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Questionado por integrantes da CPI da Petrobras, em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef negou nesta segunda-feira (11) que tenha tido conta conjunta com o então deputado federal José Janene (PR) ou com a esposa do parlamentar, Stael Fernanda. Ele negou inclusive que tenha recebido qualquer procuração para operar recursos do casal no exterior e disse também não ter conhecimento se eles tinham dinheiro fora do País. Janene morreu em 2010.

Youssef foi questionado repetidamente pelo sub-relator da CPI, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ). Côrtes disse ter informação de que o casal Janene tinha uma conta em Luxemburgo com 185 milhões de euros e que, após a morte de Janene, Youssef teria ajudado Stael a movimentar a conta. "Não procede, não tenho conhecimento dessa conta. Nunca tive conta com Janene nem com sua esposa, nem procuração", respondeu o doleiro.

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Ainda no início da sessão, Youssef voltou a dizer que o esquema operado por ele financiou campanhas de diversos deputados e senadores. Citou os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).

O doleiro disse também estar "muito arrependido" pela quebra de sua delação anterior. Youssef foi condenado por ter quebrado acordo de delação no escândalo do Banestado.

O doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato, vai pedir prisão domiciliar - a exemplo dos empreiteiros que teriam formado cartel para assumir o controle de contratos bilionários na Petrobras. "O mais rápido possível vamos pedir prisão domiciliar para o Youssef", declarou o criminalista Antonio Figueiredo Basto, que defende o doleiro.

Youssef foi condenado nesta quarta feira, 6, a cinco anos de prisão por lavagem de R$ 1,16 milhão do mensalão. Em setembro de 2014 ele fez delação premiada em acordo com a força tarefa da Lava Jato. Revelou nomes de deputados e senadores que teriam recebido propinas do esquema de corrupção na estatal petrolífera.

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O pacto prevê que o doleiro, ainda que condenado em todas ações penais da Lava Jato, só permanecerá na prisão entre 3 anos e 5 anos, no máximo. Ele já está preso desde 17 de março de 2014, quando foi deflagrada a Lava Jato.

Figueiredo Basto disse que ainda não leu a sentença desta quarta feira. Mas avalia que a decisão do juiz Sérgio Moro "mais uma vez renova a ideia da importância do acordo e da efetividade da colaboração premiada". Na sentença, Moro deixou expresso que a pena para o doleiro, na prática, não poderá passar 3 anos em regime fechado.

"Estamos muito satisfeitos porque o juiz fixou em três anos a pena (para Youssef) por todas as condenações", declarou Figueiredo Basto. "Pode-se chegar, ao final de mais de dez processos, a uma pena elevada, mas serão só 3 anos para cumprir. Não li a sentença, ainda, mas esse dado nos deixa satisfeitos."

O criminalista destacou que o juiz da Lava Jato absolveu Youssef de outras três imputações. "Isso é bom. Quanto à aplicação do acordo (de colaboração) nos deixa mais satisfeitos ainda porque é o nosso objetivo. O próprio juiz reconhece a credibilidade do Alberto e a efetividade do acordo. Acho que a sentença está dentro dos prognósticos traçados pela defesa. O juiz acolheu a absolvição no que pedimos e a efetividade da colaboração. Nossa intenção é lutar por uma prisão domiciliar o mais rápido possível."

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, condenou o doleiro Alberto Youssef a cinco anos de prisão pela lavagem de R$ 1,16 milhão do esquema do mensalão. Na nova sentença contra o doleiro, já condenado em outra ação da Lava Jato, o magistrado determinou ainda o confisco de R$ 1,16 milhão que Youssef aceitou devolver aos cofres públicos em seu acordo de delação.

Também foram condenados por terem atuado junto com Youssef na lavagem do dinheiro o também doleiro Carlos Habib Chater (quatro anos e nove meses de prisão), dono do Posto da Torre, em Brasília, onde possui uma lavanderia que inspirou o nome da operação Lava Jato; o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, que atuava como procurador de Youssef e decidiu confessar seus crimes à Justiça, tendo sua pena reduzida à prestação de serviços comunitários; e Ediel Viana da Silva, que trabalhava no Posto da Torre e que também confessou seus crimes e foi condenado à prestação de serviços comunitários.

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Nesta ação, a Procuradoria da República atribui a Youssef e aos outros acusados a lavagem de pelo menos R$ 1,16 milhão de um total de R$ 4,1 milhões repassados pelo empresário Marcos Valério, operador do mensalão, ao então deputado federal José Janene (PR), líder do PP na Câmara na época do escândalo que abalou o governo Lula - Janene morreu em 2010.

Segundo os procuradores, o esquema consistiu basicamente na utilização de valores provenientes "de atividade criminosa de José Janene" no valor de RS 1,16 milhão, aplicados na empresa CSA, utilizada por Janene, e posteriormente por Youssef, para a lavagem de dinheiro.

Esse dinheiro da CSA, conforme a denúncia, "foi investido na empresa Dunel Indústria, sediada em Londrina (PR), utilizada para ocultar e dissimular a origem ilícita de recursos".

A investigação mostra que os valores foram usados para "pagamento da aquisição de máquinas, equipamentos, serviços de terceiros, bem assim a pagar as despesas ordinárias da empresa Dunel Indústria, dentre os quais salários e pró-labore".

"Aos denunciados é imputada, entre outras condutas ilícitas, a prática de crime de lavagem de dinheiro pela movimentação, dissimulação e conversão em ativos lícitos de recursos originários, dentre outras fontes, do denominado esquema "mensalão", objeto da Ação Penal 470/DF, na qual José Janene constou como denunciado das atividades ilícitas de Alberto Youssef", assinalam os procuradores.

Sérgio Moro, contudo, absolveu Youssef, Carlos Alberto Pereira da Costa, Carlos Habib Chater e Ediel Viana da Silva do crime de formação de quadrilha, por entender que os doleiros lideravam grupos diferentes que foram desbaratados pela Lava Jato. Youssef e Carlos Costa também foram absolvidos dos crimes de apropriação indébita e estelionato, pois o próprio Ministério Público Federal entendeu que não havia prova contra eles destes crimes.

A cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi submetida a uma acareação com o doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato, nesta terça feira, 28, na Polícia Federal em Curitiba. Marice Corrêa de Lima e Youssef mantiveram suas versões, dadas em depoimentos anteriores.

O delegado que conduziu a acareação leu inicialmente o relato do doleiro, em que ele diz ter pago propinas a Marice, por orientação da empreiteira OAS. Foi perguntado a Youssef se ele mantinha suas declarações. Ele respondeu afirmativamente.

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Depois, foi lido o depoimento de Marice, em que ela nega o recebimento de valores de Youssef. Ela também confirmou a íntegra do que já havia afirmado.

No capítulo em que esmiúça a participação do doleiro Alberto Youssef no suposto esquema de superfaturamento e desvios de recursos das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, adverte que "a lavagem de grande quantidade de dinheiro merece reprovação especial a título de consequências". A investigação revela que foram lavados R$ 18,64 milhões que teriam sido desviados do empreendimento.

Moro não concedeu o perdão judicial para Youssef, que fez delação premiada e revelou o envolvimento de deputados, senadores e governadores, além de ex-políticos, no esquema de recebimento de propinas que se instalou na estatal petrolífera. Na mesma sentença, o juiz também não concedeu perdão para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, condenado na mesma ação penal relativa à Abreu e Lima.

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Para o ex-diretor da estatal, o juiz autorizou o regime aberto a partir de 2016. Mas, para Youssef, o juiz não autorizou. Moro fez menção a um acordo de colaboração firmado pelo doleiro em 2004 no âmbito de outra operação rumorosa, a do caso Banestado (evasão de US$ 30 bilhões). "Inviável benefício igual a Paulo Roberto Costa já que Alberto Youssef já foi beneficiado anteriormente em outro acordo de colaboração, vindo a violá-lo por voltar a praticar crimes, o que reclama maior sanção penal neste momento."

"Não cabe, como pretendido, o perdão judicial", assinalou o juiz, aqui referindo-se ao doleiro. "A efetividade da colaboração não é o único elemento a ser observado. Considerando a gravidade em concreto dos crimes praticados por Alberto Youssef, não cabe perdão judicial."

As relações entre o doleiro e o ex-diretor da Petrobrás são destacadas na ação da Abreu e Lima. Youssef presenteou Costa com uma Land Rover, que foi apreendida pelos investigadores da Lava Jato. A sentença aponta "para os crimes de lavagem relativos aos repasses entre o Consórcio Nacional Camargo Correa (responsável por obras da Abreu e Lima) e as empresas de fachada (do doleiro)". O juiz imputa a Youssef "prática profissional de crime de lavagem".

"Alberto Youssef é reincidente, o fato será valorado como circunstância agravante", ressaltou o juiz. "As provas colacionadas neste mesmo feito, inclusive por sua confissão, indicam que passou a dedicar-se à prática profissional de crimes de lavagem, o que deve ser valorado negativamente a título de personalidade."

Ao repelir o perdão judicial para o doleiro da Lava Jato, o juiz Sérgio Morro escreveu. "Observo que há alguma dificuldade para concessão do benefício decorrente do acordo, uma vez que Alberto Youssef responde a várias outras ações penais e o dimensionamento do favor legal dependeria da prévia unificação de todas as penas. As penas a serem oportunamente unificadas deste com os outros processos, se neles houver condenações, não ultrapassarão o total de trinta anos de reclusão."

"Alberto Youssef deverá cumprir somente três anos das penas em regime fechado, ainda que sobrevenham condenações em outros processos e unificações, salvo posterior quebra do acordo, reputando este Juízo o período suficiente para reprovação considerando a colaboração efetuada", decidiu o juiz."Após o cumprimento desses três anos, progredirá diretamente para o regime aberto em condições a serem fixadas e sensíveis à sua segurança."

A relação entre o ex-deputado Luiz Argolo (SD-BA), preso na sexta-feira (10), e o doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, é investigada pela força-tarefa de procuradores da República e delegados da Polícia Federal. Segundo a Procuradoria da República, o ex-parlamentar recebeu bens, propina e teria tido contas pagas pelo doleiro.

Em documento anexado aos autos da Lava Jato, o Ministério Público Federal diz que Argôlo 'efetivamente colocou seu cargo à disposição de Alberto Youssef, podendo-se falar em uma verdadeira parceria entre ambos'. Na relação havia 'a constante solicitação de vantagens indevidas por Luiz Argôlo, as quais eram adimplidas por Youssef em troca de uma promessa de influência do ex-parlamentar em favor do doleiro'.

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"A prática de atos concretos por Luiz Argôlo em favor de Youssef, por sua vez, não apenas esteve sempre à disposição dele, como efetivamente ocorreu em casos concretos", aponta a Procuradoria. Um dos casos investigados pela Lava Jato é um suposto desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por meio da empresa Malga Engenharia. Em relatório entregue à força-tarefa, a Polícia Federal viu indícios da participação do ex-parlamentar no caso.

Youssef disse em depoimento que a Malga Engenharia foi criada por Leonardo Meirelles para executar obras. Uma delas seria para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Guaíra, no Paraná, com a Delta Engenharia.

"No ano de 2013, em razão de dívidas que a empresa tinha, Leonardo ofereceu a empresa para o depoente (Youssef), o qual saneou as dívidas e comprou novas máquinas novas para construção civil, tais como retroescavadeira, esteiras, trator etc. e se associou com o deputado federal João Luiz Correa Argolo, já deputado federal, e Ludovico, proprietário da Geopav, que possuía expertise na área, para prestar serviço de locação no Estado da Bahia para a empresa Renova Energia, empresa de energia eólica que estava fazendo uma grande obra naquele estado para geração de energia", contou Youssef.

Meses antes de se associar a Youssef na Malga Engenharia, em 26 de abril de 2012, Luiz Argôlo solicitou uma audiência pública sobre energia eólica no Brasil, na Câmara dos Deputados. A justificativa era a 'recente mudança global na matriz energética com o objetivo de integrar cada vez mais as fontes renováveis trouxe grandes ganhos a população e ao País'. O pedido foi arquivado.

"A implantação destes sistemas tem esbarrado em obstáculos de grande porte. Recentemente na Bahia um empreendimento de parceria do estado foi ativado, contudo existem problemas na ligação com a rede elétrica de responsabilidade da CHESF", disse Argôlo à época. "Sabendo da nossa missão de antecipar os possíveis entraves a infraestrutura nacional, creio que essa comissão deve avaliar o estado desta energia tão necessária ao futuro do país. Ademais com a vinda da RIO + 20 ao país, cabe a comissão agir de forma incisiva para facilitar a conversão da matriz energética para um modelo de economia sustentável."

Negócios

Em depoimento, Leonardo Meirelles, laranja de Youssef, declarou que adquiriu a empresa Malga Engenharia por volta do ano de 2012. Segundo ele, o objetivo era atuar no ramo de locação de máquinas para empreiteiras, a partir de contatos de Youssef.

"A ideia inicial seria de adquirir máquinas usadas pelo valor depreciado da UTC (empreiteira que teve seu presidente preso na Lava Jato) e locá-las para as empresas de engenharia", contou. Meirelles disse que no mesmo ano, o doleiro pediu que ele adquirisse caminhões de coleta de lixo e caçambas. A ideia, afirmou o laranja do doleiro, era montar uma frota de equipamentos para atuar na coleta de lixo no interior da Bahia, estado de origem de Argolo.

"(Leonardo Meirelles) efetivamente foi até uma empresa que atua na coleta de lixo localizada em São Matheus, acompanhado do então deputado Luiz Argôlo; que visitaram também uma empresa na Marginal Tietê para aquisição de caminhões com caçamba para transporte de terra", diz o depoimento de Meirelles.

Em março de 2013, contou Leonardo Meirelles, a empresa foi vendida para o doleiro por R$ 300 mil, sem nenhum equipamento. O ex-laranja de Youssef afirmou que Argôlo indicou um fornecedor na Bahia. Segundo ele, a compra de 4 tratores de pneu, 2 rolos compactadores, uma pá-carregadeira com esteira e uma motoniveladora de 35 toneladas foi fechada pelo ex-parlamentar.

"Na compra foi dado um sinal por Alberto Youssef, cujo pagamento foi concretizado pelo declarante com um depósito em espécie no valor aproximado de R$ 520 mil no Banco Itaú", disse. "Esclarece ainda que a compra dos quatro tratores se deu por meio de uma empresa agropecuária de propriedade do próprio Luiz Argôlo ou de seus familiares."

No contrato com a Renco, Argolo foi o fiador do negócio, 'o que reforça os indícios de ligação do mesmo como "sócio oculto" da empresa Malga, ou ao menos como "participante" do esquema de contratação das obras referidas', diz a PF. A mãe do ex-deputado foi a fiel depositária, a responsável a quem a Justiça confiaria um bem caso houvesse um processo.

A Polícia Federal tem provas de que a lavanderia de dinheiro do doleiro Alberto Youssef - peça central da Operação Lava Jato - foi usada pelo ex-deputado federal do PT André Vargas (sem partido-PR), entre 2013 e 2014, para o recebimento de R$ 2,3 milhões em dinheiro vivo.

São notas fiscais, registros de depósitos e trocas de e-mails envolvendo a contadora do doleiro, Meire Poza, e a IT7 Soluções, empresa que tem contratos milionários com órgãos públicos, em especial a Caixa Econômica Federal, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), vinculado ao Ministério da Fazenda, e outros órgãos de governo.

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Só da Caixa foram mais de R$ 50 milhões recebidos em 2013. Com escritório no Paraná, a IT7 é administrada por Marcelo Simões, mas controlada pelo ex-deputado e por seu irmão Leon Vargas, segundo sustentam investigadores da Lava Jato.

A IT7 declarou receita de R$ 125 milhões entre 2012 e 2013. A Receita Federal aponta "expressiva movimentação comercial e bancária" ao analisar as fontes pagadoras da empresa e destaca que é possível observar que entre os principais clientes estão "entes públicos, empresas públicas e estatais federais e estaduais".

Vargas e seu irmão Leon foram dois dos sete presos na última sexta-feira, alvos da nova etapa da Lava Jato, batizada de "A Origem", 11.ª fase da investigação que mira em contratos de publicidade de órgãos públicos, inclusive na Petrobras - estatal em que um núcleo de empreiteiras teriam formado cartel para assumir o controle de contratos bilionários entre 2003 e 2014.

Além de Vargas, outros dois ex-deputados federais, Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), foram presos na sexta-feira. Os ex-parlamentares são investigados por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo revelaram Youssef e sua contadora em depoimentos à Polícia Federal, o irmão de Vargas pediu no fim de 2013 que fosse disponibilizado, em dinheiro, o valor de R$ 2,3 milhões. Os pagamentos foram feitos pela IT7 para duas empresas (Arbor Contábil e AJJP Serviços Educacionais) da contadora do doleiro. Para isso, foram emitidas duas notas nos valores de R$ 964 mil e R$ 1,4 milhão, ambas no dia 27 de dezembro de 2013.

As notas foram emitidas por serviços que nunca foram prestados, segundo os investigadores da Operação "A Origem".

Por ordem do doleiro, Meire recebeu e sacou os valores para serem disponibilizados em dinheiro vivo para Vargas entre janeiro e fevereiro de 2014. Na época, ele era vice-presidente da Câmara e secretário de Comunicação do PT.

Foram anexados ao pedido de prisão de Vargas e Leon as trocas de e-mails em que os dois representantes da IT7, Leon e Simões, pedem a emissão das duas notas fiscais para a contadora. "Há prova de que Youssef providenciou, em dezembro de 2013, o repasse de R$ 2,3 milhões em espécie a André Vargas, numerário este proveniente de empresa que mantém vários contratos com entidades públicas", registrou o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, ao determinar a prisão preventiva de Vargas. "O que foi feito mediante emissão de notas fiscais fraudulentas por serviços que não foram prestados."

Defesa

Os advogados de André Vargas e Leon Vargas negam irregularidades. A defesa do ex-deputado e Leon deve entrar hoje com pedido de soltura dos investigados. Nenhum representante da IT7 e de Marcelo Simões foi encontrado.

Transferência

O ex-deputado Pedro Corrêa foi levado, no início da tarde ontem, de Canhotinho - no agreste pernambucano, onde estava preso -, para o Recife. Ele deve ser transferido hoje para Curitiba. Filho do ex-deputado, o advogado Fábio Corrêa disse que seu pai não tem intenção de fazer delação premiada. Na sexta, o advogado Clóvis Corrêa Filho, primo do ex-deputado, disse que iria aconselhá-lo a fazer a contribuição premiada. (Colaboraram Daniel Carvalho e Monica Bernardes)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal usou a Range Rover Evoque dada pelo doleiro Alberto Youssef ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa nas buscas e prisão realizada na manhã desta sexta-feira, 10, na casa do ex-deputado federal petista André Vargas (sem partido-PR), em Londrina (PR).

O veículo de luxo levou a Lava Jato a comprovar o elo de propinas entre Youssef e Costa no esquema de arrecadação de 1% nos contratos da Petrobrás controlado pelo PP.

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Apreendido nas buscas realizadas em março do ano passado, quando Costa foi preso no Rio, o veículo, avaliado em mais de R$ 200 mil, foi destinado para uso da PF pela Justiça Federal. Apesar de ter sido comprado e pago por Youssef, o Evoque foi registrado em nome do ex-diretor.

André Vargas foi preso nesta sexta-feira, 10, em Londrina (PR) na 11ª etapa da Operação Lava Jato denominada "A Origem", deflagrada hoje. Também foram presos os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e o ex-parlamentar Pedro Corrêa (PP-PE), já condenado no mensalão e atualmente cumprindo pena no regime semiaberto. As investigações desta etapa abrangem crimes que vão além da Petrobras e envolvem até contratos de publicidade da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli negou nesta quarta-feira, 8, um pedido de habeas corpus do diretor da Galvão Engenharia Erton Medeiros sob a justificativa de que o pedido contraria a jurisprudência da Suprema Corte. Em recurso protocolado no Supremo na última segunda-feira, 6, a defesa de Medeiros questionava o valor legal da delação do doleiro Alberto Youssef e sua homologação pelo ministro Teori Zavascki no STF. Toffoli, relator do HC, considerou o recurso "manifestamente incabível", citando precedentes do STF. "A jurisprudência da [Suprema] Corte não tem admitido o habeas corpus originário para o Pleno contra ato de seus ministros ou de outro órgão fracionário da Corte", escreveu o ministro.

Embora os casos relacionados à Lava Jato no STF sejam geralmente distribuídos ao ministro Teori Zavascki, que acumula a relatoria da Operação no Tribunal, esse caso foi distribuído por meio de sorteio a Dias Toffoli já que a defesa de Medeiros colocou Zavascki como coautor da ação, já que ele homologou a delação de Youssef no Supremo.

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O pedido foi apresentado pelo advogado José Luiz Oliveira Lima (Juca) que anexou ao HC um parecer do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, contestando a legalidade do acordo de delação premiada firmado por Youssef com o Ministério Público Federal (MPF). No parecer, Dipp questiona o fato de Youssef já ter firmado anteriormente um acordo de delação premiada, no âmbito do escândalo do Banestado, que foi quebrado por ele, resultando em sua prisão preventiva. O ex-ministro cita que a sentença condenatória de Youssef, por ter quebrado o acordo de delação no caso Banestado é de 17 de setembro de 2014 e que o novo acordo de delação foi assinado em 24 de setembro do ano passado. "Frise-se, sete dias após a prolação da sentença onde consta a quebra do acordo anterior. Os fatos estão intimamente ligados e muito próximos no tempo", escreveu Dipp. "Não é válido e eficaz o novo acordo, como também quaisquer atos dele decorrente", escreveu o ex-ministro.

Delações

Os acordos de delação premiada firmados pelo doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa deram origem a 26 inquéritos no STF e outros dois no STJ. Após as delações terem sido homologadas pelo Supremo entre setembro e dezembro do ano passado, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) trabalharam entre janeiro e fevereiro formulando os pedidos de abertura de inquérito e arquivamento apresentados aos tribunais no início de março. O caso agora está em processo de diligências, conduzidas pela Polícia Federal, com o objetivo de fundamentar ou refutar a oferta de denúncia contra as autoridades citadas pelo delatores pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, afirma que o esquema de corrupção e propinas na Petrobras é resultado de "uma verdadeira criminalidade de Estado". Nos autos da ação penal sobre superfaturamento nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, a defesa do doleiro sustenta, em alegações finais, que a organização criminosa "usou a estrutura do próprio Estado para corromper e intimidar".

Youssef, segundo investigado da Lava Jato que fez delação premiada, refuta o papel de líder da trama que abalou a estatal petrolífera e revelou a formação de cartel de empreiteiras e repasses de dinheiro ilícito para políticos - pelo menos 50 deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares são investigados. No documento de 23 páginas entregue em março à Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato, o doleiro pede absolvição ou perdão judicial. Na pior das hipóteses uma pena branda, alternativamente, "reconhecida a participação de menor importância e após reconhecida a colaboração".

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A Refinaria do Nordeste (Rnest) é um capítulo emblemático do escândalo Petrobras. A obra, orçada inicialmente em R$ 4 bilhões, já consumiu mais de R$ 27 bilhões. Além de Youssef, são formalmente acusados neste processo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e outros sete investigados.

Por meio de seus defensores, Youssef aponta que o caso Petrobras foi desencadeado por um "aparato organizado de poder, composto de um grande número de pessoas que atuaram de uma forma organizada e estruturada em favor de um plano definido cujo desenvolvimento tinha como fim principal a manutenção do poder em mãos de um grupo político, sustentado pelos partidos políticos PT, PMDB e PP".

A defesa cravou que Youssef não integrava o comando da organização. "Os depoimentos das testemunhas e dos colaboradores foram enfáticos em salientar que Youssef era o que Julio Camargo classificou de um mero 'leva e traz', que só ingressava no enredo fático dos crimes após já sacramentada a negociata entre corruptores e corrompidos."

E-mails trocados entre Alberto Youssef e um executivo do grupo Queiroz Galvão são considerados para investigadores da Operação Lava Jato provas de que a empreiteira pagou R$ 7,5 milhões de propina em forma de doações eleitorais na campanha de 2010 em troca de contratos na Petrobras.

Em sua delação premiada, o doleiro confirmou os repasses e apontou que o valor teria beneficiado candidatos do PP, entre eles o ex-ministro Mário Negromonte (PP-BA), e o senador Valdir Raup (PMDB-RO).

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"Todos os valores repassados são provenientes de vantagens indevidas decorrentes do esquema existente na Petrobras", afirmou Youssef, no dia 11 de fevereiro, em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato.

Um dos e-mails foi enviado a Youssef no dia 30 de agosto de 2010 pelo executivo da empreiteira Othon Zanoide de Moraes Filho - preso por cinco dias pela Lava Jato, em 14 de novembro de 2014, na sétima fase da operação, batizada de Juízo Final.

Nele, Moares Filho escreveu: "PRIMO (apelido de Youssef) A seguir a relação de recibos faltantes, desde já agradeço a ajuda". Segue, então, de forma numerada oito registros de valores que totalizam R$ 4 milhões. "O e-mail se refere apenas à parcela das doações em que faltavam os recibos, mas o total das doações oficiais foi de aproximadamente R$ 7,5 milhões, todos provenientes da Queiroz Galvão", afirmou Youssef.

No e-mail, o executivo da Queiroz Galvão cobra os recibos dos valores pagos a quatro políticos nominados na mensagem: Aline Corrêa, "250.000,00"; Roberto Teixeira, "250.000,00"; Nelson Meurer "500.000,00"; e Roberto Brito "100.000,00". Há ainda o registro de R$ 100 mil em nome de "PP de Pernambuco", R$ 500 mil para o "PP da Bahia", outros R$ 300 mil para "PMDB de Rondônia" e o de maior valor R$ 2,04 milhões destinado ao "Diretório Nacional P. Progressista".

A lista interceptada pela Lava Jato, em março de 2014, quando Youssef seria preso em São Luís (MA), é o registro "dos recibos faltantes", explicou o doleiro. "Ou seja, das pessoas que tinham recebido os valores da Queiroz Galvão, como doação 'oficial', mas que ainda não haviam enviado seus recibos para a construtora".

A empreiteira é uma das 16 que integravam o cartel que corrompia agentes públicos em troca de contratos da Petrobras. Os executivos da empresa ainda não foram alvo de denúncia. Eles integram os pacotes de ações penais que ainda serão apresentadas à Justiça Federal este ano.

Dias antes da cobrança dos recibos, em 17 de agosto, outro e-mail - desta vez enviado do doleiro para o executivo - registra os dados de uma conta bancária: "conta doação de campanha - Primo (apelido de Youssef)". O doleiro explicou aos investigadores da Lava Jato que na mensagem "está repassando a conta do Diretório Nacional do PP para pagamento pela Queiroz Galvão".

Em outro e-mail trocado entre os dois alvos da Lava Jato, Moraes Filho indica que "todos os recibos com exceção do Nacional serão" emitidos em nome da Construtora Queiroz Galvão S.A. e da Vital Engenharia Ambiental S.A. - empresa do grupo para o setor de limpeza e lixo.

O doleiro afirmou em sua delação que "com certeza" os beneficiados sabiam que os valores recebidos em nome das duas empresas eram provenientes do "esquema da Petrobras".

Segundo os processos da Lava Jato, PT, PMDB e PP controlavam um esquema de loteamento político dos cargos estratégicos da estatal, por meio do qual arrecadavam de 1% a 3% de propina nos contratos firmados com empreiteiras.

Beneficiados

Em sua delação premiada, Youssef afirmou que os R$ 500 mil para o PP da Bahia "seria destinado a Mario Negromonte". O ex-ministro, foi uma das lideranças do partido com participação ativa no esquema operado pelo ex-deputado José Janene (PP-PR) - morto em 2010 e ponto de partida da Lava Jato.

Seu irmão, Adarico Negromonte foi denunciado pela Lava Jato acusado de ser transportador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef. Ele chegou a ser preso pela PF, mas acabou liberado.

O doleiro explicou também que o valor de R$ 300 mil registrado em nome do "PMDB de Rondônia" era para Valdir Raupp. "Ainda houve um outro repasse por meio de doação de campanha de R$ 200 mil para Valdir Raupp".

Em e-mail enviado por Youssef ao executivo da Queiróz Galvão no dia 22 de outubro de 2010, ele fornece o endereço de Nelson Meurer "para que a construtora enviasse o documento original de doação".

Esquema de doações

Youssef afirmou que foi ele quem indicou à Queiroz Galvão que a propina fosse paga por meio de doações. Segundo o doleiro a construtora teria R$ 37,5 milhões a pagar em propina para o esquema do PP comandado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

O valor seria referente aos valores que ela conseguiu em duas obras da Petrobras: a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).

Apesar do montante da propina ser de R$ 37,5 milhões, o ex-diretor de Abastecimento liberou o pagamento de R$ 7,5 milhões para ser operado pelo doleiro.

Segundo Youssef, Moraes Filho perguntou como ele queria receber tais valores. "Disse que poderia ser por doação oficial, se houvesse espaço."

O doleiro afirmou que foi ele quem "indicou para a empresa os nomes dos candidatos a serem beneficiados, a partir de indicação do líder do Partido Progressista". Em sua delação, ele apontou o nome do deputado João Pizzolati. A única exceção foi o pagamento para Raupp, do PMDB.

Teria sido o ex-diretor de Abastecimento que indicou o pagamento para Raupp. "O valor para Valdir Raupp foi inicialmente de R$ 300 mil", explicou o doleiro. Costa, porém, "pediu que o valor fosse elevado para R$ 500 mil deu o telefone de contato e o valor a ser disponibilizado".

Depois de ligar para um assessora que trabalhava com Raupp, o doleiro disse que ela foi até seu escritório, em São Paulo. Como ele não tinha em caixa os R$ 500 mil, sugeriu que fosse feita também uma doação.

"Ela concordou e indicou o Diretório do PMDB de Rondônia para o pagamento", afirmou o doleiro. No e-mail em que o executivo da Queiroz Galvão mandou para o doleiro no dia 30 de agosto, o valor registrado na lista de recibos em atraso seria referente ao acerto.

PSDB na CPI

Youssef diz que estranhou o fato de o valor que a construtora disse que pagaria seria R$ 7,5 milhões de propina - referente ao 1% do PP. Ele diz que questionou um dos executivos, pois o valor total era por volta R$ 37,5 milhões.

"Othon disse que Paulo Roberto Costa somente havia autorizado R$ 7,5 milhões e que, do valor total, R$ 10 milhões já teriam sido pagos para evitar a CPI da Petrobras", afirmou Youssef.

Os R$ 10 milhões teria como destinatário o ex-presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), morto em 2014, um dos membros da CPI. O partido nega irregularidades, diz que recebeu apenas doações legais e defendeu investigações sobre eventuais irregularidades.

Defesa

"A Queiroz Galvão nega veementemente qualquer pagamento ilícito a agentes públicos para obtenção de contratos ou vantagens. A companhia informa ainda que todas as suas doações seguem rigorosamente à legislação eleitoral".

O senador Valdir Raupp, por meio de assessoria, também nega irregularidades. Raupp afirma que "nunca pediu um centavo a Paulo Roberto Costa".

Os demais citados não foram localizados.

O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, contou aos investigadores da força-tarefa, em delação premiada complementar, que deu R$ 150 mil para o ex-deputado federal Carlos Magno (PP-RO). O dinheiro teria sido repassado para que o ex-parlamentar pudesse se tratar de uma crise de hepatite C.

A 'doação' furou resistência do próprio partido, que se opunha à entrega do valor para o ex-parlamentar. O depoimento do doleiro foi gravado em vídeo, em 12 de fevereiro deste ano, pela força-tarefa da Lava Jato, formada por delegados da Polícia Federal e procuradores da República.

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"Eu também cedi esse dinheiro desses recursos para que ele (Carlos Magno) pudesse fazer esse tratamento em São Paulo, porque ele estava precisando", declarou Youssef. "Na época, ele precisou desse valor e criou-se uma polêmica no partido. Eu falei: 'Pô, vocês vão deixar o cara morrer? Vocês estão de sacanagem, né? Por causa de R$ 150 mil? Eu peguei e mandei esse dinheiro para ele no hotel."

Os recursos a que se refere o doleiro eram provenientes do esquema de corrupção e propina instalado na Petrobras e desbaratado pela força-tarefa da Lava Jato. Os partidos PP, PT e PMDB são suspeitos de lotear diretorias da Petrobras para arrecadar entre 1% e 3% de propina em grandes contratos, mediante fraudes em licitações e conluio de agentes públicos com empreiteiras organizadas em cartel.

Youssef conta que membros do PP "ficavam enrolando" para mandar o dinheiro do tratamento de Carlos Magno. Ele afirmou que diante da situação pegou a quantia e mandou 'mesmo sem a autorização de todos'.

"Ele conseguiu fazer o transplante, então, depois?", perguntou Youssef aos investigadores após eles lhe contarem que o deputado havia conseguido o transplante de fígado.

O doleiro disse nunca encontrou com o ex-parlamentar. Adarico Negromonte - irmão do ex-ministro de Cidades do governo Dilma Rousseff (PT) Mário Negromonte e apontado como um dos carregadores de malas de dinheiro de Youssef -, teria sido o responsável por entregar o dinheiro a Carlos Magno.

O delator reconheceu o ex-deputado após os investigadores exibirem uma foto dele. "É ele mesmo", disse Youssef. "Questão de saúde. O cara estava precisando. Para você ver como é político, né?"

Youssef afirmou que Carlos Magno também recebia a cota mensal de propina do PP. Segundo a Procuradoria-Geral da República, diretores da Petrobras pagavam mesada a deputados para terem apoio político e permanecerem em seus cargos por longo período.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram uma estrutura de quatro núcleos do esquema de corrupção na Petrobras - político, administrativo, econômico e financeiro. Para Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público.

A Lava Jato investiga a parceria entre Petrobras e Odebrecht - acusada de cartel na estatal - no setor petroquímico. Dois negócios feitos entre 2006 e 2010 estão na mira: a incorporação das petroquímicas Triunfo (RS) e Suzano (SP). Os negócios teriam beneficiado a Braskem, sociedade entre estatal e empreiteira. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef apontaram pagamento de propina nas transações.

Ex-proprietário da Triunfo, Caio Gorentzvaig diz que a Odebrecht foi beneficiada pelo governo Lula. "Foi um plano de transformar o grupo Odebrecht dono dos polos petroquímicos do País sem colocar dinheiro nisso."

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Outro negócio suspeito é a aquisição da Suzano, em 2007, que teria sido comprada por valor bem acima do mínimo estabelecido por decisão "unilateral" do então presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, segundo Costa. A Braskem nega participação na compra da Suzano. A Odebrecht diz nunca ter feito "qualquer pagamento indevido".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, por meio de seu advogado, o criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, repudia taxativamente as acusações. D’Urso tem reiterado que o tesoureiro só arrecadou quantias declaradas à Justiça eleitoral. O criminalista rechaça o valor dos depoimentos prestados na delação premiada. Segundo D’Urso, os delatores "não dizem a verdade".

O PT tem reafirmado que todos recursos arrecadados têm origem lícita. A Toshiba nega pagamento de propinas a políticos. Em nota, a Secretaria de Finanças do PT diz que Vaccari "nega veementemente que tenha recebido qualquer quantia em dinheiro por parte do senhor Alberto Youssef ou de seus representantes". Segundo a secretaria, "chama a atenção o fato de que, na delação realizada em fevereiro, Youssef afirmou que uma suposta entrega do dinheiro teria sido feita em um restaurante em São Paulo. No depoimento de hoje (31), se contradiz e afirma que foi na frente da sede do PT".

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A secretaria diz que o relato do doleiro causa "estranheza", porque sua contadora, Meire Poza, declarou, em outubro, que não conhece e que nunca fez transações financeiras com Vaccari. "Todas as doações que o PT recebe são feitas na forma da lei e declaradas à Justiça."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato, afirmou à Justiça Federal que nenhum empresário consegue negócios no poder público se "não tiver um lobby". Em depoimento nesta terça-feira, 31, Youssef relatou como se aproximou do laboratório Labogen, que ele tentou infiltrar no Ministério da Saúde, em 2013, gestão do então ministro Alexandre Padilha (PT).

Ele disse que "pediu ajuda" a deputados do PT, naquele ano, para "abrir as portas" do Ministério da Saúde para o Labogen, que alega ter encontrado em más condições financeiras. Segundo Youssef, o pedido para facilitar o acesso à Saúde foi feito para André Vargas (PT/PR) - cassado em 2014 - e Cândido Vaccarezza (PT/SP), ex-líder do governo Lula na Câmara.

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"Pedi a interferência (de Vargas e de Vaccarezza) simplesmente de abertura de portas", declarou o doleiro. "Infelizmente, se você hoje não fizer um lobby, nenhum empresário consegue entrar em nenhuma parte do poder público para prestar serviços. Infelizmente, nesse País funciona assim."

Segundo Youssef, "não é fácil você pegar uma empresa que está parada há vários anos e simplesmente bater na porta do Ministério da Saúde e ser bem atendido".

"Isso não iria acontecer nunca (sem a ‘ajuda’ dos parlamentares petistas), até porque as outras concorrentes iriam fechar as portas", afirmou o doleiro. "Se você não tivesse alguém te indicando ou auxiliando na abertura de portas não consegue."

Vargas e Vacarezza não foram localizados.

A conta que era controlada pelo ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque no Principado de Mônaco recebeu em novembro de 2009 dois depósitos da offshore Constructora Internacional Del Sur S.A., apontada como detentora da conta usada pelo grupo Norberto Odebrecht para fazer pagamentos de propina ao esquema de corrupção na estatal desbaratado pela Operação Lava Jato.

Na conta de Duque aberto em nome da offshore Milzart Overseas Holdings Inc., do Panamá, foi feito o repasse de US$ 875 mil.

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Análise das movimentações financeiras da conta de Duque - que foi bloqueada pela Justiça de Mônaco - mostram dois depósitos feitos pela Constructora Internacional Del Sur S.A.: de US$ 290 mil, no dia 17 de novembro, e outro de US$ 584,7 mil, dez dias depois.

A determinação de bloqueio da conta de Duque em Mônaco registra em uma tabela os depositantes, bem como os bancos de onde vieram os valores. No caso da Constructora Internacional Del Sur, a conta era no Credicorp Bank, em Genebra.

Em novo depoimento à Justiça Federal, o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos centrais da Lava Jato, confessou que a Odebrecht pagava propina e apontou a Construtora Internacional Del Sur como offshore usada para remessas ao exterior. "Odebrecht e Braskem (sociedade entre a empreiteira e a Petrobrás) era comum fazer esses pagamentos (de propina) lá fora, ou ela me entregava em dinheiro vivo no escritório da São Gabriel", afirmou o doleiro em audiência na Justiça Federal no Paraná nesta terça-feira, 31.

"Uma vez recebi uma ordem, não me lembro se foi em uma das contas indicadas por Carlos Rocha (doleiro Carlos Alberto Souza Rocha, também alvo da Lava Jato) ou Leonardo (Meirelles, outro réu da operação), da Odebrecht que a remessa foi feita pela construtora Del Sur", relatou. Segundo o Youssef, ele teria recebido pagamentos por meio dessa empresa "umas duas ou três vezes".

Ex-gerente

A offshore Construtora Internacional Del Sur tinha sido apontada na delação premida do ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco - que era braço direito e contador de Duque no esquema de propina. Segundo ele, a conta foi usada pela Odebrecht para o repasse de valores para uma conta sua Credit Corp Bank AS, de Genebra.

Barusco explicou o caminho da propina pago pela Odebrecht via offshore do Panamá. Entre maio e setembro de 2009, o delator indicou que a Odebrecht transferiu US$ 916.697,00 para a conta da Constructora Internacional del Sur e depois repassou para sua offshore também do Panamá.

A Odebrecht reiteradamente tem repudiado com veemência as suspeitas lançadas sobre sua conduta. A empreiteira nega taxativamente ter pago propinas no esquema Petrobrás.

Em nota divulgada anteriormente, quando seu nome foi citado, a Odebrecht destacou: "A empresa não participa e nunca participou de nenhum tipo de cartel e reafirma que todos os contratos que mantém, há décadas, com a estatal, foram obtidos por meio de processos de seleção e concorrência que seguiram a legislação vigente".

Em novo depoimento à Justiça Federal, o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos centrais da Lava Jato admitiu que a maior empreiteira do País, a Odebrecht, chegou a entregar dinheiro vivo em seu escritório, na capital paulista. "Odebrecht e Braskem era comum fazer esses pagamentos (de propina) lá fora, ou ela me entregava em dinheiro vivo no escritório da São Gabriel", afirmou o doleiro em audiência na Justiça Federal no Paraná nesta terça-feira, 31.

Segundo ele, as propinas pagas pela Odebrecht eram referentes aos contratos que a empreiteira tinha em obras da refinaria de Abreu e Lima. "Ela (Odebrecht) teve grandes contratos na Petrobras, primeiro a Rnest (Abreu e Lima) onde teve o consórcio Conest, onde parte desses valores ela me pagou em reais vivos aqui no Brasil, e parte me pagou em contas no exterior", detalhou, afirmando que, por se tratar de um consórcio, a empreiteira pediu que parte da propina fosse paga pela OAS por meio da emissão de notas frias das empresas de fachada MO Consultoria, Empreiteira Rigidez e RCI Software, utilizadas pelo doleiro.

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Youssef afirmou ainda que seus contatos na empreiteira eram o "Marcio Faria, presidente da Odebrecht Óleo e Gás e o seu Cesar Rocha, diretor financeiro da holding. E pela Braskem o Alexandrino", disse.

Del sur

Questionado sobre como eram operacionalizados estes pagamentos, Youssef, que decidiu prestar este novo depoimento à Justiça para esclarecer os fatos em uma das ações penais na qual é acusado de evadir US$ 500 milhões, citou uma nova empresa, a "construtora Del Sur".

"Uma vez recebi uma ordem, não me lembro se foi em uma das contas indicadas por Carlos Rocha (doleiro Carlos Alberto Souza Rocha, também alvo da Lava Jato) ou Leonardo (Meirelles, outro réu da operação), da Odebrecht que a remessa foi feita pela construtora Del Sur", relatou. Segundo o Youssef, ele teria recebido pagamentos por meio dessa empresa "umas duas ou três vezes".

Não é a primeira vez que a Odebrecht aparece nas investigações da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras e também delator, Paulo Roberto Costa, relatou à força-tarefa da operação que recebeu ao menos US$ 31,5 milhões até 2012 da empreiteira em contas na Suíça a título de "política de bom relacionamento" da empresa com ele. Segundo o ex-diretor, o próprio diretor da Odebrecht Plantas Industriais Rogério Araújo, teria lhe indicado o operador Bernardo Freiburghaus na Suíça para abrir as contas onde eram recebidos os recursos.

As empreiteiras citadas pelo doleiro negam veementemente o pagamento de propinas e o envolvimento de seus executivos no escândalo.

A Odebrecht reiteradamente tem repudiado com veemência as suspeitas lançadas sobre sua conduta. A empreiteira nega taxativamente ter pago propinas no esquema Petrobrás.

Em nota divulgada anteriormente, quando seu nome foi citado, a Odebrecht destacou: "A empresa não participa e nunca participou de nenhum tipo de cartel e reafirma que todos os contratos que mantém, há décadas, com a estatal, foram obtidos por meio de processos de seleção e concorrência que seguiram a legislação vigente".

Convocada para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o esquema de pagamento de propina com recursos desviados da Petrobras, a ex-presidente da estatal, Graça Foster, pode não comparecer ao colegiado na quinta-feira (26). A informação foi dada pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), após reunião fechada com os sub-relatores e relator.

Segundo ele, Graça alegou problemas de saúde, mas ainda não apresentou atestado médico. Caso isso aconteça, o depoimento dela será remarcado. No ano passado, ela compareceu às comissões mista e do Senado que também apuravam irregularidades na Petrobras.

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Se a oitiva dela for adiada, a CPI convocará o doleiro Alberto Youssef. Nesse caso, ele só poderá depor na tarde de quinta-feira (26), pois é preciso um prazo mínimo de 48 horas entre a notificação para depor e o comparecimento à Câmara. Motta explicou que só convocará Youssef se a impossibilidade de comparecimento de Graça for confirmada.

Inicialmente, o colegiado queria ouvir, nesta quinta, o empresário Júlio Faerman, representante da empresa holandesa SBM Offshore, mas ele não foi localizado. “Ele é considerado foragido da Justiça”, frisou o presidente da CPI. Como a convocação de Graça Foster e Alberto Youssef já havia sido aprovada em fevereiro, o presidente foi apenas remarcando quem seria ouvido pelos deputados.

Na tarde desta terça-feira (24), a comissão se reúne para votar mais de 400 requerimentos, entre eles os quais estão pedidos de novos depoimentos. A expectativa é de que a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, seja aprovada. Ele é apontado como o responsável por ter recebido propina para usar na campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2010. Ele e o PT negam as acusações.

Os deputados devem se concentrar nos requerimentos em que houve consenso entre os integrantes da comissão. Os pedidos para os quais ainda não há acordo deverão continuar pendentes, como é o caso da convocação de pessoas supostamente ligadas ao PMDB, partido que comanda a CPI, a Câmara dos Deputados e o Senado. Ficam, portanto, de fora o lobista Fernando Baiano, o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, e o executivo da Toyo Setal Júlio Camargo.

 

O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, declarou à força tarefa do Ministério Público Federal que o lobista Julio Camargo pediu propina que seria destinada ao deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), presidente da Câmara. Em depoimento gravado em vídeo o doleiro afirmou que a propina teve origem em um contrato de locação de sondas para a Petrobras do qual Camargo participou. Ele disse que o dinheiro foi entregue diretamente ao lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, suposto operador do PMDB na estatal petrolífera e muito próximo ao presidente da Câmara.

O deputado Eduardo Cunha tem reiterado que jamais recebeu dinheiro ilícito de negócios de empreiteiras com a Petrobras. O peemedebista disse que conhece Fernando Baiano, mas que nunca trataram de pagamento de propinas. Cunha afirma que o Ministério Público Federal "selecionou" quem deve ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato.

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"Eu não tive contato com Eduardo Cunha, eu não mandei recurso diretamente ao Eduardo Cunha", declarou Youssef, que atribuiu ao lobista Julio Camargo a citação ao nome do presidente da Câmara.

Julio Camargo representava uma empreiteira na Petrobras. Ele também fez delação premiada e apontou como operava o esquema de corrupção na estatal. "Ele (Julio Camargo) me relatou que, em determinado momento, a Samsung deixou de pagar ele e ele deixou de passar esses valores ao Fernando Soares", disse o doleiro no depoimento gravado. "Por conta disso, tinha sobrado um saldo. E o Fernando Soares, para pressionar a pagar, colocou no caso o Eduardo Cunha para que fizesse uma representação perante uma comissão da Câmara, pedindo informações da vida inteira do Julio Camargo, da Toyo, que ele representava, e da Mitsui na Petrobras. E que eu ajudasse ele a resolver o problema com o Fernando Soares."

Youssef disse ter ouvido que o presidente da Câmara "estaria pressionando via Câmara, via Comissão". Dois deputados do PMDB queriam feito esse pedido sobre a Petrobras perante a Câmara. Youssef disse que "o Julio saiu pedindo ajuda para todo mundo".

Nesse trecho de seu relato, o doleiro citou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e João Cláudio Genu, ex-assessor do ex-deputado José Janene (PP/PR), que morreu em 2010.

"(O Julio) pediu ajuda para mim, para o Paulo Roberto. O Paulo Roberto, inclusive, pedia para que eu cobrasse o Julio, referente a essas sondas, US$ 1,5 milhão, que o Julio tinha ficado devendo a ele. E também o Genu pedia que eu cobrasse o Julio Camargo US$ 500 mil pelo aluguel dessa sonda, que também o Julio tinha ficado devendo a eles."

Youssef contou que este assunto "é um dos motivos da sua discórdia com a declaração nos termos (depoimentos da delação) do Julio Camargo". "Ele diz que repassou a mim R$ 11,3 milhões para que eu repassasse esse valor ao Fernando Soares imediatamente. Não foi isso que aconteceu. Aconteceu, sim, um pagamento ao Fernando Soares, mas foi US$ 2 milhões, que ele (Julio Camargo) me depositou. Eu fiz esse pagamento diretamente ao Fernando Soares, no escritório do Fernando Soares."

"Determinado dia, o Julio Camargo me telefona pedindo que eu fosse ao escritório dele, que ele precisava ter uma conversa comigo. Eu fui e quando eu cheguei no escritório eu até estranhei porque o doutor Julio dá aquele chá de banco na gente de 1 hora, 2 horas pra você ser atendido, quando não era de interesse dele. Como era de interesse dele, ele estava me aguardando e me atendeu de prontidão."

O doleiro declarou: "Ele (Julio Camargo) me relatou, eu estou dizendo da boca dele, por isso eu não posso afirmar. Eu não tive contato com Eduardo Cunha, eu não mandei recurso diretamente ao Eduardo Cunha. Eu vou reportar o que o Julio Camargo me passou. Ele tinha feito um aluguel de sondas. O Paulo Roberto Costa participou, o João Genu participou, o Fernando Soares participou, entre Samsung, Mitsui e a área internacional da Petrobras."

Cartel

 

Alberto Youssef apontou algumas empreiteiras, como a OAS e a UTC, sob suspeita de integrarem o cartel da Petrobras. "Eu fazia caixa 2 tanto da OAS quanto da UTC. Não na totalidade, mas alguns valores. Muitas vezes a OAS ou a UTC mandavam dinheiro para o Rio de Janeiro, para entregar em alguns endereços. Eu repassava esses endereços ao Jayme ou ao Rafael ou ao Adarico (Jayme Careca, agente da Polícia Federal, Rafael Ângulo e Adarico Negromonte são apontados como carregadores de malas do doleiro). Nesses endereços nunca foi especificado que valores era para entregar a Eduardo Cunha ou alguém ligado a ele. O Jayme (Careca), quando esteve preso aqui na carceragem perguntou para mim se eu lembrava dele ter entregue algum dinheiro ao Eduardo Cunha. Eu disse que não, que quem tinha de saber era ele. Quem ia nos endereços era ele (Jayme Careca). Ele me perguntou se uma casa amarela assim, assim, era do Eduardo Cunha. Eu falei: 'não sei'. Não sei se ele mora numa casa amarela, num condomínio. Quem tem que saber é você. Antes de dar qualquer declaração, ir lá no endereço, na portaria do condomínio, se certificar de quem é a casa e depois dar a declaração."

O doleiro Alberto Youssef, em delação premiada, afirmou que entregou dinheiro para o deputado Luiz Fernando Faria (PP/MG) - o parlamentar teria participado do esquema de propinas na Petrobras e indicado a contratação de uma empresa de mineração e construção pesada para as obras da refinaria Premium I, no Maranhão. O relato de Youssef foi gravado em vídeo pelos investigadores da força tarefa da Operação Lava Jato.

Luiz Fernando é alvo de inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O deputado do PP é um dos 50 políticos sob suspeita.

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"O deputado Luiz Fernando eu conheço sim. Eu sempre que fui levar dinheiro a Brasília, na casa do líder do partido (PP), dinheiro este que era arrebanhado pelo comissionamento das obras da Petrobras, eu vi o Luiz Fernando indo retirar valores com o líder na casa dele", afirmou o doleiro, em depoimento de fevereiro de 2015.

Quando fala em "líder do partido", o doleiro se refere ao ex-deputado José Janene, que morreu em 2010. Janene foi réu do mensalão, a ação penal 470 do Supremo Tribunal Federal. Alberto Youssef disse.

"Ou ele (Luiz Fernando) estava presente, ou demorava um pouquinho, ele chegava. Ele era um dos deputados que eram contemplados com valores mensalmente, oriundos desta arrecadação vindas das obras da Petrobras."

Youssef disse que não sabe "precisar valores". "Não sei o tamanho dos valores que ele retirava. Sei que era um dos contemplados."

Um dos investigadores perguntou ao doleiro quantas vezes ele se encontrou com o parlamentar do PP. "Várias. Todas as vezes que eu fui lá eu o encontrei. Muitas vezes era o Rafael Angulo que ia." - Ângulo é apontado como 'carregador de malas' de Youssef.

Foi perguntado ao doleiro sobre o local de entrega do dinheiro. Ele disse que o primeiro encontro foi na casa de Janene. "Depois, na casa do deputado João Pizzolatti (PP/SC). Às vezes ele não estava, eu encontrava na casa do Mario Negromonte (ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff). No apartamento funcional, todos eles. Inclusive quando ministro."

Sobre o deputado Luiz Fernando, o doleiro disse. "Acredito que ele deva ter um relacionamento bom, porque a empresa (indicada para as obras da refinaria Premium I) é do seu Estado."

Youssef declarou que "viu Luiz Fernando retirando dinheiro em espécie, mas não sabe quanto ele retirou".

Em fevereiro, quando seu nome foi citado pela primeira vez no esquema Petrobras, o deputado Luiz Fernando (PP/MG) rechaçou, por meio de sua assessoria de imprensa, a informação de que teria participado da indicação de uma empresa para as obras da refinaria no Maranhão, orçada em R$ 20 bilhões. Ele negou também ter recebido valores ilícitos e destacou sua "longa e imaculada vida pública".

"O deputado Luiz Fernando Faria repudia veementemente a pretensa insinuação de que tenha participado de eventual esquema para contratação de empresa prestadora de serviços na Petrobras, esclarecendo não serem verdadeiras as supostas afirmações contidas em depoimento do senhor Alberto Youssef quanto à sua pessoa. Esclarece, por fim, nunca ter recebido valores ilícitos e que sempre pautou sua longa e imaculada vida pública por princípios e limites éticos."

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