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O deputado federal Adilson Barroso (PL-SP) apresentou nesta terça-feira, 29, um projeto de lei para a criação do Dia Nacional do Patriota. A proposta do parlamentar é que a celebração seja realizada no dia 21 de março, data de aniversário do ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto copia trechos de uma lei revogada em Porto Alegre que nomeou o dia 8 de janeiro - data da invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília - como o "Dia do Patriota".

A proposta de Barroso apresenta um trecho inteiro idêntico ao usado na lei que chegou a ser promulgada na capital gaúcha criando o "Dia do Patriota": "Assim, o Patriotismo é o amor genuíno que um indivíduo nutre pela história de seu território ou de sua nação, uma identificação sincera com sua identidade cultural historicamente construída, segundo o filósofo Luiz Felipe Pondé."

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No documento, o parlamentar do PL defende que o patriotismo no Brasil está "desgastado" e que os símbolos nacionais "raramente sensibilizam as pessoas". "Como a maior parte do que ocorre no País, o respeito à Bandeira e ao Hino Nacional está banalizado. Banalizaram tudo, não há seriedade e até mesmo questões nacionais graves são, muitas vezes, tratadas com desprezo e chacota", afirma.

Barroso não explica no texto de apresentação do projeto o motivo de ter escolhido o dia 21 de março para comemorar o Dia Nacional do Patriota. Nas redes sociais, o parlamentar tem a foto de perfil com o ex-presidente e se autointitula como "Amigo e aliado do Presidente Jair Messias Bolsonaro".

Dia do Patriota em Porto Alegre

Na última semana, a Câmara Municipal de Porto Alegre adicionou no calendário do município o dia 8 de janeiro como o "Dia do Patriota". A ideia partiu do vereador Alexandre Bobadra (PL) como projeto de lei e foi promulgada pelo presidente da Câmara, Hamilton Sossmeier (PTB), após o prefeito não sancionar e nem vetar a norma no prazo de 15 dias.

O projeto virou alvo de críticas de ministros do governo Lula e parlamentares. O governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), e a Procuradoria-Geral da República (PGR) agiram para derrubar a lei ao vincular o caso ao inquérito dos atos antidemocráticos, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Após a promulgação, a norma foi derrubada pelos próprios vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre. O gesto foi alinhado por meio de um acordo feito entre os parlamentares da casa para aprovar o projeto de revogação apresentado pela vereadora Karen Santos (PSOL-RS).

Ao mesmo tempo, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux atendeu a um pedido do Ministério Público Federal para revogar o "Dia do Patriota" na capital gaúcha. Com duros recados aos parlamentares, Fux afirmou que a lei é um "quadro sem retoques do que representam legisladores irresponsáveis".

Os vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre (RS) decidiram na tarde desta segunda-feira, 28, revogar a lei que instituiu o "Dia do Patriota" no calendário oficial cidade. O acordo entre os parlamentares foi confirmado pela Casa e pelo seu presidente, Hamilton Sossmeier (PTB-RS).

"Queremos isso de hoje para amanhã, ou no máximo quarta-feira (30)", disse o vereador. O dia em que radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, 8 de Janeiro, havia sido escolhido para ser o "Dia do Patriota" na capital gaúcha.

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Sossmeier convocou uma reunião extraordinária com os membros da Câmara e ficou decidido que todos vão endossar o projeto de revogação apresentado pela vereadora Karen Santos (PSOL-RS), o que deve acelerar o trâmite nas comissões.

O polêmico projeto de lei foi apresentado em março pelo ex-vereador Alexandre Bobadra (PL-RS). Citando Miguel Reale, Olavo de Caralho e Luiz Felipe Pondé, ele defendeu que a data comemorativa fosse criada como forma de valorização dos que se identificam como patriotas. No dia 7 de junho, a proposta virou a lei nº 13.530 de Porto Alegre.

Bobadra foi cassado no dia 15 de agosto pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, que declarou que houve abuso de poder econômico na sua campanha. Ele ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, mas sua vaga já foi ocupada pelo vereador Cláudio Conceição (União Brasil).

A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou a Lei 13.530 que torna 8 de janeiro o Dia do Patriota. A data ficou marcada em 2023 pela tentativa de golpe de milhares de conservadores que destruíram a Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal, por não aceitarem a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O projeto de autoria de Alexandre Bobadra (PL) foi protocolado no dia 15 de março e tramitou nas três comissões permanentes, sem ir a plenário. O então vereador também chegou a incluir no calendário comemorativo de Porto Alegre os dias do milk shake, da salada grega, do acarajé e de outras iguarias gastronômicas, mas teve o mandato cassado neste mês por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação nas últimas eleições.

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O presidente da Câmara, Hamilton Sossmeier (PTB), teve que promulgar a proposta, pois ela não foi vetada pelas comissões nem pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), que teve o prazo de 15 dias, mas não se manifestou.

A minuta do projeto legislativo menciona que os patriotas se tornaram motivo de chacota em um "perigoso processo de extinção".

"São diversas as vanguardas de ataque: a mídia, o ensino, as entidades globalistas, as universidades, a cultura militante", aponta o texto que ainda cita Olavo de Carvalho, falecido guru do bolsonarismo. 

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