O atacante Érico Júnior está de saída do Sport, mas não de forma definitiva. O jogador, revelado pelo Leão, será emprestado ao Paysandu até o final de 2015. Antes, porém, o atleta estenderá o vínculo com o Rubro-negro pernambucano. O atual é válido até dezembro do ano que vem.

Embora não tenha feito muitos gols na temporada, Érico Júnior foi peça fundamental no esquema tático do Sport desde a efetivação do técnico Eduardo Baptista. E, no segundo semestre, mesmo indo para o banco de reservas, ainda participou de 14 jogos na Série A, mas sem balançar as redes.

O número de desfalques só aumenta para o técnico Eduardo Baptista. Depois de perder Diego Souza e Ronaldo por suspensão, o treinador soube que outros três atletas estão fora do jogo contra o Flamengo. Os atacantes Ananias, Érico Júnior e Neto Baiano estão entregues ao departamento médico e não se recuperarão a tempo da partida.

“Neto Baiano tem uma lesão muscular há oito dias e precisará de mais dez dias de recuperação. Érico Júnior já está há 14 dias e tem mais uma semana até voltar às atividades. Eles e Ananias, também lesionado, estão de fora do jogo”, explicou o médico Stemberg Vasconcelos.

Com poucas opções para o setor ofensivo, Eduardo Baptista pode contar com a volta de Leonardo. Porém, a condição física do atacante ainda não é ideal. Assim, a presença do jogador pelo menos no banco de reservas ainda é incerta.

“Leonardo ainda sente um incômodo porque foram 60 dias parado. Depende muito da parte física dele na volta aos treinos”, completou o médico leonino.

Treino cancelado

Devido ao desgaste físico dos atletas, o treino que seria realizado na tarde desta terça-feira (4), no CT José de Andrade Médicis, foi cancelado. Os atletas só voltam aos trabalhos na quarta-feira, no período da tarde. 

“Como de praxe, fazemos uma avaliação clinica e com recurso da tecnologia nos jogadores. E, clinicamente, os atletas se queixaram de dor e cansaço. O exame também apontou CK alto. Então, decidimos cancelar o treino para dar um tempo maior de recuperação”, afirmou Stemberg Vasconcelos.

Aos nove minutos do segundo tempo, Eduardo Baptista acionou Érico Júnior e o colocou no lugar de Felipe Azevedo na partida contra o Internacional.  Antes mesmo da substituição, a torcida xingava e criticava o treinador pela substituição. O garoto da base rubro-negra entrou em campo pressionado e também foi vaiado a cada lance. Revoltado com a postura de parte da torcida, o comandante leonino saiu em defesa de seu jogador.

“Ele é um menino e falta um pouco de respeito. Ele entrou bem e até enfiou uma bola para Neto Baiano. Não dá para entender de onde vem (as vaias). Falei para ele que a responsabilidade é minha e não tenho medo de pressão. Ele vai entrar e jogar. Isso que estão fazendo com o Érico Júnior é uma sacanagem. Não sei se parte da imprensa ou da torcida, mas ele tem a minha confiança e não tenho medo. Se tiver de colocar, vou colocar. Podem me xingar, mas não o menino. É uma sacanagem isso”, esbravejou Eduardo Baptista, valorizando o trabalho de base do Sport.

“Hoje, tínhamos cinco jogadores da base. Então, é melhor tirar o treinador e trazer alguns anteriores que contratam medalhões. Se tiver de colocar Oswaldo, Ronaldo, Renê e Érico, vou colocar. Não tenho medo de pressão. A não ser que me tire do Sport”, completou.

Sobre o empate por 0 a 0, na Arena Pernambuco, Eduardo Baptista valorizou o resultado. “É um jogo de Série A, duro e o Inter dispensa comentários pelo elenco que tem. O Sport foi brioso e brigou. Não era nossa conta esse empate, mas é um resultado normal”, concluiu.

O forte início de temporada, no aspecto físico, começa a refletir negativamente no Sport. Mesmo com a intertemporada durante a Copa do Mundo, quando o elenco teve quase 30 dias para treinar, as lesões musculares estão atormentando o elenco rubro-negro. E uma coincidência chama atenção, todas as lesões neste período foram no mesma região dos atletas: a coxa. Ewerton Páscoa, Rodrigo Mancha, Diego Souza, Régis, Érico Júnior e Leonardo já foram acometidos por contusões. E alguns até duas vezes no mesmo local.

Ewerton Páscoa, Rodrigo Mancha e Régis são os exemplos de jogadores que mal saíram do DM e voltaram. O tempo total de recuperação do zagueiro, com duas lesões na coxa direita, passa de um mês. Assim como Rodrigo Mancha, também na coxa direita, fora há 24 dias e que terá mais 15 de recuperação. O volante chegou a trabalhar novamente com o grupo, mas quando estava pronto para jogar, lesionou-se outra vez.

A situação do meia Régis é mais complexa, já que o atleta chegou ao Sport apenas durante a intertemporada e com um histórico de lesões. A coxa esquerda o fez parar por 15 dias e o jogador sentiu o músculo posterior da coxa esquerda duas partidas depois. Érico Júnior, Leonardo e Diego Souza completam a lista. No entanto, com casos mais simples. O primeiro, atacante da base, entrou na fase final de recuperação na coxa direita após dez dias de tratamento. Enquanto o camisa 87 ainda fará um exame, porém, deve ficar apenas por 15 dias de fora. Por fim, Leonardo será liberado para a fase de transição.

Para a comissão técnica do Sport, o principal motivo para o elevado número de lesões musculares é a quantidade de jogos. Os rubro-negros entraram em campo 11 vezes em 47 dias, desde o reinício da Série A (16 de julho). O que dá, em média, um jogo a cada quatro dias e um tempo curto de recuperação. Este ano já foram, no total, 52 partidas do Leão em cinco competições.

“São muitos jogos, uma carga muito grande e não tem como evitar 100% das lesões, por mais que haja prevenção. O Sport só teve lesões musculares após o primeiro semestre e já disputamos cinco competições. Tivemos a pré-temporada que ajuda, mas não evita. E os jogadores que estão se lesionando, a maioria, não fez a intertemporada. Por exemplo, Régis, Diego Souza e Rodrigo Mancha”, explicou o preparador físico do Sport, Edvaldo Tacão.

Apesar dos questionamentos devido às lesões, o técnico Eduardo Baptista saiu em defesa da comissão técnica. Principalmente no caso de Diego Souza, que estava há três meses sem jogar e saiu de campo machucado na partida contra o Criciúma, em que foi titular. “Aqui o trabalho é cientifico. Inaldo Freire (fisiologista) e Tacão (preparador físico) trabalham muito. Aqui, não se faz nada de maneira empírica. Lógico que era um risco colocá-lo. Mas só quem está aqui é que pode tomar essa decisão”, pontuou o treinador.

O técnico do Sport, Eduardo Bapstista, saiu em defesa dos jogadores revelados no clube após a vitória contra o Palmeiras, na Arena Pernambuco. Embora alguns sejam criticados, como Érico Júnior, o comandante rubro-negro valorizou ter os atletas jovens no elenco. E, segundo o treinador, isto não acontecia há cinco anos.

“Desde 2009, o Sport não coloca um jogador da base na Série A. O último foi Ciro. E isso foi muito cobrado pela torcida e pela própria imprensa. Hoje, temos três ou quatro da base, contando com Ronaldo. Às vezes criticam, pegam pesando com eles. Mas tem que ter coragem para colocá-los. A base não vem pronta, é preciso moldar”, explicou Eduardo Baptista.

No jogo contra o Palmeiras, Oswaldo, Renê e Érico Júnior foram titulares. O último foi o mais questionado por começar jogando. No entanto, o técnico demonstrou a importância tática do atacante para a equipe. 

“Érico Júnior, contra o Atlético-PR, me ajudou demais, e diante do Palmeiras foi fundamental para mim. Ele explorou o lado esquerdo do adversário e fez Patric jogar. Fico contente quando ele, Oswaldo e Renê rendem. Não tenho medo, se tiver de colocar o menino e deixar uma estrela no banco, eu faço”, pontuou.

Coletes brancos entregues pelo técnico Eduardo Baptista e dúvidas esclarecidas. O Sport deverá em campo para enfrentar o Santa Cruz com três mudanças: Rithely no lugar do suspenso Ewerton Páscoa, Érico Junior na vaga do lesionado Ananias e Renê substituindo Danilo. Sem mais alterações no time, muito menos no esquema tático da equipe, que segue com a mesma estrutura.

Assim, o Sport pode ser escalado com: Magrão; Patric, Ferron, Durval e Renê; Rodrigo Mancha, Rithely, Aílton, Érico Júnior e Felipe Azevedo; Neto Baiano. Havia a dúvida na lateral-esquerda após a boa atuação de Danilo, no entanto, o jogador treinou entre os reservas e deve mesmo ficar como opção para o decorrer da partida.

No meio-campo, Wendel, com uma virose, não treinou e virou dúvida para o técnico Eduardo Baptista. Apesar de Rithely ter treinado como titular, o comandante não confirmou o time. "Estou levando em consideração todos os fatores antes de definir. O Wendel é experiente, mas o Rithely é titular do Sport desde 2002. Vou levar essa dúvida até o momento do jogo", resumiu.

Desde que Eduardo Baptista assumiu o comando do Sport, o atacante Érico Júnior ganhou a titularidade. No entanto, após duas apresentações abaixo da média, o jogador voltará a figurar entre os reservas do Rubro-negro. Contra o Santa Cruz, nesta quinta-feira (6), quem retorna ao time é Felipe Azevedo.

Segundo o comandante rubro-negro, será importante para Érico Júnior ficar na reserva. “Ele foi titular até a última partida, mas agora passará por um período de treinamento e observação. Vamos conversar com ele sobre isso, porque é um atleta em formação. Não vou expor o atleta e tirá-lo no intervalo, foi necessário contra o Náutico, mas para não acontecer isso vamos poupá-lo. Vai treinar e aprimorar a parte técnica”, justificou Eduardo Baptista.

O treinador ainda usou outros jogadores como exemplo. “Com o Everton Felipe aconteceu o mesmo. Tanto ele quanto o Érico Júnior são meninos. Já havia dito que os jogadores da base iriam passar por esse processo para amadurecerem”, concluiu o treinador.

O Sport foi dado como eliminado da Copa do Nordeste com apenas três jogos. No entanto, nos confrontos seguintes, se recuperou e conquistou a classificação as quartas de final. Essa reviravolta, além da conquista da vaga, foi comemorada pelos rubro-negros após a vitória diante do Botafogo-PB

“Nunca deixamos de acreditar mesmo com poucas chances. Se a gente for vê, há duas rodadas era praticamente eliminado. Agora, conseguimos a vitória e nos classificamos. Estão todos de parabéns”, afirmou o goleiro Magrão.

Já o meia Aílton relatou as dificuldades que a equipe passou. “O começo de temporada foi difícil, treinamos pouco para estrear e tudo isso dificulta um pouco. Mas, graças a Deus, pudemos dar a volta por cima”, disse.

“Acreditamos sempre enquanto havia chances. Aproveitamos bem e nos classificamos”, resumiu o atacante Érico Júnior.