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O pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, acertou com líderes dos partidos do chamado Centrão - que reúne DEM, PP, Solidariedade e PRB - que tentará ajustar, no prazo mais curto possível, propostas comuns, principalmente na área econômica, que viabilizem o apoio das legendas a sua candidatura. Em reunião realizada neste sábado, 14, na casa do empresário Benjamin Steinbruch, em São Paulo, os partidos também se comprometeram a definir suas propostas prioritárias.

No encontro, não houve definição de aliança, mas, de acordo com um dos participantes, as conversas "afunilaram mais" em torno do nome de Ciro. O grupo, visto como fiel da balança na disputa ao Palácio do Planalto, busca fechar apoio a um dos candidatos antes das convenções, que começam no próximo dia 20. O presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, também negocia com partidos do bloco.

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Após cerca de três horas de conversas, os partidos decidiram voltar a se reunir durante a semana. Um dos encontros deve ser com representantes do PR, que já integrou o grupo, mas, no momento negocia com o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

O Centrão, que agora também é chamado de "Blocão", compõe a terceira bancada da Câmara, com 49 deputados, de quatro partidos, todos da base do presidente Michel Temer. O PP é o maior partido do bloco e controla os ministérios da Saúde, Cidades e Agricultura - com orçamentos que, juntos, somam R$ 153,5 bilhões -, além de ter o comando da Caixa Econômica Federal.

Temer já avisou aos aliados que não admite que eles apoiem Ciro Gomes, que, recentemente, o chamou de "quadrilheiro" e "ladrão". As ameaças, externadas pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, no entanto, não tiveram efeito.

Na reunião, os líderes partidários foram unânimes em dizer que, se o governo se estressar, que leve os ministérios e os cargos. Outro participante do encontro afirmou que eles não estão preocupados com a ameaça do governo.

Outros temas que estavam em discussão eram as alianças regionais, a possibilidade de vice na chapa e uma articulação para a eleição da presidência da Câmara a partir de 2019.

Economia

Os pontos considerados mais importantes a serem "ajustados" entre o bloco e Ciro Gomes são em relação às reformas da Previdência e trabalhista, além das regras para a manutenção do equilíbrio fiscal. Acertaram, então, que Centrão e Ciro elaborarão as suas pautas econômicas e, se possível, ainda nesta semana, vão avaliar os pontos em comum e divergentes, para que cheguem a um discurso unificado, ou o mais próximo possível.

Ao citar as divergências, um dos integrantes do Blocão, lembrou que Ciro Gomes falou em revogar reforma trabalhista aprovada pelo governo de Temer e, no caso da previdenciária, há divergência na forma de como encarar e combater o seu déficit.

Embora o maior partido do grupo seja o PP, as principais resistências ao apoio a Ciro vêm de parte do DEM, na ala comandada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto, e do PRB, que tem à frente o ex-ministro de Temer Marcos Pereira e ainda mantém o domínio sobre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Juntos, os partidos do Blocão têm, no mínimo, 4 minutos e 12 segundos por dia no horário eleitoral de rádio e TV, que começa em 31 de agosto. O cálculo feito na reunião é que, se somar isso ao PDT e ao PSB, o tempo sobe para mais de seis minutos. Outra avaliação é que os partidos do Blocão têm palanques importantes, principalmente no Nordeste e no Sudeste Embora o maior partido do grupo seja o PP, a força do DEM pode ser medida pelo comando da Câmara, zona de influência que a sigla quer manter na próxima legislatura.

Neste sábado, foram realizadas três reuniões, todas na casa de Steinbruch, filiado ao PP. Amigo de Ciro, o empresário já foi cotado para ser vice na chapa do pré-candidato. Na primeira reunião, estavam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o prefeito de Salvador, ACM Neto, pelo DEM, e os presidentes do PP, Ciro Nogueira, do Solidariedade, Paulinho da Força, do PRB, Marcos Pereira, do PDT, Carlos Lupi. Depois Marcos Pereira saiu e o encontro continuou. Em um terceiro momento, Pereira voltou e Paulinho saiu. Todos demonstraram pressa nos acertos e novas reuniões foram marcadas para a semana, quando pretendem ajustar os protótipos de programa econômico.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ameaça repetir o que fez o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em 2015 e formar um "blocão" de partidos da base aliada para tentar isolar o PT na disputa interna da Casa, caso o partido não apoie sua recondução ao cargo. Se o bloco for formado e Maia, eleito, os petistas ficariam mais um biênio sem postos na Mesa Diretora.

Para apoiar a reeleição de Maia, o PT pediu o direito de indicar o próximo primeiro-secretário da Câmara, espécie de prefeito, que cuida do orçamento da Casa. Dona da segunda maior bancada, com 57 deputados, a sigla alega que, pela proporcionalidade, tem direito ao cargo, o segundo mais cobiçado da Mesa, sem contar a presidência. O mais desejado é a primeira-vice-presidência, que caberá ao PMDB, maior partido da Câmara, com 64 parlamentares.

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"Nossa reivindicação, que não é uma reivindicação, é o que temos direito", afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o novo líder do PT, Carlos Zarattini (SP). "Quem nos deu a segunda maior bancada foi o povo. Esses partidos têm que entender isso."

Maia, no entanto, usa a primeira-secretaria para tentar atrair o apoio de partidos do Centrão - grupo de 13 siglas da base aliada, entre eles PP, PR, PSD e PTB, e que tem dois candidatos a presidente da Câmara. O parlamentar fluminense ofereceu o posto em sua chapa ao PR, legenda que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 40 deputados. Aos petistas, o presidente da Câmara ofereceu a segunda ou a terceira-secretaria.

Em um aceno ao PT, o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), que vai lançar hoje a sua candidatura à presidência da Casa, criticou a estratégia de Maia e disse que a sua chapa será a da proporcionalidade. Segundo o deputado, se ele for eleito, vai respeitar o tamanho das bancadas. "Os lugares que existem na Mesa já são destinados aos partidos políticos."

Para ele, seria "injusto" com os partidos ficarem sem os cargos na Mesa, já que as regras internas da Câmara preveem que a ordem de indicação para os cargos deve respeitar a proporcionalidade do tamanho das bancadas. "Esses cargos não são meus, são da Casa. Não vou ter esse tipo de comportamento", afirmou Jovair.

Divisão

Apesar de Maia ser de um partido da base do governo do presidente Michel Temer e ter sido um dos principais apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff, uma parcela da bancada do PT trabalha para que o apoio ao deputado do DEM aconteça já no primeiro turno, para garantir que o partido não fique de fora da composição da direção desta vez.

Mas há petistas que defendem, no primeiro turno da disputa, o apoio do partido a uma candidatura de oposição, hoje representada pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE).

Uma ala minoritária trabalha ainda pelo nome de Jovair, porque ele tem prometido respeitar a regra da proporcionalidade. O apoio, porém, é considerado praticamente "impossível", porque o líder do PTB foi o relator do processo de impeachment na Câmara. A bancada petista vai se reunir no dia 17 para tentar chegar a um consenso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ainda que a oposição tente defender uma estrutura enxuta para a comissão externa que vai acompanhar a investigação sobre o suposto pagamento de propina pela empresa SBM Offshore a funcionários da Petrobras, a decisão será do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Segundo a Mesa Diretora da Casa, não há previsão para que Alves divulgue o número de deputados que irá compor o colegiado nem os prazos para o início do trabalho. A decisão pode sair a qualquer momento, e só a partir daí é que os partidos poderão indicar quem fará parte da comissão.

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“Hoje levo uma proposta de composição de comissão enxuta, de cinco membros, com procedimentos preliminares no Brasil para que, depois, em 15 a 30 dias, possa ir a Holanda [sede da empresa envolvida], para buscar informações a respeito da denúncia”, explicou o líder do DEM, Mendonça Filho.

O assunto não está na pauta da reunião que ocorre na tarde desta quarta-feira (12) entre Henrique Alves e os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Jorge Hage (Controladoria-Geral da União). O encontro foi agendado para tratar do projeto que cria o Marco Civil da Internet, mas há quem acredite que os representantes do governo vão aproveitar para falar sobre a comissão externa.

A criação do colegiado é um símbolo da crise política entre Executivo e Legislativo. Único líder de oposição presente no blocão – grupo de resistência criado por partidos da base aliada do governo -, Fernando Franceschini (SDD-PR) disse que pretende indicar os nomes para a comissão na reunião do bloco marcada para a próxima semana.

"O ministro estará aqui, com a Controladoria-Geral, tentando apagar fogueira que não tem como apagar. O próprio governo dizer que o governo está investigando a si próprio é o mesmo que mandar a raposa dizer que está tomando conta do galinheiro”, criticou.

DEM e SDD defendem que o trabalho comece ouvindo a Procuradoria-Geral da República para saber se recebeu os documentos da Holanda, e se a Polícia Federal instaurou inquérito sobre o caso.

Orientada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff adotou como estratégia afagar as cúpulas partidárias da base aliada com o objetivo de anular o movimento liderado pelos rebeldes do PMDB e esvaziar o bloco formado na Câmara cujo objetivo é ter atuação independente do Palácio do Planalto.

Ao PP, por exemplo, Dilma prometeu resolver a sucessão no Ministério das Cidades nos próximos dias. O gesto fez com que o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), anunciasse à reportagem que não vai avalizar o "blocão" idealizado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

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"Nós vamos sair do blocão. Não vejo vantagem em participar de um bloco maior do que o nosso partido. Isso faz com que os líderes acabem por receber maior pressão de suas bases", afirmou Ciro. Ele disse já ter conversado com o líder do partido na Câmara, Eduardo da Fonte (PE), um dos maiores entusiastas da formação do blocão. "Posso dizer que o Eduardo (da Fonte) não faz nada sem que eu saiba. Nós estamos juntos e não vamos entrar nessa não", afirmou o presidente do PP.

Na mesma linha, o presidente do PDT, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, disse que seu partido vai se retirar do blocão comandado por Eduardo Cunha. "Nós temos nossa dinâmica, nossa identidade, nosso voo próprio. Temos um planejamento eleitoral que não passa por envolvimento nessas crises", afirmou Lupi. "Até porque, até onde sabemos, essas crises são artificiais. Duvido que o PMDB, dono da Vice-Presidência da República, não saberá contornar seus problemas."

'Firme na base'

Outro partido cuja direção vem sendo acionada por Dilma é o PTB. A legenda, que nunca teve um ministério na atual gestão, já recebeu sinais do governo de que receberá a Secretaria dos Portos brevemente. Líder do partido na Câmara e vice-presidente da sigla, o deputado Jovair Arantes (GO) afirmou que o PTB continuará a participar do blocão comandado pelo PMDB apenas para resolver questões internas no Congresso. "Não vejo como a iniciativa de formação do bloco pode contaminar nossa relação com o governo. Nós continuamos firmes na base aliada", disse o parlamentar. "Não estamos criando caso com nada e nem vamos criar. Somos aliados e continuaremos do lado da presidente Dilma na campanha presidencial."

No PSD, que já anunciou oficialmente apoio à chapa de Dilma, a ordem da cúpula é para que o partido não crie problemas no Congresso. Tanto que o líder da legenda, Moreira Mendes (RO), que participou da primeira reunião do blocão, foi orientado pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, a deixar o grupo. "Participei mesmo da primeira reunião. Mas não fui às outras. Tive o cuidado de avisar qual posição estávamos tomando." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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