Os primeiros estudantes inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chegaram por volta das 10 horas na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), no Bairro Prado Velho, onde está concentrada a maioria dos que realizarão a prova em Curitiba. Sem conhecer o campus, não queriam perder o teste por falta de encontrar a sala. "Prefiro não vir no atropelo", disse Manoele Alessi, que espera conseguir boa nota para ajudar no vestibular de Veterinária, que fará na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Morando no Jardim Botânico, próximo à PUC-PR, ela foi com a mãe, Elvira. "Por causa dos problemas do ano passado, já chego com um pouco de medo", confessou a mãe.
A estudante Luanda de Almeida também chegou bem cedo. Ela mora um pouco mais distante, na Vila Guaíra, e estava preocupada em encontrar o Bloco Laranja, na PUC, onde faria as provas. "Eu não sei onde é", dizia aflita, mesmo faltando uma hora e meia para o fechamento dos portões. Luanda fez o vestibular de enfermagem, na Faculdade do Hospital Pequeno Príncipe, no meio do ano, apenas para "saber como é". Agora vai enfrentar o da UFPR, para o curso de biomedicina.
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A vendedora Dina Januária da Cruz, de 52 anos, estava tão apreensiva quanto algumas mães de estudantes que chegavam à PUC-PR, para o Enem, na manhã de hoje. "Eu é que vou fazer o exame", identificou-se. No ano passado, ela tinha feito a inscrição, mas na hora não compareceu. "Tive muito medo", afirmou.
Desta vez, recebeu total apoio dos seis filhos, o mais novo com 18 anos, nenhum deles tendo passado pelo Enem ou feito faculdade, ela decidiu arriscar. Dependendo do resultado, pretende inscrever-se para um vestibular de música no próximo ano. "Eu gosto muito", destacou. "Acho que até os 80 anos faço uma faculdade." Dina, que começou a estudar com cerca de 40 anos, está terminando o ensino médio na Escola Euzébio da Mota, no Bairro Boqueirão.
Tão importante quanto o exame e os anos de vida, ela salientou que tem sido a convivência com pessoas mais jovens na escola. "Eu pego mais experiência que eles", disse. "Tudo o que a gente sabe eles também já sabem." Nascida no Ceará, a vendedora mora em Curitiba há cerca de 30 anos e já tem cinco netos.