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O Ministério da Educação (MEC), junto com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgou, nesta quarta-feira (4), em um webinário, os resultados amostrais do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2019. Os dados revelam os níveis de proficiência dos alunos do segundo ano em língua portuguesa e matemática, e o desempenho dos estudantes do nono ano do ensino fundamental em Ciências Humanas e da Natureza.

De acordo com o Inep, o Saeb 2019 contou com a participação de 5.660.208 (80,99%) dos 6.989.131 estudantes previstos para a avaliação. Ao todo, 72.506 escolas participaram. Dessas instituições, 62.769 tiveram os resultados divulgados. A avaliação é realizada com foco no ensino público, mas 2.117 escolas particulares participaram desta edição. 

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Resultado do segundo ano

O levantamento aponta que cerca de 55% dos estudantes do segundo ano do ensino fundamental encontram-se nos níveis 5 a 8 de proficiência em língua portuguesa. Os dados ainda revelam que nos níveis da escala de proficiência de língua portuguesa do segundo ano do ensino fundamental, a maior parte dos estudantes (21,55%) concentra-se no nível 5. Por outro lado, 4,62% dos alunos estão abaixo do nível 1, o que indica a provável falta de domínio no conjunto das habilidades que compuseram o teste por parte desses participantes.

Em contraponto, 5,04% dos estudantes estão no nível 8, indicando um domínio da maioria nas habilidades testadas. Quando se trata de matemática, cerca de 50% dos alunos do segundo ano também se encontram entre os níveis 5 e 8 de proficiência. Entretanto, a maior parte dos alunos (19,83%) concentra-se no nível 4.

Ainda no que diz respeito ao domínio das habilidades matemáticas no teste, 2,82% dos participantes estão abaixo do nível 1, enquanto 6,99% encontram-se no nível 8. Em relação às zonas rural e urbana, o Saeb 2019 revela uma desigualdade, quando são observadas as distribuições nos níveis da escala de proficiência, tanto em língua portuguesa quanto em matemática na etapa de alfabetização.

Conforme os resultados, no caso da língua portuguesa, a zona urbana apresenta uma distribuição similar à nacional. Por outro lado, a zona rural possui percentual maior nos níveis mais baixos da escala de proficiência. Nas áreas rurais, observa-se uma maior concentração no nível 4, em que se encontram 19,45% dos alunos dessas regiões. Desses estudantes, 8,33% estão abaixo do nível 1.

Já quando se trata do domínio das habilidades em matemática, a zona urbana também apresenta distribuição similar à nacional, e a zona rural apresenta percentual maior nos níveis mais baixos. Cerca de 15% dos estudantes de escolas de zona urbana estão concentrados nos três primeiros níveis de proficiência em matemática.

Em contraponto, estudantes de escolas de zona rural correspondem a cerca de 25% dos três níveis mais baixos nessa área do conhecimento. Com relação às regiões e os estados, os dados revelam um desempenho um pouco melhor de alunos que estudam em capitais do que estudantes de outros municípios do país.

O Saeb também aponta uma concentração de melhores resultados, analisando os números por regiões do País. Dez unidades da Federação apresentaram proficiência média acima da proficiência média nacional em língua portuguesa no segundo ano do ensino fundamental. Destacam-se Centro-Oeste, Sudeste e Sul (Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul). O Estado do Ceará figura como exceção e possui a maior proficiência média.

A diferença entre os índices dos alunos cearenses e dos estudantes do Amapá é de 52,76 pontos. O Estado do Norte possui a menor proficiência média em língua portuguesa. Centro-Oeste, Sudeste e Sul também predominam entre os melhores desempenhos de matemática no segundo ano do ensino fundamental.

Em relação a essa área do conhecimento, assim como em língua portuguesa, dez unidades da Federação apresentaram proficiência média acima da proficiência média nacional. Nesse caso, Ceará e Pernambuco também se destacam. Além dos Estados nordestinos, estão entre os melhores níveis Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. A exemplo do que acontece em língua portuguesa, Ceará e Amapá são os Estados com maior e menor proficiência média, respectivamente. Em matemática, a diferença entre o Estado nordestino e o nortista é de 44,2 pontos.

Resultado do nono ano

O MEC e o Inep apresentaram também os resultados do nono ano em Ciências Humanas e da Natureza. Quanto à distribuição nos níveis da escala de proficiência da primeira área do conhecimento, o Saeb 2019 revela que a maior parte dos estudantes (18,6%) está concentrada no nível 2. Vale destacar que os quatro primeiros níveis apresentam, aproximadamente, o mesmo percentual, cada um.

Ainda de acordo com a avaliação, cerca de 30% dos estudantes encontram-se nos níveis 4 a 9 em relação às Ciências Humanas. Do total, 0,14% dos alunos estão no nível 9, indicando um domínio da maioria das habilidades testadas; já outros 16,97% estão abaixo do nível 1.

Quando se trata de Ciências da Natureza, cerca de 31,49% dos alunos do nono ano encontram-se entre os níveis 4 a 9 de proficiência. Apesar de a maior parte dos alunos (17,98%) concentrar-se no nível 2, os quatro primeiros níveis apresentam, aproximadamente, o mesmo percentual em cada um, a exemplo do que é notado em Ciências Humanas.

Em relação às Ciências da Natureza, 0,5% dos participantes estão no nível 8 ou acima e 17,73% encontram-se abaixo do nível 1. O Saeb 2019 também indica uma desigualdade no que diz respeito às distribuições nos níveis da escala de proficiência, tanto em Ciências Humanas quanto da Natureza. No caso das Ciências Humanas, a zona urbana apresenta uma distribuição similar à nacional.

Nas áreas rurais, observa-se uma maior concentração abaixo do nível 1, no qual se encontram 24,99% dos alunos dessas regiões. Quando se trata de Ciências da Natureza, a zona urbana também apresenta uma distribuição similar à nacional; a zona rural, mais uma vez, mostra um percentual maior nos níveis mais baixos, com uma concentração de 28,30% dos estudantes no nível 1.

Conforme os resultados, o desempenho dos alunos do nono ano do ensino fundamental também é um pouco melhor entre os que estudam nas capitais, em relação aos alunos de escolas localizadas em outros municípios. A análise se aplica tanto às Ciências Humanas quanto às da natureza. A avaliação ainda mostra uma concentração de melhores resultados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, assim como acontece com alunos da etapa de alfabetização, quando avaliada a disciplina de Ciências Humanas.

Nove unidades da Federação apresentaram proficiência média acima da proficiência média nacional. São elas: Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Ceará. O Estado catarinense se destaca com a maior proficiência média em Ciências Humanas. A diferença para Roraima, estado de menor proficiência média na disciplina, é de 28,91 pontos. Centro-Oeste, Sudeste e Sul também predominam entre os melhores desempenhos de ciências da natureza.

No caso dessa área de conhecimento, 11 unidades da Federação apresentaram proficiência média acima da proficiência média nacional. São elas: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Rondônia. Distrito Federal e Maranhão são as unidades da Federação com maior e menor proficiência média, respectivamente. Em Ciências da Natureza, a diferença entre elas é de 40,27 pontos. Confira mais detalhes sobre os resultados do Saeb 2019 no site das instituições.

A taxa de inadimplência no setor de ensino privado atingiu 9% no ano passado, alta de 0,2 ponto porcentual ante 2015, de acordo com pesquisa do Sindicato de Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). Foi o segundo ano consecutivo de alta e a expectativa da entidade é de novo aumento em 2017, para 9,2%.

O indicador considera recebíveis em atraso há mais de 90 dias. Os calotes no setor vinham em trajetória de queda até 2014, quando atingiram seu menor nível histórico, de 7,8%. A partir do ano seguinte, a redução na oferta de financiamento estudantil pelo Fies e o aumento do desemprego passaram a afetar os indicadores.

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Para o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a baixa oferta de vagas de financiamento tende a continuar afetando o índice de inadimplência. A expectativa é de uma recuperação apenas a partir do segundo semestre de 2018.

O risco do aumento dos calotes é a piora no caixa, sobretudo de instituições privadas de pequeno porte e que têm pouco acesso a crédito. A inadimplência de curto prazo - de até 30 dias - chegou a 16,6% no último ano. Embora parte desses recebíveis sejam recuperados algum tempo depois, os pequenos atrasos atingem o capital de giro das companhias. "Muita instituição pequena recebe em dia uma parcela muito pequena das mensalidades e precisa de empréstimos para pagar os salários e quitar suas obrigações", conclui Capelato.

Estado mais rico do Brasil e com mais escolas particulares no top 100 das notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), São Paulo ocupa só a 5.ª posição em notas por rede privada entre os Estados - média de 564,1 pontos. A lista é liderada por Minas, com média 585,3 na prova objetiva do exame, seguido por Espírito Santo (571,1), Santa Catarina (567,1) e Rio Grande do Sul (565,7).

A maioria (5,5 mil) das unidades paulistas tem alunos vindos de famílias de nível socioeconômico considerado médio e alto e há um pequeno grupo de 36 escolas com estudantes de renda baixa. Estados do Nordeste, como Piauí e Ceará, que têm escolas no topo do ranking, aparecem ainda mais abaixo se consideradas as médias por Estado - o Piauí ocupa a 10.ª posição, com média de 552,7 pontos e o Ceará, a 15.ª, com 545,8. Desde 2011, a média das privadas piorou em 9 Estados - Rio, Santa Catarina, Bahia, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul, Alagoas, Paraná e Minas -, além de Brasília.

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Mesmo com as quedas, em todos os Estados a nota das particulares é superior à das públicas. A média geral das públicas na prova objetiva foi de 486,5, ante 556,54 nas privadas.

Até na desigualdade entre essas redes há variação nos Estados: as maiores distâncias nas notas entre públicas e privadas estão em Tocantins (90,9 pontos), Minas (89,6 pontos) e Piauí (88,5 pontos). Em São Paulo, a diferença é de 63,7 pontos. O Estado ainda concentra o maior número de escolas que fazem parte do ranking das privadas. Das 6,2 mil participantes, 1,8 mil estão no Estado (ou 29% do total). Se considerada a média geral das escolas privadas, São Paulo teria 872 unidades abaixo desse patamar.

Gestão

Para o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Comercial, Benjamin Ribeiro da Silva, os resultados do Enem mostram que há melhor gestão na rede privada. "Há, sim, um fator socioeconômico, mas não é o que pesa mais. Há uma diferença de gestão, que é melhor nas privadas, com mais compromisso com os alunos e estímulos. Temos escolas particulares com os mesmos professores das públicas, mas com a nota melhor", diz.

Já o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que é "desperdício" pagar uma escola particular de baixo custo. "Só há uma diferenciação social. Em termos educacionais, a diferença é pequena, quase nula. Os pais pagam porque acreditam que o filho vai ficar mais seguro. Mas o desempenho é parecido." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro) realizará, no dia 22 de fevereiro, às 9h, assembleia para definição da campanha salarial de 2014 para a rede privada de ensino. O encontro será no auditório da Sinpro Pernambuco, no Recife. 

Os principais pontos abordados são a autorização de instauração do dissídio coletivo de trabalho, aprovação de contribuição para custos da campanha e aprovação da pauta de reivindicação que será entregue ao Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe). Na última paralisação, no ano de 2013, cerca de 80% das escolas privadas de Pernambuco permaneceram sem aulas durante sete dias. 

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O Sinpro Pernambuco fica na Rua Almeida Cunha, 65, no bairro da Boa Vista, área central da capital pernambucana. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (81) 9391.2236.

O setor privado de educação no Brasil deve seguir impulsionado nos próximos anos pela adesão de estudantes às bolsas concedidas pelo governo dentro do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), segundo o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo. "Daqui a 15 ou 20 anos, quando a taxa de penetração de alunos no ensino superior for atingida, poderemos questionar se o Fies faz sentido. Mas isto ainda está longe de acontecer", afirmou Galindo a jornalistas, após participar da cerimônia de migração das ações da empresa ao Novo Mercado da BM&FBovespa.

O executivo destacou que os últimos dados de penetração encontram-se em 14,6%, enquanto a meta do governo federal é atingir 33%. "Estamos falando, praticamente, de uma nova geração de estudantes", disse. Galindo pontuou que o desenvolvimento do ensino superior no Brasil está abaixo de outros países da América Latina, com economias de menor porte. "A estratégia do Governo para reverter isso é por meio do financiamento subsidiado. Não vejo risco de mudança nessas políticas", disse.

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Em razão das taxas de penetração serem menores, especialmente, nas regiões Norte e Nordeste, é que a Kroton busca aquisições de instituições estudantis nessas áreas. "Priorizamos essas regiões (para aquisições), mas não descartamos outras, desde que seja um ativo adequado, sólido e com marca consistente, para que possamos elevar o nível de rentabilidade", explicou. Ele não descarta, por exemplo, compras em São Paulo, mas busca oportunidades de instituições "de grande porte". "Temos que entrar em São Paulo pela porta da frente."

Segundo Galindo, a Kroton conta com cerca de 43% de sua base de alunos financiada pelo Fies, com potencial de atingir 65%. Até o final de 2013, a expectativa da empresa é de que o patamar de alunos matriculados com crédito do Fies atinja pouco mais de 50%. "Temos cerca de 98% dos nossos cursos elegíveis ao Fies. Por isso, estamos concentrando esforços na divulgação do fundo entre os alunos", afirmou.

Questionado sobre os níveis de inadimplência, ele ressaltou que são maiores entre os alunos matriculados, porém a instituição de ensino fica responsável por cerca de 15% deste risco, o restante por fica por conta do fundo. "Provisionamos futuras perdas, mas somos responsáveis por apenas uma parte da perda", ressaltou.

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