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Dois irmãos gêmeos, de 17 anos, morreram afogados em Petrolândia, no Serão de Pernambuco, no último sábado (18). Dimas e Damião Souza Da Silva andavam próximo ao canal leste da transposição do Rio São Francisco, quando um deles pulou na água e começou a se afogar. O irmão mergulhou em seu socorro, mas nenhum dos dois conseguiu sair da água. 

A Polícia Civil, que investiga o caso, relatou ainda que havia uma criança de 12 anos com eles. Ele tentou puxá-los para a beira do rio, mas não teve sucesso. 

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O Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar o resgate dos jovens, que foram levados para o Hospital Municipal de Petrolândia, mas não resistiram e faleceram. 

 

Em uma reunião entre os 27 governadores e o presidente Lula (PT), Raquel Lyra (PSDB) apresentou a recuperação do metrô do Recife como a pauta prioritária de Pernambuco para receber investimentos do governo federal. Nessa sexta-feira (27), um conselho permanente foi criado para discutir as demandas comuns entre os estados.

A conclusão da integração do Rio São Francisco foi apontada pelo Consórcio Nordeste como fundamental para conter a crise hídrica da região. No caso de Pernambuco, Raquel citou a entrega da Adutora do Agreste, que levará água para 68 municípios. Outro pedido do consórcio feito a Lula foi pela continuidade da Transnordestina.

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Nessa semana, o Relatório Global sobre o Transporte Público do aplicativo Moovit colocou o Recife como a 7ª cidade com pior mobilidade no mundo. Nessa realidade, a pauta defendida por Raquel como prioridade para o desenvolvimento econômico do estado foi a requalificação do metrô do Recife.

Administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o modal é de responsabilidade do governo federal e sofre recorrentes falhas técnicas em um cenário de sucateamento que prejudica os usuários do Recife. Outra solicitação da governadora foi por recursos para obras de habitação de interesse social.

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Também participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Nísia Trindade (Saúde) e Rui Costa (Casa Civil). A próxima reunião com a Secretaria da Casa Civil foi marcada para o próximo dia 3 e vai abordar sobre os investimentos estruturadores necessários para tocar as pautas enviadas ao presidente.

A Caravana Nordeste Potência, que percorreu o Rio São Francisco da foz, em Piaçabuçu, no Estado de Alagoas, até a barragem de Sobradinho, na Bahia, virou websérie e está disponível no canal do YouTube do Plano Nordeste Potência. Serão cinco episódios com os registros da viagem das influenciadoras nordestinas do Instagram Luiza Allan (@naocomosoalface) e Megh Melry (@megh_melry) pelo Velho Chico. O primeiro capítulo já está no ar e mostra a importância do rio para a região.

A caravana percorreu três estados, de barco e de carro, para mostrar o potencial do rio para o Nordeste e levantar a pauta sobre a revitalização urgente da bacia do São Francisco.

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A websérie mostra a caravana sob a ótica das influenciadoras digitais, que se tornaram embaixadoras do Plano Nordeste Potência. Os episódios trazem histórias de pessoas que vivem e cuidam do Velho Chico. O roteiro é entrelaçado por depoimentos de pesquisadores, moradores e pelas vivências da dupla Luiza e Megh durante a jornada. Juntas, as influenciadoras somam mais de 1,7 milhão de seguidores nas redes sociais.

Ao longo de nove dias, a dupla percorreu territórios indígenas e conheceu projetos de energia renovável e desenvolvimento sustentável. A proposta foi abordar o assunto com os seguidores, amplificar o debate sobre crescimento verde na região Nordeste e estimular um modelo de energia renovável justo e inclusivo como pauta da discussão política.

Veja o primeiro episódio:

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De acordo com análise da Iniciativa MapBiomas, metade da superfície natural do rio sumiu em apenas 30 anos, e esse é apenas um dos desafios que precisam ser superados. Há séculos, o Velho Chico tem sido palco da exploração de suas águas para fins diversos. Hoje acumula oito hidrelétricas e um extenso passivo ambiental: há pelo menos 3,3 milhões de hectares a ser recuperado com vegetação nativa na bacia hidrográfica.

O Plano Nordeste Potência é uma iniciativa da sociedade brasileira para o desenvolvimento verde e inclusivo, com foco na revitalização do Rio São Francisco e na promoção de energias renováveis, com respeito às comunidades rurais e às populações tradicionais. Além da websérie, o projeto lançou neste mês o Palanque Virtual do Nordeste Potência, que reúne uma avaliação dos planos de governo apresentados pelos candidatos aos nove governos estaduais. Ele pode ser acessado em https://nordestepotencia.org.br/palanque-virtual.

Com a meta de gerar mais emprego, mais água e mais energia para o Brasil, o plano recomenda que os governos estaduais qualifiquem a mão de obra local para assumir os 2 milhões de postos de trabalho que devem ser gerados nos próximos anos na região, em função do crescimento das fontes de energia renovável, com destaque para solar e eólica.

A iniciativa resulta de uma coalizão de quatro organizações civis brasileiras: Centro Brasil no Clima, Fundo Casa Socioambiental, Grupo Ambientalista da Bahia e Instituto ClimaInfo, com apoio do Instituto Clima e Sociedade.

*Da assessoria de imprensa

Falando sobre as obras de transposição do Rio São Francisco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais. "Tem gente se vangloriando com o trabalho dos outros", disse o petista em publicação nesta sexta-feira, 12, no Twitter.

O ex-presidente argumenta que 88% das obras foram feitas nos governos dele e da ex-presidente Dilma Rousseff e que Bolsonaro "só apareceu para tirar foto".

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Bolsonaro participou, na última terça-feira (9), da inauguração de um trecho da transposição, o que suscitou trocas de acusações com o petista sobre as responsabilidades de cada um na obra.

"Desesperado com o resultado das pesquisas eleitorais que mostram sua rejeição na região Nordeste, [Bolsonaro] tenta ganhar alguma popularidade às custas do trabalho e dedicação alheios. Ele foi o responsável por apenas 7% da obra", atacou Lula em texto publicado no seu site.

Como mostrou reportagem do Broadcast Político em novembro, a "paternidade" da transposição é considerada um ativo eleitoral e, por isso, é disputada por Lula, Bolsonaro e pelo ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT), outro pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Os três tentam manter as digitais na "chegada das águas ao sertão" - que, porém, só deve ser concluída integralmente em 2024. Ou seja, será uma herança para o próximo presidente.

Em entrevista na quarta, 9, Lula disse que a transposição é uma herança de seu governo e desafiou Bolsonaro a mostrar isso. Em resposta, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou que a obra foi marcada por "abandono e desperdício" nos anos em que esteve sob a gestão petista e disse que a intervenção "não tem dono".

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), afirmou nesta quarta-feira (9) que nunca houve tanto ministro nordestino em um governo brasileiro.

"Nunca na história deste país tantos nordestinos ocuparam ministérios tão importantes para levar benefícios para o povo. E é por isso que nunca o Nordeste recebeu tantas obras como hoje, sem superfaturamento e no prazo", disse Ciro por meio de sua conta no Twitter.

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A publicação aconteceu após o ex-presidente Lula (PT) publicar a seguinte declaração na mesma rede social: "Bolsonaro agora está visitando o Nordeste, mas passou quatro anos brigando com os governadores e ofendendo os nordestinos. Quando fui presidente respeitei cada governador e prefeito, porque eles também foram eleitos. É esse o comportamento civilizado".

Bolsonaro no Nordeste

O presidente Jair Bolsonaro (PL) está cumprindo agenda no Nordeste. Na terça-feira (8), ele inaugurou mais um trecho da transposição do Rio São Francisco, localizado em Salgueiro, Sertão de Pernambuco.

"Fizemos aquilo que poucos fazem após as eleições: honrar compromissos. Escolhemos ministros não pela cor da pele, pelo gênero, pela origem, mas pessoas que pudessem realmente representar a sociedade naquela parte. Coincidência, dos 23 ministros, temos sete nordestinos. Podiam ser 23 ou só um, e ser um só Brasil", disse o presidente na Ocasião.

Sobre a transposição

O Ministério do Desenvolvimento Regional detalha que, ao todo, já foram investidos R$ 10,6 bilhões nos dos dois eixos da transposição do rio. Com os serviços remanescentes e complementares, a previsão é que as obras sejam concluídas com investimento final de R$ 12 bilhões. Lançada em 2007, ainda na gestão do ex-presidente Lula, o projeto custaria, inicialmente, R$ 4 bilhões. Com o passar do tempo, a obra ficou 200% mais cara aos cofres públicos.

A transposição do Rio São Francisco, maior obra de infraestrutura hídrica do país, prevê a construção de quatro túneis – um deles, o maior da América Latina para transporte de água –, 13 aquedutos, nove estações de bombeamento e 27 reservatórios.

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) inaugurou, nesta terça-feira (8), a obra de transposição do Rio São Francisco no município de Salgueiro, no Sertão pernambucano. O evento aconteceu na Estação de Bombeamento (EBI-3) do Núcleo de Controle Operacional da Transposição do Rio São Francisco. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, acompanhou a inauguração. 

A obra, que já é um empreendimento antigo, acaba de ser finalizada e deve levar água para 12 milhões de pessoas, em 390 municípios da região sertaneja e microrregiões. Desde 2019, foram investidos R$ 4,1 bilhões para a conclusão 

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“Um dia de funcionamento equivale a 30 dias de carro pipa. É uma obra que além de economizar recursos, vai levar vida. Está na Bíblia: água é vida. A gente vê o que está acontecendo agora no extremo Sul, lá também falta água e quem está lá é o nosso Exército Brasileiro. Essas Forças Armadas são de vocês”, declarou o mandatário, em agradecimento aos militares envolvidos na realização do projeto. 

Agenda na região Nordeste 

Outros três estados nordestinos devem ser visitados até a quarta-feira (9): Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Ainda na terça-feira (8), a comitiva presidencial deverá seguir ao Ceará para visitar a Barragem de Jati. Durante a visita, as águas serão liberadas da estrutura até o Cinturão de Águas. 

Na quarta-feira (9), o presidente vai visitar as obras da Barragem de Oiticica, no Rio Grande do Norte. A barragem é a porta de entrada das águas do São Francisco no estado. A estrutura está em fase final de construção e vai garantir o abastecimento de 330 mil pessoas em oito cidades potiguares. 

No mesmo dia, também será assinada ordem de serviço para a segunda etapa de obra de pavimentação na cidade de Jucurutu, interligando a sede do município ao distrito de Serra de João do Vale. 

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) inicia uma nova agenda pela região Nordeste do país esta semana, começando nesta terça-feira (8), com uma visita a Pernambuco. O mandatário deverá presenciar o acionamento das bombas no Núcleo de Controle Operacional na Estação de Bombeamento (EBI-3), localizada em Salgueiro, município do Sertão pernambucano. O evento está previsto para começar às 10h30.

O objetivo das visitas é acompanhar os novos empreendimentos do projeto de transposição do rio São Francisco. Também serão visitados os estados do Ceará e Rio Grande do Norte. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, participará da comitiva.

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Ainda na terça-feira (8), a equipe deverá seguir ao Ceará para visitar a Barragem de Jati. Durante a visita, as águas serão liberadas da estrutura até o Cinturão de Águas.Na quarta-feira (9), o presidente vai visitar as obras da Barragem de Oiticica, no Rio Grande do Norte. A barragem é a porta de entrada das águas do São Francisco no estado. A estrutura está em fase final de construção e vai garantir o abastecimento de 330 mil pessoas em oito cidades potiguares.

No mesmo dia, também será assinada ordem de serviço para a segunda etapa de obra de pavimentação na cidade de Jucurutu, interligando a sede do município ao distrito de Serra de João do Vale.

Depois do desabamento de uma rocha que matou dez pessoas no Lago Furnas, em Capitólio (MG), ocorrido há uma semana, o Ministério do Turismo determinou que os estados realizem um levantamento dos destinos turísticos do país que apresentam risco de incidentes geológicos. A medida foi acertada durante reunião, por videoconferência, do ministro do Turismo, Gilson Machado, com integrantes Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur). 

Segundo o ministro, o levantamento faz parte de uma série de medidas que estão sendo tomadas pela pasta para dar mais segurança à prática do ecoturismo no Brasil. "Solicitamos ao Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo que indiquem locais a serem analisados, a fim de possibilitar uma orientação mais efetiva contra perigos que ocorrem em lagos, cavernas, cânions, etc.", explicou. A ideia é que, após esse levantamento, avaliações geológicas sejam feitas nas áreas para estabelecer novos parâmetros de prevenção.   

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Dias após o acidente em Capitólio, houve um deslizamento nas falésias da Praia de Pipa, Tibau do Sul (RN), durante uma madrugada chuvosa, sem vítimas. Pouco mais de um ano antes, em outubro de 2020, um desmoronamento no mesmo local matou três pessoas da mesma família. Em outubro do ano passado, o desabamento de uma gruta em Altinópolis, interior de São Paulo, deixou nove mortos. O grupo era formado por bombeiros que faziam um treinamento de resgate. 

 Segurança O Brasil possui milhares de cachoeiras, cavernas, cânions, falésias, praias, trilhas em montanhas e outros destinos turísticos que podem apresentar risco de ocorrências geológicas. A geóloga Joana Sanchez, da Universidade Federal de Goiás (UFG), acredita que o trabalho de levantamento e avaliação desses locais é fundamental para aumentar a segurança. 

"Se você não sabe que existe risco, você não vai achar que existe. Como todo mundo que estava em Capitólio não achava que existe risco. E não é culpa de quem estava lá, e nem da prefeitura ou do governo porque isso não era exigido", afirma. A ocorrência de desastres como o de Capitólio, segundo a geóloga, também está relacionado com o aumento do ecoturismo no Brasil. "O que a gente tem visto é que, com o aumento do turismo de natureza, tem acontecido mais acidentes, porque as pessoas estão se expondo mais ao risco". 

Em nota, a Federação Brasileiro de Geólogos (Febrageo) defendeu uma nova abordagem em áreas turísticas de risco para que acidentes como esse sejam evitados. "A forma já consagrada de prevenir tais situações é pela realização de mapeamento das áreas de risco, com o indicação das áreas de risco iminente e alto, onde são priorizadas ações controle e contenção, como, por exemplo, o desmonte controlado de blocos em risco de queda ou a implantação de técnicas de estabilização da encosta, que são corriqueiramente usadas na geotecnia".

Cânion de Xingó

Na esteira do desabamento em Minas Gerais, esta semana o governo de Sergipe informou que vai acionar o estado vizinho de Alagoas para que seja realizado um monitoramento preventivo no Cânion de Xingó, no Rio São Francisco, que fica na divisa entre os dois estados. 

No Pará, a Secretaria de Turismo promoveu uma reunião com os representantes das regiões turísticas do estado para debater medidas preventivas contra desastres e incidentes naturais. No Mato Grosso, um grupo de vistoria técnica foi montado para avaliar os riscos de desabamentos nos paredões do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, durante o período chuvoso. 

 Em 2008, um bloco de rocha do tamanho de um carro se desprendeu do paredão da cachoeira Véu de Noiva, uma das mais famosas do parque, e atingiu turistas que se banhavam no local, deixando feridos. Desde então, o acesso à cachoeira está interditado, por causa do alto risco geológico de desmoronamento. 

Mudanças legislativas

Para além de uma ampla avaliação e monitoramento de áreas suscetíveis a riscos geológicos, especialistas defendem uma atualização da legislação na política nacional de prevenção de desastre e de defesa civil. Atualmente, a principal norma sobre o assunto é a Lei 12.608/2012. Ela foi aprovada um ano depois das enchentes e deslizamentos de terra ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro, resultando em mais de 900 mortes, e teve como foco principal a adoção de medidas para áreas de risco em áreas urbanas. 

"Então, a lei foi feita para áreas urbanas, o foco da lei é esse. Na minha opinião, o que deveria ser feito a partir de agora é uma atualização dessa lei, ou uma nova legislação, focando em áreas turísticas. Nós não temos nada que foque em áreas de risco ou em áreas de turismo. É como a gente fala, o Brasil sempre teve essa cultura de esperar acontecer alguma tragédia pra legislar sobre isso. A tendência acho que é a mesma agora, uma coisa específica pra área de turismo com esse viés geológico", disse Tiago Antonelli, chefe da Divisão de Geologia Aplicada do Serviço Geológico do Brasil. 

   Para a Febrageo, há uma "necessidade urgente" de incluir na Lei 12.608/2012 dispositivos mais claros e específicos para o mapeamento e prevenção de riscos em áreas turísticas. A entidade também cobra a retomada de investimentos, por parte do governo federal, em mapeamento, prevenção e controle de riscos naturais no Brasil. 

*Colaborou Daniel Ito, repórter da Rádio Nacional de Brasília.

Enquanto o governo tenta viabilizar o Auxílio Brasil e construir uma vitrine para as eleições de 2022, outro projeto de grande alcance social, que perpassa gestões, entra para a disputa de paternidade na corrida presidencial: a transposição do Rio São Francisco.

De olho no ativo político de entregar água a regiões secas do Nordeste, três dos principais pré-candidatos ao Palácio do Planalto - o presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Ciro Gomes - tentam manter as digitais na megaobra de infraestrutura. A previsão, porém, é de conclusão em 2024, ou seja, será uma herança para o próximo presidente.

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Com a popularidade afetada pela crise econômica e pela pandemia de covid-19, Bolsonaro já colocou a máquina pública para trabalhar em prol da transposição. Em meados de outubro, criou a Jornada das Águas, roteiro de dez dias de inaugurações e anúncios de obras envolvendo mananciais e cursos d'água, principalmente na bacia do Rio São Francisco.

A estratégia é fracionar os lançamentos e realizar o máximo de entregas até as eleições - para ganhar o selo de garantidor da transposição tirada do papel por Lula e Ciro, que foi ministro da Integração Nacional do petista entre 2003 e 2006. O projeto de 477 quilômetros de extensão começou efetivamente em 2007. Com custo inicial de R$ 4,5 bilhões, a obra já está orçada em R$ 12 bilhões.

No mês passado, Bolsonaro passou por todos os Estados do Nordeste, acompanhado pelos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), pré-candidato a senador pelo Rio Grande do Norte, João Roma (Cidadania), que pretende se candidatar a governador da Bahia.

'CHAPÉU ALHEIO'

O PT critica a postura do Executivo de encampar a conclusão da obra. Ao Estadão/Broadcast, o deputado José Guimarães (CE), vice-presidente do PT, disse que Bolsonaro "faz festa com o chapéu alheio". "Inaugurar obra dos outros é fácil. Essa obra tem o DNA do Lula", afirmou.

"Essa obra é do Lula, todo mundo sabe. Temer fez 8% e Bolsonaro só 2%. Ele não tem que se meter". Como mostrou em junho o Projeto Comprova, que reúne jornalistas de 33 diferentes veículos de comunicação - Estadão entre eles -, Bolsonaro assumiu o governo com 90% da transposição concluída.

Ciro também usa o assunto para disparar contra adversários. "Bolsonaro está se aproveitando de um fato: os governos Lula, Dilma e Temer atrasaram o cronograma de entrega das obras por diversas razões, inclusive corrupção", afirmou, enquanto ressaltou seu papel na transposição. "Tenho muito orgulho de ter concebido, projetado, enfrentado várias tentativas de desistência, licenciado, com extraordinária ajuda de Marina Silva, e iniciado a obra com a qual milhares de brasileiros, nordestinos, terão garantido o direito de acesso à água."

DETALHES

O Ministério do Desenvolvimento Regional afirmou, por meio de nota, que faltam apenas "obras e serviços auxiliares e complementares" para a conclusão. "Essas obras foram contratadas nas gestões anteriores, mas só receberam os recursos necessários no atual governo."

A Pasta rejeita a tese de que esteja concluindo apenas a reta final da transposição. "Os porcentuais de execução das obras divulgados pelas gestões anteriores não representam a realidade, já que, em decorrência das longas paralisações e necessidade de reparos em diversas estruturas e trechos concluídos, houve regressão nesses porcentuais, necessidade de novos investimentos, bem como atrasos no término do empreendimento."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro participou nesta sexta-feira, 19, dos testes iniciais do acionamento das comportas do primeiro trecho do Ramal do Agreste, em Sertânia, no Estado de Pernambuco. As obras fazem parte do Eixo Leste do projeto de integração do Rio São Francisco.

O chefe do Executivo apertou o botão para o acionamento das comportas do Reservatório Barro Branco, da adutora do Agreste. Em suas redes sociais, o presidente afirmou que nesta fase da transposição 1,4 milhão de pernambucanos serão atendidos. "É sempre motivo de muita alegria visitar o nosso Nordeste", comentou Bolsonaro no evento. "Água é vida. Para este povo sofrido do nosso Nordeste isso é mais do que ganhar na Mega-Sena. A água não tem preço", disse.

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O presidente estava acompanhado dos ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, Gilson Machado, do Turismo, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, além do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Marinho afirmou que a obra era apenas mais uma dentre o "cemitério de obras inacabadas, discursos, palavras e recursos desperdiçados" no Brasil. Iniciada no governo Lula, a não finalização da Transposição do Rio São Francisco, segundo o ministro, é resultado de "falta de foco, vontade política e determinação". "Mas agora, senhor Presidente, estamos dentro de um ministério tendo todo apoio, tendo toda a estrutura, tendo toda a condição para fazermos o que é de sua determinação para trazermos para o Nordeste segurança hídrica".

Segundo Marinho, até o final deste ano, a obra irá chegar ao Rio Grande do Norte e será finalizado o Eixo Leste. "O que esse governo fez vai permitir que pelo menos dois terços do semiárido nordestino, onde moram mais de 20 milhões de irmãos brasileiros, tenham respeito e dignidade", afirmou.

Bezerra apontou que a obra tem "grande importância para a segurança do País e para o nosso Estado". O senador celebrou os testes iniciais e disse que estará ao lado de Bolsonaro no Congresso para a viabilização de outras obras para o Estado. Por fim, Bezerra afirmou que é uma "honra" ser o líder do governo de Bolsonaro no Senado.

Em outubro do ano passado, Bolsonaro já havia visitado as obras do Ramal do Agreste, em Sertânia. Na viagem, ele também inaugurou nova etapa de obras do Sistema Adutor do Pajeú, em São José do Egito (PE).

Após o evento, o presidente fez uma parada não prevista no município de Boqueirão, na Paraíba. No local, contrariando normas sanitárias, a presença de Bolsonaro causou aglomeração. O chefe do Executivo deve retornar a Brasília nesta tarde. A previsão de chegada à capital é às 16h30.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou, na manhã desta sexta-feira (19), do acionamento das comportas do 1º trecho do Ramal do Agreste, em Sertânia, no Sertão de Pernambuco. A ação marca o início de testes e pré-operação do trecho. 

Acompanharam o presidente na agenda os deputados federais Pastor Eurico (Patriota) e Fernando Filho (DEM), e o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), além do ministro do Turismo, Gilson Machado, e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Nenhum deles usava máscara de proteção. Bolsonaro não discursou no local.

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O cerimonial do Planalto mandou convite para o governador Paulo Câmara (PSB) na noite de quarta-feira (17). Segundo a assessoria do governo estadual, Câmara não participou do evento "tendo em vista o atual momento da pandemia em Pernambuco que não permite atividades que gerem aglomerações". A presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Manuela Marinho, acompanhou a visita.

Após a finalização do Ramal, 68 cidades pernambucanas e mais de 2,2 milhões de habitantes deverão receber águas do Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O Ramal do Agreste tem 70,8 quilômetros de extensão, com capacidade de vazão de 8 mil litros por segundo. A obra está orçada em R$ 1,67 bilhão e conta com 2,6 mil trabalhadores e 580 equipamentos.

Investigado por invadir terras da União, furtar água do Rio São Francisco e desmatar uma área de preservação permanente, o prefeito de Salgueiro, Clebel de Souza Cordeiro (MDB), terá a chance de evitar responder ao processo. O Ministério Público Federal (MPF) sugeriu ao gestor do município localizado no Sertão de Pernambuco a possibilidade de um acordo, autorizado em crimes que não envolveram violência, grave ameaça ou àqueles com pena inferior a quatro anos de reclusão.

Como previsto no Código de Processo Penal, o MPF pode deixar de processá-lo em troca da confissão dos crimes. Caso aceite, Clebel Cordeiro (MDB) se livra do processo, mas terá que reparar os danos causados, pagar multa e prestar serviço à comunidade. Caso não aceite, ele será denunciado junto à Justiça Federal.

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O inquérito aponta que o gestor substituiu cercas e piquetes de demarcação instalados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que é responsável pela administração das obras de transposição do Rio São Francisco. Ele também teria ocupado de forma irregular o equivalente a 2,3 hectares de terra da União.

O MPF esclarece que o objetivo do prefeito era chegar ao Reservatório Mangueiras, de onde retirava água para irrigar plantios em sua propriedade particular. Clebel também seria responsável por desmatar a área de preservação permanente no entorno do reservatório. Segundo o órgão, tal prática contribuía para a contaminação da água que será levada a milhões de pessoas.

O prefeito foi preso em flagrante em dezembro de 2019. A investigação da Polícia Federal indica que a ocupação irregular das terras ocorria desde 2018. A área rural foi desapropriada em 2007 pela União, que pagou indenização a vários proprietários, inclusive ao próprio Clebel.

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O presidente Jair Bolsoanro disse nesta sexta-feira (26) que o Projeto de Integração do Rio São Francisco é uma “novela enorme que está chegando ao fim”. Bolsonaro participou em Penaforte, no Ceará, da cerimônia de acionamento da comporta que será responsável pela chegada das águas do Eixo Norte do projeto ao estado do Ceará.

As primeiras obras, para o deslocamento de parte das águas do São Francisco, foram iniciadas em 2007 pelo Exército. A previsão original do governo da época era inaugurar até 2010 todos os canais, reservatório e estações de bombeamento. A expectativa do governo atual é que o projeto esteja concluído no próximo ano.

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“Foi uma recomendação desde o início do governo que não deixaríamos nenhuma obra parada. Faz parte do nosso compromisso e ficamos muito felizes em trazer água para quem precisa”, disse o presidente em entrevista à TV Brasil, ao final do evento. “[O projeto vai beneficiar a] agricultura, irrigar terras, levar água para casa do cidadão nordestino que sempre teve carência disso. É uma novela enorme que está chegando ao fim”, completou.

Com a ação de hoje, a água que já abastece o Reservatório Milagres, em Pernambuco, passará pelo Túnel Milagres, na fronteira dos dois estados, começará a encher o Reservatório Jati, no Ceará, e seguirá, por fim, até a Paraíba e o Rio Grande do Norte.

O Projeto de Integração do Rio São Francisco soma hoje 477 quilômetros (km) de extensão em dois eixos, o Norte com 260 km e o Leste com 217 km, e, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, é o maior empreendimento hídrico do país. “Quando todas a estruturas e sistemas complementares nos estados estiverem em operação, cerca de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte serão beneficiadas com abastecimento de água”, informou a pasta.

Brasília, 20/12/19 – Essencial para a condução das águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco à região com maior escassez hídrica de Pernambuco, o Ramal do Agreste foi uma das prioridades do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) em 2019. As obras receberam investimentos de R$ 591 milhões da Pasta ao longo do ano. Com 46,95% de execução física, o empreendimento, que teve início em 2018, segue o cronograma com previsão de entrega em fevereiro de 2021. Quando estiver pronto abastecerá mais de 70 cidades, garantindo água de qualidade para cerca de 2,2 milhões de habitantes do sertão e do agreste do estado.

Situado no norte de Pernambuco, próximo à fronteira com a Paraíba, o Ramal está orçado em R$ 1,67 bilhão e possui 70,8 km de extensão. Sua capacidade de vazão é de 8 mil litros por segundo.

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Entre os municípios que serão abastecidos com as águas do Velhos Chico estão Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Belo Jardim e Arcoverde. Essas e outras localidades beneficiadas terão segurança hídrica e, ao mesmo tempo, expectativa de impulsionamento no desenvolvimento econômico da região.

Atualmente, as obras do Ramal empregam 2,6 mil trabalhadores. As equipes trabalham na construção de 42 km de canais e seis túneis – juntos somam 16 km de extensão -, além de cinco aquedutos, uma estação de bombeamento que elevará a água a uma altura de 219 metros, uma adutora de 7,2 km de extensão e dois reservatórios.

Programas socioambientais

Para o Governo Federal, cuidar do meio ambiente e da população que habita no entorno do Ramal do Agreste é tão importante quanto a execução da obra. Até momento, foram investidos R$ 50 milhões na execução de 17 programas ambientais.

As medidas visam compensar os impactos gerados durante a fase de construção, com ações de assistência às famílias que residem na faixa da obra e, também, voltadas à saúde e segurança dos trabalhadores do projeto. Equipes especializadas atuam, ainda, na preservação da fauna e flora local.

Outras atividades importantes estão relacionadas ao resgate de elementos históricos e arqueológicos que remontam as antigas civilizações, além de cuidados com solo e os recursos hídricos da região. As medidas adotadas pelo MDR foram recomendadas pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e pelo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) - ambas chanceladas pela Agência Estadual de Meio Ambiente do Pernambuco (CPRH).

*Da assessoria do Ministério da Integração Nacional

 

Uma plantação de maconha, que era irrigada com a água do Rio São Francisco, foi erradicada nessa quinta-feira (21), em uma área conhecida como Ilha da Cabra, na Zona Rural de Santa Maria da Boa Vista, no Sertão pernambucano. Cerca de 7.900 pés da erva foram incinerados e o sistema de água foi destruído.

O plantio dividido em 1.831 covas era mantido por tubulações e uma bomba que puxavam as águas do rio para regar os pés da erva. A Polícia Federal (PF) calcula que a colheita produziria aproximadamente 2.600 quilos da droga.

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Em três ações consecutivas de repressão ao tráfico de drogas no Sertão do Estado, a PF estima que 10.260 pés da erva foram destruídos e 3.420 quilos da droga deixaram de circular nas ruas.

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Uma expedição começou a percorrer o Rio São Francisco para avaliar a situação das águas e procurar sinais de poluição. O grupo de 60 pessoas, entre pesquisadores e equipes de apoio, vai percorrer cerca de 180 quilômetros na região conhecida como Baixo São Francisco, saindo da cidade de Penedo e chegando a Peneiras, ambas no estado de Alagoas.

A expedição teve início no domingo (17) e deve se encerrar na próxima semana, no dia 27 de novembro. Ela é coordenada por professores do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O grupo também é integrado por pesquisadores de mais 10 instituições, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Emprapa) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS).

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Serão realizadas análises física, química e orgânica das águas com vistas a identificar o nível de presença de poluentes. Os peixes do São Francisco também serão examinados com o propósito de verificar se há algum grau de contaminação.

Também está previsto o contato com ribeirinhos que vivem às margens do rio, os quais terão atendimento de equipes de saúde da família. Na chegada da expedição, em Peneiras, a programação contará com palestras para a população local.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde abril de 2018, afirmou nesta terça-feira (3) que a fome no Brasil é um projeto político do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Por meio de sua equipe, que publicou a mensagem no perfil oficial de Lula no Twitter, o Governo Federal trata com descaso a transposição do rio São Francisco, que corta estados nordestinos.

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“A fome no Brasil é um projeto político. A sede também. Não há justificativa para o descaso federal com a transposição do São Francisco, que eles até já colocaram à venda”, opinou Lula.

Iniciada em 2007, durante o governo Lula, a conclusão da transposição estava originalmente planejada para 2012, mas atrasos mudaram a data prevista para 2016. Porém, até os dias atuais ainda não foi concluída.

A obra prevê a construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos ao longo do território de quatro Estados (Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte) para o desvio das águas do rio.

Entretanto, o projeto tem saído da prioridade dos últimos governos. “Não querem as águas correndo pelo sertão porque não querem o povo produzindo e com autonomia”, concluiu o petista.

As obras do eixo norte da transposição do Rio São Francisco estão 97% concluídas, e as águas deverão chegar ao reservatório de Jati, no Ceará, no segundo semestre de 2019. Já o eixo leste, que atenderá à região de Campina Grande, na Paraíba, e municípios do agreste pernambucano, está 97,6% concluído, e também deve ser totalmente finalizado em breve.

O estágio atual das obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf) com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional foi apresentado pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) nesta quarta-feira (12).

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O Pisf é uma obra estruturante com potencial para solucionar a escassez de água nos estados de Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, por meio da transferência hídrica do Rio São Francisco, cuja oferta de água é mais estável, para as bacias receptoras. Com custo total orçado em cerca de R$ 20 bilhões, a estimativa do governo é de que a obra beneficie mais de 12 milhões de pessoas.

Gustavo Canuto informou que o ramal do Agreste pernambucano, iniciado em março de 2018, está com apenas 22% de obra realizada. O ministro explicou que o governo tem dificuldades em prever os prazos, porque se trata de “uma engenharia complexa que depende de cronogramas das empresas licitadas”. Ele garantiu, no entanto, que a execução está em “ritmo acelerado”, salientando o benefício para 68 municípios do Sertão e do Agreste de Pernambuco, porque a obra complementa o eixo leste do Pisf.

Canuto comemorou a aprovação, pelo Congresso, do PLN 4/2019, que autoriza o Executivo a realizar operação de crédito no valor total de R$ 248,9 bilhões, dos quais cerca de R$ 500 milhões deverão ser destinados à suplementação orçamentária da transposição. O ministro considerou a necessidade de bom senso na execução do recurso, já que também precisa dar atenção a outros programas da pasta, mas disse estar ciente de que a “água é uma questão essencial”.

“É uma vitória de todos nós. Nossa preocupação principal era o crédito e, agora, ele está disponível”, sublinhou.

Revitalização

O autor do requerimento para a audiência pública, senador Otto Alencar (PSD-BA) alertou que a continuidade do suprimento de água só será real mediante a revitalização do Rio São Francisco “para que ele volte a ser vivo”. A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) ponderou que, com a transposição, a vazão do rio para o mar deve ser menor. Ao sublinhar que a presença de água atrai investimentos, ela atribuiu ao governo a responsabilidade de garantir a segurança hídrica da população.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) também ressaltou que a manutenção da disponibilidade da água é uma responsabilidade do governo federal. Para ele, o risco de restrição de oferta dos recursos hídricos é um impedimento para os projetos de irrigação e de desenvolvimento regional. “E isso deve ser observado”, analisou o parlamentar.

Já o senador Elmano Férrer (Pode-PI) disse que, apesar de a transposição do Rio São Francisco não alcançar o Piauí, se preocupa com a operação e manutenção do fornecimento da água para os estados abrangidos pela obra. Ele considerou que a gestão do sistema é responsabilidade dos governos estaduais e chamou atenção para o fato de que muitas bacias hidrográficas já apresentam sinais de assoreamento.

“Eu nasci a 200 metros do Rio Salgado, um canal natural. Sei da relevância dele e, por isso mesmo, chamo a atenção aqui para a importância das ações de revitalização pelo Poder Público”, alertou.

Participação

Uma das participantes do debate, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, disse que a temática da transposição “toca forte no coração do nordestino”. Ela comentou que viu de perto as durezas e consequências da seca e, portanto, tinha o sonho da transposição como “quase impossível”.

Fátima cobrou a conclusão do eixo norte, destacou a responsabilidade do governo na finalização do empreendimento e classificou a transposição como “uma obra do século”.

“Só quem sabe o que é acordar na madrugada para encontrar uma água em condições de beber reconhece a importância dessa ação. Nossos reservatórios chegaram praticamente a zero e digo isso para ressaltar, mais uma vez, a importância, para nós, dessa transposição”, acentuou.

A coordenadora do Comitê de Integração do Pisf, Flavia Gomes de Barros, apresentou ações da Agência Nacional de Águas (ANA) na regulação da transposição e disse ser a “defensora número um” do projeto. Ela explicou que o custo da energia elétrica (necessária para bombeamento da água) é um dos maiores entraves da obra atualmente, ressaltando que o órgão está trabalhando para diminuir essas tarifas.

O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marco Aurélio Ayres Diniz, destacou a importância da revitalização das bacias.

“Entre as atividades da empresa estão a recuperação de áreas degradadas, despoluição do rio e proteção nascentes. Até o momento já são 1.500 nascentes protegidas e 40 mil bacias de captação de água da chuva implantadas”, explicou.

e-Cidadania

Cidadãos de vários estados participaram da audiência pública, por meio do canal interativo e-Cidadania. Do Rio de Janeiro, Sonia Beatriz Silva manifestou preocupação com projetos destinados à fauna e flora, com vistas à preservação de espécies em extinção no nordeste.

Gabriel Luidy Moreira, do Rio Grande do Norte, defendeu a inclusão da disciplina de educação ambiental desde o ensino básico, para que as pessoas “aprendam desde cedo”. Fernando Lins de Lima, de Pernambuco, e Ayran Gabriel Duque Souza Lima, da Bahia, também alertaram para a necessidade de revitalização das bacias dos rios envolvidos na transposição. Já Juliete Santos, do Ceará, questionou o atraso na entrega das obras.

Internautas de estados que não receberão as águas também comentaram o assunto, observando relevância na transposição. Francisco Italo Hipolito de Sousa, do Piauí, ponderou que o projeto dará qualidade de vida para a população beneficiada, “além de desenvolvimento econômico e social”. De São Paulo, Edson Luiz da Silva escreveu que o projeto é “muito esperado, considerando-se sua importância”.

*Da Agência Senado

 

O município de Sanharó, no Agreste de Pernambuco, começou a receber água através da Transposição do Rio São Francisco. A medida ainda está em fase de testes. Já são quatro municípios atendidos por meio da integração das Adutoras do Agreste/Moxotó: Arcoverde, Pesqueira, Belo Jardim e Sanharó.

A água do São Francisco está chegando em Sanharó desde sábado (9) de forma gradativa. A expectativa é que o primeiro ciclo de abastecimento, quando todos os bairros são atendidos, seja concluído em dez dias. Os primeiros bairros beneficiados são Centro, Salgado, parte do Zacarias Ramalho, parte do Doutor Tonico e Santa Clara.

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De acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Sanharó estava enfrentando um severo rodízio, com água apenas uma vez por mês. A cidade dependia do Sistema Bitury, cuja barragem entrou em colapso há quatro meses.

Para atender tais municípios, coube a Compesa projetar a Adutora do Moxotó. A obra teve investimento de R$ 85 milhões e capta água do Rio São Francisco na Barragem do Moxotó, no Eixo Leste da Transposição, e se interliga na Estação de Tratamento de Água (ETA) de Arcoverde à Adutora do Agreste.

Desse ponto, a água do Rio São Francisco percorre 80 quilômetros pela Adutora do Agreste até chegar à Estação de Tratamento de Água do Bitury, em Belo Jardim, onde passa por tratamento e segue até às torneiras dos moradores de Sanharó. De acordo com a Compesa, a fase de testes deve durar 30 dias. A companhia diz estar trabalhando para abastecer São Bento do Una nos próximos dias.

Três profissionais da CMT Engenharia morreram afogados em decorrência de um acidente em um trecho das obras de transposição do Rio São Francisco. O acidente aconteceu em Sertânia, município do Sertão de Pernambuco, no último sábado (23). Próximo ao local foram vistos destroços do carro onde as vítimas estavam.

As vítimas foram Gutembel Morais, Fabiano Alves e Júnior Demarchi, que trabalhavam nas obras como operador da estação de bombeamento, motorista e engenheiro. O irmão de uma das vítimas foi ao local e viu um corpo boiando. Ele conseguiu retirá-lo e reconheceu que era o irmão.

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Segundo a Polícia Militar, o veículo em que as vítimas estavam caiu na ribanceira. De acordo com informações publicadas no G1, os bombeiros utilizaram uma retroescavadeira para tirar o veículo do rio. Mais duas vítimas ficaram presas nas ferragens. O Instituto de Criminalística recolheu os corpos, enquanto a PC vai dar continuidade as investigações.

Nota do Ministério do Desenvolvimento Regional

"Em atenção ao ocorrido na noite do último sábado (23), em um trecho de obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em Sertânia (PE), o Ministério do Desenvolvimento Regional informa:

1. Equipes de fiscalização da Pasta foram comunicadas, ontem (24), sobre o incidente que envolveu três profissionais da empresa CMT Engenharia - responsável pela manutenção e pré-operação do sistema. Desde então, os esforços são para garantir toda a assistência necessária às famílias das vítimas;

2. No primeiro momento, equipes do Corpo de Bombeiros atuaram no salvamento e identificação dos trabalhadores. Logo após, a CMT Engenharia iniciou os trabalhos de apoio aos familiares, o que inclui também o acionamento do seguro de vida desses profissionais;

3.Sobre o cercamento do local, várias tentativas já foram realizadas pelo Ministério. O material, contudo, é frequentemente alvo de furtos na região. Para aumentar a segurança, serão implantados portão e alambrados nas estradas que dão acesso às estações de bombeamento;

4. As causas do acidente estão em investigação."

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