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O dia dos quatro papas já entrou para história da igreja católica. Dois papas reunidos em uma mesma celebração e outros dois declarados santos em um único dia. A cidade de Ivanovici no sul da Polônia, parou para acompanhar a canonização de seu filho mais ilustre, o papa e agora santo João Paulo II.

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os poloneses lotaram e coloriram uma pequena praça em Ivanovici com pequenas bandeiras. Os fiéis assistiram a cerimônia de canonização e cantaram emocionados. Na Argentina, terra natal do papa Francisco, muitas pessoas também se reuniram para celebrar a data.

Apesar do apelo popular dos papas João Paulo II e João XXIII, a transmissão da cerimônia de canonização neste domingo (27), em São Paulo teve um público pequeno e ficou longe de lotar a sala do Cinemark do shopping Metrô Tatuapé. Apenas 90 pessoas foram até o local para assistir a transmissão de três horas, que não foi realizada ao vivo e começou às 12h - a cerimônia aconteceu às 5h (horário de Brasília) no Vaticano. A sala tinha capacidade para 260 pessoas.

"Para mim, é muito especial, pois o papa João Paulo II teve um contato muito grande com o povo. Fiquei feliz com o fato de o papa Bento XVI ter agilizado o processo para que ele fosse canonizado", comentou a estudante Raquel Azevedo, de 20 anos.

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O público que esteve na sala comentou que a sensação era de estar no Vaticano. "Em alguns momentos, eu senti como se estivesse lá", disse o desempregado Carlos Eduardo Alves, de 25 anos. No entanto, como não havia legendas, os fiéis tiveram de se virar com a celebração em latim. "Até dá para entender algumas coisas, mas acho que o mais importante são os detalhes mesmo, e não o que eles estão falando", afirmou a estudante Beatriz Souza, de 19 anos.

Mirando o público jovem, o Vaticano decidiu recorrer à tecnologia para transmitir a cerimônia de dupla canonização. Pela primeira vez, uma cerimônia de canonização teve transmissão 3D nas TVs e na internet. No cinema, também pela primeira vez, foi possível assistir à transmissão em mais de 20 países do mundo.

Em São Paulo, além do Metrô Santa Cruz, o shopping Boulevard Tatuapé recebeu a transmissão. Moradores de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e Recife também puderam acompanhar a cerimônia no cinema.

A multidão calculada em 800 mil peregrinos que assistiram neste domingo à missa de canonização dos papas João XXIII e João Paulo II prendeu a respiração por um instante e em seguida aplaudiu, entre sorrisos e lágrimas, as palavras que Francisco pronunciou em latim, ao anunciar a decisão de declarar santos os seus dois predecessores.

A fórmula era ritual, mas a emoção foi muito grande diante do quadro que se tinha à frente, com a imagem de quatro papas - Francisco ao lado do papa emérito Bento XVI no altar e os dois novos santos projetados em painéis coloridos na sacada da Basílica de São Pedro. Eram 10h15 (5h15 no horário de Brasília). Uma chuva fina que ameaçava a festa parou de repente e o sol apareceu no céu nublado.

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Teresina Mariani, da cidade de Seregno, província de Bérgamo, soluçou de alegria. Vizinha de Sotto il Monte, terra natal de João XXIII, ela comemorava mais a canonização de João Paulo II. "Tenho uma foto ao lado dele, de quando recebeu em audiência um grupo de Seregno", contava. A seu lado, Mariangela Asmaghi e seu marido Adélio, da cidade de Mera, na mesma região, rezavam a São João XXIII. "Tenho 57 anos e perdi a visão aos 26", disse ela, confiante na possibilidade de voltar a enxergar por intercessão do papa conterrâneo. "Ou dos dois, porque estou recorrendo também a João Paulo II", emendou.

O grupo de italianos estava perdido entre centenas de poloneses que agitavam bandeiras vermelho e branco, suas cores nacionais, e cartazes com declarações de amor ao papa Wojtyla. Num deles apareciam os dois papas santos, ao lado da imagem de Jesus. "Kamyk, Jezu Ufam Tobie", ou "Pedro, Jesus ama vocês," como traduziu uma mulher do nordeste da Polônia. Mais adiante, uma faixa de uns 10 metros presa a balões amarelo e branco (as cores da Santa Sé) ostentava em latim as palavras Deo Gratias, agradecendo a canonização de João Paulo II. Como ocorreu no dia da beatificação, em maio de 2011, os poloneses se destacavam entre os peregrinos que enchiam a Praça São Pedro, a Praça Pio XII e a Via della Concilliazione, até as margens do Rio Tibre.

Início

A cerimônia começou com o canto da Ladainha de Todos os Santos, às 9h45, no momento em que o papa emérito Bento XVI, de 87 aos, chegou ao altar. O povo aplaudiu. Bento XVI foi cumprimentado pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano, arrancando novos aplausos. Entre as quase 100 delegações oficiais presentes, a Televisão Vaticano destacou o rei Juan Carlos e a rainha Sofia, da Espanha, e o ex-presidente da Polônia, Lech Walessa. O Brasil não entrou na lista de delegações, mas dois brasileiros estavam entre as autoridades : o ministro conselheiro da Embaixada do Brasil na Santa Sé, Sílvio Meneses, e o diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Francisco Graziano da Silva.

A homilia do papa, em italiano, durou dez minutos. Francisco comentou o Evangelho do domingo, cantado pelos diáconos em latim e em grego, sobre o episódio em que Jesus mostra suas chagas aos discípulos, aos quais apareceu após a ressurreição. O papa aplicou o texto aos novos santos. "São João XXIII e São João Paulo II tiveram a coragem de olhar as chagas de Jesus", disse Francisco, acrescentando: "Foram sacerdotes, bispos e papas do século 20. Conheceram todas as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Deus era mais forte neles, mais forte era a fé em Jesus Cristo, redentor do homem e senhor da história, mais forte neles era a misericórdia de Deus, que se manifesta nessas cinco chagas, mais forte era a presença materna de Maria".

Delegações

Após a missa, Francisco recebeu cumprimentos das delegações e, em seguida, percorreu a Praça de São Pedro no papamóvel, estendendo o giro à Via della Concilliazione. Os pontos de saída ficaram fechados durante uma hora, até o papa se retirar. Os peregrinos estavam cansados, pois já se encontravam na praça desde a madrugada.

O acesso foi aberto às 4 horas, mas não era fácil chegar aos pontos eletrônicos de controle. As filas duraram uma hora e meia. Os policiais italianos pareciam nervosos e tratavam as pessoas com rispidez. Na Praça de São Pedro, a segurança era mais atenciosa. Um agente que pediu para duas jornalistas francesas descerem de uma fonte desativada, perto do obelisco na área central, irritou-se com a recusa delas, mas só disse que ia se fazer respeitar. Cinco minutos depois, dois policiais chegaram e só com um aceno convenceram as mulheres a descer da fonte.

Quem pretendia dormir na Praça São Pedro para garantir um bom lugar não conseguiu ficar, porque a segurança não deixou. Padre Clairisson Saraiva, de Belo Horizonte, acampou nas redondezas e foi dos primeiros a entrar. "Eu devo minha vocação a São João XXIII, pois ele foi um exemplo para mim, quando entrei para o seminário e fui ordenado aos 32 anos", disse. Também um grupo da Comunidade Shalom, que trouxe 500 peregrinos a Roma, foi obrigado a sair da praça. Diego Macedo, de Fortaleza, e Edionê Cristina Santos, de Marajó, acamparam com outros colegas nas proximidades do Vaticano. Ninguém se queixava do desconforto.

Milhares de fiéis - poloneses, principalmente, mas também latino-americanos e de outros países -, seguiram neste domingo com devoção e carregando suas próprias bandeiras a canonização de João Paulo II e de João XXIII na Praça de São Pedro.

Muitos deles passaram a noite em claro, sob a chuva, para reservar um bom lugar para a cerimônia.

O altar estava localizado aos pés da Basílica de São Pedro e os lugares de destaque foram ocupados pelo papa emérito Bento XVI - muito aplaudido pela multidão -, por cardeais, bispos e delegações oficiais.

Outros milhares de peregrinos foram se aglomerando com o passar das horas nas ruas próximas à praça de São Pedro e avançavam pela Via da Conciliação, embora os jovens voluntários da Defesa Civil, formando correntes humanas, tentassem contê-los para evitar incidentes.

Medidas de segurança importantes, mas não proibitivas, cercavam o Vaticano, onde também existiam postos para fornecer assistência médica de urgência e garrafas de água aos peregrinos.

O Vaticano estimou que 500.000 pessoas estavam presentes na região de São Pedro e 300.000 acompanhavam a cerimônia através dos telões instalados em diferentes pontos da cidade, como o Coliseu.

Em certo momento, quando a cerimônia estava prestes a começar, era praticamente impossível caminhar sem esbarrar em alguém.

- Milhares de poloneses invadiram a esplanada -

Os poloneses, o grupo mais notável, que carregavam consigo cadeiras dobráveis, mochilas com comida e almofadas, abriam um espaço para se ajoelhar quando a cerimônia exigia.

"Sinto-me muito feliz, muito comovida e muito cansada depois desta cerimônia", comentou Anna Wiswinska, uma professora polonesa que conheceu João Paulo II em Cracóvia.

"Viemos pelos quatro Papas, os dois vivos e os dois canonizados", contou à AFP a jovem italiana e estudante de engenharia Letizia Montironi.

"Mas acredito que o Papa mais importante para a juventude italiana é Francisco", ressaltou, reconhecendo que sua geração conhece pouco ou nada do papa italiano João XXIII, que convocou o Concílio Vaticano II na década de 60 para modernizar a Igreja.

Provenientes de México, Argentina, Peru, Equador, Chile e Costa Rica, entre outros países, os latino-americanos disseram se sentir mais próximos de João Paulo II, a quem conheceram em suas viagens à América Latina, já que João XXIII, que viajava pouco, faleceu em 1963.

"João Paulo II visitou várias vezes o México e todas as vezes nos dizia que se sentia mexicano. Para nós isso é muito importante. Mas eu vim também porque, quando a minha mãe estava grávida de mim, veio ao Vaticano e ele lhe deu a bênção", contou à AFP Juan Pablo Almeyda, de 23 anos, originário de Guadalajara.

"Eu vim de Madri, onde moro. Estou emocionada por ter tido a oportunidade de presenciar uma cerimônia histórica. João Paulo II era muito bom, se dava bem com todos, por isso gostamos tanto dele", contou a equatoriana Enid Vásquez.

Para María Patricia Cardoza de Peña, do Peru, ir a Roma era o sonho de sua vida.

"Ontem na Basílica deixei a João Paulo todos os pedidos e orações que trouxe de meu país. E hoje me sinto muito emocionada porque aquele Papa era, de certa forma, o cuidador de meus filhos", confessou.

Entre as muitas delegações se destacava a de Uganda, formada por 220 pessoas, algumas com seus trajes tradicionais, contou à AFP o sacerdote Jacinto Shibuca, que guiava o grupo.

"João Paulo II esteve em nosso país em 1993 e sua influência trouxe paz e um melhor entendimento, por isso o amamos tanto", contou.

Cansados devido às longas horas de espera, mas felizes, os peregrinos começaram a abandonar a praça após o papa Francisco percorrer de automóvel, de forma excepcional, a Via da Conciliação, para saudar de perto e despertar alegria e entusiasmo nos fiéis provenientes de todas as partes do mundo.

O papa Francisco declarou neste domingo a canonização de seus antecessores João Paulo II e João XXIII diante de centenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, numa cerimônia sem precedentes que ganhou peso histórico ainda maior com a presença do papa emérito Bento XVI.

Foi a primeira vez na história que um papa em exercício e um papa emérito celebraram uma missa juntos em público, ainda mais em um evento realizado para homenagear dois de seus mais famosos antecessores.

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A presença de Bento XVI foi uma reflexão do ato de equilíbrio que Francisco imaginou ao decidir canonizar João Paulo II e João XXIII numa mesma ocasião, mostrando a união da Igreja Católica ao honrar dois papas igualmente amados por conservadores e progressistas.

Recitando em latim, Francisco disse que, após deliberações, consultas e orações pela divina providência, "declaramos e definimos que os abençoados João XXIII e João Paulo II sejam santos e os incluímos entre os santos, decretando que eles devem ser venerados como tais por toda a Igreja".

A declaração foi recebida com aplausos da multidão que lotou a Praça de São Pedro.

O Ministério do Interior da Itália havia previsto que em torno de 1 milhão de pessoas assistiriam à missa de canonização na Praça de São Pedro, nas ruas dos arredores e em outras "piazzas" nas cercanias, onde foram instaladas telas gigantes de TV para a transmissão da cerimônia.

Reis, rainha, presidentes e primeiros-ministros de mais de 90 países assistiram à missa. Também participaram da cerimônia cerca de 20 líderes judaicos dos EUA, Israel, Itália, Argentina e Polônia, em sinal de reconhecimento dos avanços feitos nas relações entre católicos e judeus durante as administrações de João XXIII e João Paulo II e na dos sucessores que celebraram a canonização de ambos. Fonte: Associated Press.

Um grupo de 25 brasileiros de Curitiba (PR) estendeu colchonetes entre cadeiras dobráveis e mochilas cheias de sanduíches, frutas e garrafas de água bem no centro da Praça São Pedro, na Cidade do Vaticano, para garantir um bom lugar na missa de canonização de João XXIII e João Paulo II, no domingo (27), às 10 horas (5h pelo horário de Brasília). Dispostos a passar a noite deste sábado (26), acampados, torciam para a polícia não expulsá-los, quando os bloqueios forem fechados. Pelo esquema de segurança, os peregrinos só poderiam entrar às 6 horas da manhã de hoje (1h pelo horário de Brasília).

"Estamos dispostos a fazer qualquer sacrifício", disse o funcionário público municipal Paulo Roberto Rossa, que veio com sua mulher Maria Lurdes e a filha Patrícia para assistir à cerimônia. É a primeira vez que o casal viaja à Europa, mas Patrícia já participou da Jornada Mundial da Juventude quatro vezes, em Munique, Sydney, Madri e Rio. Na Itália, visitaram os santuários de Assis e Cássia.

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Os peregrinos, vindos de todas as partes do mundo, lotam a Praça São Pedro. Mesmo cansados após 21 horas de avião, os indonésios Stevan e Liliana Tan, que chegaram na sexta-feira, 25, comemoravam a aventura de voar de Jacarta a Roma, em um roteiro exclusivamente religioso. Perto deles, 150 rapazes e moças do movimento Jovens 2000, da Alemanha, levantavam bandeiras para atrair a atenção. Guiado pelo padre Marcelo Catril, um grupo de chilenos enfrentou três horas de fila para rezar nos túmulos de João Paulo II e João XXIII.

Delegações - O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, anunciou que o papa emérito Bento XVI aceitou o convite de Francisco para participar da missa de canonização. O Vaticano divulgou os nomes dos chefes de 93 delegações estrangeiras que assistirão à cerimônia, na ala esquerda do altar do papa. A rainha Elisabeth, que é a chefe da Igreja Anglicana, mandou o Duque de Gloucester e consorte. Da Polônia, país natal de João Paulo II, vêm o presidente da República e Lech Walesa, amigo de Karol Wojtyla. O Brasil não consta da relação.

Às vésperas da inédita canonização de dois papas, João XXIII e João Paulo II, milhares de fieis ocupavam a praça de São Pedro, no Vaticano, em busca de um lugar onde passar a noite.

Os espaços previstos dentro e fora da praça nem sempre garantem uma boa visão. Por um bom lugar, vale a pena acampar desde sábado, pensam muitos, ainda que telões tenham sido espalhados por toda Roma para transmitir a cerimônia.

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Para os milhares de peregrinos - estima-se cerca de 1 milhão - especialmente aqueles que vieram da Polônia e da América Latina, qualquer esforço vale para estar presente neste evento sem precedentes na história: dois papas canonizados perante dois papas vivos.

- Seminaristas e latino-americanos entre as testemunhas -

Um dos grupos que mais chamam atenção é o dos 33 seminaristas do Instituto Redentoris Mater de Macerata, do sul da Itália, que está acampado praticamente na porta do escritório da assessoria de imprensa da Santa Sé, a um passo da praça de São Pedro.

Estenderam mantas pelo chão, levaram sanduíches para aplacar a fome e fizeram algo como um piquenique, com violões e muito canto: o repertório foi de "La Bamba" a "Volare", passando pela clássica "O Sole Mio". Quem passava, aplaudia os jovens religiosos com entusiasmo.

"Viemos celebrar João Paulo II, que inaugurou a pedra fundamental do nosso seminário, e pedir-lhe que nos ajude na evangelização, especialmente na China", contou à AFP Joel Levi, um seminarista da Costa Rica.

- E o papa Francisco? -

E o papa Francisco? "É uma pessoa maravilhosa. Agora temos um papa que é missionário, que nos convida a sair da Igreja", disse.

Mais adiante, um grupo de chilenos com a bandeira nacional em mãos repetia "Chi Chi Chi le le le, viva Chile" em alto e bom som. No grupo estavam várias senhoras de meia-idade, que foram a Roma especialmente para a canonização.

"João Paulo II ajudou muito quando esteve no Chile para que voltássemos a ter democracia. Nos deixou um grande ensinamento", disse Teresa Salamanca, de Santiago. "João XXIII foi quem mudou a forma de viver a fé com o Concilio Vaticano II", comentou.

E o papa Francisco? "O papa Francisco está voltando ao que nós devíamos ser porque muitos dos valores da Igreja se perderam. Estamos mais pelo consumismo do que pela fé", lamentou. Dentro da praça, uns 25 peruanos, com a bandeira nas costas, também procuravam um espacinho para dormir.

"Algumas pessoas vieram de Lima. Outros da Europa. Eu vivo na Alemanha. Não podia deixar de participar de um evento de dimensões históricas, que homenageia dois papas tão queridos", disse Cecilia Straeder.

Natividad Vacuilima, uma senhora de origem indígena do Equador, contou que era a primeira vez que ela ia a Roma e que o fez porque João Paulo II "fez uma visita ao Equador e desde então temos muita fé nele".

Quatro ciclistas pararam para descansar perto da praça. São poloneses, pelo que dizia as regatas vermelhas com a seguinte frase: "Canonização de João Paulo II". O grupo pedalou da Polônia até Roma por 21 dias. Percorreram 2.200 km, contou à AFP um deles. "Para nós, é muito importante estarmos na canonização de João Paulo II. Nós o amávamos. Por isso estamos aqui', confessou Andrzej Michalski, devoto do papa polonês.

Jovens da Arquidiocese de Olinda e Recife realizam evento, no próximo domingo (27), no município de São Lourenço da Mata, em comemoração a canonização do Papa João Paulo II. Além deste Beato, a igreja católica também canonizará o Papa João XXIII, em cerimônia que ocorre às 6h da manhã, horário de Brasília, na cidade de Roma, na Itália.

O evento pernambucano, chamado “Peregrino do Amor”, título pelo qual a juventude tratava o Papa João Paulo II, será divido em duas partes. A primeira ocorrerá no pátio da Igreja Matriz de São Lourenço Mártir, e a segunda no Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas (Codai), na Avenida Doutor Francisco Correia, no centro de São Lourenço.

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A programação do evento conta com caminhada, mesa redonda, louvores, missa e show musical. 

Santos – O Papa João Paulo II liderou a Igreja Católica de 16 de outubro de 1978 até sua morte, em 2 de abril de 2005. Era conhecido como o “Papa da Juventude”. Ele foi  responsável por fundar a Jornada Mundial da Juventude, cuja última edição foi realizada no Rio de Janeiro em 2013. 

João XXIII permaneceu no posto de papa de 28 de outubro de 1958 até 3 de junho de 1963, quando morreu. É considerado o patrono dos delegados pontifícios. 

O papa emérito Bento XVI e o papa Francisco celebrarão juntos a missa de canonização de João XXIII e João Paulo II na manhã de domingo (27) no Vaticano, anunciou neste sábado (26) o porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi. A presença de Bento XVI não havia sido confirmada oficialmente até agora.

O papa emérito, de 87 anos e que renunciou no ano passado, presidirá com Francisco a santificação do pontífice polonês, com quem colaborou por quase 25 anos como prefeito da Doutrina da Fé, ou seja, guardião do dogma.

A ideia de dois papas santos e dois papas vivos provoca muitas expectativas, já que se converterá no "dia dos quatro papas", um momento inédito para a milenar instituição. A cerimônia na praça de São Pedro será concelebrada por 150 cardeais, mil bispos e 6.000 sacerdotes do mundo inteiro.

Também contará com a presença de representantes de todas as religiões, entre eles uma importante delegação judia, para prestar homenagem a dois papas que lutaram contra os preconceitos contra os judeus.

"Será um momento emocionante", comentou na quarta-feira o religioso Liberio Andreatta, presidente da Obra Romana Peregrinações, organizador do evento. "Dois papas vivos e dois papas santos. Imagino que emoção Bento XVI e Francisco sentirão", comentou Andreatta.

A presença do primeiro papa que renuncia em sete séculos à cerimônia não havia sido confirmada "devido a sua idade". O papa emérito compareceu no dia 22 de fevereiro à cerimônia de proclamação na basílica de São Pedro do Vaticano dos primeiros 19 cardeais do pontificado de Francisco.

Foi a primeira vez que o pontífice alemão, que renunciou em fevereiro de 2013 ao trono de Pedro, compareceu a uma cerimônia pública presidida pelo papa argentino.

Dois cardeais que foram secretários particulares dos papas que serão canonizados amanhã - d. Loris Capovilla, de João XXIII, e d. Stanislaw Dziwisz, de João Paulo II - deram seu testemunho sobre a vida deles, na entrevista coletiva do Centro de Imprensa da Santa Sé, mostrando que os dois já eram santos, antes de serem eleitos sucessores de São Pedro.

"Falo como um velho cansado e confuso, mas com a alegria e a profunda emoção de ver o papa Francisco canonizar Angelo Roncalli, de quem fui secretário por mais de dez anos, primeiro quando era o patriarca de Veneza e depois no Vaticano", disse Capovilla, de 98 anos. Residente em Sotto il Monte, no norte da Itália, onde João XXIII nasceu, Capovilla foi nomeado cardeal em fevereiro último.

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Capovilla vai acompanhar a cerimônia pela televisão, porque a idade não lhe permite viajar. Ele participou da entrevista coletiva por teleconferência. Enquanto os tradutores de inglês e espanhol resumiam o que havia falado, o cardeal se agitava em seu escritório, intrigado com a tecnologia da transmissão ao vivo do Centro Televisivo Vaticano. Reagia como uma criança, depois de afirmar que João XXIII nunca foi um santo porque nunca deixou de ser criança.

O cardeal Dziwisz, hoje arcebispo de Cracóvia, que foi secretário de João Paulo II na Polônia e depois durante todo o tempo de seu pontificado, lembrou a vida de oração de Karol Wojtyla. "Ele rezava o tempo todo e tinha grande devoção a Nossa Senhora", disse o cardeal polonês. "Antes das audiências, rezava por quem ia encontrar e, depois das audiências, voltava a rezar pelas pessoas com as quais tinha encontrado",revelou.

Com emoção, Dziwisz disse que estava na ambulância que socorreu João Paulo II, após o atentado de 13 de maio de 1981, na Praça de São Pedro. "O papa não sabia quem havia atirado nele, nem por que tinha feito isso, mas dizia que perdoava o autor do atentado", recordou. "João Paulo II passou por muitos sofrimentos, a começar pela perda da mãe e de um irmão quando era ainda muito jovem", observou.

O papa Francisco deixou inesperadamente a Igreja de Santo Início de Loyola no centro de Roma na noite desta quinta-feira (24), após celebrar missa em ação de graças pela canonização do Padre Anchieta, cancelando uma cerimônia de beija-mão, na qual seria cumprimentado por 50 convidados, numa sala ao lado do altar. Na interpretação dos organizadores da cerimônia, Francisco teria ficado assustado com o assédio de políticos brasileiros que tentavam se aproximar dele. O papa falou apenas com o vice-presidente da República, Michel Temmer, que veio a Roma representando a presidente Dilma Rousseff. Os políticos, que pelo protocolo, não deveriam se aproximar naquele momento, eram os senadores Renan Calheiros, Ricardo Ferraço e Ana Rita, o deputado Esperidião Amin e o ex-senador Gerson Camata.

Tudo estava preparado para o beija-mão, mas Francisco caminhou até a porta principal do templo, onde foi aplaudido umas 100 pessoas que não tiveram acesso à missa e cercado por um grupo de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, em meio a um pequeno tumulto. Em vez de voltar para o beija-mão e de sair por uma porta lateral, o papa pegou seu carro de volta ao Vaticano, se mais explicações. Alguns convidados acharam que ele estava muito cansado, o que seria natural após a programação da Semana Santa. A missa reuniu 1.200 pessoas, selecionadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que convidou o governo e parlamentares, e pela Companhia de Jesus, a qual pertencia São José de Anchieta. O também jesuíta papa Francisco, que canonizou o Apóstolo do Brasil, há três semanas, em 3 de abril, celebrou uma missa festiva, mas de liturgia simples, que duro pouco mais de uma hora.

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O papa leu o texto da missa em português, mas fez a homilia em espanhol. Embora os participantes fossem, na maioria, brasileiros, havia uma delegação de 80 peregrinos e três bispos das Ilhas Canárias, onde Anchieta nasceu na cidade de São Cristóvão da Laguna. Entre os religiosos brasileiros estavam presentes à missa d. Raymundo Damasceno Assis, d. Odilo Scherer, d. João Braz de Aziz, d. Cláudio Hummes e d. José Freire Falcão.

Cerca de 200 padres, mais da metade deles alunos do Colégio Pio Brasileiro, ocuparam as alas centrais da igreja. O superior geral dos jesuítas, padre Adolfo Nicolàs, sentou-se na primeira fila, ao lado do postulador das causas de canonização da Companhia de Jesus, padre Anton Witwoer, e do vice-postulador, padre César Augusto dos Santos. Eles presentearam o papa com uma relíquia de Anchieta, um pedaço do fêmur que se encontra no Pátio de Colégio, em São Paulo.Em sua homilia, de dez minutos, Francisco comentou o trecho do Evangelho sobre a aparição de Jesus a seus discípulos após a ressurreição e falou da alegria de José de Anchieta ao partir como missionário para o Brasil, aos 19 anos de idade. Ao agradecer ao papa a canonização do jesuíta, após mais de 400 anos de processo várias vezes interrompido, d. Damasceno também lembrou o desprendimento e a dedicação de Anchieta aos indígenas e aos marginalizados.

Um e-mail enviado a d.Damasceno pelo Conselho Indígena Missionário (Cimis) informou que um de seus convidados, o Cacique Babau (Rosivaldo Ferreira da Silva), não pôde viajar a Roma para a missa, porque há um mandado de prisão contra ele que dois pedidos de habeas-corpus não conseguiram derrubar. Babau se encontraria com o papa e falaria da situação dos índios.

O papa Francisco celebrará nesta quinta-feira, às 18h (13h no horário de Brasília), na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma, missa de ação de graças pela canonização, no último dia 3, do padre José de Anchieta. A cerimônia terá 1,2 mil convidados, a maioria de brasileiros.

A procura de interessados em participar da cerimônia foi tão grande que os jesuítas se arrependeram de não ter escolhido a Basílica de São Pedro ou a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, para que todos pudessem ser atendidos.

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"Vamos utilizar a capacidade máxima do templo e todos ficarão sentados nessa missa particular, que, por estar sendo celebrada pelo papa, obedece a normas rígidas", disse o vice-postulador da Causa de Canonização, padre César Augusto dos Santos, diretor do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano, coordenador da celebração. As portas da igreja serão fechadas uma hora antes da chegada de Francisco.

A lista de convidados inclui 32 cardeais, arcebispos e bispos e cerca de 200 padres. Além deles, participarão católicos brasileiros residentes em Roma ou vindos do Brasil para a cerimônia. A diretoria da Fundação Padre Anchieta estará toda presente na lista organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Companhia de Jesus, a qual pertencia São José de Anchieta, canonizado em 3 de abril.

A Embaixada do Brasil na Santa Sé também organizou uma lista de convidados, 25 dos quais foram incluídos numa relação de 50 pessoas que, no fim da cerimônia, cumprimentarão o papa na fila do beija-mão. A embaixada pediu 150 convites especiais, mas o cerimonial exigiu que o número fosse limitado, com 25 selecionados pelo governo brasileiro e outros 25 pela organização da Igreja.

Até esta quarta-feira, 23, não havia sido divulgado se a presidente Dilma Rousseff enviaria um representante de Brasília, em princípio o ministro Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria Geral da Presidência da República. Os governadores de Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Espírito Santo, onde Anchieta atuou como missionário, foram convidados, mas nenhum deles confirmou presença. É certo que deputados e senadores assistirão à missa como convidados.

Salvador

O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, d. Murilo Krieger, que viajou a Roma para a missa em homenagem a São José de Anchieta, está voando de volta para inaugurar domingo a Paróquia de Nossa Senhora dos Alagados e de São João Paulo II, na periferia da capital baiana. "Vou assinar o decreto de criação imediatamente, após o papa Francisco canonizar João XXIII e João Paulo II, no dia 27, na Praça de São Pedro", informou o arcebispo primaz.

Tanto d. Murilo como o padre jesuíta José Acrísio Vale Sales, administrador do Santuário de Padre José de Anchieta, na cidade de Anchieta, a 90 quilômetros de Vitória, acreditam que a canonização do missionário dará grande impulso à devoção dos fiéis, pela divulgação da vida dele. "Padre Anchieta estendeu a sua atuação evangelizadora a vários campos, como a literatura, o teatro, à defesa do meio ambiente e à educação", observou padre César. A CNBB pretende que a Igreja proclame o jesuíta Patrono dos Catequistas.

"Não faz sentido achar que Francisco tenha canonizado Anchieta por ser também jesuíta, pois ele conhece bem a espiritualidade de Santo Inácio e tenderia a ser até mais exigente para decretar a canonização", disse padre César. Quanto ao fato de o papa ter dispensado a comprovação de um milagre para considerar Anchieta santo, ele voltou a dizer, como vice-postulador da causa, que mais importante são as obras e fama de santidade que o novo santo sempre teve.

Papas santos

Ainda em clima de comemoração da Páscoa, na semana após o Domingo da Ressurreição, os peregrinos que vieram a Roma só agora começam a se integrar no cenário da canonização de João XXIII e João Paulo II,. Cartazes com fotos dos dois papas, geralmente em montagem com a imagem do papa Francisco, começam a aparecer nas vitrines, enquanto as livrarias lançam relançam suas biografias e escritos. Entre elas, o livro Papa Giovasnni Roncalli, il Santo, de autoria do jornalista e historiador Marco Roncalli, sobrinho-neto de Angelo Giuseppe Roncalli.

A figura de João Paulo II é predominante no Vaticano e no comércio religioso dos arredores. Na Igreja de Santo Spirito in Sassia e santuário da Divina Misericórdia - devoção do polonês Karol Wojtyla - tem um altar com enorme painel dele. A presença de poloneses na Audiência Geral das Quartas-Feiras, nesta quarta, ainda era pequena, mas a expectativa é de que milhares de conterrâneos cheguem a partir desta sexta-feira, 25. Fala-se em 1 milhão de poloneses, assim com se fala numa multidão de 5 milhões a 8 milhões de pessoas para domingo. Parece exagero, pois seria duas vezes a população de Roma. Em 2011, cerca de 1,5 milhão de fiéis assistiram à beatificação de João Paulo II.

O Papa Francisco declarou santo o jesuíta espanhol José de Anchieta, conhecido como o apóstolo do Brasil, por seu trabalho de evangelizador dos índios no século XVI, informou o Vaticano.

"Era uma figura muito importante. Trata-se de uma personalidade que goza de um culto amplo e contínuo", explicou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

Junto com o jesuíta espanhol, foram canonizados dois missionários canadenses, Francesco de Laval, bispo de Quebec (1623-1708), e María Encarnación, llamada Maria Guyart (1599-1672), fundadora de um mosteiro na mesma cidade canadense.

Trata-se da segunda vez que o papa argentino autoriza uma "canonização equivalente", ou seja, que não está fundada em um milagre e que se proclama sem cerimônia solene.

Anchieta, nascido em 19 de março de 1534 em San Cristóbal de La Laguna (Tenerife), foi um missionário com uma excelente formação, que chegou ao Brasil com 19 anos na companhia do padre Manuel de Nóbrega. Para celebrar a canonização, o papa Francisco realizará uma missa em Roma, provavelmente em 24 de abril.

Em uma carta dirigida ao papa argentino, o padre-geral dos jesuítas, Adolfo Nicolás, agradeceu ao pontífice por "elevar como exemplo para o mundo inteiro" a figura de Anchieta. "Constitui uma ocasião para retomar com força seus horizontes que são sempre atuais pela sensibilidade que teve à frente da diversidade étnica e pluralismo religioso, cultural e social", escreveu.

A assinatura do decreto de canonização do beato José de Anchieta foi adiada para se ajustar à agenda do papa Francisco. A informação foi transmitida nesta quarta-feira (2) pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer. “Não tem nada adiado. Simplesmente, por alguma razão, não coube na agenda do papa”, minimizou dom Odilo sobre a mudança. A proclamação do jesuíta, um dos fundadores da cidade de São Paulo, prevista para hoje (2), foi transferida para esta quinta-feira (3).

Ele disse que sabia da possibilidade de que a assinatura fosse postergada, desde a tarde de terça (1º). “Tive a sinalização de que isso pudesse ocorrer ontem à tarde. Mas, foi hoje de manhã, às 6h30, que eu recebi um telefonema dizendo que isso [transferência] de fato se confirmava”, contou. Dom Odilo ressaltou que a decisão de canonizar Anchieta já está tomada. “É um fato confirmado, que a Igreja vai fazê-lo”, enfatizou.

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Anchieta será canonizado junto com dois beatos nascidos na França, ligados à evangelização do Canadá: Maria da Encarnação Guyart e o bispo Francisco de Montmorency-Laval. O arcebispo disse ainda que “não é raro, muito menos único”, o caso de Anchieta, que será considerado santo sem ter seus milagres comprovados. “O que importa é a vida santa, o exemplo de vida”, explicou dom Odilo. De acordo com ele, os atos sobrenaturais partem diretamente de Deus, e são apenas intermediados pelos escolhidos. “Não é o santo que faz milagre. É Deus quem faz o milagre”, disse, ao explicar porque a questão não é fundamental na canonização.

Segundo dom Odilo, a demora para o reconhecimento de Anchieta como santo está ligada a uma “campanha de difamação”, feita contra a ordem dos jesuítas. “Foram atribuídas muitas barbaridades, que eles não fizeram”, disse sobre as acusações de que a Companhia de Jesus fazia “batizados à força” e “escravizava indígenas”. O arcebispo lembrou que, no século 18, os jesuítas chegaram a ser expulsos do Brasil, por ordem do Marquês de Pombal.

José de Anchieta nasceu em 1534, na Espanha. Ingressou na Companhia de Jesus e, quando se tornou jesuíta, foi designado para o Brasil, em 1553, como missionário. Em 1554, chegou à capitania de São Vicente, onde, juntamente com o provincial do Brasil, padre Manoel da Nóbrega, fundou aquela que seria a cidade de São Paulo. No local, foi instalado um colégio e seu trabalho missionário começou.

Anchieta desempenhou intenso trabalho no colégio, o primeiro dos jesuítas na América, informou texto publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Ele ensinou a língua portuguesa aos filhos de índios e portugueses. O padre Anchieta também estudou a língua dos indígenas e compôs a primeira gramática da língua tupi. No mesmo idioma dos índios escreveu um catecismo, várias peças de teatro e hinos.

Ao longo dos anos percorreu o litoral, desde Cananeia, no sul de São Paulo, até o Recife, para acompanhar as várias missões que os jesuítas faziam no Brasil. No Rio de Janeiro, em 1582, iniciou a construção da Santa Casa de Misericórdia, destinada a assistir os doentes e as vítimas das frequentes epidemias. Durante sua trajetória, deu atenção especial aos pobres e doentes, aos grupos indígenas ameaçados e aos negros escravizados. José de Anchieta morreu no dia 9 de junho de 1597, sendo reconhecido como o "apóstolo do Brasil".

José de Anchieta será o terceiro santo que tem ligação com o Brasil. Os outros dois são Madre Paulina, nascida em território inicialmente austríaco, hoje pertence à Itália, que viveu no Brasil e foi canonizada em 2002; e Frei Galvão, nascido em Guaratinguetá (SP) e canonizado em 2007. 

A canonização de José de Anchieta, marcada para esta quarta-feira (02), foi adiada para amanhã (3), pela manhã, segundo informou a Rádio Vaticano, veículo oficial da Santa Sé. O Papa Francisco assinaria nesta quarta, no Vaticano, o decreto de canonização do jesuíta beato José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil. Apesar do adiamento, a programação em homenagem ao padre está mantida em São Paulo para hoje.

Os sinos de todas as igrejas de São Paulo devem tocar, por determinação do cardeal-arcebispo d. Odilo Scherer, às 14 horas desta quarta. O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Leonardo Steiner, recomendou a todas as dioceses que participem da comemoração, acompanhando a iniciativa do cardeal de São Paulo.

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A principal celebração será feita no Centro da capital paulista, no Pátio do Colégio, antigo Colégio de Piratininga, criado por Anchieta e pelo padre Manoel da Nóbrega em 25 de janeiro de 1554, data que coincide com a fundação da cidade de São Paulo. À noite, haverá celebrações nas paróquias, com o canto ou recitação do Te Deum laudamos (Deus, vos louvamos), em ação de graças pela canonização.

D. Odilo presidirá uma cerimônia na Catedral da Sé, às 18 horas, e no Pátio do Colégio será cantado Te Deum às 19h30. Nos dois locais será descerrado um painel de sete metros com estampa de Anchieta.

Missa

Às 18h do dia 24, o papa celebrará missa em homenagem a São José de Anchieta na Igreja de Santo Inácio, em Roma. O organizador da cerimônia, o jesuíta padre César Augusto dos Santos, um dos vice-postuladores da causa de canonização, informou que estão sendo convidadas mil pessoas, entre as quais membros da CNBB. Um convite será encaminhado também ao governo brasileiro, por meio da Embaixada do Brasil na Santa Sé.

Padre Geraldo Lacerdine, porta-voz da Companhia de Jesus em São Paulo, informou que os jesuítas estão programando uma grande celebração de ação de graças para 9 de junho, festa litúrgica de São José de Anchieta. Ele foi beatificado em 1980 e é lembrado nessa data, por ser o dia de sua morte. No dia 2 de junho, às 19h, os jesuítas cantarão o Te Deum na Igreja de São Luís, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Bela Cintra.

Decreto

A canonização de Anchieta será por decreto, dispensando a exigência de comprovação de um milagre. A iniciativa de fazer desse modo partiu do próprio papa Francisco. A assinatura dos decretos ocorrerá em audiência do papa ao cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

Os hotéis e alojamentos em Roma já estão quase todos reservados, a menos de um mês e meio da dupla canonização do Papa João Paulo II e do Papa João XXIII, indicou nesta quinta-feira (6) a Federação Italiana de Hotelaria Federalberghi.

Para o fim de semana de 26 e 27 de abril - as canonizações serão celebradas na Praça de São Pedro no domingo, dia 27 - mais de 82% dos quartos já estão reservados. Dos 3.178 hotéis, albergues e alojamentos de habitantes inscritos no site do Booking.com da capital, apenas 509 ainda têm lugares disponíveis. "A situação é boa. Espero, e isso seria muito positivo, que a lotação seja completa", declarou o presidente da Federalberghi em Roma, Giuseppe Roscioli, citado pela agência Ansa.

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A canonização do Papa Karol Wojtyla, ainda muito popular entre os católicos, deve atrair centenas de milhares de europeus, e principalmente poloneses. Já João XXIII, muito amado na Itália, deverá atrair menos fiéis. A cidade eterna espera um fluxo comparável apenas ao do funeral de João Paulo II em 2005, que reuniu milhares de pessoas.

O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, está só aguardando a definição da data de canonização do Beato Padre José de Anchieta para acertar uma série de comemorações, na arquidiocese, em homenagem ao missionário jesuíta que, ao lado do Padre Manoel da Nóbrega, foi um fundadores da cidade, no Pátio do Colégio.

"O papa Francisco assinará o decreto de canonização no início de abril, portanto daqui a um mês, mas ainda não sabemos em que dia isso será feito", disse d. Odilo, neta quarta-feira, 5, em entrevista convocada para a abertura da Campanha da Fraternidade. O cardeal se reunirá nesta quinta-feira, 6, com o clero para planejar a celebração. "Vou mandar tocar os sinos de todas as igrejas na mesma hora para manifestar a nossa alegria", adiantou.

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A festa pela canonização de Anchieta, que foi declarado beato por João Paulo II em 1980 e agora será proclamado santo, envolverá a sociedade civil e instituições que, como a Fundação Padre Anchieta (Rádio e TV Cultura), estão ligadas a seu nome. Haverá um ato público com a presença de autoridades civis e religiosas. As comemorações se realizarão em diversas etapas e em várias cidades.

"Estamos envolvidos na canonização há bastante tempo, eu e todos os bispos brasileiros", observou o cardeal de São Paulo, lembrando que no ano passado os participantes da assembleia geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviaram uma petição a Francisco, com um apelo para que Anchieta fosse declarado santo logo. A opção por um decreto, em vez de uma solenidade na Praça de São Pedro, no Vaticano, foi do papa.

Sobre o lançamento da Campanha da Fraternidade, cujo tema na quaresma de 2014 é Fraternidade e Tráfico Humano, d. Odilo afirmou que a exploração da pessoa é uma realidade aviltante que não está tendo suficiente atuação das autoridades. "Temos no Brasil delitos perversos que só se pode combater, se tivermos grande consciência social", advertiu.

O texto-base da Campanha da Fraternidade enumera quatro tipos de exploração da pessoa: exploração no trabalho, tráfico de órgãos, exploração sexual e exploração do trabalho de crianças e adolescentes. Entre as medidas que já vêm sendo tomadas pela Igreja para eliminar esses males, o arcebispo de São Paulo cita a conscientização dos fiéis, o apoio às vítimas e a ação pastoral.

O Vaticano adotará um teto de custos para os processos de canonização. O anúncio foi feito pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. A medida representa mais um passo rumo à moderação pedida pelo papa Francisco desde o primeiro dia de seu pontificado.

A partir de agora, os investigadores que atuam nos casos de canonização terão de obedecer a um "preço de referência". A intenção é coibir os gastos excessivos e tornar os processos mais justos e equitativos. São recorrentes os casos de canonização patrocinados por ricos doadores que tramitam mais rápido do que processos carentes de recursos. Fonte: Associated Press.

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O papa emérito Bento XVI deve participar, ao lado do papa Francisco, da cerimônia de canonização de João Paulo II e João XXIII, prevista para 27 de abril de 2014. "Não há motivo, seja doutrinário ou institucional, que o impeça de participar de uma cerimônia pública", declarou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano. "Não existe razão para excluir essa possibilidade."

Os papas João Paulo II e João XXIII devem ser declarados santos em 27 de abril de 2014, segundo um anúncio feito pelo papa Francisco nesta segunda-feira durante reunião com cardeais no Palácio Apostólico.

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Em julho, o papa Francisco disse que canonizaria dois dos papas mais influentes do século 20 juntos, ao aprovar um milagre atribuído a João Paulo II e ao entender que, devido às ações e postura de João XXIII, ele não precisaria da aprovação de um ato miraculoso.

Analistas disseram que a decisão de canonizá-los juntos visa a unificar a igreja, pois cada um tem seus próprios críticos e admiradores. Francisco é claramente um simpatizante de ambos: no aniversário da morte de João Paulo neste ano, Francisco rezou junto aos túmulos dos dois, o que foi visto como uma indicação de que ele vê uma grande continuidade pessoal e espiritual neles. Fonte: Associated Press.

Foi um dia histórico no Vaticano: o Papa Francisco autorizou nesta sexta-feira a canonização de João Paulo II (1978-2005) e de João XXIII (1958-1963), e também publicou a sua primeira encíclica, escrita a quatro mãos por dois pontífices.

A canonização de Karol Wojtyla acontecerá oito anos após sua morte, um recorde histórico. Já durante os funerais do carismático Papa polonês, os fiéis clamavam "Santo Subito!", enquanto normalmente são necessários vários anos para dar início ao processo de beatificação e canonização. Mas o Papa Francisco surpreendeu ao anunciar a canonização de João XXIII.

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O chamado "Papa bom", Angelo Giuseppe Roncalli, é considerado como pai da renovação da Igreja católica por ter lançado o Concílio Vaticano II, que traçou mudanças profundas como o abandono do latim e do uso obrigatório da batina, mas especialmente por imprimir a liberdade de consciência e a abertura a outras religiões e aos não crentes.

Jorge Bergoglio também tem, a seu modo, revolucionado a Igreja, empreendendo reformas na Cúria romana e nas finanças do Vaticano.

Sinal da determinação do novo Papa em encaminhar as duas canonizações, o decreto assinado por ele nesta sexta-feira reconhece a atribuição de um milagre por intercessão de João Paulo II, enquanto no caso de João XXIII Francisco considera que não era necessário demonstrar que intercedeu em um milagre.

A data da cerimônia de canonização não foi fixada, mas "poderá ocorrer no final de 2013", segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

De acordo com fontes citadas pela agência de informações sobre o Vaticano i.media, esta dupla canonização permitirá relativizar a promoção particularmente rápida do Papa polonês que, com certeza, marcou a história -principalmente pela queda do comunismo-, mas em torno do qual ainda permanecem áreas cinzentas, como a gestão da Cúria e os casos de pedofilia dento do clero.

Outra razão que explica a decisão de celebrar os dois Papas ao mesmo tempo é a proximidade de Jorge Bergoglio do comportamento de João XXIII. Os abraços distribuídos entre a multidão durante os passeios em "papamóvel", seus improvisos, sua linguagem direta e simples, que contrasta com a personalidade austera e tímida de seu predecessor, o ex-teólogo Bento XVI.

Ainda assim, nenhuma divergência doutrinária separa os dois Papas que coabitam no menor Estado do mundo, após a renúncia histórica do Papa alemão, que surpreendeu o mundo inteiro em fevereiro.

Como prova, a primeira encíclica da história escrita "a quatro mãos" por dois Papas, sob o título "Lumen fidei" ("A luz da fé"). Iniciada por Bento XVI, este texto de 85 páginas foi retomado, completado e assinado por Francisco.

Na encíclica, Francisco afirma que a fé é "o bem comum" e reitera a oposição do Vaticano ao casamento gay. Ele também argumenta que a fé continua a ser relevante, frente ao sentimento generalizado, principalmente nas sociedades ocidentais, de que é uma coisa do passado, uma "ilusão". Jorge Bergoglio defende o contrário, que a fé ilumina "o presente.

Neste texto, o Papa faz um apelo aos fiéis para que "não sejam arrogantes", mas "abertos ao diálogo", incluindo com aqueles que não creem. "A fé não é intransigente, ela cresce em um ambiente de convivência de respeito ao outro".

Esta é a primeira encíclica da história do catolicismo escrita por dois pontífices, já que Bento XVI iniciou a redação antes de renunciar ao pontificado. Os dois pontífices se encontraram na manhã desta sexta, nos jardins do Vaticano durante a inauguração de uma nova estátua de bronze do arcanjo São Miguel.

Jorge Bergoglio abraçou com afeição Joseph Ratzinger, que o convidou pessoalmente a esta cerimônia, uma maneira de homenagear o dia da publicação da encíclica.

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