Tópicos | El Paso

O jovem americano acusado de matar 22 pessoas em agosto em um hipermercado de El Paso, no Texas, se declarou inocente em um tribunal desta cidade do sul dos Estados Unidos, informou a justiça local. Patrick Crusius, um jovem branco de 21 anos, foi acusado em agosto de homicídio e enfrenta a pena de morte ou prisão perpétua.

O acusado "se declarou inocente esta tarde e o promotor Jaime Esparza pedirá a pena de morte", disse à AFP a promotoria de El Paso. O procurador-federal John Bash assinalou que o crime é considerado um ato de "terrorismo".

Em um manifesto publicado na Internet antes do ataque, Crusius denunciou uma "invasão hispânica" no Texas e depois declarou que seu alvo eram os 'mexicanos'. O jovem está detido e isolado, com vigilância especial para evitar que cometa suicídio, segundo a imprensa local.

Centenas de pessoas assistiram na sexta-feira (16) ao funeral de uma mulher que mal conheciam, vítima do tiroteio em El Paso no início deste mês, depois que seu marido abriu a cerimônia para público.

Quando Margie Reckard, de 63 anos, morreu baleada no ataque que matou 22 pessoas em uma loja da rede Walmart na cidade fronteiriça do Texas em 3 de agosto, seu marido, Antonio Basco, pensou que teria de enterrá-la sozinho, relata a imprensa local.

O agora viúvo, de 61 anos, casado com Margie por mais de duas décadas, decidiu que "todos eram bem-vindos" à cerimônia. Seu desejo foi publicado no site da funerária.

Antonio e Margie não tiveram filhos, mas ela, sim, de um casamento anterior. Eles também foram se despedir.

O resultado foi comovente. Antonio recebeu uma avalanche de mais de 10.000 mensagens e mais de 900 arranjos de flores, alguns de lugares tão distantes quanto a Ásia, noticiou o jornal "The New York Times".

Na sexta-feira, cerca de 700 pessoas esperaram na fila, sob um calor de quase 38°C, para manifestar seus pêsames.

Diante da inesperada resposta, o funeral, que incluia uma banda de "mariachis" e canto, precisou ser transferido para uma instalação maior.

"Isso é incrível", disse Basco, que chorava ao agradecer a cada um dos presentes, segundo um vídeo publicado on-line pela imprensa local.

"Tínhamos um vínculo que não se pode imaginar", disse Basco na quinta-feira ao jornal local "El Paso Times".

"Ela foi meu primeiro amor", contou.

Todos os dias, o viúvo tem deixado flores no memorial improvisado em homenagem às vítimas na frente da loja da Walmart, onde aconteceu a tragédia.

Alguns dos presentes viajaram de outros municípios e até estados para a cerimônia. E muitos são membros da comunidade abalada por esse ato de violência que pôs a cidade no centro da atenção nacional.

O enterro acontece hoje, no cemitério Restlawn, em El Paso.

Antes do ataque, o agressor, de 21 anos, havia publicado na Internet um manifesto supremacista branco, no qual denunciava uma "invasão hispânica" ao Texas.

El Paso está às margens do rio Grande, que marca a fronteira dos Estados Unidos com o México. Pelo menos 83% de seus 680.000 habitantes são de ascendência hispânica.

Este triste episódio aconteceu horas antes de outro ataque similar em Dayton, no estado de Ohio. Neste último, um homem atirou e matou nove pessoas, reavivando os pedidos por melhores controles sobre a venda e porte de armas nos Estados Unidos.

A cidade de El Paso se reunirá nesta sexta-feira (16) para acolher Antonio Basco, que ficou sozinho no mundo depois de perder sua mulher na matança perpetrada há dois semanas nessa cidade de maioria latina que deixou 22 mortos, entre eles oito mexicanos.

Margie Kay Reckard, de 63 anos, morreu em 3 de agosto quando um homem armado com um fuzil entrou em um supermercado atirando. O acusado confessou à polícia que seu alvo eram os "mexicanos".

"Tínhamos um vínculo que não se pode imaginar", disse Basco na quinta-feira no jornal local El Paso Times. "Ela foi meu primeiro amor", contou sobre a relação.

Sem outros parentes, a morte de sua mulher deixou Basco sozinho no mundo. Por isso, a funerária Perches Funeral Homes avisou que "todos eram bem-vindos" à cerimônia e depois que o aviso foi publicado no site, começaram a chegar flores e mensagens de estímulo de desconhecidos.

O diretor da funerária, Harrison Johnson, disse que Basco pensou que "ia enterrar sua mulher sozinho".

Devido à grande quantidade de respostas recebidas, a casa funerária transferiu a cerimônia para um lugar mais espaçoso para acolher os que querem acompanhar Basco nesta sexta-feira.

Milhares de pessoas participaram, na noite desta quarta-feira (14), de uma vigíla em memória das vítimas do massacre de El Paso, onde um atirador matou 22 pessoas e feriu outras 26 em um supermercado no dia 3 de agosto.

A multidão, comovida, ocupou a maior parte da arquibancada do estádio de beisebol desta cidade do Texas, na fronteira com o México. O público era majoritariamente americano, mas muitos mexicanos cruzaram a fronteira para participar da vigília.

O atirador, um jovem branco de 21 anos armado com um fuzil de assalto, declarou aos investigadores que o ataque tinha como alvo os "mexicanos" que estavam no supermercado. 

Oito mexicanos morreram no ataque. Foram "injustamente atacadas pela cor de sua pele, sua cultura e seu idioma", disse em espanhol Jesús Seade, subsecretário para América do Norte da chancelaria mexicana, que participou da cerimônia com outros funcionários e políticos do país vizinho.

"Não deixaremos que o ódio provoque mais ódio", disse o governador do Texas, Greg Abbott, ao denunciar o "terrorismo doméstico".

O americano acusado de matar 22 pessoas em um hipermercado Walmart de El Paso, Texas, disse à polícia depois de ser detido que seu alvo eram os "mexicanos", segundo a declaração juramentada da ordem de prisão, revelada nesta sexta-feira (9).

O depoimento registrado na ordem de prisão do agressor, identificado como Patrick Wood Crusius, de 21 anos, indica que ele confessou ter cometido o massacre após se entregar às autoridades.

"Eu sou o agressor", disse em voz alta, levantando as mãos enquanto saía de seu veículo cercado pela polícia perto do Walmart.

Crusius foi preso e levado para a delegacia de polícia, onde ele abriu mão de seu direito de permanecer em silêncio ou de ter um advogado presente.

"O acusado declarou que, uma vez dentro da loja, abriu fogo usando seu AK-47, atirando em múltiplas vítimas inocentes. O acusado declarou que seu alvo eram os mexicanos", indicou o documento de acusação do suspeito, identificado como Patrick Crusius, de 21 anos, e que será indiciado por assassinatos múltiplos.

Segundo a imprensa, citando autoridades, antes de realizar o ataque, o jovem teria publicado um manifesto na internet denunciando uma "invasão hispânica" no Texas.

No manifesto, Crusius disse que estava "defendendo" os Estados Unidos "da substituição cultural e étnica causada por uma invasão".

El Paso faz fronteira com o município mexicano de Ciudad Juaréz e tem uma população de 680 mil pessoas, sendo que 83% delas são de origem hispânica.

A mãe do assassino de El Paso, Patrick Crusius, ligou para a polícia semanas antes do ataque porque temia que seu filho tivesse um rifle de assalto, informou nesta quinta-feira (8) a emissora norte-americana "CNN".

De acordo com a emissora, foram os advogados da família do atirador que revelaram a denúncia da mãe de Crusius. Na ocasião, a mulher entrou em contato com a polícia de Allen, no Texas. No entanto, ela foi informada que o seu filho, que tem 21 anos de idade, poderia legalmente adquirir tal arma.

##RECOMENDA##

No último sábado (3), Crusius invadiu um supermercado de El Paso com uma arma de grosso calibre e disparou por cerca de 20 minutos. O massacre deixou 22 mortos - oito deles eram mexicanos - e o atirador foi detido pela polícia local, sem ter demonstrado nenhum sinal de resistência.

Desde então, Crusius está preso na cidade texana e enfrenta acusações de homicídio em primeiro grau, que no estado norte-americano podem levar o criminoso a prisão perpétua ou até a pena de morte.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitou nessa quarta-feira (7) El Paso e foi recebido com diversos protestos. O republicano foi pressionado para endurecer as leis sobre posse de armas e encerrar o seu discurso anti-imigração.

Da Ansa

Mergulhados no luto pela tragédia do último fim de semana, muitos habitantes de El Paso se opõem à visita do presidente americano, Donald Trump, em meio às dúvidas quanto à sua determinação para lutar contra o extremismo.

Do lado de fora da loja da rede Walmart onde aconteceu o tiroteio em massa, várias cruzes lembram as 22 vítimas. Pouco a pouco, a homenagem improvisada de flores, balões, velas e bandeiras de Estados Unidos e México vai ganhando cada vez mais espaço.

Trump visitará El Paso, no Texas, e Dayton, em Ohio, depois dos sangrentos episódios que 31 mortos no fim de semana. O presidente sinaliza uma tentativa de unir o país contra o racismo e a ideologia dos supremacistas brancos, em meio às acusações de que ele é parte do problema.

Desde que Trump lançou sua campanha à Presidência em 2015, em muitos de seus discursos, chamou os imigrantes mexicanos de "estupradores" que levam "drogas" e "crime" para os Estados Unidos. Em 2018, denunciou as caravanas procedentes da América Central como uma "invasão".

Segundo a imprensa americana, antes do tiroteio, o assassino de El Paso denunciou, em um manifesto on-line, uma "invasão hispânica" no Texas.

Autoridades do México disseram que oito dos mortos e seis dos feridos são mexicanos.

"Eu culpo o presidente. Desde o momento em que sua retórica e o ódio que tem com as pessoas de cor de pele diferente chegaram à Presidência. Não tem direito", disse à AFP Silvia Ríos, moradora de El Paso que compareceu à vigília.

Na segunda-feira, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, classificou a matança como "um ato de terrorismo contra os mexicanos".

"Acredito que o presidente Trump seja o grande problema", afirmou Rosario Meyer, em conversa com a AFP.

- 'Não precisamos de mais divisão' -

Oriundo de El Paso, o pré-candidato democrata Beto O'Rourke concordou que o presidente ajudou a criar o ódio que tornou essas tragédias possíveis.

"Não precisamos de mais divisão. Precisamos curar. Ele não tem espaço aqui", frisou O'Rourke.

Para a congressista pelo Texas Verónica Escobar, Trump e sua equipe deveriam "considerar o fato de que suas palavras e suas ações tiveram um papel nisso".

"Da minha perspectiva, ele não é bem-vindo aqui", declarou Escobar em entrevista à rede MSNBC.

"Não deveria vir aqui. Estamos de luto", completou.

Ao anunciar a visita de Trump, o prefeito de El Paso, Dee Margo, disse que tinha de receber o presidente, porque era sua obrigação.

A assessora da Casa Branca Kellyanne Conway acusou os democratas de politizarem a tragédia. "O presidente está tentando unir o país, curar esta nação, mas também oferecer propostas concretas sobre como avançar como nação", rebateu.

O presidente da delegação do Partido Republicano no condado de El Paso, Adolpho Telles, defendeu a visita de Trump, mas disse ele precisa ser mais cuidadoso com sua linguagem.

"Sua retórica não é sempre a que deveria ser", reconheceu Telles, em entrevista à emissora CNN.

De Manila, o criador do portal 8chan, um fórum na Internet que não tem moderadores e que teria sido usado pelo autor antes do tiroteio, disse esperar que a plataforma seja fechada.

"Acho que será a pá de cal do 8chan", afirmou Frederick Brennan, que vendeu a plataforma no ano passado.

"Deveria tê-lo fechado quando tive a oportunidade de fazer isso", lamentou.

Ontem, em pronunciamento pela televisão, Trump disse condenar o racismo e a ideologia dos supremacistas brancos, mas insistiu em que as doenças mentais são a principal causa das mortes por armas de fogos nos Estados Unidos.

Seus comentários não aplacaram as críticas em El Paso.

Nesta terça, Trump parecia irritado com as críticas veladas de seu antecessor Barack Obama, segundo o qual a retórica divisiva dos líderes americanos é parte do problema.

Os investigadores continuavam nesta terça, tentando descobrir a motivação do autor do outro tiroteio, em Dayton, que deixou nove mortos. Segundo uma conta no Twitter, o jovem tinha posturas políticas de extrema esquerda.

A prefeita de Dayton, Nan Whaley, disse estar decepcionada com o discurso de Trump na segunda-feira. "Não sei se sabe no que acredita", lamentou.

Autoridades norte-americanas estão investigando a possibilidade de o tiroteio em El Paso, no Texas (EUA), que deixou ao menos 20 mortos e 26 feridos, ter sido um crime de ódio. Os trabalhos em andamento buscam confirmar se um texto racista e contrário à imigração publicado na internet pouco antes do tiroteio foi escrito pelo atirador. El Paso tem aparecido de forma proeminente no debate sobre imigração e possui atualmente 680 mil habitantes, muitos dos quais de origem latina.

Dois policiais que falaram sob condição de anonimato identificaram o atirador no como Patrick Crusius, de 21 anos, que estaria sob custódia. As autoridades não divulgaram seu nome em uma coletiva de imprensa, mas disseram que ele foi preso sem que a polícia tenha dado nenhum tiro. O suspeito é proveniente de Allen, cidade que fica a cerca de 10 horas de carro de El Paso, e já foi fichado pela polícia sob acusações de homicídio.

##RECOMENDA##

A polícia informou que mais de duas dúzias de pessoas ficaram feridas no ataque a uma área comercial a cerca de 8 quilômetros do principal ponto de fronteira com Ciudad Juarez, no México. Muitas das vítimas foram baleadas em um supermercado e várias estão em estado grave.

O tiroteio ocorreu menos de uma semana depois de um jovem de 19 anos matar três pessoas e ferir ouras 13 em um popular festival na Califórnia, antes de morrer. Horas depois do massacre em El passou, houve outro tiroteio em massa, em Dayton, Ohio. Segundo a polícia, nove pessoas foram mortas por um atirador que foi morto a tiros por policiais.

Fonte: Associated Press

Gangorras foram colocadas nas frestas do muro entre México e Estados Unidos e crianças foram filmadas brincando separadas pela barreira de aço.

A instalação foi posta entre as cidades de El Paso, nos EUA, e Ciudad Juárez, no México. As gangorras são uma invenção do arquiteto Ronald Rael, professor na Universidade da Califórnia, e também na Universidade Estadual de San José.

##RECOMENDA##

O próprio professor postou na rede social instagram uma filmagem de crianças e adultos usando as gangorras. Rael afirma na postagem que a intenção com a instalação na fronteira é de evocar "união e alegria".

A fronteira entre os dois países é motivo de polêmica e disputa política. Uma das principais promessas do presidente dos EUA, Donald Trump, é aumentar o muro entre os dois países. Do lado dos EUA, centros de detenção para imigrantes ilegais tem sido denunciados por prenderem crianças separadas dos pais em condições que ferem os direitos humanos.

O financiamento para a construção motivou a maior paralisação da história do governo dos EUA, quando o Congresso se negou a dar a Trump o financiamento requerido para o muro. A Suprema Corte dos EUA, no entanto, liberou 2,5 bilhões para que o Trump refaça o muro na regiões dos estados norte-americanos do Arizona, Califórnia e Novo México.

[@#video#@]

Da Sputnik Brasil

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando