Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) intitulada “O que mudou e o que virá após as manifestações de 2013?” revelou dados importantes sobre como a população tem se posicionado sobre os movimentos ocorridos desde junho e as perspectivas para novos atos em 2014.
O ano de 2013 tem sido marcado, desde junho, por uma série de contestações da população sobre a má qualidade dos serviços públicos do país, problemas na saúde, justiça e política. Fantando pouco mais de um mês para o início de 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil, há uma inquietação sobre o futuro das manifestações e de que modo serão feitas.
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Os protestos, que começaram de forma pacífica, também revelaram sua face violenta, com a ação dos Black Blocs, o que levou muita gente a prestar seu apoio em casa, com medo de atos de vandalismo nas ruas e confronto com a polícia. “As pessoas estão com medo das ações dos Black Blocs”, comentou o cientista político Adriano Oliveira. “Essas atitudes têm desgastado o poder das manifestações”, afirmou.
A pesquisa também revelou que 8% dos entrevistados responderam ter participado de alguma manifestação em junho, e 45% não se mostraram favoráveis às manifestações que se seguiram após este mês. Isto reforçou a queda na adesão de participantes para 5% nos atos seguintes aos de junho. As principais pautas levantadas foram o preço das passagens e melhorias no sistema de saúde.
Para o ano de 2014, 9,3% dos entrevistados disseram que pretendem participar de novas manifestações, desta vez com mais foco na saúde e gastos públicos com obras da Copa. Sobre os Black Blocs, 49,8% disse ter conhecimento sobre estes manifestantes e se posicionarem contra seu modo de atuação, assim como outros tipos de violência nos atos.
Adriano Oliveira falou sobre a adesão e os atos de violência: “Muitas pessoas vão deixar de ir às ruas em 2014, mas apoiam aquelas que forem, desde que não cometam atos de violência”, finaliza o cientista político.
Dados - A pesquisa foi aplicada em todo o Recife nos dias 7 e 8 de novembro, com pessoas de 16 anos ou mais, com uma amostragem de 624 entrevistas.
Saiba mais:
- 54,4% do público entrevistado eram mulheres;
- Nível de instrução: 46,1% possuíam Ensino Superior Incompleto e/ou Ensino Médio Completo;
- Renda pessoal: 47,1% ganham até 1 salário mínimo;
- Situação Empregatícia: 40,9% possuem carteira assinada e
- 62,1% pertenciam à Classe C.