Consumidores enlouquecidos invadiram as lojas dos Estados Unidos nesta sexta-feira em busca de ofertas, dando início à temporada de compras natalinas e produzindo grandes expectativas no setor de comércio.
Imagens de redes de televisão mostraram os clientes correndo pelas portas dos estabelecimentos para o que é conhecido como "Black Friday", o dia após o feriado de Ação de Graças, que é considerado crucial para os lucros anuais dos varejistas.
Na esperança de arrebanhar tudo, de eletrônicos a roupas e outros produtos a preços baixos, alguns consumidores competitivos perderam a calma ao disputar itens ou discutir sobre seus lugares na fila.
Em Nova York, a conhecida loja de departamentos Macy´s era um destino para muitos.
Seu diretor-executivo, Terry Lundgren, já estava a postos quando a loja abriu, à meia-noite.
"Eu juro que estava lá por 18 a 20 minutos e as filas na entrada não paravam", disse à NBC. "Nunca acabava - então as pessoas estão definitivamente comprando e dando início às compras na Black Friday".
Esse dia de compras intenso é muitas vezes o que faz com que os varejistas saiam do vermelho e voltem a registrar lucros.
Mas o impacto do dia em termos de balanço está começando a declinar, num momento em que mais e mais lojas tentam atrair clientes na quinta-feira, mesmo que isso signifique que seus funcionários tenham que abandonar a tradicional festa de Ação de Graças.
Dez anos atrás, teria sido impossível encontrar uma única loja aberta no dia de Ação de Graças nas grandes regiões de compras de Nova York, como a Broadway.
Mas nesta quinta-feira, assim como nos últimos anos, quase todas as lojas estavam abertas na área da Broadway com o Soho.
E apesar de uma economia que ainda luta, o CEO da Macy´s pareceu otimista com as perspectivas para o resto do ano, embora tenha reconhecido que novembro provavelmente seria "um pouco mais suave" do que os varejistas gostariam.
"É um momento difícil para a América", disse Lungren. "Entendemos o desafio e, portanto, nos concentramos em dar ótimos preços para as melhores marcas do mundo".
Alguns no negócio do varejo, no entanto, não estão se juntando à loucura da "sexta-feira negra".
Na rede Walmart, maior varejista do mundo, alguns trabalhadores descontentes realizaram greves e protestos contra os baixos salários e o tratamento recebido.
"Vai ter um impacto", afirmou o funcionário William Fletcher à MSNBC. "A questão não é tanto prejudicar o Walmart, mas levá-los a nos ouvir e apreciar o trabalho que fazemos".
O protesto trabalhista é feito após o anúncio do WalMart de que iria antecipar suas vendas da Black Friday para o Dia de Ação de Graças.
"A greve continua crescendo", dizia um post na manhã desta sexta-feira na página do Facebook da "Organization United for Respect at Walmart", conhecida como "OUR Walmart".
Trabalhadores do Walmart realizaram sua primeira greve em mais de 12 cidades com a participação de mais de 200 lojas no mês de outubro.
Horas após o início das compras, começaram a surgir informações sobre brigas entre compradores que disputavam as melhores ofertas ou tentavam proteger seus lugares nas filas.
De acordo com o site San Antonio Express News, um homem apontou uma arma para outro que havia lhe dado um soco no rosto enquanto os dois esperavam na fila do lado de fora de uma loja da Sears na quinta-feira.