Falar de dívidas é falar de um dos pontos mais sensíveis das finanças pessoais. Alguns fogem delas e outros possuem sua companhia há muito tempo. No entanto, no nosso contexto é quase impossível viver sem elas.
A presença de dívidas excessivas, geralmente é resultante de alguns fatores tais como: ausência no planejamento financeiro, consumo compulsivo/desnecessário, algum revés na vida financeira, etc.
Se você faz parte do grupo de pessoas com endividamento excessivo e seu rendimento atual não me permite livrar-se delas rapidamente, como manter as dívidas sobre controle, reduzindo-as pouco a pouco?
PRIMEIRO PASSO:
- Evite compras a crédito até colocar suas dívidas sobre controle.
SEGUNDO PASSO:
- Inicie um programa de eliminação de dividas, conforme apresentado a seguir.
| CREDIÁRIO | CARTÃO DE CRÉDITO | FINANCIAMENTO AUTOMÓVEL |
Jan | 150 | 400 | 530 |
Fev | 150 | 400 | 530 |
Mar | 150 | 400 | 530 |
Abr | 150 | 400 | 530 |
Mai | 550 | 530 | |
Jun | 550 | 530 | |
Jul | 1080 | ||
Ago | 1080 | ||
Set | 1080 | ||
Out | 1080 | ||
Nov | 1080 | ||
Dez | 1080 |
Consideremos uma família que possui três principais dívidas (crediário, cartão de crédito e financiamento de um automóvel), que totalizam R$ 12.690,00. Vejamos como no prazo de 12 meses estas dívidas podem ser eliminadas. A despesa mensal com dívidas é de R$ 1.080,00.
No mês de abril será finalizada a dívida do crediário, os R$ 150,00 utilizados para pagar o crediário, a partir de maio serão utilizados para pagar o cartão de crédito. Em junho, o saldo devedor do cartão de crédito será finalizado e mais R$ 550,00 serão utilizados para o financiamento do automóvel. Desta forma em doze meses a família terá quitado todo o seu endividamento, sem comprometer nada além de R$ 1.080,00, por mês, custo do endividamento no mês de janeiro.
Depois de décadas entravado por escassez de crédito e de políticas específicas, o setor imobiliário apresentou um boom nos últimos anos, a partir de uma combinação de crescimento da renda dos consumidores e crédito subsidiado.
A soma destes dois fatores foi uma explosão no preço do metro quadrado em algumas regiões do Brasil equiparando-se as regiões mais valorizadas do mundo. A incoerência deste processo é evidente, e principalmente depois da bolha imobiliária americana, muito vem se falando da existência de uma “bolha imobiliária no Brasil”.
Alguns economistas e “especialistas” preveem até a data de estouro da bolha, no primeiro semestre deste ano.
No entanto, o que temos de concreto é o preço do metro quadrado das principais cidades brasileiras subindo, elevação de 12,70% em 2013, enquanto que o número de lançamentos caiu no mesmo período. O que parece indicar que o preço elevado dos imóveis é um empecilho para continuidade do processo de crescimento do setor. Parece que vivemos em um período de especulação incomum, no qual vendedores e imobiliárias mesmo sem conseguir vender um imóvel por meses continuam majorando o seu preço.
Mas é esse o estopim da bolha? As profecias a respeito do estouro da bolha, falam de uma crise de capacidade de pagamento, mas o fato é que a inadimplência no segmento é baixa. Logo, ao invés de bolha acredito que deve haver acomodação nos preços, pois a renda média do brasileiro não comporta os preços pretendidos pelos imóveis na conjuntura atual.
Bem como, existe um imenso déficit habitacional do país, mas a oferta parece míope para tal possibilidade de ganho. Tomando por base o exemplo de Recife, há 4 anos as pesquisas de demanda do mercado imobiliário do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau apontam para a incoerência entre o perfil de imóveis lançados na região e o perfil de imóvel que os consumidores potenciais desejam e podem pagar.
Tamanho, Tipo de imóvel, localização, opcionais, etc., são diferentes da demanda do consumidor, assim, ao invés de falar de crise no setor imobiliário brasileiro, percebo a oportunidade de um redirecionamento da oferta forma a atender o grande contingente de brasileiros que desejam adquirir a casa própria.
Porém, para não repetir os erros que levaram a elevação de preços no mercado atual, cabe ao estado desenvolver uma política que garanta tal objetivo, a exemplo da aquisição/desapropriação de áreas para habitação popular, qualificação da mão de obra, bem como favorecer o investimento na indústria de insumos para a construção civil de forma a minimizar pressões sobre os custos.
O sistema de saúde no Brasil é alvo de inúmeras críticas, insatisfação que não se restringe ao setor público, mas que também atinge o sistema privado de saúde. No entanto, o contexto do sistema público é tão problemático que os planos de saúde são vistos como a “alternativa” para melhores níveis de serviço de saúde.
No entanto, apesar da busca (principalmente da nova classe média) por melhores níveis de serviços de saúde, o segmento de saúde suplementar é alvo de inúmeras queixas de usuários em todo país. Já faz parte de nossa rotina receber a notícia de listas de planos de saúde que são impedidos pelo agente regulador a ANS (Agência Nacional de Saúde) de captar novos clientes.
De fato os planos de saúde não tem conseguido fornecer uma boa dose de satisfação aos seus usuários. A literatura da área diz que os usuários dos serviços de saúde não possuem aptidão para avaliar os aspectos técnicos da qualidade em serviços de saúde, no entanto, eles conseguem avaliar os aspectos funcionais, ambientais e de relacionamento na prestação de serviços de saúde.
Pesquisa de junho de 2012 do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau comprova tal tese e mostra que o foco da gestão da saúde suplementar pode estar errado, e que medidas de cunho administrativo a despeito de medidas de caráter técnico poderiam agregar mais satisfação aos usuários dos serviços de saúde suplementar em Recife.
Segundo a pesquisa os fatores mais críticos para a determinação da qualidade percebida nos serviços de saúde são: instalações físicas dos hospitais, sistemas de marcação de consulta dos planos e número de hospitais conveniados ao plano.
Uma boa instalação física não depende da oferta ou honorários de profissionais de saúde, um bom sistema de marcação de consultas depende mais de uma boa consultoria de TI do que de médicos especialistas em determinada área.
Logo, se a solução é aparentemente simples, porque as queixas e a insatisfação persistem, será que o foco está errado?
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau (IPMN) no Recife no mês de dezembro mensurou as expectativas e metas do consumidor em relação a sua vida econômica para 2014.
Dentre os entrevistados, 53% esperam que o ambiente econômico melhore; 59,3% acreditam que seu consumo se ampliará; 67% acreditam que suas finanças melhorarão; 74,3% esperam melhores oportunidades profissionais; e 71% acreditam que a inflação aumentará ano que vem.
Uma possível leitura de tais resultados é que existe uma indefinição nas expectativas do consumidor em relação aos rumos da economia. O baixo crescimento e as constantes notícias ruins parecem estar dividindo as opiniões dos entrevistados. Uma percepção negativa da economia usualmente leva a uma redução no consumo. Fato que no nosso caso pode induzir um ciclo vicioso de redução da demanda e consequentemente do investimento, deprimindo ainda mais o ambiente econômico.
Os ventos ruins na economia parecem que ainda não atingiram o mercado de trabalho, que há alguns anos está aquecido, isto pode explicar a percepção mais positiva em relação às finanças e situação profissional para 2014.
A pesquisa também perguntou quais as metas dos consumidores para 2014, e 49% dos entrevistados possuíam metas. As principais metas são: adquirir um automóvel (12,4%), adquirir um imóvel (11,7%) e conseguir um trabalho (10,7%). A classe C predomina nas duas primeiras metas.
Resumindo:
- Ano modesto na economia com inflação elevada e menor consumo, melhora na colocação profissional e nas finanças, e por fim mais carros nas ruas!
Qual é a sua expectativa para 2014 para a vida econômica?
Qual é a sua meta para 2014?
Depois de um final de ano cheio de promessas, metas, festas e consumo, os primeiros meses do ano chegam com o sabor amargo de contas para pagar, impostos, despesas de material escolar, etc.
Para minimizar tal sabor, nada melhor que um bom planejamento financeiro e alguns cuidados na aquisição do material escolar. Em relação a esta segunda tarefa apresento algumas dicas de economia.
A primeira dica se refere ao tempo da compra. Não sei de onde vem o hábito, mas é fato que o brasileiro costumeiramente deixa coisas importantes para última hora. Na aquisição de material escolar isto representará maiores gastos. Novembro e o início de dezembro são boas épocas para adiantar algumas compras possíveis de material escolar. O recebimento do 13º pode ser utilizado em parte para a aquisição de tais materiais.
Uma boa pesquisa é essencial para qualquer boa compra. A diferença de preços de um mesmo produto em diferentes lojas pode ser da ordem de 96%, a diferença de preço de um produto de diferentes marcas e de qualidade similar pode chegar a mais de 200%. Se o consumidor está sem tempo, uma boa alternativa são os sites de busca na internet que podem fornecer uma ferramenta de comparação de preços.
A reutilização de materiais é também uma boa maneira para economizar. Antes de sair as compras, dar uma olhada no que pode ser reutilizado é uma boa opção. Em relação aos livros didáticos, várias entidades em todo o país promovem a “troca de livros usados”, desta forma, a troca dos livros também deve ser considerada.
O consumidor deve procurar informações nos órgãos de defesa do consumidor de forma a evitar abusos. Muitas instituições de ensino em suas listas de material demandam itens que fazem parte do custo operacional da atividade, que não devem ser solicitados dos consumidores. Logo, antes de comprar compare a lista repassada pela escola com a lista do PROCON por exemplo.
A compra planejada dos itens também é importante, reserve no seu orçamento recursos para aquisição do material, de forma a comprar a vista, como já falado é um bom uso para uma parte do 13º salário. Ao comprar a vista sempre solicite desconto. A compra a prazo não é uma boa opção, pois o cartão de crédito, por exemplo, nos dar uma sensação de poder de compra superior ao que realmente possuímos.
Além de todas as vantagens prometidas pelas dicas acima, uma alternativa pedagógica para tal atividade é envolver os filhos na compra do material escolar, fazendo um orçamento com ele, cotando os preços, mostrando o que é possível e o que não é possível, o diálogo e a troca de informação trarão para o consumidor um benefício extra não pecuniário, que é a contribuição para um consumidor consciente no futuro.
Nas últimas décadas o Brasil passou por uma série de transformações que forneceram a ideia de que enfim o país entrara no rumo do desenvolvimento. Controle da inflação, responsabilidade fiscal, distribuição de renda, acesso ao ensino superior e melhora nos indicadores sociais.
No entanto, apesar deste processo o país ainda é visto com desconfiança no cenário internacional. Os grandes eventos esportivos que serão realizados nos próximos anos direcionaram os holofotes da imprensa internacional para o país e semanalmente nos deparamos com uma manchete do tipo: “Pesquisador inglês faz alerta em relação ao risco de dengue durante a Copa”, “Forbes chama Black Friday do Brasil de Black Fraud”, “Manobra contábil fere a reputação da Petrobrás”, “Agência ameaça rebaixar nota de Risco do Brasil por piora nas contas públicas”, dentre outros.
O fato é que o “jeitinho brasileiro” na condução dos negócios e na condução da economia corroem uma alicerce que vem sendo construído há décadas. A credibilidade nos pilares fundamentais da política macroeconômica e no ambiente de negócios do Brasil são colocados em xeque.
Motivos não faltam para isto.
Logo, seja no Black Friday ou Black Fraude (a critério de cada um), seja na condução da política econômica sobra jeitinho brasileiro, improviso, e falta de credibilidade.
Desta forma como uma economia pode inspirar confiança se de forma notória o consumidor é explorado, contratos são modificados durante sua vigência e onde os interesses de médio e longo prazo da economia são postos de lado até o pleito de outubro próximo?
Resumo da obra terra de incertezas e desconfianças.
Promoções, feirões, descontões, já são exaustivamente apresentados como indispensáveis e imperdíveis pelos meios de comunicação. Estes eventos são estratégias empresariais para fisgar nosso 13º salário. Tal rendimento adicional aquece a economia no final do ano, bilhões de reais adicionais em circulação que são aguardos pelo comercio, indústria, sistema financeiro, etc.
Assim, diante de tantas opções oferecidas para o uso do recurso, como saber qual é o melhor uso do meu 13º salário?
Não existe uma resposta única para esta questão a utilização do recurso depende da situação financeira, projetos e compromissos futuros do consumidor. Vejamos algumas situações e dicas específicas para cada caso:
Consumidores endividados:
Pagamento de dívidas - Esta foi à intenção de 17,3% dos recifenses entrevistados em pesquisa do IPMN ano passado. Para este grupo a opção mais sábia é utilizar o recurso para eliminar ou minimizar dívidas. Negociar com o credor pode eliminar uma parte significativa de juros e possibilitar o pagamento parcial ou integral de uma dívida. Para este grupo, antes de negociar com os credores, é bom checar de fato o real valor devido, tal simulação pode ser realizada na calculadora do cidadão (http://www.bcb.gov.br/?calculadora).
Não “cobrir um santo e descobrir outro” – Muitas vezes o consumidor não vê a hora de “limpar o nome” para recuperar o crédito e começar a consumir novamente. Este tipo de atitude reinicia o ciclo do endividamento, pois se o consumidor está endividado é porque sua capacidade de pagamento é limitada, ou seja, este indivíduo, só deve realizar novas compras dentro de um orçamento bem controlado.
Consumidores que vão as compras:
Compra planejada – Este consumidor deve estar atento ao seu orçamento, pois algumas vezes a expectativa de rendimento adicional nos leva a antecipação e elevação dos gastos, o que pode levar a um saldo negativo no orçamento mesmo antes do 13°. Logo, o consumidor deve introduzir tal recurso extra em seu orçamento e consumir apenas o que foi devidamente planejado.
Compra na hora certa – Também é muito importante para este grupo ficar atento aos melhores períodos de compra, comprar com a devida antecedência ou depois das festas de final de ano, pode representar significativa economia.
Descontos da compra a vista – Programar a aquisição de produtos a vista, sobretudo bens duráveis neste final de ano pode gerar significativa economia para o consumidor, este deve exigir descontos na compra a vista.
Consumidores que pretendem poupar o 13º:
Poupança – Esta foi a principal pretensão de uso do recurso ano passado segundo a pesquisa. O consumidor que opta por tal postura, pode incrementar sua poupança para compra futura de bens à vista, atitude que proporciona uma compra mais vantajosa, e ao mesmo tempo afasta o consumidor das armadilhas da compra a prazo.
Viagem- Viajar é outra opção de uso para tal recurso. Tal opção esteve nos planos de 3,5% dos recifenses em 2012. Os bons administradores das finanças pessoais guardam este recurso para aquela viagem desejada. Passeio pago com antecedência e na estação mais vantajosa.
Começar o ano no azul – Poupar agora pode fazer a diferença para não iniciar o ano no vermelho. As festividades de final de ano passam e o ano começa com a dura realidade de impostos e despesas escolares. Desta maneira, a gordura financeira proporcionada pelo 13º é muito bem vinda.
Consumidores que pretendem minimizar a mordida do leão no IR:
Aplicações para redução da base tributável – Algumas aplicações financeiras a exemplo de fundos de previdência (PGBL) e outras aplicações como LCI e LCA (letras de crédito imobiliário e letras de crédito do agronegócio) reduzem a base tributável no IR que será declarado em abril/2014. No entanto, estas aplicações se limitam a 12,5% da renda, bem como a retirada (saque) antecipado do recurso traz um desconto para o consumidor. Logo, não se pode aplicar em dezembro para sacar em janeiro, apenas para amenizar a mordida do leão.
Os diferentes setores da economia já abriram a temporada de caça ao 13º salário, utilizar bem este recurso pode representar um primeiro passo para um ano novo mais próspero no campo das finanças pessoais.
Até a década passada o empreendedorismo no Brasil consistia em uma válvula de escape para o crônico desemprego que assolava o país desde as tumultuadas últimas décadas do século passado, a opção pelo empreendedorismo em muitos casos estava associada à informalidade.
No entanto, esta situação começa a se transformar a partir da elevação do emprego no país. Com um nível de desemprego em torno dos 6%, existente no Brasil há algum tempo, criou-se um desestimulo para a entrada improvisada e desprovida de planejamento no empreendedorismo. Neste novo contexto, existe uma nova forma de opção pelo empreendedorismo, a busca de realização profissional derivada de uma “vocação” para tal tipo de negócio, bem como a busca de aproveitamento de oportunidades de mercado, dentre outras razões.
Alguns indícios da opinião e sentimentos do empreendedor recifense são trazidos por uma pesquisa “Mapeamento do Empreendedorismo – 2013” do IPMN de Out/2013. Segundo a pesquisa os empreendedores estão em geral satisfeitos com seu negócio, 84,5% dos entrevistados afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com seu negócio.
Estes empresários acreditam que seu negócio é diferenciado e o principal diferencial é a qualidade (21,3%), seguido por bom atendimento (19,1%). Apesar do otimismo, algumas variáveis do meio ambiente de negócios são uma fonte de insatisfação para tais empreendedores:
Muito satisfeito | Satisfeito | Nem satisfeito nem insatisfeito | Insatisfeito | Muito insatisfeito | |
Acesso à região | 15% | 43% | 22% | 17% | 4% |
Qualificação da mão de obra | 13% | 30% | 33% | 19% | 5% |
Crédito para seu negócio | 10% | 24% | 32% | 29% | 4% |
Burocracia | 4% | 9% | 40% | 39% | 8% |
Nível de impostos pagos | 2% | 4% | 32% | 39% | 23% |
Taxa de juros | 1% | 7% | 35% | 39% | 18% |
Fonte: Pesquisa Mensal de Expectativa de Consumo – Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau
A principal queixa do empreendedor recifense se refere ao nível de impostos pagos, (62%) dos entrevistados está insatisfeita ou muito insatisfeita com tal variável. Outro gerador de insatisfação dentre os entrevistados é a taxa de juros (57%) estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos, a terceira colocada no ranking da insatisfação é a burocracia (47%) dos entrevistados estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos. A única variável analisada que apresentou um percentual superior a 50% de indivíduos satisfeitos e muito satisfeitos é o acesso a região.
Empreender pelo que indicam as estatísticas da economia não é mais uma fuga do desemprego, mas para muitos uma opção profissional. No entanto, pelo que os dados da pesquisa e a conjuntura apontam o governo brasileiro trabalha contra esta importante atividade produtiva os micro e pequenos negócios. Impostos, taxa de juros e burocracia sufocam esta tão importante atividade para a economia do país.
Não é novidade que o brasileiro paga caro pela maioria dos produtos que consome isto se tornou mais visível com a abertura da economia na qual temos acesso mais facilitado a produtos de consumo global.
A insatisfação com este sobre-preço é mais visível nas redes sociais, onde várias manifestações de repúdio a tais preços são amplamente repercutidas, preços de carros, roupas, artigos de informática, vídeo games, etc.
No entanto, nos últimos dias uma notícia apimentou esta discussão, foi o anúncio do preço de venda no Brasil novo console da Sony, o PS4. Que custará nada mais nada menos que R$ 3.999,00.
A empresa aponta como responsável por tal preço a carga tributária brasileira. No entanto, sem muitos conhecimentos de finanças ou economia, chega-se a desconfiar de tal argumento. Vejamos:
O preço de venda do console nos EUA é de US$ 399,00, que convertido para reais pela taxa de cambio de 17/10/2013 (US$ 1,00 – R$ 2,17) resultaria em um preço sem impostos de R$ 868,59. Agora consideremos que o imposto sobre vídeo game no Brasil estejam em torno de 80% do preço do produto, assim, o console chegaria a R$ 1.563,45. Ou seja, um valor muito inferior aos R$ 4.000,00.
A esta singela diferença denominamos “lucro Brasil” neste caso R$ 2.435,55, o que representa um ganho de 155%.
Para se ter idéia da discrepância de tal preço da realidade de mercado, o preço do console concorrente o XBOX One da Microsoft custará R$ 2.199,00, neste caso o “lucro Brasil” será de 12,4%.
Logo, desconfiemos quando empresas atribuírem apenas aos impostos os elevados preços cobrados pelos produtos de consumo global no Brasil.
Para o agricultor nordestino os dois últimos invernos não serão lembrados como os mais promissores. No entanto, esta ingrata lembrança não se limita apenas aos agricultores, os consumidores sentem o efeito do inverno modesto na elevação no preço dos alimentos.
Além do fator pluviométrico, também corrobora para a elevação de preços o crescimento da demanda de alimentos. Boa parte do crescimento da renda dos brasileiros se destina a alimentação. Logo, com maior renda, cresce a demanda por alimentos que pressiona os preços.
Ainda precisamos considerar o fato de que várias áreas da região centro-oeste, estado da Bahia, etc., que se dedicavam a produção de alimentos para o mercado interno, se voltaram para a produção de commodities de exportação. Ou seja, deixa-se de produzir feijão para produzir soja, por exemplo.
Voltando a variável climática, alguns produtos regionais, ou seja, produtos consumidos tipicamente na nossa região, como macaxeira, farinha, etc., vem sofrendo elevação de preços em virtude das escassas chuvas em regiões produtoras do nordeste brasileiro, fato que deve persistir nos próximos meses.
O gráfico abaixo ilustra a elevação de alguns destes produtos:
Fonte: Pesquisa de Cesta Básica – Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau
E o consumidor nesta história? Devemos fazer uso de planejamento e criatividade para conviver com a elevação de preços destes produtos:
Pesquisar – a “lei fundamental do consumo eficiente” levará o consumidor a economizar quantias significativas, alguns centavos podem pouco significar em uma compra, mas em alguns anos eles representarão um montante significativo;
Uso racional dos alimentos estima-se que o brasileiro desperdiça 20% dos alimentos que adquire semanalmente. Com um uso mais adequado podemos economizar, temos uma margem de 20% de redução nas nossas compras, caso melhor utilizemos os produtos adquiridos;
Busque alternativas para substituir produtos mais caros em determinado momento por equivalentes mais baratos.