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Em um cochilo da base governista, a oposição conseguiu dar andamento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe eleição direta em caso de vacância da presidência da República. Apesar de pedido de vista conjunto na sessão desta terça-feira (20), a PEC poderá ser votada já na próxima semana.

A base aliada vinha obstruindo a análise da PEC, mas nesta terça a oposição foi mais ágil e conseguiu concluir a leitura do relatório da admissibilidade do texto. Com o pedido de vista, a proposta só poderá ser votada em duas sessões plenárias.

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Os governistas não contavam com a realização da sessão na manhã desta terça e trabalharam para esvaziar a reunião que tinha como pauta exclusiva a PEC. Os aliados do Palácio do Planalto não marcaram presença e, depois de quase duas horas, a oposição conseguiu o quórum mínimo de 34 deputados para dar início aos trabalhos.

A operação da oposição contou com a ajuda do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Assim que o quórum foi atingido, Pacheco abriu a sessão e, mesmo sem a presença do relator Esperidião Amin (PP-SC), designou Marcos Rogério (DEM-RO) para ler o parecer. Amin chegou depois e concluiu a apresentação do voto pela admissibilidade da PEC. "A proposta do deputado (Miro Teixeira, Rede-RJ) é saneadora e não perturbadora da ordem constitucional vigente", disse Amin.

Atrasado, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) chegou a apresentar um requerimento de adiamento de discussão, mas como o relatório já havia sido lido, a manobra de obstrução não teve efeito. Pinato disse que a PEC não tem sustentação jurídica e que a proposta só incentivava o clima de revanchismo da oposição. "A política do revanchismo só vai fazer o País sangrar mais", argumentou.

Requerimento

Autor do requerimento que pedia explicações ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, sobre sua suposta relação com o executivo da J&F, Ricardo Saud, Fausto Pinato lamentou o indeferimento do pedido por Pacheco. "O requerimento que Vossa Excelência indeferiu, e eu respeito, poderia esclarecer muita coisa", disse.

Como revelou o Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), Pacheco vai atuando de forma independente em relação aos interesses do governo. Além de pautar a PEC e barrar o requerimento a Fachin, o peemedebista disse na segunda-feira que vai escolher um relator para a denúncia que a Procuradoria Geral da República (PGR) deve apresentar contra o presidente Michel Temer, independentemente da pressão do Planalto e de seus aliados. "Não abro mão de escolher sem a interferência do governo", afirmou.

Nesta terça, o peemedebista avisou que pautará a votação da PEC para a próxima semana, mas disse que ainda não definiu a data.

Em obstrução, a base governista impediu o avanço na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara da discussão sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece eleições diretas no País. Com receio de não ter votos suficientes para barrar a PEC, a base aliada veio munida de uma série de requerimentos e não houve tempo para o debate de mérito na manhã desta terça-feira (13).

De autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), a PEC propõe eleições no caso de vacância da Presidência da República, exceto nos seis últimos meses do mandato. Desde que a crise política se agravou com a divulgação da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, em meados de maio, a oposição tenta votar a PEC na CCJ. Sob pressão dos oposicionistas, o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), cedeu e marcou a sessão exclusiva para hoje, contrariando os governistas.

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A sessão começou por volta das 10h45 e os governistas já anunciaram o "kit obstrução". "Obstrução sim para o Brasil continuar crescendo em paz", alegou o vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS). Perondi acusou a oposição de querer "colocar fogo no País" e impedir a retomada do crescimento econômico. "Eleição direta agora é querosene puro", completou.

Os governistas conseguiram manter as duas horas de sessão apenas na discussão de um requerimento de inversão de pauta, mas não houve quórum para a conclusão da votação. O comportamento da base aliada irritou os oposicionistas. "A posição da oposição fica muito clara em não querer debater", reclamou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Ciente de que enfrentaria uma forte obstrução, a oposição veio munida de placas de protesto com os dizeres: "Vampiro teme a luz, corrupto teme diretas", "fujões apareçam para o debate" e "governistas fogem do debate!". O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) disse que a única forma de pacificação do País é devolver ao eleitor o direito de escolher o substituto de Michel Temer. "Vamos continuar insistindo nessa comissão para que essa PEC seja apreciada", avisou Molon.

O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), se comprometeu em retomar a discussão da PEC na próxima semana. O peemedebista avisou que o tema será item único da sessão.

Mais um ato de resistência, desta vez intitulado “Não Me Venha Com Indiretas”, irá convocar 'Diretas Já' imediatamente. A manifestação, organizada por artistas, produtores e comunicadores independentes, será no próximo domingo (4), a partir das 15h, na Praça do Carmo, no município de Olinda. 

Na página oficial do evento no Facebook, os organizadores ressaltaram que o protesto foi organizado “na raça e de forma colaborativa”. “O encontro artístico-cultural unirá as duas cidades [Olinda e Recife] por eleições livres e diretas para presidente do Brasil. Diretas por direitos e contra as reformas”, diz uma parte do texto. 

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Já está confirmado a participação de Lia de Itamaracá, Cannibal, Rogerman, Malícia Champion, entre outros. Um ponto forte da manifestação será o arrastão do bloco 'Eu Acho É Pouco'. A concentração será na Praça Laura Nigro, a partir das 14h, com destino à Praça do Carmo. 

No último domingo (28), o Rio de Janeiro foi palco de uma manifestação com a mesma finalidade que reuniu diversos artistas e atores na Praia de Copacabana. Militantes ocuparam quase uma quadra, fechando as duas pistas da Avenida Atlântica. Por lá passaram, entre outros, Mano Brown, Cordão da Bola Preta, Otto, Maria Gadu e Martn'ália.

Artistas como os atores Wagner Moura e Gregorio Duvivier participam na tarde deste domingo (28) do ato promovido em Copacabana, na zona sul do Rio, contra o presidente Michel Temer (PMDB) e a favor da realização de eleições diretas para a Presidência da República.

O evento, que ocupa um quarteirão da avenida Atlântica, entre as ruas Figueiredo de Magalhães e Siqueira Campos, terá shows musicais de cantores como Criolo, Teresa Cristina e Caetano Veloso, que se apresentará a partir das 16h. Às 14h45 quem cantava era Pretinho da Serrinha.

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O ator Wagner Moura foi um dos mais aplaudidos e cortejados pelos fãs. "Nós, que no ano passado estivemos na rua contra o golpe que levou Temer à presidência, agora temos o segundo round. Não é possível Temer continuar, nem esse Congresso escolher seu substituto. Pode não ser ilegal, mas é imoral e ilegítimo. E o ovo da serpente são essas reformas trabalhista e previdenciária", afirmou o ator, durante discurso no palco.

A poetisa e atriz Elisa Lucinda também defendeu a saída de Temer: "Esse momento é crucial, nós estamos sendo violentados", afirmou, antes de declamar uma poesia que discorre sobre corrupção e falta de dinheiro para educação e saúde.

Uma multidão ocupa a Avenida Atlântica, na altura do posto 3, em Copacabana (zona sul do Rio), na tarde deste domingo (28) em protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) e por eleições diretas para ocupar a presidência. "A primeira medida necessária é a saída de Temer", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM).

Para o congressista, há duas formas de isso ocorrer: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer ou a Procuradoria Geral da República denunciar Temer, o que dependeria de autorização do Poder Legislativo. "O mais rápido seria o presidente renunciar, mas não se pode esperar isso dele", afirmou.

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Para o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), mesmo se a eleição direta para presidente nesse momento não for instituída, a mobilização popular é importante. "Em 1984 não conseguimos aprovar (a eleição direta), mas o movimento popular acelerou o fim da ditadura e as conquistas da Constituição de 1988."

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirma ser possível prever hoje o desfecho da crise política. "Nós exigimos eleições diretas para presidente, mas não dá pra saber qual será a decisão do Congresso. Há uma proposta de emenda constitucional que será votada na próxima quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça. Mas tem outras variáveis: parece que o (deputado federal) Rocha Loures (flagrado recebendo R$ 500 mil) está negociando delação premiada. Então muita coisa pode acontecer", avaliou.

O deputado federal Alessandro Molon (Rede), autor do primeiro pedido de impeachment de Temer após a divulgação da delação dos donos da Friboi, afirmou que a mobilização popular pode convencer os congressistas a aprovar uma emenda constitucional que institua eleições diretas.

A regra prevista na Constituição para substituição do presidente nos dois últimos anos de mandato é por eleição indireta. "Essa não é uma causa de um partido político, de um segmento, essa é a melhor solução para o País". Molon acredita que o TSE vai cassar a chapa Dilma-Temer em 6 de junho. "Mas espero que não haja pedido de vista, que é a vontade de Temer", afirmou.

No protesto na Avenida Atlântica, desde as 12h estão ocorrendo shows de diversos artistas. A principal exibição será de Caetano Veloso, a partir das 16h.

A deputada federal Luciana Santos (PCdoB) também se posicionou sobre as denuncias veiculadas, nesta sexta-feira (17), contra o presidente Michel Temer (PMDB). A parlamentar afirmou que o peemedebista não pode continuar com “a sua pauta de destruição do futuro do povo e da nação”. Ela pediu por eleições diretas.

“A única forma de recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento e de devolver a esperança ao nosso povo é realização de eleições diretas. A palavra precisa ser dada à população para que ela, de forma livre e soberana, aponte os rumos que o Brasil deve tomar”, disse.

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Luciana Santos ainda declarou que o povo já está revoltado. “Diante da situação econômica dramática, das reformas feitas para liquidar direitos históricos, da entrega do patrimônio nacional, exige respostas imediatas por parte das forças democráticas e comprometidas com o Brasil”.

“O governo de Temer, oriundo de um golpe de Estado, não pode continuar. A ilegitimidade do governo, que vem desde o seu nascedouro, atinge com as notícias de hoje níveis que não lhe permitem continuar existindo (...) O PCdoB lutará por isso, no parlamento e nas ruas, com a coragem a amplitude que nos caracterizam”, finalizou.

 

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugeriu que, em eventual agravamento da crise política no País, o Congresso deve aprovar uma Emenda à Constituição para a convocação de eleições presidenciais diretas. "É preciso logo fazer uma emenda no Congresso para a eleição direta", disse em entrevista ao programa Diálogos com Mario Sérgio Conti, da Globonews.

Em programa veiculado na noite de anteontem, o tucano foi questionado sobre uma eventual renúncia de Michel Temer e se disputaria a eleição por via direta ou indireta. "Eu espero que isso não aconteça. Nós estamos atravessando uma pinguela, mas, se a pinguela quebra, você cai no rio. Meu esforço todo é que haja uma travessia", disse. "Primeiro vou fazer o todo possível para fazer a passagem - portanto, o governo Temer, que é passagem - para que isso não ocorra."

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Ele comentou ainda que, para que fosse feita uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) convocando eleições diretas, seria preciso que o "presidente Temer tomasse a decisão".

O ex-presidente afirmou também que para ele é mais importante ter "credibilidade" e não "popularidade". "É difícil para alguém que não tenha voto, na situação em que nós estamos, ter legitimidade para tomar decisões que são necessárias tomar. O vice-presidente da República (Temer) teve o voto, mesmo que as pessoas não tenham muita consciência disso, ele teve o voto, é legitimo que ele esteja lá", afirmou, em outro momento da entrevista.

Arranhão

Para o ex-presidente, há um arranhão institucional no País, com "o Judiciário para um lado, o Legislativo de outro, isso é muito complicado". E, diante de um comentário do jornalista sobre as recentes aprovações de projetos no Congresso e a reação de magistrados e procuradores, ele criticou integrantes do Ministério Público. "Isso é o mais grave. Se aprovarem, eu não brinco mais, aí a crise é grave, aí não pode."

São Paulo – Um grupo de alunos ocupa a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) desde a tarde de ontem (1º), em protesto por eleições diretas para reitor, votação paritária entre as três categorias (alunos, funcionários e professores) e fim da lista tríplice, que confere ao governador a escolha do reitor entre os três mais votados.

Segundo Gustavo Rego, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE)  a reivindicação para eleições diretas é uma queixa antiga do movimento estudantil. “A USP é uma das únicas universidades do país que não têm mecanismo de consulta direta à comunidade para definir o reitor”, criticou.

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Os estudantes reclamam que, pelo atual modelo de eleições, menos de 1% da comunidade universitária participa da escolha para reitor. “Nós queremos que a universidade tenha total autonomia para que não aconteça como ocorreu  nesta atual gestão, na qual o segundo colocado foi nomeado reitor”, disse ele. “Esse é um modelo de eleição para reitor que não leva em conta nenhum princípio democrático, a única coisa que se leva em conta são os acertos políticos dentro da elite política universitária”, acrescentou.

Por meio de nota, a universidade informou que o Conselho Universitário definiu ontem (1º) que o sistema de escolha para reitor deixa de ser feito em dois turnos, e passa a ter somente um turno. Os candidatos a reitor e a vice-reitor também precisarão fazer uma inscrição prévia de suas candidaturas, além de uma consulta à comunidade universitária.

Gustavo disse que as mudanças não atendem às demandas dos estudantes. Eles disseram que vão permanecer na reitoria até que as reivindicações sejam atendidas, acrescentou.

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