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Investigado por invadir terras da União, furtar água do Rio São Francisco e desmatar uma área de preservação permanente, o prefeito de Salgueiro, Clebel de Souza Cordeiro (MDB), terá a chance de evitar responder ao processo. O Ministério Público Federal (MPF) sugeriu ao gestor do município localizado no Sertão de Pernambuco a possibilidade de um acordo, autorizado em crimes que não envolveram violência, grave ameaça ou àqueles com pena inferior a quatro anos de reclusão.

Como previsto no Código de Processo Penal, o MPF pode deixar de processá-lo em troca da confissão dos crimes. Caso aceite, Clebel Cordeiro (MDB) se livra do processo, mas terá que reparar os danos causados, pagar multa e prestar serviço à comunidade. Caso não aceite, ele será denunciado junto à Justiça Federal.

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O inquérito aponta que o gestor substituiu cercas e piquetes de demarcação instalados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que é responsável pela administração das obras de transposição do Rio São Francisco. Ele também teria ocupado de forma irregular o equivalente a 2,3 hectares de terra da União.

O MPF esclarece que o objetivo do prefeito era chegar ao Reservatório Mangueiras, de onde retirava água para irrigar plantios em sua propriedade particular. Clebel também seria responsável por desmatar a área de preservação permanente no entorno do reservatório. Segundo o órgão, tal prática contribuía para a contaminação da água que será levada a milhões de pessoas.

O prefeito foi preso em flagrante em dezembro de 2019. A investigação da Polícia Federal indica que a ocupação irregular das terras ocorria desde 2018. A área rural foi desapropriada em 2007 pela União, que pagou indenização a vários proprietários, inclusive ao próprio Clebel.

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O prefeito de Salgueiro, Clebel Cordeiro (PMDB), na segunda parte da entrevista concedida ao LeiaJá, não apenas desabafou ao dizer que a cidade localizada no sertão pernambucano “está um caos”, economicamente falando, como também falou sobre a “oposição ferrenha" que enfrenta

O gestor disse que a oposição não aceita ter sido derrotada, após 16 anos no poder. “Dezesseis anos de poder não são 16 dias. É como uma criança que mama por dois anos. Para você tirar a chupeta da boca dela dá um trabalho. E você tirar de um grupo de 16 anos? É uma oposição ferrenha que, a todo momento, denuncia. Então, é um momento diferenciado em Salgueiro. Nunca teve oposição e agora tem oposição de verdade”, justificou. 

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Como exemplo, Clebel contou que houve uma grande crítica por ele ter realizado um São João gastando uma verba bem menor do que nos anos anteriores. “O São João de Salgueiro era um dos maiores da região, mas se gastava um milhão, um milhão e R$ 200 mil. Este ano foram gastos R$ 200 mil com sanfoneiros locais. Essa economia não é para mim não. É para o povo de Salgueiro para ser revertido em calçamento, em esgoto. O povo daqui quer Marília Mendonça, Safadão, mas tem que mostrar que a nossa realidade é essa. Eu não posso viver uma realidade que é uma fantasia. Eu estou brigando para fazer a coisa certa para a minha cidade se desenvolver”.  

O peemedebista ressaltou que tentam denegrir a sua imagem o tempo todo. “Eles tentam atrapalhar toda hora e você não tem como provar 24 horas que você está correto. Agora, onde tem críticas maldosas, cretinas e covardes, aí não é política, é politiqueiro. Você ter um trabalho de oposição séria e honrada seria digno para Salgueiro, agora quando tem uma política nojenta, isso atrapalha”, disparou. 

Clebel também contou que outra forma usada pelos que são contra seu governo são as redes sociais. “Eu não sei o que é Facebook, não entro justamente para isso. Agora, do outro lado sou pai, sou filho, tenho amigos e aí tem muita gente que sofre em meu lugar. Eu tenho uma esposa que fica sentida pelo que vê e tento mostrar para ela que existe o homem e que existe o político”. 

O prefeito concluiu que, apesar de toda a situação, possui “força de vontade” para reverter o cenário preocupante da cidade e que o seu trabalho é para trazer empresas para o município. Citou, como exemplo, o campus da Univasf – Universidade Federal do Vale do São Francisco - que será construído. Ele acredita que será a “salvação” e que “dará uma nova cara a Salgueiro”.

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Rebatendo as declarações do prefeito de Salgueiro, Clebel Cordeiro (PMDB), que chegou a dizer que a oposição da cidade faz uma “política nojenta”, o vereador da oposição Hercílio de Alencar Carvalho (PSB) declarou, em entrevista ao LeiaJá, que o peemedebista prometeu demais. “Prometeu muito emprego, prometeu fazer tudo a mil maravilhas, tinha a transposição, só que a realidade está sendo outra. Clebel foi eleito prometendo muita coisa, prometeu demais”, cravou. 

Hercílio contou que uma das promessa do atual governo foi procurar “pessoas capacitadas” para fazer parte do secretariado. No entanto, segundo o parlamentar, o prefeito não cumpriu e anda teria aumentado o salário dos secretários em 80%. De acordo com o vereador, eles passaram a ganhar R$ 9 mil; Antes, o valor era de R$ 5 mil. 

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“O transporte escolar também está contra a lei e quebrando toda hora, todo mundo sabe disso. As empresas vindas da Bahia e de Fortaleza são de uma péssima qualidade. Ele também não é de seguir normas. Na minha opinião, Salgueiro corre um sério risco de se transformar em uma cidade que era modelo para o Brasil, que melhor aplicava educação e saúde, agora não tem concorrência para nada. Estou muito temeroso porque se o dirigente perde credibilidade, os governos estadual e federal também perdem. Estamos preocupados porque a gente acha que está tendo muita contrariedade”, falou entre outras críticas. 

Ele também citou as festividades no município. “Fizeram um Carnaval com mais de R$ 1 milhão [gastando]. Prometeram que o São João ía ser bom, quando chegou não passou de mil pessoa, duas mil, o que antes eram 30 (...) prometeu que ía buscar empresa, houve uma jogada de marketing político”, continuou. 

Apesar das críticas, o vereador confessa que houve um processo de desgaste da gestão anterior. “Na minha avaliação, a prefeitura foi muito técnica, se aprimorou muito em cumprir as normas, fazer as coisas da forma que tinha que ser feita, às vezes antipática”, disse. 

Hercílio ainda falou que com o falecimento do ex-governador Eduardo Campos, a cidade ficou “órfã” de líderes. “Eduardo era muito forte, ele também abria as portas nacionais. Lula também vinha muito aqui constantemente”, relembrou ao também creditar as dificuldades na cidade pela crise agravada pelos escândalos de corrupção. “Há uma gangue no poder. Foi um fator determinante para a crise”, disparou, fazendo referência ao cenário nacional de prisões constantes por corrupção.

Em um tom de desabafo misturado com esperança, o prefeito do município de Salgueiro, Clebel Cordeiro (PMDB), em entrevista concedida ao LeiaJá, disse que a cidade está um caos em termos financeiros. “Salgueiro era diferente e hoje a realidade de Salgueiro é totalmente o inverso do que todo mundo está passando no país. Salgueiro está pior do que todo mundo”, disparou. 

Entre outras justificativas, o prefeito apontou como um dos fatores a paralisação das obras da Transposição do Rio São Francisco pelos trabalhos da Mendes Júnior, que ocasionou o fechamento de mais de 100 empresas na cidade. Ele também disse que boa parte da população está desempregada (7 mil desempregados), um cenário bem diferente do que existia há três anos quando havia mais de 14 mil empregos. “É um momento muito difícil também por conta da irresponsabilidade, por conta de quem comeu o dinheiro, que gerou o atraso dentro de Salgueiro. Uma crise política em uma cidade de 60 mil habitantes”, lamentou. 

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O peemedebista diz que agrava a situação o “descontrole da gestão passada”. Antes, o prefeito era Marcones Libório (PSB) “A cidade não tem débito, mas tem descontrole da gestão passada. É uma carreta desgovernada que a gente precisa colocar no eixo. Um trabalho que não é fácil. São besteiras que atrapalham”, diz o gestor, em relação à prestação de contas pendentes.  

Ele também criticou o governo municipal anterior ao seu por ter cancelado todos os contratos em dezembro, a exemplo da coleta de lixo. “Não deixou nada. Na época foi dito que não tinha precatório e, depois, apareceu precatório. Disseram que era a melhor prefeitura do mundo, mas a prefeitura está no caos. Essas coisas que viemos encontrando nesses seis meses e que estamos tentando erguer a cabeça e partir para frente para buscar resultados. Deixaram o alfinete para que a gente possa se engasgar no decorrer do caminho, essas cascas de bananas”, frisou, sem revelar valores. 

O baiano, que mora há 32 anos em Salgueiro, contou que o fato dele “gostar das pessoas simples” favoreceu o resultado que o fez vencer uma oposição que estava na cidade há mais de uma década. Clebel confessou que "um pouco de vaidade" foi outro fator que o influenciou a gerir o município, além do seu lado gestor.

“Político é uma coisa que não sou. Não sou político, eu apesar de tudo, sou comerciante, toco as minhas empresas, mas quando se fala em política, o Brasil está desacreditado. E você precisa provar todo dia que não é desonesto, todo dia precisa provar que veio para trabalhar com honestidade”, disse. 

Clebel garantiu que está fazendo um trabalho de gestão e apenas “a coisa correta”. “Não estou aqui para tirar vantagem nenhuma. Os servidores estão em dia, não uso carro da prefeitura, não uso combustível da prefeitura, não tenho motorista para tentar fazer uma coisa diferente porque se eu tenho um salário que já é alto por que eu vou querer mais?”, indagou.  “Quando você chega dentro, você vê que não é como se fosse sua empresa. Aqui tem um fator que é gerenciar o dinheiro do outro. Quando é do seu é muito fácil, você faz o que quer, mas dos outros você tem que explicar e tentar gerenciar com a maior responsabilidade possível e é isso que eu prego aqui dentro”, completou.

Sobre se irá continuar na política, após todo o cenário desfavorável que encontrou, o prefeito falou que não dá para dizer nem sim nem não. “Só queria 4 anos, mas na hora que você vê um projeto que você está cuidando, que você vê a coisa começar a funcionar e quando estiver faltando detalhes, abandonar e vir outro e desarrumar, aí eu não sei como vai ser o futuro, só a Deus pertence”, ressaltou. 

No disputado mundo do futebol, dar destaque a um clube exige trabalho duro, dedicação e apoio dos torcedores. Não é fácil competir com as grandes equipes, principalmente quando se trata de condições financeiras. Doze anos atrás, o Sertão de Pernambuco viu um modesto time começar a bater asas em meio a esse contexto. Talvez nem o mais o otimista torcedor imaginaria que esse mesmo time alçaria voos dignos de elogios.

Carregando o nome da cidade sertaneja, o Salgueiro, nos últimos anos, vem fazendo grandes campanhas no Campeonato Pernambucano. Na história do clube, ainda há lembranças do ano de 2012, quando o Carcará disputou a Série B do Campeonato Brasileiro. O que algumas pessoas não sabem é que o primeiro objetivo do Salgueiro, na prática, não tinha nada de futebol.

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Em entrevista ao LeiaJá, o fundador e presidente de honra do Salgueiro, Clebel Cordeiro, revelou os fatores que o levaram à criação do Carcará. Segundo o presidente, a cidade era vista como um local perigoso, onde diversas apreensões policiais ocorriam. O município também era tratado como rota para o tráfico da maconha, entre outras ocorrências.

De acordo com Clebel, a criação do Salgueiro serviu para “limpar o nome da cidade”. Conforme o time foi alcançado bons resultados nas competições, o Brasil passou a conhecer o município como a casa do Carcará. “A gente tinha uma cidade mal vista, mal comentada. A gente pensou em criar um time de futebol para alavancar o nome da cidade”, explica Clebel.

E agora que a cidade de Salgueiro está bem por conta do Carcará, esta quarta-feira (28) pode fortalecer ainda mais a imagem do município. Contra o Sport, o time sertanejo busca o título do Campeonato Pernambucano; seria a primeira taça de uma equipe do interior. No vídeo a seguir, Clebel Cordeiro relata parte da história salgueirense:

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