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Quem não se lembra, da época estudantil, de algumas visitas que as escolas faziam aos museus. Na maioria das vezes, os passeios se resumiam a um grupo de alunos sendo conduzidos por um guia, que mostrava os objetos antigos e que tinham relação com a história do Brasil e do mundo. Nesta semana, precisamente nesta sexta-feira (18), será comemorada a Semana dos Museus, e muitos colégios devem fazer essas visitas aos espaços.
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Entretanto, existem novos pensamentos sobre a forma de uso desses espaços, em sincronia com a educação dentro da sala de aula. “Alguns museus ainda vivem uma concepção antiga, que é de apenas mostrar objetos, em ações chamadas 'narrativas museais'. Ainda está presente neles o texto do colonizador e não há a promoção de relação com a sociedade”, afirma o coordenador do curso de museologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e integrante do programa de pós-graduação da área na UFPE, Renato Hatias. De acordo com ele, esses museus ainda não fazem atividades interativas com o público, principalmente com as escolas, como cursos, capacitações, entre outras.
A nova perspectiva é a da Museologia Social, em que são desenvolvidas, nos museus, ações que fazem as pessoas entenderem a relação daquilo que está exposto com o seu dia a dia. “São museus que buscam se relacionar com o público, que têm não apenas exposições fixas, como também, possuem exposições temporais, que levam à sociedade conhecimentos do cotidiano. A atenção é voltada para os problemas atuais da humanidade e isso é fundamental para a educação”, explica Hatias.
Um museu interativo
O Espaço Ciência, que é um museu interativo de ciências, em Olinda, possui exposições dentro do contexto da museologia social. “Aqui nos temos ações que fazem estudantes e visitantes associarem a teoria dos livros com a realidade. Temos muitas coisas ligadas às matérias escolares e a cultura”, descreve o monitor do espaço, Otávio Mendes. E nesta semana comemorativa, o espaço está oferecendo, além da exposição tradicional, algumas atividades relevantes para o conhecimento do dia a dia do público. “Temos um espaço que fala sobre a evolução dos bichos e há outro sobre eletricidade. Também abordamos outros temas de física como ótica, bem como outras áreas com a história da química da humanidade e um circuito de arvorismo”, explica o monitor.
No museu, os alunos podem apreciar objetos e construções na prática. Esses objetos remetem a temas de diversos conteúdos escolares, como física, química, matemática, biologia, antropologia, entre outros. “O museu interativo é bastante importante na questão da divulgação científica. Ele utiliza o lúdico como meio de passar o conhecimento”, comenta Mendes.
Aula no museu
Os irmãos Lucas Mateus e João Victor Chaves, de 11 e 13 anos, respectivamente, foram à escola na tarde desta quarta-feira (16) e não puderam entrar. “Nos atrasamos por causa do ônibus e não deixaram a gente assistir a aula. Então resolvemos vir para o Espaço Ciência”, disse Lucas.
Foi a primeira vez que os irmãos visitaram um museu interativo e gostaram muito da experiência. “Eu vi aqui o que eu aprendo nos livros da escola. É muito legal estudar ciência na prática”, falou João, referindo-se a uma aula prática sobre geração de energia. Os garotos tiveram a chance de entender melhor os assuntos da escola, e de acordo com Lucas, o aprendizado foi proveitoso. “Aprendemos muitas coisas e vamos sempre relacionar com a escola”, relata.
A programação do Espaço Ciência segue até o próximo dia 18 com visitas das 8h às 12h, no circuito de arvorismo. O restante da programação segue até o dia 20, das 8h às 17h. O museu fica no Complexo de Salgadinho, em Olinda.
Clique AQUI e veja a programação.
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