quem opta pela declaração completa do IR deve optar pelo PGBL, por sua vez, quem opta pela declaração simplificada do IR deve optar pelo VGBL.

• Conservador ou Agressivo - Verifique seu perfil de risco, alguns planos aplicam um percentual maior em renda variável (ações) que tem acumulado perdas recentemente. Enquanto outros fundos são mais conservadores trabalhando com renda fixa. Verifique o desempenho dos planos oferecidos nos últimos anos. Os planos mais conservadores tem-se mostrado mais rentáveis nos últimos meses.

3P’s do 13º Salário

Djalma Guimarães, | qua, 19/11/2014 - 13:47
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Está chegando à época do ano mais esperada pelo comércio, as lojas já estão preparadas e as promoções já possuem data marcada, tudo a espera do 13º salário dos trabalhadores, em Pernambuco cerca de 3,26 milhões de pessoas receberão tal rendimento.  

Quais são algumas regras básicas para o uso do 13º de forma a não começar 2015 no vermelho? 

Existem várias receitas, mais consideramos que a observância de três regras básicas nos ajudarão a utilizar tal recurso de forma adequada, os “3P’s”.

·    Poupar/Precaução – O consumidor deve poupar aproximadamente metade de seu rendimento, seja para uma aplicação financeira, ou precaução. Devemos considerar que o inicio do ano traz consigo algumas despesas sazonais que apertam o nosso orçamento (IPTU, IPVA, matrícula, fardamento escolar, material escolar, etc.), ou seja, uma parte do 13º será muito bem vinda para o pagamento de tais despesas. Também precisamos deste dinheiro como uma reserva para eventos inesperados, bem como, ele pode ser usado para ampliar os nossos investimentos.

·       Pagar Dívidas – O indivíduo com endividamento excessivo pode utilizar tal recurso para o pagamento de suas dívidas, obedecendo aos seguintes critérios: Priorizar as dívidas mais caras (maiores taxas de juros), antecipar parcelas e quitar a dívida quando possível. Para o grupo de consumidores inadimplentes o 13º deve ser usado integralmente para o pagamento dos débitos atrasados, esta é uma boa ocasião para procurar o credor e tentar um acordo.

·       Planejamento de compras – o último P diz respeito ao planejamento das compras no final do ano. Devemos consumir os bens e serviços que desejamos com o nosso 13º salário, mas tais compras devem ser planejadas e caber no nosso orçamento. Podemos utilizar tal recurso com a ceia, presentes, etc., porém precisamos ter cuidado para não contrair dívidas que apertarão o nosso orçamento no próximo ano. Muitos utilizam o cartão de crédito para antecipar as compras com o 13º, não há problemas, se tivermos estabelecido um limite para os gastos com o cartão, digamos 50% para a poupança e 50% para as compras, obedecendo tal limite, conseguiremos concretizar nossos planos de consumo neste final de ano sem comprometer o ano de 2015 com dívidas.

Para quem planeja ir as compras é fundamental não se esquecer do planejamento como já falamos; da hora correta da compra, o consumidor deve estar atento às datas das promoções e liquidações, algumas boas opções aparecem neste período; e por fim, comprar a vista sempre é mais vantajosa. 

Estratégias e pessimismo no setor de automóveis

Djalma Guimarães, | seg, 06/10/2014 - 10:33
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Esta aberta à temporada de salões de automóveis por todo o mundo, um tentativa da indústria automobilística de recuperar o terreno perdido desde a crise financeira internacional de 2008. Tais salões apresentam inovações e novos conceitos de veículos com vistas a fisgar os consumidores, criando necessidades de consumo, mundo afora o crescimento nas vendas nos EUA e na China tem concedido algum alento para o segmento, mas os resultados do mundo em desenvolvimento e do Brasil tem puxado o saldo da indústria para baixo.

Por que o lançamento de carros híbridos e elétricos mais eficientes não é suficiente para animar o consumidor brasileiro?

- De maneira geral os veículos de primeira geração são fabricados em filiais das grandes montadoras em outros países, ou seja, tais carros não serão fabricados no Brasil em um primeiro momento, sendo assim, precisam ser importados, e aí reside o problema. As cotas de importação e impostos de importação são quase que proibitivos a importação de veículos. Em alguns segmentos a economia brasileira ainda é relativamente fechada.

 - Se tais carros mais eficientes fossem fabricados aqui a nossa carga tributária, o custo Brasil, baixa produtividade do trabalho, (...), e sem falar no “Lucro Brasil” (A grande margem de lucro das montadoras) tornariam tais carros mais eficientes inacessíveis para uma parcela significativa do mercado consumidor.

- O programa Inovar Auto que visa que a P&D de veículos seja realizada no Brasil só começará a fornecer resultados no médio prazo.

O fato é que com salão ou sem salão o brasileiro está mais cauteloso, o momento da economia tem inspirado cuidados por parte do consumidor. De Nov/2010 para Set/2014 o Índice de Confiança do Consumidor de Recife, ICC-IPMN, recuou 21,9%, por exemplo, fato semelhante ao que acontece em todo o país. Tal contexto, talvez nos ajude a entender o recuo (9,73%) no licenciamento de veículos de Janeiro a Agosto de 2014, em comparação ao período de Janeiro a Agosto de 2013.

 

Sem falar do esgotamento da política macroeconômica expansionista de incentivo ao consumo de bens duráreis utilizada com sucesso frente à crise financeira internacional de 2008 mas que já não apresenta a mesma eficácia.

Criando uma nova geração de consumidores

Djalma Guimarães, | qui, 17/07/2014 - 09:51
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Recente fui indagado sobre quais seriam importantes práticas de orçamento financeiro que ajudariam os pais a formar uma nova geração de consumidores com mais equilíbrio em seu consumo, maior capacidade de poupança e mais bem preparada para o novo contexto da economia.

São três princípios que acredito que são fundamentais nesse processo de transformação:

1 Ensinar a administração das finanças pessoais desde cedo - Em primeiro lugar, os filhos devem fazer parte das decisões financeiras da família, pai e mãe podem incluir os filhos na realização do planejamento das despesas da família, mostrando o quanto custa cada coisa e quanto resta para o consumo de produtos e serviços adicionais.

Os filhos devem receber uma mesada de acordo com a sua capacidade de consumo e mérito e devem ser estimulados a utilizar os mesmos princípios vivenciados no orçamento familiar (Quanto eu ganho? Quanto eu gasto? Quanto sobrará?), para que eles comecem a decidir o que cabe e o que não cabe na restrição de orçamento deles. Isto também fornecerá uma valiosa lição para os filhos que é a distinção de desejos e necessidades, visto que apenas as necessidades devem estar contidas no orçamento.

2 – Ensinar o valor do trabalho - As crianças não podem crescer achando que “dinheiro nasce em árvores”, é vital para uma maior responsabilidade financeira no futuro, que toda mesada ou presente ganho pela criança ou jovem, principalmente os itens de maior valor agregado seja acompanhados de uma contrapartida de trabalho, ou seja, a execução de determinadas tarefas domésticas por certo período de tempo. Quando as crianças se esforçam e precisam assumir pequenas responsabilidades em casa, elas começam a aprender o valor do trabalho, e passam a valorizar muito mais os produtos adquiridos. Isto vários anos à frente, tende a evitar compras por impulso de itens desnecessários, pois tal consumidor saberá o valor do seu dinheiro.

3 – Estimular a poupança - Culturamente a poupança é um dos pontos fracos do consumidor brasileiro, até pouco tempo atrás se culpava a inflação, baixos salários e elevada concentração de renda por isso, mas a mudança na estrutura da economia, nos fornece uma maior capacidade de poupar e como incutir esse princípio nas novas gerações? Os pais podem planejar com os filhos grandes projetos de consumo: a sonhada viagem de férias, aquele vídeo game de última geração, um intercambio, etc., neste planejamento os filhos precisarão dar uma contrapartida financeira, um percentual pequeno, que os estimule a poupar um percentual de seus recursos. Nada melhor do que os bons e velhos cofrinhos para começar. Desta forma, estaremos ensinando-os a priorizar e fazer o que for necessário para atingir seus planos de consumo futuros.

 

Acrescente mais algumas sugestões nessa lista.

A confiança minguando

Djalma Guimarães, | seg, 23/06/2014 - 09:03
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No último artigo falamos de um lampejo de tendência de recuperação na confiança do consumidor recifense, mas, ao contrário do resultado apontado naquele artigo, a possibilidade de cenário negativo aumentou. No mês de junho tal indicador atingiu o patamar mais baixo já verificado na série, 57,8 pontos, frente à média histórica de 90,6 pontos.

Ao observar o indicador de forma mais ampla percebe-se que nos últimos anos a confiança se reduz período após período, conforme pode ser observado no gráfico abaixo:

O que explica esta queda?

Quando o ICC Recife do IPMN começou a ser mensurado no ano de 2010, o ciclo de crescimento recente da economia brasileira estava no seu ponto mais alto, renda crescendo, emprego em alta, consumo se elevando, havia um grande otimismo no Brasil e no mundo em relação à continuidade do crescimento Brasileiro.

Mas, ano após ano tais expectativas foram repetitivamente frustradas, por fatores do contexto internacional, bem como por velhas amarras ao crescimento brasileiro que historicamente tem limitado o crescimento após Plano Real.

O velho problema crescimento-inflação, não conseguimos crescer de forma sustentável, pois o crescimento do consumo pressiona os preços e o remédio para o controle de preços são medidas contracionistas (elevação de juros)  que induzem o desaquecimento na economia.

Isto tem se repetido, pois velhos problemas não foram resolvidos a contento, tais como: elevação do investimento, desenvolvimento de uma política de estado voltada para a inovação, medidas que ampliem a produtividade, redução da burocracia, etc.

Estes fatos que podem não saltar aos olhos do consumidor comum, mas tem contribuído para este período de baixo crescimento e de queda nas expectativas.

Quais as implicações para a economia e para a vida dos indivíduos?

Uma das variáveis que mais tem contribuído para a queda do ICC é o menor otimismo em relação ao futuro da economia. A combinação de baixo crescimento e queda na confiança interfere diretamente na vida dos indivíduos. Pois o consumo das famílias é o principal componente do produto interno bruto, logo, quando a confiança cai os indivíduos mais receosos adiam planos de consumo ou reduzem a quantidade consumida, de forma que o crescimento da economia é comprometido.

O menor consumo levará a menos investimento e geração de empregos. Felizmente os efeitos desta combinação ainda não são sentidos, pelo nível de pleno emprego da economia, mas a persistência da combinação de queda nas expectativas e baixo crescimento tende a gerar desemprego e redução nos rendimentos no médio prazo.

A confiança está de volta?

Djalma Guimarães, | seg, 05/05/2014 - 11:13
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Ao observarmos a confiança do consumidor recifense anda mal das pernas desde o distante Dez/2012, a confiança do consumidor entrou em uma tendência de queda. Neste ano de 2014, percebe-se uma recuperação, mas o que pode esta por trás do tombo da confiança e dos indicativos de sua recuperação nestes primeiros meses?

O que mudou de 2012 para cá?

Uma das principais interfaces de contato da economia com a vida da pessoa comum é a administração de seus rendimentos, tarefa que tem encontrado dificuldades nos últimos tempos em virtude do arrefecimento da inflação, ano passado tivemos casos emblemáticos, como “a crise do tomate” que se tornou o fruto, mercadoria de alto valor que necessitava de vigilância na plantação e escolta no transporte, ou “a crise das passagens” que foi o estopim para a onda de manifestações em junho passado. O fato é que os preços dos produtos têm subido e as famílias tem sentido tal incomodo.

Podemos falar ainda do modesto crescimento da economia na “era Dilma”; do grande fracasso da aposta do governo nas grandes multinacionais brasileiras, que nos diga o Grupo X; e das mudanças e manobras contábeis e até na interferência no IBGE.

O cenário atual não é muito diferente desse panorama apresentado, e ainda contamos com o tempero eleitoral nessa salada, então, o que pode estar levando a uma recuperação na confiança do consumidor recifense, visto que a inflação, o modesto crescimento e os erros na condução da política econômica persistem?

Possíveis explicações:

- O mercado de trabalho continua aquecido, como poucas vezes se viu na história do país;

- Crescimento da renda de uma parcela significativa de brasileiros, com a elevação da escolaridade ocorre elevação na renda de tais indivíduos e ampliação no consumo;

 - A despeito do noticiário a maior parte dos entrevistados acredita que a economia brasileira terá um melhor desempenho nos próximos seis meses, do que o observado no período anterior;

- Ou simplesmente a manifestação da “lei de tiririca”, ou seja: “Pior do que tá não fica”.

Satisfação profissional ou ganhar dinheiro?

Djalma Guimarães, | seg, 24/03/2014 - 08:14
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O ideal de associar o trabalho que satisfaça plenamente os anseios dos indivíduos com uma situação financeira confortável parece estar distante de grande parte dos trabalhadores de Recife. Segundo a pesquisa de fevereiro do IPMN, a distância entre a satisfação média com as finanças cada vez mais se distancia da satisfação média com o trabalho. Conforme gráfico abaixo:

 

Podemos perceber no gráfico uma significativa queda na satisfação média com o trabalho a partir de abr/12, apresentando recuperação pontual apenas um ano mais tarde em abr/13. Tal indicador que rondou os 3 pontos em algumas ocasiões na pesquisa deste mês atingiu 1,67 pontos. Logo a satisfação com o trabalho vai mal, salvo em algumas ocasiões do ano onde tal percentual tem se recuperado ao longo da série.

 A satisfação com as finanças por sua vez, apresenta um comportamento mais estável, registrando queda nas últimas duas pesquisas.

Na conjuntura de crescimento econômico modesto, inflação resistente em alguns segmentos, cenário econômico indefinido, o emprego dos sonhos cede lugar para objetivos financeiros de curto prazo. Desta forma, o trabalhador, mesmo descontente em média com o seu trabalho, está um pouco mais satisfeito com o seu rendimento. Pelo que os dados mostram o mais importante no momento é o rendimento, ficando a satisfação plena com o trabalho para outro momento.

 

Para você no momento atual é mais importante o conforto na vida financeira ou uma ocupação que satisfaça plenamente suas expectativas profissionais?

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