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Ao menos 100 emigrantes foram resgatados na costa da Espanha nesta quinta-feira, o que eleva a 300 o número de pessoas socorridas no mar na região desde o Natal, informaram os serviços espanhóis de resgate.

Mais da metade dos resgatados estavam na chamada Costa Branca espanhola, no sudeste, com dez pessoas encontradas ao amanhecer, outras 16 na zona de Torrevieja, e 12 em um bote inflável em Xabia, ao longo do dia.

Na costa sul, 17 homens foram resgatados próximo a Almeria e outro homem foi encontrado em "um bote inflável de brinquedo".

Outras 39 pessoas foram encontradas na altura das Ilhas Canárias. Até o momento não há informações sobre a nacionalidade dos resgatados.

No dia de Natal os serviços de resgate espanhóis socorreram nas costas da Espanha e do Marrocos cerca de 200 emigrantes - homens, mulheres e crianças - que se lançaram ao mar em precárias embarcações do continente africano.

Segundo a guarda costeira espanhola, cerca de 120 pessoas foram resgatadas nas Ilhas Chafarinas, diante da costa marroquina, e na ilha de Alborão, 57 km do Marrocos.

Segundo a OIM, cerca de 25 mil pessoas morreram desde janeiro de 2014 tentando chegar à Europa por razões econômicas ou políticas.

A maioria (19.154) perdeu a vida no Mediterrâneo, onde estão as principais rotas de acesso ao continente europeu, mas 480 faleceram no oeste da África, sendo 160 em 2019.

Um navio humanitário italiano resgatou nesta segunda-feira (18) 49 emigrantes à deriva na costa da Líbia, provocando uma advertência do governo em Roma a todas as embarcações privadas que ajudem pessoas em risco de naufrágio no litoral norte-africano.

O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, repetiu em várias ocasiões que as águas territoriais italianas estão fechadas aos navios das ONGs que resgatam emigrantes e proibiu seu acesso aos portos italianos, em uma tentativa de forçar outros países da Europa a assumir seu percentual de solicitantes de asilo.

"O Mare Jonio acaba de socorrer um bote inflável em dificuldades que afundava com cerca de 50 pessoas a bordo", informou o coletivo Mediterranea, que reúne diferentes associações de ajuda.

A embarcação seguiu para a ilha italiana de Lampedusa, "o porto seguro mais próximo", diante de condições meteorológicas que se agravam, revelou o coletivo.

"Solicitamos oficialmente à Itália, país da nossa bandeira e responsável jurídica e geograficamente, que indique um porto para desembarcar" os emigrantes resgatados.

Os 49 emigrantes - incluindo 12 crianças - foram resgatados a 40 milhas náuticas da costa líbia.

"As pessoas estavam há dois dias no mar [...], esgotadas e desidratadas", assinalou a Mediterranea.

Desde o início do ano, 348 emigrantes puderam desembarcar na Itália, contra 6.161 no mesmo período de 2018.

O navio da ONG espanhola Proactiva Open Arms se dirige ao porto espanhol de Algeciras (sul) para desembarcar 87 emigrantes resgatados na quarta-feira passada em águas internacionais em frente à Líbia, informou a organização na noite de segunda-feira.

"Porto de destino: Algeciras. Situado a 590 milhas náuticas de onde nos encontramos, ou seja, mais três dias de travessia a partir de hoje [segunda-feira]", afirmou a ONG em sua conta no Twitter.

Desde que resgatou os emigrantes, em sua maioria sudaneses da região de Darfur que tinham passado cerca de 50 horas em um bote inflável sem água para beber, o navio da "Open Arms" buscava um porto para desembarcá-los.

A Itália, que impediu a entrada em seus portos dos barcos de ONGs que resgatam emigrantes que tentam chegar no país vindos da Líbia, negou novamente essa possibilidade.

"Onde quer que seja, mas na Itália não", afirmou no Twitter o ministro italiano de Interior, Matteo Salvini.

"As 87 pessoas resgatadas terão levado mais de uma semana para chegar a um porto seguro", lamentou a Proactiva Open Arms, que alertou que os insumos do navio estão se esgotando.

Ao menos mil pessoas foram resgatadas nesta sexta-feira (27) em várias operações no Mar Mediterrâneo, anunciou a Guarda Costeira italiana. Os emigrantes, que viajavam em seis botes infláveis e em três barcos de madeira, foram socorridos em nove operações distintas, principalmente de navios da Guarda Costeira e da ONG Proactiva Open Arms.

Em um dos botes infláveis havia um corpo, anunciou a Guarda Costeira. Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas morreram no ano passado ao tentar cruzar o Mediterrâneo para chegar à Europa, a maioria diante da costa da Líbia.

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O drama da emigração dos galegos espanhóis para os países latino americanos - entre os anos de 1975 e 1963 - está ilustrado por meio de 51 fotografias de Alberto Martí na exposição Os Adeuses, Fotografias de Alberto Martí. A mostra entra em cartaz na próxima terça (12), no Museu do Estado, sendo esta a primeira vez que tais registros são expostos na cidade do Recife. Na abertura, às 19h, haverá também a apresentação do grupo musical La Tómbola, que une galegos e pernambucanos. 

Alberto Martí documentou, em mais de 200 fotografias, a emigração de crianças, adultos e idosos que deixaram a Galícia, com destino a países como venezuela e Brasil, em busca de uma vida melhor. Destas, 51 foram reunidas na mostra Os Adeuses, que chega à capital pernambucana numa parceria entre o Conselho da Cultura Galega, Centro galego de Artes da Imagem (CGAI), Embaixada da Espanha, Instituto Cervantes e Governo de Pernambuco. 

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A mostra é dividia em três partes: A ida, partida da Galícia, O Buque Santa Maria, o navio com 586 passageiros que foi sequestrado pelo Diretório Ibérico de Libertação em 1961, e A Volta, o retorno de muitos galegos à comunidade espanhola. Os Adeuses fica em cartaz até o dia 28 de agosto e tem visitação gratuita.  

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Os Adeuses, Fotografias de Alberto Martí

Abertura

Terça (12) | 19h

Visitação

Até 28 de agosto

Terça a sexta | 9h às 17h

Sábados e domingos | 14h às 17h

Museus do Estadod e Pernambuco (Av. Rui Barbosa, 960 - Graças)

Gratuito

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Terra tradicional de emigrantes, Portugal propõe aos países europeus que sofrem "uma forte pressão migratória" acolher até 10.000 refugiados e aproveitar assim a oportunidade para repovoar suas regiões no interior.

Portugal tem que "dar o exemplo", declarou na sexta-feira, em Bruxelas, o primeiro-ministro socialista Antonio Costa, que criticou "uma Europa que fecha suas fronteiras para bloquear os refugiados".

A chegada de refugiados "será positiva para as regiões afetadas pela desertificação rural", informou à AFP uma fonte governamental.

O país enviou nesta semana uma carta às autoridades de Grécia, Áustria, Itália e Suécia se oferecendo para acolher até 5.800 refugiados suplementares, que se somam aos cerca de 4.500 da cota aceita por Lisboa no marco das negociações europeias.

Costa havia feito a mesma proposta pessoalmente à chanceler alemã no início de fevereiro, durante uma viagem oficial a Berlim. Mas até agora, os refugiados não se acumulam às propostas de Portugal. Preferem os países do norte da Europa. Lisboa acolheu 32 migrantes, apesar dos esforços do embaixador português na Grécia, Rui Alberto Tereno, que visitou em novembro um campo de refugiados para exaltar as vantagens de Portugal.

Regiões despovoadas do país

Portugal não é conhecido e "deve se fazer ouvir entre os migrantes que chegam à Europa", explica Teresa Tito Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), responsável pela acolhida dos migrantes no país.

"A chegada de refugiados vai beneficiar as regiões do país que se tornaram desérticas. Um grande número de portugueses emigraram e certas regiões do país necessitam retomar a vida", porque o índice de natalidade é o mais baixo da Europa, descreve Tito Morais.

A ideia foi lançada em setembro pelas autoridades locais de Bragança, uma pequena cidade de 35.000 habitantes no nordeste de Portugal. É uma forma de repovoar os povoados da região.

País tradicional de emigrantes, Portugal registrou nestas quatro últimas décadas 485.000 pessoas que foram de forma definitiva ou temporária, uma onda em massa que afetou mais o norte e o centro do país, em plena cris econômica.

O governo anterior de direita, derrotado em novembro por uma aliança inédita de esquerda, havia advertido que Portugal esta "disposto a fazer sacrifícios" para acolher os refugiados "mas sem questionar o esforço de reativação econômica e financeira".

Falta de mão de obra

O governo socialista se mostra mais aberto, mas coloca certas condições, posto que o desemprego continua alto, mais de 12% da população.

A acolhida estaria reservada a 2.000 estudantes universitários e 800 alunos das escolas profissionais, além de 2.500 a 3.000 refugiados classificados nos âmbitos agrícolas e florestais. "Nestes setores falta mão de obra e hoje em dia se veem obrigados a contratar trabalhadores no Vietnã e na Tailândia", explicou o governo. "São postos de trabalho que os portugueses não aceitam", resume Tito Morais, para responder o comentário do "mito dos imigrantes que roubam os trabalhos dos portugueses".

Brasileiros no exterior denunciam o fracasso da política de emigração do Itamaraty e pedem ao governo a criação de uma secretaria de Estado dedicada aos 3 milhões de brasileiros que vivem pelo mundo, retirando a concentração do assunto das mãos da chancelaria. Em um esforço de demonstrar uma ruptura com a política criada pelo governo nos últimos anos para atender aos emigrantes, brasileiros realizaram, neste fim de semana, na Suíça, uma reunião independente para formular pedidos e sugestões ao governo brasileiro.

O principal ataque é contra o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE), entidade criada durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que serviria de contato entre o Itamaraty e a comunidade brasileira no exterior. O conselho entrou em funcionamento em 2010. Brasileiros no exterior foram eleitos para o novo órgão, que passou a se reunir. Mas, até o final de 2012, nenhum resultado concreto existiu.

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O problema, segundo seus críticos, é que o conselho passou a ser tutelado pelo Itamaraty, que na prática ditaria as regras e as condições de implementação de projetos. Há relatos ainda de disputas internas entre os 16 conselheiros que acabou minando a capacidade de o grupo chegar a posições comuns.

Acusado ter membros eleitos por apenas 2% dos brasileiros no exterior, os trabalhos do conselho foram suspensos e agora o Itamaraty volta a percorrer o mundo em consultas com lideranças brasileiras para debater como agir a partir de agora.

O problema, segundo os opositores ao projeto do Itamaraty, é que justamente essa liderança do Itamaraty está minando os esforços. O paulistano Edmar da Rocha, que vive na Europa há oito anos, é um dos líderes. Ele deixa claro que a prioridade é a criação de uma Secretaria de Estado para o Emigrante. "Ela seria uma secretaria do Poder Executivo para acompanhar dentro do Congresso medidas e políticas que possam vir a favorecer a comunidade brasileira no exterior", explicou.

Outra reivindicação do grupo é a criação de parlamentares emigrantes. Ou seja, deputados que não representariam regiões dentro do Brasil, mas áreas onde viveriam os 3 milhões de brasileiros no exterior. A Itália já adota há anos essa política.Eles também pedem a criação de um novo Conselho de Emigrantes, que levasse sugestões autônomas aos deputados. O governo já prometeu atuar e analisar as reivindicações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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