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O filho de Genivaldo Santos, morto aos 38 anos por policiais rodoviários federais em uma "câmara de gás" improvisada dentro de uma viatura, deve receber a indenização de R$ 1 milhão da União por danos morais. O pagamento foi determinado pela Justiça Federal em Sergipe, nessa terça (12).

O juiz Rafael Soares Souza também estipulou direito a uma pensão mensal no valor de dois terços do salário mínimo, o que corresponde a cerca de R$ 800. Ainda na decisão, o magistrado não reconheceu Maria Fabiana Santos como viúva de Genivaldo, mesmo ela sendo reconhecida como a companheira na esfera estadual.

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A união do casal também foi questionada pela Advocacia Geral da União (AGU) no pedido de indenização. A advogada de Fabiana informou que vai recorrer da decisão por entender que esse tipo de processo demora a ser definido.

Um acordo foi firmado entre a Justiça Federal em Sergipe e a AGU estabeleceu que a União pague R$ 405 mil à mãe da vítima, Maria Vicente de Jesus. Do total, R$ 400 mil seria referente ao dano moral e R$ 5 mil ao dano material com o sepultamento de Genivaldo.

Os agentes da PRF William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento ainda serão julgados, possivelmente em júri popular. Em agosto deste ano, o ministro da Justiça Flávio Dino confirmou a demissão dos três. 

O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), solicitou que a família de Genivaldo de Jesus - morto no ano passado dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em "câmara de gás" improvisada por agentes, em Sergipe - seja indenizada. O caso chocou o Brasil e terminou com a prisão de parte dos envolvidos. 

Dino anunciou nesta sexta-feira (6) que já fez contato com o secretário de Acesso à Justiça, Marivaldo Pereira, diante do caso de responsabilização civil do Estado disposta na Constituição Federal. 

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A Procuradoria da República em Sergipe denunciou os três policiais rodoviários envolvidos na abordagem que causou a morte de Genivaldo de Jesus Santos. Ele foi trancado no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e asfixiado com gás de pimenta.

Os denunciados são William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento. Eles já haviam sido indicados pela Polícia Federal (PF) por homicídio qualificado e abuso de autoridade.

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A Procuradoria ainda não deu detalhes da denúncia. O órgão pediu o fim do sigilo do caso, que corre na 7.ª Vara da Justiça Federal em Sergipe.

A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe concluiu, no mês passado, as perícias sobre o crime. Os laudos cadavérico e toxicológico confirmaram que Genivaldo morreu por asfixia mecânica com reação inflamatória das vias aéreas.

O caso aconteceu em maio deste ano em um trecho da BR-101 na altura de Umbaúba, município de 25 mil habitantes no interior de Sergipe. Os policiais rodoviários pararam Genivaldo porque ele vinha de moto sem capacete. A abordagem foi filmada por pessoas que tentaram intervir em favor do motociclista. Após o crime, a família informou que ele sofria de transtornos mentais e já havia sido diagnosticado com esquizofrenia.

Na semana passada, a Justiça Federal mandou a PRF retomar o ensino de Direitos Humanos nos cursos de formação e reciclagem. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal na esteira da morte de Genivaldo.

A Polícia Federal em Sergipe concluiu as investigações sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos e indiciou três agentes da Polícia Rodoviária Federal por crimes de abuso de autoridade e homicídio qualificado - com emprego de asfixia e mediante recurso que impossibilitou defesa. O crime ocorreu no dia 25 de maio deste ano, durante abordagem na qual o porta malas da viatura da PRF acabou transformado em uma câmara de gás.

O inquérito foi encaminhado nesta segunda-feira, 26, ao Ministério Público Federal, órgão responsável pelo oferecimento de denúncia criminal contra os policiais. De acordo com a PF, as investigações contaram com oitivas de testemunhas, interrogatório dos investigados e coleta provas, além de ser abastecido com informações de exame cadavérico, perícias (local do crime e viatura) e de laudos de química, genética e toxicologia forense.

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Como mostrou o Estadão, no início do mês a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP-SE) concluiu os laudos cadavérico e toxicológico sobre a morte de Genivaldo. Os documentos confirmaram que a morte se deu por asfixia mecânica com reação inflamatória das vias aéreas.

A abordagem que resultou na morte de Genivaldo se deu em razão de a vítima estar sem capacete em trecho da BR-101, no município de Umbaúba, interior de Sergipe. Durante a ocorrência, ele foi insultado, recebeu spray de pimenta no rosto e foi colocado no porta-malas de uma viatura da PRF com gás lacrimogêneo.

Os agentes envolvidos na ocorrência chegaram a classificar o falecimento do homem de 38 anos como uma 'fatalidade desvinculada da ação policial legítima'. Em comunicação de ocorrência policial, narraram que foi empregado 'legitimamente o uso diferenciado da força' no caso.

Em junho, a Justiça Federal em Sergipe negou um pedido de prisão preventiva dos três agentes envolvidos na abordagem, feito pela família da vítima. Um mês antes, em maio, os PRFs que participaram da abordagem foram afastados. Na época, a corporação informou que abriu um processo disciplinar sobre o caso.

Um projeto de lei do Senado propõe que o Estado brasileiro pague uma pensão especial vitalícia a Maria Fabiana dos Santos, viúva, e uma pensão temporária a Enzo de Jesus Santos, filho de Genivaldo de Jesus Santos, morto após abordagem de policiais rodoviários federais em Umbaúba, centro-sul de Sergipe, na última quarta-feira (25).

O texto foi apresentado pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senador Humberto Costa (PT-PE), que acompanha o caso desde a divulgação das imagens por populares e teve o apoio de outros senadores. Parlamentares também repercutiram o que chamaram de "barbárie" e pediram investigação e responsabilização dos envolvidos.

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As duas pensões propostas são de R$ 1.212,00 e, segundo o texto (PL 1.388/2022), deverão ser reajustadas pelo índice adotado para as demais pensões do Tesouro Nacional. Para Enzo, o valor deve ser pago até que ele complete 21 anos de idade, ou até 24, se nessa época ele estiver matriculado no ensino técnico ou superior. O texto prevê ainda o pagamento de R$ 1 milhão a Maria Fabiana, a título de indenização por erro do Estado, sem prejuízo de outros valores que venham a ser recebidos por ações contra a União.

“As violentas e assustadoras imagens permitem constatar que após a vítima ser jogada na parte traseira da viatura oficial da PRF, um dos agentes lançou dispositivo que produziu gás intenso no local onde se encontrava Genivaldo. As cenas que se seguem são brutais e remetem ao que mais desumano já ocorreu em toda a história da civilização. Genivaldo se debateu em agonia, gritando e tentando impedir com os pés, enquanto teve forças, que os dois agentes da PRF fechassem a porta traseira. Não resistiu e acabou morrendo minutos depois. Morte decorrente de ação estúpida, excessivamente violenta, desprovida de qualquer razoabilidade e comedimento, mínimos atributos exigidos de agentes policiais que atuam cotidianamente em contato com a população desarmada”, disse Humberto na justificativa da proposta.

Plenário

Os senadores pediram a apuração do caso pelas Polícias Federal e Rodoviária Federal, além do acompanhamento pelo Ministério Público. Ao se solidarizar com a família de Genivaldo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, cobrou uma investigação rigorosa do caso.

“Naturalmente, nós nos solidarizamos, manifestamos os nossos sentimentos. Que o fato seja efetivamente apurado, com todos os rigores da lei, evidentemente”, disse Pacheco durante sessão do Plenário na quarta-feira (25).

Rogério Carvalho (PT-SE) também protestou sobre a forma de abordagem conduzida pelos policiais e reforçou a necessidade de uma apuração célere.

“A barbárie praticada contra Genivaldo chegou à ONU. Exigimos a apuração rigorosa do ocorrido. O mundo está indignado e não vamos nos calar. Estamos na luta por justiça!  Foram várias violências nesse caso que resultou no assassinato de Genivaldo de Jesus. Que o Ministério Público de Sergipe apure as violações de direitos humanos praticadas pelos policiais rodoviários federais envolvidos. Nós sergipanos só sossegaremos quando for feita justiça”, disse Carvalho, na mesma sessão.

O senador ainda defendeu a aprovação do projeto (PL 5.245/2020) de Fabiano Contarato (PT-ES) e relatado por ele que introduz nos cursos de capacitação de agentes de segurança pública e privada "conteúdos relacionados a direitos humanos e combate ao racismo e outras formas de discriminação". A matéria está na Comissão de Segurança Pública do Senado.

Ainda sobre o tema, o Senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou que projeto de sua autoria (PL 5.231/2020), já aprovado no Senado, busca reeducar os agentes de segurança públicos e privados em relação a abordagem no Brasil. Ele pediu que a Câmara delibere sobre a matéria. 

O caso ainda foi repercutido pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jean Paul Prates (PT-RN), Fabiano Contarato e Simone Tebet (MDB-MS). Eles reforçaram a cobrança pela responsabilização de todos os envolvidos e criticaram a forma de abordagem.

“Morte por asfixia mecânica dentro de uma viatura de polícia, dezenas de mortos em operação policial no Rio, resultados de uma política de segurança que exalta o conflito e menospreza a vida”, criticou Simone Tebet (MDB) no Twitter.

O caso

Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morreu após abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal. Imagens feitas por populares que estavam presentes mostram os agentes imobilizando Genivaldo e, em seguida, o colocando dentro da viatura, onde dispararam o spray de pimenta. Segundo laudo da Polícia Civil, Genivaldo morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.

Os quatro agentes admitiram o uso do spray e gás lacrimogêneo dentro da viatura e foram afastados das funções. Tanto a Polícia Federal como a Polícia Rodoviária Federal abriram investigação sobre o caso após o pedido do Ministério Público. O escritório de Direitos Humanos da ONU para a América do Sul também emitiu um comunicado em seu site cobrando das autoridades brasileiras uma investigação "célere e completa”.

Da Agência Senado

O ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil) usou o seu twitter para lamentar a ação policial que resultou na morte de Genivaldo Jesus dos Santos, em Umbaúba, Sergipe. No entanto, Moro afirma que isso é uma "violência policial rara".

"Lamentável ação em Sergipe de 2 policiais da PRF. Mas que não se tome exceção como regra. Conheci de perto a PRF quando Ministro. São profissionais valorosos e a violência policial é rara. Que tudo seja apurado e os culpados punidos. Meus sentimentos à família do sr. Genivaldo", escreveu.

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A vítima, que tinha 38 anos, foi colocada dentro do porta-malas da viatura da Polícia Rodoviária Federal e ficou presa enquanto os agentes liberavam uma fumaça dentro do espaço. No vídeo que circula pelas redes sociais é possível ver o homem de debatendo, mas os policiais seguram as suas pernas até o momento que ele não expressa mais nenhuma reação.

De acordo com o sobrinho da vítima, identificado como Wallyson de Jesus, Genivaldo pilotava uma moto quando foi abordado pelos agentes, que encontraram cartelas de medicamento em seu bolso. Ele ficou nervoso e Wallyson teria informado que o tio sofria de transtornos mentais, no entanto, os policiais o algemaram ainda no chão e colocaram na viatura.

A vítima foi levada pelos policiais para um hospital, onde deu entrada desacordado. Na unidade foi confirmada a morte de Genivaldo.

A morte de Genivaldo de Jesus Santos após uma abordagem de policiais rodoviários federais nessa quarta-feira (25), em Umbaúba, no Sul de Sergipe, foi comparada com tortura nas redes sociais. O termo "câmara de gás" foi um dos mais comentados após a repercussão das imagens em que a vítima, de 38 anos, aparece presa no porta-malas de uma viatura enquanto os agentes liberam um tipo de fumaça dentro do espaço confinado.

A abordagem foi acompanhada por populares, que repreenderam a conduta dos policiais enquanto Genivaldo gritava dentro da mala. Na gravação é possível ouvir a advertência de uma das testemunhas: “vai matar o cara ali dentro”. Em outro momento, uma mulher aponta: “pode gravar isso aí, isso aí é) um crime”.

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Atenção: imagens fortes

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De acordo com o sobrinho da vítima, identificado como Wallyson de Jesus, Genivaldo pilotava uma moto quando foi abordado pelos agentes, que encontraram cartelas de medicamento em seu bolso. Ele ficou nervoso e Wallyson teria informado que o tio sofria de transtornos mentais, no entanto, os policiais o algemaram ainda no chão e colocaram na viatura.

Após inalar muita fumaça, ele desmaiou e foi encaminhado pelos agentes ao Hospital José Nailson Moura, onde deu entrada ainda desacordado. O óbito foi confirmado na unidade de saúde.



O corpo foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Aracaju, onde foi constatado que a morte decorreu de asfixia mecânica e insuficiência respiratória, de acordo com a TV Sergipe. Ele já foi liberado e será velado na casa da mãe, em Mangabeira, em Santa Luzia do Itanhy. 

Familiares registraram boletim de ocorrência na delegacia de município e informaram em depoimento que Givanildo tomava remédio para esquizofrenia há cerca de 20 anos.



O que diz a PRF



A Superintendência da PRF em Sergipe lamentou o ocorrido e informou que abriu procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos envolvidos.

Conforme o comunicado, o homem teria resistido ativamente à abordagem e, em razão da sua agressividade, foram aplicadas técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para contê-lo. Posteriormente, ele teria passado mal e sido socorrido de imediato à unidade de saúde.

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