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Durante o Traslado, a segunda romaria do Círio de Nazaré, professores e estudantes dos cursos de fisioterapia, enfermagem, psicologia e biomedicina da Universidade da Amazônia (Unama) atenderam promesseiros e outros devotos na visita da Imagem Peregrina à unidade da instituição, nesta sexta-feira (6), no município de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. A grande procissão do Círio acontece sempre no segundo domingo de outubro, na capital paraense.

Professores e estudantes se reuniram em pontos dentro e fora da instituição. As equipes começaram a acolher promesseiros desde a quarta-feira (4). Os romeiros chegam à Grande Belém após caminhadas de vários municípios em direção à rodovia BR-316, onde fica a universidade, a principal via de acesso a Belém.

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A enfermeira Tamires Soares (foto abaixo), professora da Unama e uma das realizadoras do projeto de atendimento, conta que a ideia nasceu quando ela ainda era aluna da universidade, há dez anos. Inicialmente, o projeto envolvia apenas o curso de enfermagem e agora abrange outras áreas, incluindo também o atendimento psicológico.

Foto: Beatriz Moura/LeiaJá

“Verificamos que os romeiros vêm extremamente cansados e muitas vezes pensam em desistir, com o emocional, de fato, abalado [...] O projeto visa fazer todo esse atendimento à população, em especial a esses romeiros”, explica Tamires Soares.

Os acadêmicos são preparados para atendimento aos romeiros com instruções dos docentes. Eles aprendem nos laboratórios da Unama técnicas específicas para ajudar a quem enfrenta longos percursos a pé. “Eles são orientados, por exemplo, em relação à bandagem com os pés, como é que tem que ser feito e o cuidado necessário”, reforça a professora.  

Emanuele Lisboa, aluna do 4° período do curso de Enfermagem, une o aprendizado para a profissão à oportunidade de ajudar ao próximo pelo segundo ano consecutivo. Cristã, ela afirma que o Círio vai além da dimensão religiosa. “Acho que temos que fazer tudo que a gente puder para ajudar a todos. É por isso que eu participo”, afirma.

Durante o momento de descanso nos pontos de atendimento na universidade, os romeiros recebem o apoio dos futuros profissionais da saúde para a verificação de pressão, do nível de glicose, troca de ataduras, higienização dos pés, além de hidratação e alimentação.

Os romeiros e condutores da Imagem Peregrina durante o Traslado também são recebidos pela universidade com uma mesa de alimentos. O professor Bruno Morais, diretor da Unama em Ananindeua, explica que o serviço tem como objetivo dar forças para os fiéis seguirem seus trajetos. O Traslado se estende por 53 quilômetros entre Belém e Ananindeua e a procissão dura cerca de 10 horas, reunindo no percurso 1,3 milhão de pessoas.

*Por Beatriz Moura, sob a supervisão de Thiago Barros

Carregada com as velas que pretende acender no santuário de Fátima, em Portugal, Rosalina Barros é uma entre os muitos peregrinos que nesta quinta-feira (13) dedicaram suas orações às vítimas do coronavírus.

Como todos os anos, Rosalina viajou para esta cidade, 130 km ao norte de Lisboa, da Madeira, um arquipélago português no Oceano Atlântico. Nesta ocasião, para cumprir uma promessa relacionada à Covid-19.

"Este ano, venho agradecer à Virgem Maria por salvar vários de meus parentes que foram infectados com o coronavírus", explica a mulher de 61 anos à AFP, com seu forte sotaque insular.

Esta é a primeira romaria do ano, ato que não pôde ser realizado em 2020 por conta da pandemia, e seus organizadores estabeleceram um limito máximo de 7.500 fiéis, para garantir o respeito ao distanciamento dentro do recinto - ao ar livre - que, em geral, pode acomodar até 300.000 pessoas.

Este limite fez com que durante os dois dias de festa vários grupos de fiéis se reunissem nas diversas entradas do santuário, onde não puderam entrar por terem chegado muito tarde.

Com máscaras e espalhados por toda a esplanada, de várias centenas de metros de extensão, em frente à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, os milhares de peregrinos tiveram que se revezar para expressar sua fé acendendo velas ou rezando em frente à Capela das Aparições, erguida no local onde três jovens pastores afirmaram ter visto a Virgem em 1917.

Segundo a tradição católica, Maria teria aparecido a eles seis vezes naquele ano, entre 13 de maio e 13 de outubro.

- "Sonhar com um mundo melhor" -

"Os tempos estão difíceis com esta pandemia", diz Elsa Pacheco, uma bancária de 51 anos.

"[A pandemia] tem que acabar e como a peregrinação foi cancelada no ano passado, este ano queríamos muito fazer, pedir", diz a peregrina, visivelmente emocionada, na companhia de outros 17 fiéis que percorreram 130 km por três dias até chegar ao santuário.

Ao cair da noite, a esplanada é iluminada pela multidão de velas que os fiéis carregam silenciosamente, em pé ou sentados em cadeiras dobráveis, durante a tradicional procissão de velas, culminação das celebrações de maio, que se realiza na noite do primeiro dia.

Devido às restrições, os peregrinos tiveram que ocupar círculos pintados no chão, separados uns dos outros, em grupos de não mais de quatro pessoas.

"O mundo, cansado da pandemia que ainda dura, precisa que corramos o risco de sonhar [...] que ousemos sonhar um mundo melhor", declarou na homilia o cardeal português José Tolentino Mendonça, que presidiu à missa da manhã de quinta-feira, regada pela chuva, do altar erguido na esplanada.

O de Fátima é um dos santuários marianos mais frequentados do mundo, como o de Lourdes, na França.

Após seis meses de um estado de emergência sanitária durante várias semanas no último inverno, Portugal iniciou no dia 1 de maio a última fase de um desconfinamento gradual que, por enquanto, não causou nenhuma repercussão na pandemia no país de 10 milhões de habitantes.

A Arábia Saudita sediará, a partir de quarta-feira (29), o haje, a grande peregrinação de muçulmanos a Meca, mas com um número reduzido de peregrinos devido à pandemia de coronavírus, fato inédito em tempos contemporâneos.

Apenas 10.000 sauditas e outros residentes estrangeiros no reino wahhabi poderão realizar o haje este ano, um dos cinco pilares do Islã.

No ano passado, cerca de 2,5 milhões de muçulmanos completaram a grande peregrinação, muitos deles oriundos de outros países.

A imprensa estrangeira também não poderá cobrir esse evento, já que as autoridades sauditas restringiram o acesso à cidade sagrada aos muçulmanos.

O número de pessoas infectadas com Covid-19 no mundo superou, no domingo (26), 16 milhões, das quais 260.000 na Arábia Saudita.

Os peregrinos, protegidos por máscaras, começaram a chegar no final de semana em Meca, onde foram submetidos a verificações de temperatura e isolamento, segundo as autoridades.

Também receberam um kit que incluía pedras esterilizadas para o ritual de apedrejamento, álcool em gel, máscaras, um tapete de oração e um ihram, a túnica branca sem costura que os peregrinos devem usar, de acordo com um documento do ministério do Haje.

Os peregrinos também deverão ser testados para o coronavírus antes de chegar à cidade santa e ficarão em quarentena após a peregrinação.

O governo saudita garantiu que preparou vários centros de saúde, clínicas móveis e ambulâncias para garantir a saúde dos peregrinos, que deverão respeitar as distâncias de segurança.

- Seleção 'opaca' -

Nas últimas semanas, as autoridades receberam uma onda de perguntas e críticas no Twitter daqueles que tiveram negado o acesso a Meca este ano, depois de uma seleção considerada por alguns como "opaca".

A escolha dos peregrinos foi baseada em "razões de saúde", defendeu o ministro do Haje, Mohamad Benten, em declarações à rede saudita Al-Arabiya, na qual descreveu o processo como transparente.

Muçulmanos de 160 países diferentes participaram de um sorteio organizado pelo governo saudita.

"Esse sentimento é indescritível", comentou à AFP Nasser, um nigeriano residente em Riade, escolhido para fazer o haje.

Os peregrinos sauditas foram escolhidos entre um grupo de militares e profissionais da saúde que contraíram a Covid-19, mas que já se recuperaram, de acordo com as autoridades.

Os estrangeiros enviaram suas inscrições on-line e Riade prometeu representar 70% dos peregrinos, embora não tenha indicado o número de candidatos e pessoas selecionadas.

A pandemia pode ter um forte impacto econômico na Arábia Saudita, onde o turismo religioso gera cerca de 12 bilhões de dólares (10,6 bilhões de euros) a cada ano.

Após a queda do preço do petróleo e a paralisia da atividade econômica, Riade adotou medidas de austeridade, como cortes no orçamento, suspensão da assistência social e triplicação do IVA.

"A limitação do haje aos residentes (na Arábia Saudita) representa um custo substancial, mas que a economia pode suportar", acredita Sofia Meranto, analista do Eurasia Group.

Meranto lembra que Riade espera recuperar uma parte da renda perdida por meio da umra, a pequena peregrinação que teve que ser suspensa em março, mas que pode ser realizada em qualquer época do ano.

Meca sofreu um boom imobiliário nos últimos anos com a construção de shopping centers, casas e hotéis de luxo.

Mas a maioria desses lugares ficou deserta com a pandemia, que afetou inúmeras empresas do setor de turismo saudita, das quais centenas de milhares de trabalhadores dependem.

Nesta quinta-feira (25) é comemorado o Dia de São Cristóvão, o santo católico que é considerado o padroeiro dos motoristas e dos peregrinos no Brasil. Na data, as igrejas que o têm como patrono costumam realizar missas comemorativas e abençoar motoristas e veículos.

Uma dessas celebrações acontece na capital paulista, na Paróquia de São Cristóvão. Segundo o padre responsável pela igreja, por ano, milhares de fiéis levam seus carros para benzer. “O número de devotos cresce a cada ano, muitos vêm até a igreja no dia do santo para pedir a benção nos veículos, além dos caminhoneiros, taxistas e carros de passeios, algumas viaturas oficiais da polícia militar, guarda civil, corpo de bombeiro e ambulâncias também procuram a proteção”, afirma padre João Benedicto Villano, 83 anos, que é pároco na igreja há 14 anos.

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Segundo a tradição da igreja, Cristóvão quer dizer “o que leva Cristo” ou “aquele que carrega o Cristo”. “Ele era conhecido por transportar as pessoas nas costas, de um lado para outro em um rio, perto da Síria. Um dia, enquanto ele transportava uma criança achou estranho como ela era pesada e, quando chegou ao outro lado do rio, ele falou para a criança ‘você é a pessoa mais pesada que eu carreguei até hoje, parece até que eu carreguei o mundo’, e o pequeno então disse a ele ‘você não carregou o mundo, mas sim o Senhor do mundo’. Daí surgiu o nome Cristóvão”, conta padre João.

O analista de contas médicas Leandro Aparecido de Carvalho, 43 anos, participa da benção dos carros na Igreja de São Cristóvão há 18 anos. Ele se lembra do dia em que, graças ao santo, ele e sua família se livraram de um terrível acidente. “Sou de Jales, interior de São Paulo, e moro na capital há 24 anos. Em 1999 estávamos voltando de lá, eu, minha esposa e uma cunhada, grávida de sete meses. Na rodovia, o carro que eu dirigia perdeu o freio e quase batemos no veículo da frente. Quando vi que iríamos bater puxei o freio de mão e o carro começou a rodopiar no meio da pista, ficamos virados na contramão. Foi um grande susto e graças à proteção de São Cristóvão não aconteceu nenhum arranhão em ninguém. No volante é preciso ter fé e prudência sempre”, conta.

Leandro de Carvalho e sua família em uma das viagens| Foto: Acervo Pessoal 

 

O taxista José Maria de Lima, 71 anos, trabalha como motorista há 25 anos em Guarulhos, na Grande São Paulo, e não costuma participar da benção dos veículos mas, antes mesmo de entrar para a profissão já tinha devoção ao santo. “Eu já sofri dois assaltos e o Pai (Jesus), junto com São Cristóvão, me deram livramento. Eu só tenho a agradecer”, diz o profissional, que complementa: “Dúvida eu tenho de tudo, menos do celestial”.

Apesar de não ser católico praticante, Lima diz que sempre pede proteção a São Cristóvão para que vá e volte para casa em paz.

 

Serviço

Bênção dos automóveis - Paróquia de São Cristóvão

Onde: Avenida Tiradentes, 84 – Luz – SP

Benção dos veículos: das 6h às 19h30

Quando: 25 de julho

 

Peregrinos de todo o mundo, assim como palestinos, começaram a se reunir nesta segunda-feira para celebrar o Natal perto da Basílica da Natividade, construída sobre a caverna onde nasceu Jesus de acordo com a tradição cristã.

Como é habitual, escoteiros palestinos desfilaram ao som de gaitas pela Praça da Manjedoura, próxima da basílica e que possui uma imponente árvore de Natal.

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Em um ambiente festivo, os alto-falantes tocavam músicas de natal em árabe.

"É uma grande oportunidade estar em um local tão simbólico do Natal", afirmou Léa Gudel, uma estudante francesa de 21 anos.

Em 2017, as celebrações de Natal em Belém - cidade palestina na Cisjordânia ocupada por Israel há mais de 50 anos - foram ofuscadas pela tensão provocada pela decisão americana de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

Esta decisão unilateral provocou manifestações quase diárias nos territórios palestinos, incluindo Belém, cidade separada de Jerusalém por um muro construído pelas autoridades israelenses.

"Apesar do contexto político, cada vez me sento mais feliz de celebrar (o Natal)", disse Abeer Nassr, uma mulher acompanhada por seus filhos.

O arcebispo Pierbattista Pizzaballa, administrador apostólico do patriarca latino de Jerusalém, chegou no início da tarde a Belém, onde celebrará a tradicional missa da meia-noite.

A cerimônia religiosa terá a presença do presidente palestino Mahmud Abbas, assim como de outras autoridades palestinas.

Após vários anos de queda nas visitas de turistas, em consequência do conflito israelense-palestino, Belém registrou em 2018 o seu maior fluxo de visitantes, de acordo com fontes palestinas do setor de turismo.

Ao menos 45 pessoas morreram, entre elas sete crianças, em um acidente de ônibus em uma região montanhosa de Telangana, no sul da Índia, nesta terça-feira (11).

De acordo com as autoridades locais, o veículo transportava cerca de 50 peregrinos que voltavam de uma visita ao popular templo hindu de Anjaneya Swamy. Durante a viagem, o motorista perdeu o controle do ônibus ao tentar evitar um acidente e caiu em um desfiladeiro.

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Algumas pessoas que viram o acidente entraram no ônibus através das janelas quebradas para tentar encontrar sobreviventes. Os feridos foram levados para hospitais da região. Segundo a mídia local, uma investigação foi aberta para apurar a causa do acidente.

"Chocado ao saber do acidente de ônibus, pensamentos com as famílias enlutadas e os feridos", escreveu no Twitter o presidente da Índia, Ram Nath Kovind.

Mais de 100 mil pessoas morrem anualmente nas estradas do país, muitas vezes em decorrência de imprudência no volante, de estradas em péssimas condições e de veículos superlotados. Em julho, 48 pessoas faleceram quando um ônibus caiu em um desfiladeiro no estado indiano de Uttarakhand.

Atenção. O vídeo abaixo contém imagens fortes.

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Da Ansa

Milhares de peregrinos se aglomeravam nesta quarta-feira (17) no aeródromo de Maquehue, na cidade chilena de Temuco, para ouvir as palavras do papa Francisco na expectativa de que elas levem paz a uma zona marcada pelas demandas de terras dos indígenas mapuche.

Desde a madrugada, milhares de fiéis iniciaram a vigília na base aérea de Maquehue, depois de percorreram mais de três quilômetros a pé.

Envoltos em mantas, ou em sacos de dormir, com gorros e parcas para suportar o frio do sul do Chile, os peregrinos aguardavam por horas a missa que oficiará o papa Francisco, o segundo pontífice que visita esta cidade depois de João Paulo II em 1987.

"Acho que vale a pena o sacrifício, porque precisamos muito da mensagem que o Papa traz", declarou Jessica Pinto à AFP, após viajar mais de três horas para poder ver Francisco.

O papa Francisco inicia hoje sua visita a Temuco, o coração da terra dos mapuches, que esperam essa oportunidade para dar visibilidade à sua causa.

Francisco escolheu a cidade de Temuco (800 quilômetros ao sul de Santiago) para fazer contato direto com indígenas mapuches, a etnia mais importante do Chile, que denuncia discriminação e abusos e reivindica a restituição de territórios ancestrais hoje em mãos privadas.

A visita será curta.

O papa deixa Santiago rumo a Temuco, em La Araucanía, onde oficiará a chamada "missa da integração dos povos" na Base Aérea de Maquehue.

A expectativa é que reúna uma multidão tão grande quanto a de terça-feira (16) na capital, que teve um público de 400 mil pessoas.

Depois da liturgia, o pontífice deve se reunir com um grupo de indígenas, cujas identidades ainda não foram reveladas pela organização do encontro. Na sequência, volta para Santiago, onde se reunirá com jovens e visitará a Universidade Católica da capital.

"O programa da visita do Santo Padre reflete sua preocupação com uma zona que viveu tensões importantes, com a qual quer compartilhar uma mensagem de paz e para onde busca levar palavras de esperança que possibilitem o encontro entre as pessoas", disse recentemente o coordenador nacional da Comissão que organiza sua visita ao Chile, Fernando Ramos.

Parece ter-se propagado para La Araucanía a hostilidade contra a presença do papa por parte de grupos minoritários registrada em Santiago. Na madrugada passada, duas pequenas igrejas católicas foram atacadas em meio a um crescente clima de tensão pelas reivindicações de indígenas mapuches.

Em ataques simultâneos, as pequenas capelas situadas na periferia de Temuco ficaram completamente destruídas. Essas investidas se somam às sofridas por outras seis igrejas na capital com mensagens contrárias à visita do papa.

Os ataques incendiários são frequentes na região de La Araucanía. Nos últimos anos, foram mais de 100 atentados contra maquinário florestal e templos religiosos.

Antes da chegada dos conquistadores espanhóis no Chile, em 1541, os mapuches eram donos das terras que vão do rio Biobío a até cerca de 500 quilômetros mais ao sul.

Após sucessivos processos, os mapuches, que representam 7% da população, foram forçados a viver em pouco mais de 5% de seus antigos domínios.

Sem canais de negociação abertos, espera-se que a visita do papa à zona possa servir para aproximar posições nesse conflito de longa data.

Mais de dois milhões de muçulmanos do mundo inteiro começaram, nesta quarta-feira (30), a peregrinação a Meca, um rito com várias etapas no lugar mais sagrado do Islã.

As autoridades sauditas mobilizaram um reforçado dispositivo de segurança, incluindo mais de 100.000 homens, dois anos depois que uma gigantesca confusão deixou cerca de 2.300 mortos - muitos pisoteados - durante o "hajj", um dos cinco pilares do Islã.

Além disso, o "hajj" acontece sob a ameaça do grupo extremista Estado Islâmico, cercado no Iraque e na Síria, mas que continua espalhando o terror, em especial no Oriente Médio e na Europa.

Ao amanhecer desta quarta, já se podia sentir o fervor religioso na Esplanada da Grande Mesquita, com os peregrinos prontos para chegar a Mina, cinco quilômetros ao leste de Meca.

Enquanto alguns esperam no ônibus, outros cumprem o "tawaf", o ritual de dar sete voltas em torno da Kaaba, uma construção cúbica envolta em um pesado manto preto com versículos do Alcorão bordados em ouro. Muçulmanos de todo mundo oram em sua direção.

Nur, uma saudita de 30 anos, acelera o passo. "Ainda tenho de terminar o tawaf" antes de ir para Mina, explica ela, sem se deter.

Já Risvana parece mais tranquila. Sentada em uma cadeira dobrável no meio da esplanada, ela segura seu bebê de seis meses, com quem espera fazer a peregrinação.

"Tenho tudo preparado para ele", afirmou, mostrando a garrafa de água na bolsa.

"A cada vez, surgem novas emoções", conta Tidjani Traore, um funcionário de Benin de 53 anos, que se prepara para sua 22ª peregrinação.

"Há inovações na organização e na recepção aos peregrinos. Agora, por exemplo, as instalações têm ar-condicionado", relata.

- Segurança: prioridade -

Enquanto isso, equipes de funcionários, asiáticos em sua maioria, limpam a esplanada com jatos d'água várias vezes ao dia.

Este ano, os peregrinos iranianos participarão do "hajj". Em 2016, eles não puderam comparecer, devido à ruptura de relações entre a república islâmica e o reino saudita.

Na confusão de 2015, 464 iranianos morreram. Alguns meses depois, Riad e Teerã romperam relações depois que uma liderança xiita foi executada na Arábia Saudita e do ataque às missões diplomáticas sauditas no Irã.

"Garantir a segurança dos peregrinos é nossa prioridade", insistiu nesta terça o porta-voz do Ministério do Interior, general Mansur Al Turki.

Este ano, a peregrinação acontece em um momento de crise entre a Arábia Saudita e seus aliados e o Catar. O reino acusa Doha de apoiar o "terrorismo" e de ser muito próximo ao Irã.

Desde 5 de junho passado, o Catar vive isolado e sob um duro embargo. O bloqueio complica a peregrinação dos catarianos, mas, na semana passada, os sauditas anunciaram que a fronteira ficaria aberta para os fiéis que quisessem ir a Meca. Além disso, aviões sauditas seriam enviados para Doha para transportá-los.

- De cadeira de rodas -

A alguns passos da Kaaba, Fatiya Taha, de 67 anos, não esconde sua alegria.

"Esperava fazer essa peregrinação há quatro anos", disse Taha, a mais velha de um grupo de egípcias, em sua cadeira de rodas.

O ápice do "hajj" será na quinta-feira, com a subida ao monte Arafat para um dia de orações e invocações.

Antes do início dos rituais, o odor do almíscar inunda os acessos. De vivas cores, kanduras, farashas e caftãs — vestes tradicionais dos países de origem dos peregrinos — estão por toda parte.

O peregrino é uma importante fonte de receita para o reino saudita.

O programa de reformas econômicas "Visão 2030", elaborado em um contexto de queda de preços do petróleo, inclui o impulso do turismo religioso. Segundo números oficiais, o número de peregrinos chegados do exterior será maior do que em 2016.

Os iranianos não vão fazer a peregrinação anual a Meca, anunciou neste domingo o ministro iraniano da Cultura, acusando a Arábia Saudita de colocar "obstáculos", segundo a televisão estatal.

"Depois de duas rodadas de negociações sem resultados devido às limitações dos sauditas, os peregrinos iranianos não vão poder, infelizmente, celebrar o Hajj", a peregrinação anual a Meca, disse o ministro Ali Janati.

Uma delegação iraniana viajou para a Arábia Saudita numa última tentativa de chegar a um acordo sobre a peregrinação de fiéis iranianos a Meca. Mas a delegação retornou a Teerã na sexta-feira, sem chegar a um acordo.

"O ministério saudita do Hajj e seus líderes não tinham autoridade para tomar decisões", disse Said Ohadi, presidente da organização iraniana do Hajj. Ele acrescentou que os sauditas não aceitaram as condições do Irã.

O ministério saudita do Hajj indicou, por sua vez, que o lado iraniano era o culpado.

Estas discussões foram a segunda tentativa entre as duas grandes potências rivais no Oriente Médio de estabelecer as condições para a organização da peregrinação deste ano, em setembro, depois de no ano passado um enorme tumulto deixar 2.300 mortos, 464 deles iranianos.

A Arábia Saudita, um país com uma população de maioria sunita, e o Irã, xiita, discordam sobre muitas questões, como a guerra na Síria, onde Teerã apoia o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e Riad os grupos rebeldes.

Um carro carregado de explosivos foi detonado nesta segunda-feira em Bagdá, capital do Iraque, matando ao menos 18 peregrinos xiitas que estavam homenageando um venerado iman (autoridade religiosa muçulmana) em seu aniversário de morte, disseram autoridades. A explosão feriu ao menos 45 pessoas.

Pouco depois da explosão, o grupo Estado Islâmico extremista sunita, que vê os muçulmanos xiitas como apóstatas, reivindicou a responsabilidade pelo ataque em uma declaração online. O grupo disse que o ataque foi realizado por um suicida, mas autoridades iraquianas negaram isso.

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Os militantes frequentemente têm como alvo áreas comerciais e espaços públicos principalmente em cidades e bairros xiitas. De acordo com um oficial da polícia iraquiana, o carro estava estacionado e explodiu pouco depois do meio-dia (horário local).

Milhares de fiéis xiitas têm feito a sua peregrinação nesta semana com destino ao bairro de Kadhimiyah, onde o iman Moussa al-Kadhim, do século 8, está enterrado. As forças de segurança tinham bloqueado as principais estradas em Bagdá antes do ataque para proteger os peregrinos que viajam tradicionalmente a pé a partir de diferentes partes do Iraque.

O ataque de segunda-feira aconteceu um dia depois que dois carros-bomba na cidade iraquiana de Samawah explodiram e mataram ao menos 31 pessoas e feriram outras 52, um ataque que também foi reivindicado pelo Estado Islâmico. Fonte: Associated Press.

Os fieis muçulmanos que participam na peregrinação anual à Meca retomaram nesta sexta-feira o ritual de apedrejamento de Satã, no dia seguinte em que mais de 700 pessoas morreram pisoteadas em um tumulto.

Depois de passar a noite em Mina, uma das cidades dormitórios situadas a 5 km de Meca, os peregrinos se sucediam em uma longa fila pela manhã para cumprir com o ritual, que consiste em jogar pedras contra três colunas que, segundo os muçulmanos, representam o demônio.

A multidão era menos compacta que na véspera, quando ao menos 717 pessoas morreram e 863 ficaram feridas no tumulto, na segunda tragédia a atingir os fiéis em menos de duas semanas na região.

De acordo com uma fonte do Ministério da Saúde, a tragédia aconteceu perto de uma das colunas quando várias pessoas que deixavam o local ficaram diante de um grande grupo de peregrinos que desejava ter acesso à mesma área.

O rei Salman recebeu os responsáveis pela organização do Hajj (peregrinação). O monarca declarou que espera os resultados da investigação e disse que ordenou "uma revisão do projeto" de organização da peregrinação para que os fiéis "celebrem seus ritos em segurança".

Em uma primeira reação oficial, o ministro da Saúde, Khaled al Falih, prometeu uma investigação "rápida e transparente" do acidente, atribuído à falta de disciplina dos peregrinos.

Já o porta-voz do ministério do Interior, general Mansur Turki, disse que "o forte calor e o cansaço dos peregrinos também influenciaram no número elevado de vítimas".

Cerca de dois milhões de pessoas estão na Arábia Saudita para celebrar o Hajj.

O Irã anunciou que pelo menos 90 cidadãos do país faleceram na tragédia e culpou as autoridades sauditas pelo tumulto.

"Por motivos desconhecidos, fecharam um acesso ao local, no qual os fiéis cumprem o ritual de apedrejamento de Satã", acusou o diretor da organização iraniana do Hajj, Said Ohadi.

"Foi isso que provocou esse trágico incidente", disse à televisão estatal iraniana.

O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, considerou que "medidas inadequadas e uma má gestão" de Riad causaram a tragédia.

Imagens divulgadas na Internet mostraram vários corpos inertes no chão e objetos pessoais, como os guarda-chuvas que os peregrinos usavam para se proteger do Sol.

A Arábia Saudita havia realizado importantes obras para facilitar o movimento das pessoas e evitar acidentes como o desta quinta-feira.

Mas um peregrino sudanês que estava em Mina no momento do tumulto afirmou que este foi o pior Hajj dos quatro aos quais ele já compareceu.

"As pessoas estavam desidratadas e desmaiavam" antes do tumulto, relatou, acrescentando que "os peregrinos tropeçavam uns nos outros".

A Arábia Saudita mobilizou 100.000 policiais para garantir a segurança durante a peregrinação, depois que, em 11 de setembro, uma grua desabou na Grande Mesquita de Meca e matou 109 pessoas. Mais de 400 ficaram feridas.

O acidente anterior durante a peregrinação aconteceu em 2006. Em 6 de janeiro daquele ano, 76 pessoas morreram no desabamento de um hotel em Meca. Seis dias depois, 364 peregrinos faleceram em outro tumulto durante o ritual de apedrejamento das pilastras de Satã em Mina.

Após o ritual, que pode durar entre dois e três dias, os peregrinos concluem o Hajj com as cerimônias ao redor da Kaaba, a construção em forma de cubo no centro da Grande Mesquita de Meca, para a qual os muçulmanos se dirigem durante a oração.

O vale de Mina fica a poucos quilômetros de Meca, o principal local sagrado do Islã.

Quase 1,5 milhão de muçulmanos de todo o mundo celebram o Eid al-Adha, a Festa do Sacrifício.

Segundo as autoridades sauditas, o Hajj, um dos cinco pilares do Islã, reuniu 1,4 milhão de pessoas do exterior e quase 600.000 peregrinos que vivem na Arábia Saudita.

Por ocasião da peregrinação, as autoridades anunciaram que estavam em alerta por possíveis atentados, depois que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) atacou as forças de segurança e várias mesquitas xiitas na Arábia Saudita nos últimos meses.

Também haviam sido mobilizados muitos médicos e enfermeiros para enfrentar uma possível epidemia de coronavírus MERS, do qual a Arábia Saudita é um dos principais focos no mundo.

Cinco peregrinos que se dirigiam ao santuário de Fátima, em Portugal, morreram e outros quatro ficaram feridos neste sábado (2) perto de Coimbra (centro), atropelados por um carro enquanto caminhavam pelo acostamento da estrada.

"As vítimas formavam parte de um grupo de mais de 80 pessoas que circulavam por uma parte da estrada destinada aos peregrinos, como a cada ano na época de peregrinação de Fátima", informou à AFP o comandante dos bombeiro de Condeixa (centro), Fernando Gonçalves.

Quatro pessoas morreram na hora e uma quinta a caminho do hospital. O motorista, que também ficou ferido no acidente, havia perdido o controle do veículo.

A cada ano, no dia 13 de maio, centenas de milhares de fiéis visitam a vasta esplanada do santuário de Fátima, a 130 km ao norte de Lisboa, para comemorar as aparições da Virgem Maria. Segundo a fé católica, a Virgem apareceu em seis ocasiões diante de três crianças pastoras entre 13 de maio de 13 de outubro de 1917.

Às vésperas da inédita canonização de dois papas, João XXIII e João Paulo II, milhares de fieis ocupavam a praça de São Pedro, no Vaticano, em busca de um lugar onde passar a noite.

Os espaços previstos dentro e fora da praça nem sempre garantem uma boa visão. Por um bom lugar, vale a pena acampar desde sábado, pensam muitos, ainda que telões tenham sido espalhados por toda Roma para transmitir a cerimônia.

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Para os milhares de peregrinos - estima-se cerca de 1 milhão - especialmente aqueles que vieram da Polônia e da América Latina, qualquer esforço vale para estar presente neste evento sem precedentes na história: dois papas canonizados perante dois papas vivos.

- Seminaristas e latino-americanos entre as testemunhas -

Um dos grupos que mais chamam atenção é o dos 33 seminaristas do Instituto Redentoris Mater de Macerata, do sul da Itália, que está acampado praticamente na porta do escritório da assessoria de imprensa da Santa Sé, a um passo da praça de São Pedro.

Estenderam mantas pelo chão, levaram sanduíches para aplacar a fome e fizeram algo como um piquenique, com violões e muito canto: o repertório foi de "La Bamba" a "Volare", passando pela clássica "O Sole Mio". Quem passava, aplaudia os jovens religiosos com entusiasmo.

"Viemos celebrar João Paulo II, que inaugurou a pedra fundamental do nosso seminário, e pedir-lhe que nos ajude na evangelização, especialmente na China", contou à AFP Joel Levi, um seminarista da Costa Rica.

- E o papa Francisco? -

E o papa Francisco? "É uma pessoa maravilhosa. Agora temos um papa que é missionário, que nos convida a sair da Igreja", disse.

Mais adiante, um grupo de chilenos com a bandeira nacional em mãos repetia "Chi Chi Chi le le le, viva Chile" em alto e bom som. No grupo estavam várias senhoras de meia-idade, que foram a Roma especialmente para a canonização.

"João Paulo II ajudou muito quando esteve no Chile para que voltássemos a ter democracia. Nos deixou um grande ensinamento", disse Teresa Salamanca, de Santiago. "João XXIII foi quem mudou a forma de viver a fé com o Concilio Vaticano II", comentou.

E o papa Francisco? "O papa Francisco está voltando ao que nós devíamos ser porque muitos dos valores da Igreja se perderam. Estamos mais pelo consumismo do que pela fé", lamentou. Dentro da praça, uns 25 peruanos, com a bandeira nas costas, também procuravam um espacinho para dormir.

"Algumas pessoas vieram de Lima. Outros da Europa. Eu vivo na Alemanha. Não podia deixar de participar de um evento de dimensões históricas, que homenageia dois papas tão queridos", disse Cecilia Straeder.

Natividad Vacuilima, uma senhora de origem indígena do Equador, contou que era a primeira vez que ela ia a Roma e que o fez porque João Paulo II "fez uma visita ao Equador e desde então temos muita fé nele".

Quatro ciclistas pararam para descansar perto da praça. São poloneses, pelo que dizia as regatas vermelhas com a seguinte frase: "Canonização de João Paulo II". O grupo pedalou da Polônia até Roma por 21 dias. Percorreram 2.200 km, contou à AFP um deles. "Para nós, é muito importante estarmos na canonização de João Paulo II. Nós o amávamos. Por isso estamos aqui', confessou Andrzej Michalski, devoto do papa polonês.

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A quinta-feira foi marcada por devoção na cidade do México. Milhares de fiéis foram ao Santuário para reverenciar a Virgem de Guadalupe, que é a padroeira do México e também da América Latina. Alguns devotos caminharam de joelhos até a imagem.

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A missa reuniu uma multidão. A festa em homenagem a Virgem é celebrada no dia 12 de dezembro. De acordo com os organizadores, está é a maior peregrinação católica do mundo. 

O jovem A. tem 24 anos e mora em um país muçulmano. O fato de vir de família católica faz de sua casa alvo de constantes ameaças. O sonho do avô era, um dia, ver um papa pessoalmente. A. o realizou ao vir ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, há um mês. Assim como outros 40 peregrinos de países onde existem a perseguição religiosa e os conflitos armados, o rapaz, jurado de morte só por participar do evento, não quer ir embora: está pedindo refúgio ao governo brasileiro.

"Não posso voltar. Já avisaram que matam não só a mim, mas toda a minha família", contava ontem, chorando, na Casa de Acolhida da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, na zona norte da cidade, seu novo endereço. "Durante a JMJ, me senti extremamente livre ao ver milhões de pessoas na rua gritando, cantando, professando sua fé. Estou triste por não ver mais o rosto da minha mãe antes de dormir, mas lá não consigo um bom emprego pelo simples fato de ser cristão, mesmo tendo estudado toda a minha vida e me formado em Artes e Jornalismo."

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Os peregrinos são jovens na casa de 20 anos, egressos de três países: Paquistão, Serra Leoa e República Democrática do Congo. Os congoleses fogem da violência em seu país e se abrigaram com conterrâneos já radicados no Rio. Os demais estão espalhados em paróquias. Alguns trazem marcas de tortura no corpo; histórico de mortes de familiares e de humilhações são comuns.

Para acelerar a adaptação ao novo país, eles têm aulas de português duas vezes por semana, duas horas por dia. A comunicação é toda em inglês. Os jovens se mantêm e se alimentam com a ajuda da Igreja, de fiéis e de voluntários. O contato com a família, raro, é por telefone e internet. Ao Estado, pediram para não terem o nome nem a nacionalidade publicados, por temerem pela segurança dos que ficaram para trás.

"Aqui as pessoas são muito felizes, cada um tem sua religião. É o paraíso. Na minha comunidade, se você é cristão, e não muçulmano, não te dão nem um copo d’água. Sou coagido o tempo todo a virar muçulmano, mas podem cortar a minha cabeça que eu não viro, pois tenho muito orgulho da minha fé", disse outro rapaz, de olhar perdido.

"Mataram meu pai e minha irmã quando ela tinha 7 anos. Minha mãe teve de fugir da nossa cidade. Sofro muita pressão psicológica, o que pode ser pior do que tortura física", relatou outro, para quem a vida de refugiado, ainda que melancólica, se prenuncia melhor do que a de medo que tinha antes.

Processo. Assim que a Jornada Mundial da Juventude acabou, no dia 28 de julho, os jovens pediram ajuda a religiosos com quem mantiveram contato. Já marcaram entrevistas na Polícia Federal, para dar início ao processo por que passam todos os candidatos a refugiados. Os casos serão analisados pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), presidido pelo Ministério da Justiça. A Cáritas de São Paulo tem outros cinco casos. Se forem aprovados, os estrangeiros terão os vistos trocados.

Segundo Andres Ramirez, representante no Brasil do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), são situações-limite, que se enquadram na Lei 9.474, que dispõe sobre o tema e estabelece que "será reconhecido como refugiado todo indivíduo que por fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Peregrinos que esperavam pela vigília de oração da Jornada Mundial da Juventude com o papa Francisco, que teve início às 19h30 deste sábado (27), ocuparam 1,8 km da areia da praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, por volta das 13h30. Os fiéis se alojaram em barracas de camping e sacos de dormir desde a avenida Princesa Isabel, próximo ao Posto 1, onde ficou palco principal do evento, até a rua Constante Ramos, no Posto 4.

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Um grupo de manifestantes entrou em conflito verbal com os cristãos reunidos na noite deste sábado na praia de Copacabana, durante a Vigília dos mais de 2 milhões de fiéis que aguardavam a volta do papa Francisco, no domingo às 10h, para a missa final da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. O embate, embora sem violência física, quebrou o clima de tranquilidade entre os cristãos acampados no local.

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Jovens, peregrinos, padres e até bispos realizaram um flashmob gigante na Praia de Copacabana neste domingo, na tentativa de quebrar o recorde mundial. Enquanto o papa se preparava na sacristia para rezar a última missa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), centenas de milhares de jovens participaram da coreografia, que pretende ser o maior flashmob do mundo, com mais de 3 milhões de participantes. Eles dançaram por mais de dois minutos.

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Milhares de peregrinos enfrentaram chuva, frio e depois sol e novamente chuva nos 9,5 km de caminhada entre a estação ferroviária Central do Brasil (Centro) e a praia de Copacabana (zona sul do Rio). Tiveram de resignar-se à falta de banheiros químicos e, em alguns pontos, a tomar cuidado com ônibus, caminhões e carros, já que a prefeitura não cumpriu a promessa de interditar o percurso ao tráfego para a passagem dos fiéis. Foram problemas menores que parecem não tê-los afetados. A marcha teve como marca a alegria dos peregrinos.

A peregrinação é uma das formas tradicionais de manifestação da religiosidade popular dos católicos. Ela tem um sentido simbólico de "caminhada pela terra em direção ao céu" e é um exercício de orações em grupos e de penitência. Nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJs), as peregrinações têm sido os momentos de confraternização e festa que antecedem a noite de vigília de orações.

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No centro do Rio, os problemas aconteceram em dois locais: na saída da Central e na avenida Presidente Wilson, quando os peregrinos precisaram cruzar para o Aterro do Flamengo. Apenas em dois locais havia banheiros químicos; num deles, só dois, um masculino e um feminino, gerando filas enormes.

A aglomeração maior de peregrinos em filas foi em frente ao Museu de Arte Moderna (MAM), no início do Aterro do Flamengo, onde eram entregues os chamados kit's Vigília, que têm de salada de atum a chocolate, com opções para lanche e jantar.

A enfermeira Elisângela Czekalski, de 27 anos, é cadeirante, veio de Recife para a Jornada e fez a peregrinação acompanhada da irmã e de amigos. Era ela, sozinha, quem empurrava a cadeira. "Tenho de fazer algumas paradas porque dói o ombro, os braços e as mãos, mas vou até o fim", disse Elisângela, abrigada em uma paróquia no complexo de favelas da Maré (zona norte). "Estou amando! Vivenciando cada momento!", falou.

Elisângela estava preparada para passar a noite na praia de Copacabana. "Trouxe tudo: saco de dormir, colchonete, uma manta para não passar frio". Para chegar à praia nos dias de eventos, ela tem usado o ônibus. "Muitos não têm elevador para cadeirantes, mas os motoristas têm sido muito atenciosos".

Um animado grupo de duas equatorianas, três bolivianas (todas freiras, de hábito) e duas peruanas seguia pelo Aterro. "Queremos ver o papa, escutar sua palavra. A peregrinação faz parte disso", disse uma das equatorianas, a professora Irene Uchoa, de 48 anos, que ensina crianças em Quito. "Vamos passar a noite na vigília", garantiu, mostrando um saco de dormir. Mesmo com sapatos, e não tênis (como a maioria dos peregrinos), as freiras não pareciam estar incomodadas com os quase 10 km de percurso até a orla.

Durante a peregrinação, grupos cantavam músicas religiosas - com direito a hits antigos do padre Marcelo Rossi ("o Senhor tem muitos filhos, muitos filhos Ele tem...") -, outros faziam orações. Sempre com muito bom humor. Ao cantar "Garota de Ipanema" com seu grupo, um padre brincou: "Ó, por que estou tão sozinho? Porque sou padre, oras!", provocando gargalhadas ao redor. Quando faltavam 2 km para o fim da peregrinação, um fiel olhou para cima e brincou: "Cadê meu carro, Deus?"

Nem todos seguiram a peregrinação até o fim. A aposentada Marileia Rukuiza, de 63, deixou o percurso na altura da Glória (zona sul), praticamente no meio. "Não consigo ir até o final, mas acho que já fiz a minha parte. Mais tarde, vou para Copacabana ver o papa de perto", disse ela, que é voluntária na Jornada. "Na nossa paróquia, já recebemos até 150 peregrinos, a maioria de países sul-americanos. Não falo espanhol, mas tento, e a gente se entende", disse.

Para jovens do mundo inteiro a ida a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro é algo confirmado há meses. Eles vêem arrecadando dinheiro, realizando atividades religiosas e eventos em prol da viagem. Para outros, o desejo de ir ao evento já era algo irreal, até que o sonho tornou-se concreto.

Inquieto devido o cronograma de atividades da universidade em que estuda, o estudante de engenharia mecânica, Jomário Gama, 22 anos, acreditava não poder ir mais ao evento pelo atraso da instituição educacional devido à greve. “Foi de ultima hora porque as atividades da universidade se desordenaram por causa da greve e eu não iria participar da JMJ”, relembrou.

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Além do compromisso da universidade, Gama tinha também a dificuldade financeira, mas com ajuda de amigos superou. “Na semana passada, no último dia de inscrições uma amiga me emprestou o dinheiro. Hoje estou muito feliz por ter conseguido. A expectativa é muito grande porque como muitos falam a jornada é uma demonstração da vida da igreja“, opinou o estudante. 

A confirmação de última hora foi semelhante na vida da estudante de fonoaudiologia, Tayza Mirella, 23. Ela contou que os participantes do grupo jovem que participa arrecadou dinheiro e conseguiu doações, mas devido a coincidência da semana de provas da universidade não poderia ir. “Eu vi depois, que nem todos os testes chocavam com a semana da JMJ, mas já não dava mais para ir com meus amigos. Foi quando uma professora me falou de um kit peregrino e fez minha inscrição”, relembrou.

Tayza espera trazer renovações para outros jovens e para a igreja quando voltar do evento. “Quero trazer o fortalecimento da fé e ser uma semente de fogo do Espírito Santo para espalhar para os outros jovens e contribuir para uma nova igreja”, deseja.

Também confirmando a ida em poucos dias antes da Jornada Mundial da Juventude, o operário da Arena Pernambuco, Alexandre Porfírio, 28 anos, só conseguiu ir porque alguns trechos da obra paralisaram. “Eu trabalho na frente do asfalto e só pode vir porque as obras pararam e meu chefe me liberou”, comemorou.

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