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Apesar de uma melhora nos últimos anos, mais de 69 milhões de crianças vivem na pobreza nos 40 países mais ricos do planeta, ou seja, mais de uma criança em cada cinco vive nesta condição, segundo um relatório do Unicef publicado na noite desta terça-feira (5).

Entre os períodos 2012-2014 e 2019-2021, o número de crianças em situação de pobreza diminuiu cerca de 8% nos cerca 40 países da União Europeia e da OCDE analisados.

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Isto representa "cerca de seis milhões" de crianças que superaram a pobreza, segundo o informe do Unicef Innocenti, braço de pesquisas do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Mas no final de 2021, "ainda havia mais de 69 milhões de crianças pobres" nestes países, segundo o informe.

Com uma pobreza infantil de 35%, a Colômbia destacou-se como o país com a pior taxa de pobreza neste segmento da população, seguida de Turquia (33,8%), Romênia (29%), Espanha (28%), México (27,3%), Estados Unidos (26,6%) e Chile (21,6%) no período 2019-2021. Com 9,9%, o aluno exemplar foi a Dinamarca, seguida de Eslovênia (10%), Finlândia (10,1%), República Tcheca (11,6%) e Noruega (12%).

"Mais que dinheiro"

"A pobreza vai além da falta de dinheiro", adverte o informe.

"Para a maioria das crianças, isto representa um risco de crescer sem alimentos nutritivos, sem roupas, material escolar ou calefação suficiente", comenta Bo Viktor Nylund, do Unicef Innocenti, alertando para os riscos à "saúde física e mental".

O Unicef se baseia na "pobreza relativa", que corresponde a 60% da renda média nacional, frequentemente usada pelos países desenvolvidos para delimitar a linha da pobreza.

O informe reforça a necessidade de se criar ferramentas de proteção social específicas para garantir o bem-estar das crianças e a "vontade política" dos governantes.

É que tirar os menores da pobreza não é uma consequência automática da riqueza de um país.

Apesar da melhora geral observada na última década, há diferenças entre os países. A principal é que os que "mais conseguiram reduzir a pobreza infantil não são nem os mais ricos, nem os que mais cresceram", destaca o informe.

De fato, desde 2012, os reveses mais importantes foram observados em países ricos como Reino Unido, onde a pobreza infantil aumentou 19,6%, Islândia (+11%) e França (+10,4%).

E os que mais a reduziram foram Polônia (-37,6%), Eslovênia (-31,4%), Letônia (-31%) e Lituânia (-30,6%).

Nos Estados Unidos, o número de menores vivendo na pobreza diminuiu 6,7%, embora mais de uma criança em cada quatro viva na pobreza relativa - o dobro da Dinamarca no 2019-2021, um país com renda per capita similar.

O maior risco de pobreza infantil assombra as crianças de famílias monoparentais, as pertencentes a minorias e as de migrantes.

Nos Estados Unidos, por exemplo, 30% das crianças afro-americanas, 29% das nativas americanas e 22% das hispânicas vivem abaixo da linha nacional da pobreza, contra 10% das crianças brancas não hispânicas.

Na UE, uma criança filha de pais não comunitários tem 2,4 vezes mais probabilidades de ser pobre do que uma filha de pais europeus.

As vidas de 120 bebês em incubadoras estão em risco à medida que se esgota o combustível para os geradores de energia elétrica eletricidade na Faixa de Gaza, alertou neste domingo (22) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Mais de 1.750 crianças morreram nos bombardeios israelenses contra este enclave em represália ao ataque do movimento islamita Hamas em 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde deste grupo palestino.

Os hospitais de Gaza enfrentam a grave falta de medicamentos, combustível e água para os milhares de feridos na guerra e pacientes de rotina.

"Há atualmente 120 recém-nascidos em incubadoras, 70 deles em ventilação mecânica e, claro, estamos muito preocupados", disse o porta-voz da Unicef, Jonathan Crickx.

A eletricidade é uma grande preocupação nas sete unidades especializadas do enclave que tratam bebês prematuros, ajudando-os a respirar e fornecendo apoio crítico, por exemplo quando seus órgãos ainda não estão suficientemente desenvolvidos.

Israel impôs um "cerco total" ao território após a ofensiva do Hamas, que deixou cerca de 1.400 mortos, a maioria civis, de acordo com autoridades israelenses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na quinta-feira (19) que os hospitais não possuem combustível para os geradores, e que cerca de 1.000 pessoas que necessitam realizar diálises também estarão em risco.

Neste fim de semana, caminhões com ajuda humanitária começaram a entrar em Gaza, procedentes do Egito. Neste domingo, seis tanques com combustíveis chegaram ao enclave.

Embora Israel tema que o combustível ajude o Hamas, o pouco que resta no território palestino está sendo utilizado em geradores para permitir que os equipamentos médicos continuem funcionando.

O Ministério da Saúde palestino anunciou no sábado que 130 bebês prematuros corriam o risco de morrer devido à falta de combustível.

Na média, quase 160 mulheres dão à luz todos os dias em Gaza, segundo o Fundo de População da ONU, que calcula que há 50 mil mulheres grávidas no território de 2,4 milhões de habitantes.

Ainda que Israel afirme que direciona os ataques contra alvos do Hamas, as crianças representam uma enorme proporção dos mais de 4.600 mortos registrados pelo Ministério da Saúde do grupo islamita.

Famílias inteiras, incluindo mulheres grávidas, morreram nos bombardeios, e todos os dias os pais são vistos carregando os corpos dos seus filhos em envoltórios brancos pela rua.

Os médicos do Hospital Najjar, em Rafah, contaram na quinta-feira que não conseguiram salvar o feto de uma mulher que morreu em um ataque aéreo que atingiu sua casa.

Horas antes, oito crianças faleceram enquanto dormiam em uma casa em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

O relatório Situação Mundial da Infância 2023: Para cada Criança, Vacinação, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado oficialmente nesta quinta-feira (20), recomenda ações ao governo federal para que o Brasil possa retomar as coberturas vacinais e ampliar a confiança dos brasileiros nos imunizantes. 

O documento foi divulgado em Brasília, em evento na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). O relatório mostra, na parte sobre o Brasil, que cerca de 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, entre 2019 e 2021. Para mudar esse panorama, o representante do Unicef no Brasil, Youssouf Abdel-Jelil, Brasil, enumerou quatro recomendações: 

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Realização de busca ativa de crianças não vacinadas ou com o esquema vacinal em atraso;  Fortalecimento do SUS, com investimento e valorização os profissionais de saúde, em sua maioria mulheres;  Priorização do financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde que tenham foco na infância;   Ampliação das campanhas de comunicação voltadas às famílias com crianças. O representante do Unicef alertou que o relatório mostra que diminuiu a percepção sobre a importância das vacinas, no Brasil. Antes da pandemia, 99,1% dos brasileiros confiavam nas vacinas infantis e, no período pós-covid-19, o índice caiu para 88,8%.  Para Youssouf Abdel-Jelil, contudo, é possível alterar esse quadro. “A população brasileira é uma das que mais confiam nas vacinas, mas essa confiança caiu na pandemia e precisa ser retomada”. 

Ele ainda lembrou a história do Brasil, em décadas anteriores. “O país sempre foi um exemplo no Programa Nacional de Imunização, o PNI, e tem um dos maiores sistema de saúde do mundo, o Sistema Único de Saúde, o SUS, que precisa ser valorizado e fortalecido”, defendeu. 

Ações do governo brasileiro

Presente ao encontro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou que a nova gestão da pasta está coordenando o Movimento Nacional pela Vacinação para aumentar a cobertura vacinal, em conjunto com estados e municípios. “Faremos visitas a alguns municípios e estamos trabalhando para fortalecer a busca ativa, orientando os municípios para que, através das equipes [de Saúde da Família], agentes comunitários de saúde e agentes de vigilância possam fazer essa busca ativa e ver onde estão as crianças não vacinadas.”

Sobre a baixa no reconhecimento da importância das vacinas e da ciência pelos brasileiros, Nísia defende a reversão deste quadro. “A memória do impacto do sarampo e da pólio parece ter sido perdida. Como Akira Homma [cientista brasileiro] sempre fala ‘Somos vítimas do nosso sucesso’, mas não podemos nos contentar com esse diagnóstico. Temos à frente elementos, como a busca ativa dessas crianças e outras estratégias que deverão ser utilizadas.” 

A ministra frisou que campanhas de mobilização já estão sendo feitas para esclarecer a população. “Neste momento, estamos com foco na vacina contra a influenza, a partir da regularização que tivemos que fazer dos estoques das vacinas contra a pólio, sarampo e outras vacinas usadas na infância, estamos preparando essas ações de campanha, já a partir de maio.” 

Zé Gotinha e Mônica

Os personagens brasileiros Zé Gotinha, criado paras campanhas de vacinação infantil, e Mônica, dos quadrinhos de Mauricio de Sousa, nomeada embaixadora do Unicef no Brasil, desde 2007, estiveram presentes na divulgação do relatório, pela manhã.

Dentro da ampliação das campanhas de comunicação voltadas às famílias com crianças, o representante do Unicef Youssouf Abdel-Jelil relembrou a força do Zé Gotinha. “Já me contaram que todos os brasileiros lembram das campanhas com o Zé Gotinha, anos atrás. E sei que ele está de volta ao trabalho, no Brasil. Junto com a ministra Nísia.” 

Nas Américas

No campo internacional, o Brasil adere à Semana da Vacinação das Américas, que será realizada de 24 a 30 de abril. “Queremos trocar experiências e ter voz firme e constante para que esse quadro seja revertido”, planejou a ministra Nísia.

Em sua fala no evento, a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, apontou desafios para aumentar as coberturas vacinais na região. E comemorou a adesão do ministério brasileiro à Semana da Vacinação das Américas, antes da celebração oficial pelos demais países.

“Estamos juntos para acompanhar toda a equipe nos estados e nos 5.570 municípios. Juntos nesta caminhada, que é longa, mas é para oferecer saúde para todos e todas, neste ano da recuperação”, destacou.

A crise da Covid-19 e a desinformação estão por trás da queda contínua mais acentuada da vacinação infantil contra outras doenças em quase três décadas, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Unicef divulgado nesta quinta-feira.

A proporção de crianças que recebem as três doses da vacina contra a difteria, o tétano e a poliomielite (DTP) caiu de 86% em 2019 para 81% em 2021. Essa vacina é usada como indicador-chave de cobertura de imunização em todo o mundo.

A queda em 2020 e 2021 ocorre após uma década de melhoras. "Isso é um alerta vermelho para a saúde infantil. Estamos assistindo à maior queda contínua da imunização infantil em uma geração", declarou Catherine Russell, diretora executiva do Unicef. "As consequências serão medidas em número de vidas."

As razões desse declínio são múltiplas: conflitos, aumento da desinformação e problemas de oferta ou continuidade de cuidados relacionados à pandemia de Covid. Esperava-se a partir de 2021 uma recuperação, mas as taxas de vacinação continuaram caindo em todas as regiões do mundo. A baixa cobertura levou a surtos evitáveis de sarampo e poliomielite nos últimos 12 meses, segundo o relatório.

A notícia chega no momento em que as taxas de desnutrição também estão em alta. Uma criança desnutrida possui um sistema imunológico mais fraco, portanto é mais propensa a desenvolver casos graves dessas doenças evitáveis.

Quase 37 milhões de crianças se viram deslocadas até o final do ano passado em todo o mundo, o número mais alto registrado desde a Segunda Guerra Mundial, diz um relatório do Unicef, que pede que sejam fortalecidos a proteção e o acesso a serviços básicos para menores refugiados, migrantes e deslocados.

Esses dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) não incluem os mais de dois milhões de menores que fugiram da Ucrânia desde o final de fevereiro como resultado da invasão russa, nem os três milhões de deslocados internos.

Também não incluem menores deslocados por desequilíbrios climáticos e desastres naturais, alertou a agência da ONU.

Em 2021, cerca de 13,7 milhões eram refugiados e requerentes de asilo e cerca de 22,8 milhões eram deslocados internos por conflitos, violência e outras crises. No total, são 2,2 milhões a mais que no ano anterior.

“Não podemos ignorar as evidências: o número de crianças que foram deslocadas por conflitos e crises está crescendo rapidamente e é nossa responsabilidade alcançá-los”, disse a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell.

Russell instou os governos a prevenir tais situações e "garantir", quando ocorrerem, "seu acesso à educação, proteção e outros serviços críticos que apoiem seu bem-estar e desenvolvimento agora e no futuro".

A população de refugiados no mundo mais que dobrou na última década e quase metade deles são menores de idade.

Mais de um terço dos menores deslocados vivem na África Subsaariana (3,9 milhões), um quarto na Europa e Ásia Central (2,6 milhões) e 13% (1,4 milhão) no Oriente Médio e Norte da África.

Quase metade das crianças e menos de um quarto dos adolescentes refugiados frequentam a escola.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, indicou a americana Catherine M. Russell, próxima do presidente Joe Biden, como diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), informou nesta sexta-feira (10) o porta-voz da organização.

Russell, de 60 anos, era até agora assistente do presidente dos Estados Unidos e diretora do gabinete da equipe presidencial na Casa Branca, segundo Stephane Dujarric, porta-voz da ONU.

Biden elogiou as "qualidades de liderança, experiência, sabedoria e empatia" de Russell em um comunicado.

De 2013 a 2017, Russell foi responsável no Departamento de Estado pelo dossiê de mulheres, após trabalhar na Casa Branca com Barack Obama e também no Departamento de Justiça.

Russell substituirá sua compatriota Henrietta Fore, de 73 anos, que renunciou em julho, mas concordou em permanecer no cargo até a nomeação de uma nova pessoa.

Esta agência da ONU é chefiada por um conselho administrativo composto por 36 membros que representam cinco grupos regionais de Estados-membros das Nações Unidas (África, América Latina e Caribe, Ásia-Pacífico, Europa Oriental, Europa Ocidental e outros Estados).

O Unicef trabalha na defesa da infância em 190 países e territórios, tanto em emergências quanto em países pacíficos. Seu orçamento provisório para o período 2018-2021 é de 22,8 milhões de dólares.

No dia anterior, a organização anunciou que a pandemia de coronavírus levou pelo menos mais 100 milhões de crianças à pobreza, um aumento de 10% em relação a 2019, a "maior ameaça em seus 75 anos de história".

No dia 11 de outubro é comemorado o Dia Internacional da Menina, data firmada em 2012 pela Organização das Nações Unidas (ONU) como forma de reafirmar o avanço dos direitos das meninas e adolescentes em igualdade de gênero e eliminação de todo tipo de violência.

Pensando nisso, o Centro das Mulheres do Cabo de Santo Agostinho (CMC), com apoio do Fundo Malala, realiza a ‘Semana das Meninas no Poder’, com atividades gratuitas e on-line para debater algumas temáticas sobre o desenvolvimento das meninas na sociedade. O evento será nos dias 11, 13, 14 e 15 de outubro, de forma gratuita, havendo visita às secretarias municipais para chamar atenção aos direitos das meninas e adolescentes.

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A programação conta com rodas de debates sobre o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes em Pernambuco, além de questões como saúde e educação para meninas e mulheres. As visitas serão feitas pela equipe do CMC e as transmissões serão feitas pela página do Facebook da organização. Mais informações podem ser obtidas na página do Instagram do CMC.

Escolas seguras

Pensando na educação com segurança, diante da pandemia do novo coronavírus, o CMC, em parceria com outros centros de apoio e o Comitê Pernambuco da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, desenvolveu também o projeto ‘Escolas seguras e acolhedoras para a convivência das meninas e jovens mulheres com a COVID-19 em Pernambuco’.

São cinco núcleos de meninas, localizados nos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Mirandiba, Olinda, Camaragibe e Recife, com atividades voltadas para meninas, envolvendo o debate e compartilhamento de suas vivências durante a crise sanitária. O projeto pode ser acompanhado pelo Instagram.

 

Ao menos 15 pessoas morreram e cerca de 170 crianças estão desaparecidas em decorrência da erupção do vulcão Nyiragongo, no leste do Congo, segundo informou nesta segunda-feira (24) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A erupção do vulcão causou a evacuação de milhares de pessoas e destruiu centenas de residências. A quantidade de mortos pode aumentar conforme as autoridades alcancem as áreas mais atingidas.

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A organização informou que serão criados diversos centros para auxiliar os menores desacompanhados.

O porta-voz do governo, Patrick Muyaya, afirmou que nove pessoas faleceram em um acidente de carro enquanto tentavam fugir da erupção. Já outros quatro morreram tentando escapar de uma prisão.

A repentina erupção do Nyiragongo causou uma série de terremotos e destruiu uma estrada que ligava Goma à cidade de Beni, interrompendo uma rota crucial para a chegada de ajuda e suprimentos.

Em Goma, diversas pessoas regressaram após a fuga em massa da erupção. No entanto, a população está preocupada com os movimentos sísmicos, que podem colapsar casas e prédios.

O Nyiragongo, localizado a 10 quilômetros de Goma, entrou em erupção pela última vez em 2002, matando 250 pessoas. Naquela ocasião, mais de 100 mil indivíduos perderam suas residências. 

Da Ansa

Na Nigéria, o país mais populoso da África, quase uma em cada três crianças não tem água suficiente para satisfazer suas necessidades diárias, alertou a Unicef nesta segunda-feira (22) em um comunicado no Dia Mundial da Água.

"Mais de 1,42 bilhão de pessoas em todo o mundo, incluindo 450 milhões de crianças, vivem em áreas em que o acesso a água é um problema importante ou de primeira ordem", segundo os últimos dados coletados pela Unicef.

Esses números "são especialmente preocupantes" na Nigéria, onde 26,5 milhões de crianças - 29% das crianças do país - não têm acesso suficiente a água para cobrir suas necessidades diárias, acrescenta o comunicado.

Além disso, 86% dos nigerianos não tem acesso a uma fonte de água de qualidade. As consequências na educação e saúde das crianças são significativas.

"Quando os poços secam, as crianças faltam a escola para ir buscar água. Quando as secas reduzem o fornecimento de alimentos, as crianças sofrem desnutrição e atraso no crescimento", disse Peter Hawkins, representante da Unicef na Nigéria.

"Quando há inundações, as crianças são vítimas de doenças transmitidas pela água. E quando não tem água, as crianças não podem lavar as mãos e se proteger das doenças", continua.

"A crise mundial da água não está a caminho: já está aqui, e as crianças são as primeiras vítimas", alertou Hawkins.

No Afeganistão, Etiópia, Paquistão e Sudão, entre outros, o acesso das crianças a água também é muito preocupante, de acordo com o comunicado.

Escolas fechadas, pobreza crescente, casamentos forçados e depressão: após um ano de pandemia, todos os indicadores que medem o desenvolvimento infantil e adolescente recuaram, um revés que anuncia um estigma duradouro para toda uma geração, alertou a Unicef nesta quinta-feira (10).

“Aumentou o número de crianças com fome, isoladas, abusadas, ansiosas, que vivem na pobreza e são forçadas a se casar”, revelou Henrietta Fore, diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em nota divulgada no aniversário de um ano da declaração da pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“O acesso à educação, socialização e serviços essenciais, incluindo saúde, nutrição e proteção diminuiu. Os sinais de que as crianças carregarão as cicatrizes da pandemia nos próximos anos são inconfundíveis”, continuou Fore na nota.

Diante de tais efeitos "devastadores", o conselho do Unicef instou a colocar as crianças "no centro dos esforços de recuperação", em particular "priorizando escolas nos planos de reabertura".

A Unicef citou uma série de números preocupantes em apoio às observações de Fore.

Embora a pandemia tenha atingido principalmente adultos mais velhos, crianças e adolescentes com menos de 20 anos respondem por 13% dos 71 milhões de casos de coronavírus relatados nos 107 países que forneceram dados específicos de idade.

Nos países em desenvolvimento, as projeções mostram um aumento de 15% na pobreza infantil. Entre seis e sete milhões de crianças a mais podem sofrer de desnutrição em 2020, um aumento de 14% que pode se traduzir em mais de 10.000 mortes adicionais por mês, principalmente na África Subsaariana e no Sul da Ásia.

Para 168 milhões de alunos no mundo, as escolas estão fechadas há quase um ano. Um terço deles não tem acesso a educação online.

Como resultado do fechamento de escolas e da piora da situação econômica, a pandemia também pode levar ao casamento de 10 milhões de crianças até 2030, somando-se às 100 milhões de meninas já consideradas em risco de casamento até então.

Além disso, pelo menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte do último ano sob ordens de confinamento, aumentando a ansiedade, a depressão e o isolamento.

O coronavírus também tem causado a suspensão das campanhas de vacinação contra outras doenças, como o sarampo, em 26 países, aumentando as ameaças à saúde dos não imunizados.

A pandemia do coronavírus poderia levar dez milhões de meninas a se casar até 2030, que se somariam às 100 milhões consideradas em risco de fazê-lo ao final da década, alertou o Unicef.

Estes casamentos de meninas e adolescentes menores de 18 anos são consequência de fatores vinculados à crise da Covid-19, principalmente o fechamento de escolas, a deterioração da situação econômica, as interrupções dos serviços públicos e a morte de seus pais, afirmou o Fundo Mundial das Nações Unidas para a Infância.

"A Covid-19 piorou uma situação já difícil para milhões de meninas", disse a diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, em um comunicado. "Mas podemos e devemos pôr fim ao casamento infantil".

No entanto, a pandemia ameaça os avanços realizados na questão durante a última década, na qual a proporção de jovens casadas antes dos 18 anos passaram de uma em cada quatro para uma em cada cinco em todo o mundo, ou seja, cerca de 25 milhões de casamentos puderam ser evitados.

"Devemos tomar medidas imediatas para limitar as consequências (da pandemia) para as meninas e suas famílias", disse Fore.

"Reabrindo as escolas", "garantindo o acesso à atenção pública e aos serviços sociais" e "fazendo cumprir as leis e com políticas adequadas podemos reduzir o risco de que o casamento roube a infância de uma menina", disse.

Segundo o Unicef, 650 milhões de meninas e mulheres de todo o mundo se casaram antes de completar 18 anos.

Metade destes casamentos ocorreu em cinco países: Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia e Nigéria.

De acordo com cifras publicadas em 2020 pelo Unicef, a proporção de meninas e adolescentes casadas antes dos 18 anos alcançou 76% no Níger e 68% na República Democrática do Congo.

A proporção de meninos casados antes dos 18 anos é apenas um sexto da observada entre as meninas.

O diretor da Unicef para a América Latina e o Caribe, Jean Gough, recomendou a reabertura pelo menos parcial das escolas, apesar da pandemia, em uma região onde nem todos têm acesso à internet para aulas remotas.

"A reabertura das escolas é importante", disse o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) à AFP em entrevista na quarta-feira (14).

“É preciso abri-las de uma forma que não seja a mesma (de antes), podem ser aulas presenciais por dias para uma turma e outros dias para outra turma”, recomendou Gough, que lamentou o tempo passado sem a reabertura das escolas.

“Na América Latina e no Caribe (...) sabemos que a maioria das crianças não puderam ter educação à distância ou não presencial porque as condições não existem, elas não têm internet, não têm acesso a telefone ou dispositivo para receber ensino digital", analisou.

Gough acredita que a reabertura parcial é possível porque o coronavírus não afeta as regiões da mesma maneira, se expandindo mais nas áreas com maior densidade populacional.

“A comunidade, os pais podem decidir, pode ser que a escola esteja aberta e depois de três meses tenha que fechar devido a um novo surto, mas a criança já terá seu material para trabalhar em casa”, argumentou.

O diretor da Unicef acredita que com medidas de biossegurança é possível voltar às aulas presenciais.

“As consequências negativas da não abertura são superiores ao risco de abertura de escolas” devido aos efeitos a longo prazo para as sociedades no seu desenvolvimento, sublinhou.

Gough explicou que o confinamento é sinônimo de uma maior carga de trabalho para os pais, já que precisam cuidar da criança.

“As escolas são espaços para a saúde mental. Estar confinado, principalmente para as crianças, o impacto mental é enorme porque elas não têm espaço para correr. Elas não podem ficar apenas sentadas, precisam de um espaço para recreação”, acrescentou Gough.

Segundo relatório do Unicef, o fechamento de escolas no pior momento da pandemia prejudicou 90% dos estudantes em todo o mundo.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que hoje (1º)  nasceram mais de 370 mil crianças em todo o planeta, metade delas em dez países, entre eles a Índia, China e Nigéria.

Segundo as previsões do Unicef, nasceram 371.504 bebês no primeiro dia de 2021, dos quais 60 mil na índia, cerca de 35.6 mil na China e mais de 21.4 mil na Nigéria.

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Além destes, 14.161 vieram ao mundo no Paquistão, 12.336 na Indonésia, 12.006 na Etiópia, 10.312 nos Estados Unidos da América, 9.455 no Egito, 9.236 em Bangladesh e 8.640 na República Democrática do Congo.

A organização prevê também que durante 2021 nascerão 140 milhões de crianças, que terão uma esperança média de vida de 84 anos.

"As crianças que nascem hoje chegam a um mundo muito diferente do que há um ano e um Ano-Novo traz novas oportunidades de ser reinventado", declarou a diretora executiva da Unicef, Henrietta Forre, que também recordou que em 2021 a organização cumprirá 75 anos de vida.

 

O Unicef pediu nesta segunda-feira (7) 2,5 bilhões de dólares para cobrir as necessidades humanitárias de 39 milhões de crianças no Oriente Médio e norte da África, afetadas também pela pandemia de covid-19.

"Este apelo busca proporcionar ajuda humanitária vital para as crianças e reagir diante das necessidades geradas pela pandemia" de covid-19, declarou em um comunicado o diretor do escritório regional do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ted Chaiban.

"Por culpa dos conflitos armados, da pobreza e da paralisação da economia, a região reúne o maior número de crianças necessitadas do mundo", explicou Chaiban, que mencionou três países específicos: Iêmen, Síria e Sudão.

Segundo o comunicado divulgado nesta segunda-feira, tanto o Iêmen, onde a guerra levou à "pior crise humanitária do mundo", quanto a Síria, destruída por uma década de guerra civil, e o Sudão, mergulhado em uma profunda crise econômica, seriam "os primeiros países a se beneficiar desta ajuda".

No Iêmen, cerca de 12 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária após cinco anos de conflito, segundo a Unicef. A guerra civil na Síria que causou mais de 380.000 mortos, deixou também milhões de deslocados e destruiu sua economia, com 4,8 milhões de crianças em situação de necessidade.

"O mundo não pode fechar os olhos para as necessidades de crianças que vivem dois dos conflitos mais horríveis da história recente", afirmou Chaiban, falando sobre a Síria e o Iêmen.

A crise econômica, a transição política da ditadura para a democracia e inundações sem precedentes deixaram 5,3 milhões de crianças em situação de necessidade no Sudão. No Líbano, 1,9 milhão de crianças dependem atualmente das ajudas, em um país que vive há mais de um ano em uma profunda crise econômica e política.

O dinheiro pedido pela Unicef será investido principalmente em educação, saneamento de água, saúde, nutrição e ajuda em saúde mental.

A organização não governamental (ONG) Gestos e o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) doarão 400 pacotes de dados móveis para estudantes do ensino médio que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Serão contemplados alunos que morem na capital pernambucana e em municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR). Para participar é necessário realizar a inscrição por meio de formulário on-line.

Além da inclusão digital, a iniciativa pretende entregar aos inscritos máscaras, álcool em gel e canetas para os dias de realização do Exame. A coordenadora de programas e projetos da Gestos, Jô Meneses, salienta que a ação pretende ajudar principalmente adolescentes e jovens da periferia, que já possuem dificuldades com conexão de internet.

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“É fundamental que eles tenham acesso a uma conexão [de internet] melhor para estar um  pouco mais seguros e com acesso de verdade a conteúdos que possam ajudá-los na prova”, explica Meneses. “O que nós queremos mesmo é que exista mais condições de igualdade para esses jovens fazerem as provas tranquilas”, conclui.

Ainda de acordo com a coordenadora, nos meses de novembro e dezembro, serão promovidos dois webinários para apoiar e orientar os estudantes na organização dos estudos e no bem-estar emocional. O encontro conta com a presença de psicólogas.

Os dias dos encontros, assim como outros detalhes para receber as doações, serão encaminhados para os inscritos através dos contatos cadastrado no ato de inscrição. Mais informações também podem ser obtidas pelo Instagram da ONG Gestos.

Ao longo de 2019, pelo menos 70 crianças e adolescentes foram estuprados por dia no Brasil. Em linhas gerais, a estatística apresenta 25.984 menores vítimas de abuso sexual no ano passado. O levantamento apresentado nesse domingo (18) é resultado da parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Fundo das Nações unidas para a Infância (Unicef).

De acordo com o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, dos 25.984 das vítimas, 85% são do sexo feminino e 81,6% do total tem até 14 anos. Os crimes de abuso sexual se concentram em crianças mais novas, divididas em 38% contra menores até 9 anos, 44% entre 10 e 14 e 18% até os 19 anos.

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"A cada hora, três crianças sofrem esse tipo de violência. Durante os cinco dias em que o debate sobre a menina de 10 anos no ES ocupava a mídia, podemos estimar que pelo menos mais 350 crianças, na sua maioria meninas, estavam submetidas à mesma violência”, informa a pesquisa.

O anuário ainda destaca que 64% dos casos ocorrem durante os fins de semana, e percebeu que apenas 1% dos casos tem localização especificada. Apesar do pouco material de pesquisa, 64% dos crimes ocorreram dentro de casa, o que indica violência doméstica.

“Durante os cinco dias em que o debate sobre a menina de 10 anos no ES ocupava a mídia, podemos estimar que pelo menos mais 350 crianças, na sua maioria meninas, estavam submetidas à mesma violência”, comentou a pesquisadora associada Sofia Reinach ao recordar o caso em que o próprio tio foi responsável  pelo abuso.

A pesquisadora lamenta a falta de adesão das unidades federativas e de um sistema eficiente de registro desse tipo de crime para produzir um diagnóstico que exponha a real situação brasileira. Apenas 57% da população foi contemplada, pois só 12 estados (CE, DF, ES, MT, PA, PB, PR, RJ, RO, RR, RS, SP) repassaram as informações necessárias.

O maior índice de estupro contra menores ocorreu no Mato Grosso, 46,29 casos a cada 100 mil habitantes. Paraná (44,22) e Pará (34,58) dão continuidade às primeiras posições da lista.

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A representante da Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Florence Bauer, fez um alerta sobre a reabertura das escolas durante a pandemia de Covid-19, afirmando que esta deve ser uma prioridade no processo de retomada das economias, mas inspira uma série de cuidados e planejamento. Para ela, priorizar as escolas não significa reabrir de imediato, mas não é possível esperar por um controle total da doença. 

“É fundamental que a reabertura seja feita com diálogo com toda a sociedade. A volta vai exigir um comprometimento de todos, por isso, é importante que todos, professores, alunos funcionários, se sintam seguros e saibam o seu papel para evitar o contágio dentro da escola", disse Florence Bauer em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

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O Brasil está entre os países com o maior tempo de aulas suspensas e também o terceiro do mundo em número de casos de coronavírus (mais de 4,5 milhões) e segundo em mortes (136,9 mil), em um cenário que torna a retomada das aulas complexa. Mesmo assim, a representante da Unicef afirma que já é o momento de retornar à sala de aula. “É o momento de preparar a volta às aulas pensando na situação epidemiológica de cada região, cada estado, cidade e até mesmo bairro. O Brasil é um país muito grande, não podemos esperar que a situação esteja controlada em todo o território para a reabertura das escolas”, disse ela, citando um documento elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a volta às aulas.

O país tem também um contingente de escolas com condições precárias que impedem a adequação às medidas sanitárias de segurança. Sobre esse ponto, Florence afirma que “mesmo onde não for possível reabrir, é importante que se iniciem as ações de preparação, garantir que as unidades tenham água potável, sabonete, ventilação nas salas” e que “precisamos reconhecer que as escolas públicas têm estrutura muito precária. Ainda temos unidades sem abastecimento de água. Mas essas disparidades não vão ser resolvidas de um dia para o outro. O importante é tomar medidas realistas para que a volta às aulas aconteça o mais rápido possível”. 

Questionada sobre a segurança da reabertura diante de tantos problemas, a representante da Unicef afirma que é preciso pensar no impacto das escolas fechadas. “Apesar da tentativa de manter as atividades de forma remota, muitos alunos não conseguiram acessá-las. Há um risco muito grande de abandono escolar, aumento das disparidades. Há o impacto óbvio na educação, mas também há consequências negativas na nutrição das crianças, do desenvolvimento social, o impacto da violência doméstica. O fechamento das escolas tem um efeito muito negativo e profundo. O fechamento foi necessário, mas a prioridade nesse momento deve ser a de analisar a situação de cada local para preparar essa volta. O que me preocupa é a inércia. É a sociedade se acostumar com as escolas fechadas, não estar disposta a pensar nas estratégias para a reabertura.”

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O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu nesta quinta-feira a autoridades da Nicarágua e à sociedade o fim da "violência sexual e do assassinato" de crianças e adolescentes, que deixou este ano 11 vítimas no país.

O Unicef expressou "preocupação profunda com os crimes e a violação sexual de crianças e adolescentes registrados no país". O órgão lamentou, especialmente, o assassinato de duas meninas, de 10 e 12 anos - uma das quais teria sido estuprada - no último sábado, quando banhavam-se em um rio próximo à sua residência, no município de Mulukuku, a 245 km de Manágua.

Outras duas crianças, de 2 e 4 anos, sofreram abusos nos últimos cinco dias, segundo denúncias de parentes à imprensa local. A Federação da Coordenadoria Nicaraguense de ONGs que trabalham com crianças e adolescentes (Codeni) contabiliza 11 crianças e adolescentes vítimas de assassinato em 2020.

"O Unicef faz um chamado com sentido de urgência e alarme" para que as autoridades competentes e a sociedade em geral empreendam ações para deter todo tipo de abuso e violação envolvendo crianças e adolescentes, diz a declaração, que também defende que as instâncias competentes "atuem para que todos os crimes cometidos sejam investigados, processados e condenados oportunamente".

O presidente Daniel Ortega, no contexto das festas nacionais e da consternação com o assassinato das meninas em Mulukuku, anunciou que irá impulsionar uma reforma polêmica das leis, para estabelecer a prisão perpétua como pena máxima para crimes que a legislação atual pune com 30 anos de prisão. Segundo o presidente, serão punidos os que cometerem crimes contra menores e crimes de ódio.

Opositores alertaram que Ortega pretende usar um fato que consternou os nicaraguenses para punir quem protestar contra seu governo com a prisão perpétua.

Nesta quinta (27), o nascimento da primeira filha da cantora Katy Perry foi anunciado pelas redes sociais dela e da Unicef, instituição da qual a artista e seu noivo, o ator Orlando Bloom, são embaixadores. A pequena Daisy Dove Bloom nasceu de forma “pacífica”, de acordo com a publicação, e foi muito festejada pelos fãs do casal. 

O nascimento de Daisy foi anunciado com uma foto na qual se vê os dedinhos da bebê entre as mãos de seus pais. Na publicação, eles compartilharam a alegria de receberem sua primeira filha: "Estamos flutuando com amor e admiração com a chegada segura e saudável de nossa filha". A pequena é a primeira filha de Katy Perry; Orlando Bloom já é pai de um menino de nove anos, de seu relacionamento com Miranda Kerr. 

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Além de festejarem a chegada da herdeira, Katy e Orlando aproveitaram para chamar a atenção do público para a grande quantidade de mães e recém nascidos que não têm a mesma oportunidade de passarem pelo momento do nascimento de forma tranquila e segura, como eles. "Comunidades ao redor do mundo ainda enfrentam escassez de profissionais de saúde e a cada onze segundos uma mulher grávida ou o recém-nascido morre, principalmente de causas evitáveis. Como pais de um recém nascido, isso quebra nosso coração já que agora temos mais empatia ainda com essas famílias". 

Os efeitos socioeconômicos da crise sanitária causada pela Covid-19 no Brasil impactaram mais as famílias com crianças ou adolescentes. Dados de uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indicam que, desde a confirmação da chegada do novo coronavírus ao Brasil, no fim de fevereiro, essas famílias vêm sendo mais afetadas pela redução de rendimentos e a outros aspectos negativos da pandemia.

A pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes foi feita pelo Ibope, entre os dias 3 e 18 de julho, por telefone, ouviu 1.516 entrevistas com pessoas de todo o país, com idade superior a 18 anos. Dos entrevistados, 60% não residiam com crianças ou adolescentes, e 40% moravam com alguém com menos de 17 anos.

Enquanto 55% do total de entrevistados afirmaram que o rendimento familiar tinha diminuído no mês anterior à entrevista, entre as famílias com crianças e adolescentes esse percentual foi de 63%. E ao passo que 37% dessas famílias mais afetadas perderam até metade de seus rendimentos, 79% das que não residem com crianças ou adolescentes afirmaram ter perdido menos da metade de sua renda. Além disso, enquanto do total de entrevistados 46% pediram o auxílio emergencial de R$ 600, entre os que têm crianças ou adolescentes em casa esse percentual chegou a 52%.

“A pesquisa deixa claro que os impactos econômicos e sociais da pandemia afetam mais crianças, adolescentes e suas famílias”, disse a chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação do Unicef no Brasil, Liliana Chopitea, em nota divulgada pelo fundo.

“Suas famílias [que residiam com crianças e adolescente] tiveram as maiores reduções de renda; a qualidade da alimentação que recebem piorou, e muitos de seus direitos estão em risco. É fundamental entender esses impactos e priorizar os direitos de crianças e adolescentes na resposta à pandemia”, disse a representante adjunta da organização no Brasil, Paola Babos, referindo-se a outros aspectos avaliados na pesquisa, como a segurança alimentar e nutricional.

Hábitos alimentares

Questionados se, em suas casas, hábitos alimentares tinham sofrido mudanças a partir de 24 de fevereiro, quase a metade dos entrevistados (49%) respondeu que sim. Já entre os que moram com crianças e adolescentes, esse percentual foi de 58%. Ainda entre os entrevistados desse segundo grupo, 31% disseram que passaram a consumir mais alimentos industrializados, como macarrão instantâneo, bolos, biscoitos recheados, achocolatados, alimentos enlatados, refrigerantes e bebidas açucaradas, contra apenas 18% dos que não têm crianças em casas e que afirmaram ter passado a consumir alimentos menos saudáveis.

A pesquisa revela que 21% dos entrevistados passaram por algum momento em que os alimentos acabaram e não havia dinheiro para as compras. A situação é mais preocupante entre aqueles que residem com crianças e adolescentes, em que o percentual dos que enfrentaram semelhante situação chegou a 27%.

A pesquisa encomendada pela Unicef também abordou a situação do ensino durante a pandemia. Dos entrevistados que moram com crianças ou adolescentes de 4 a 17 anos, que estavam matriculados em escolas públicas ou privadas antes da pandemia, 91% disseram que eles continuaram realizando em casa as atividades pedagógicas, sendo 87% com a ajuda da internet.

Para as representantes da Unicef, com a pandemia, as desigualdades podem se agravar, prejudicando ainda mais àquelas famílias que já se encontravam em situação de vulnerabilidade. 

“É importante que os programas regulares de proteção social incluam, de maneira sustentável, todas as famílias vulneráveis. Por isso, [os programas] precisam ser focalizados nas [famílias] que mais precisam, aquelas com crianças, que já apresentavam altos índices de vulnerabilidades, acentuadas pela pandemia. Em momentos de planejamento fiscal e orçamentário, é fundamental olhar a proteção social não como um gasto e sim como um investimento no presente e no futuro do País”, defende Liliana Chopitea.

* Com informações do Unicef Brasil

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