Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em alta, reagindo a sinais de melhora na economia do país e à perspectiva de que os países da Europa estão dispostos a adotar medidas para estabilizar os bancos da região.
O Dow Jones subiu 131,24 pontos, ou 1,21%, para 10.939,95 pontos, beneficiado pelo bom desempenho dos componentes ligados aos setores de matérias-primas - Alcoa (+2,74%), Chevron (+3,48%) e ExxonMobil (+1,54%) - e de tecnologia - Cisco Systems (+3,85%), Microsoft (+2,25%) e Hewlett-Packard (+3,65%). O Nasdaq avançou 55,69 pontos, ou 2,32%, para 2.460,51 pontos. O S&P 500 ganhou 20,09 pontos, ou 1,79%, e fechou a 1.144,04 pontos.
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Entre os destaques da sessão está o Yahoo, que subiu 10,24% depois de a Reuters informar, citando fontes, que a Microsoft estuda fazer uma oferta pela companhia. Uma das fontes, um executivo do alto escalão da Microsoft, teria dito que a proposta pode não se concretizar porque existem divisões internas a respeito do assunto.
O Bank of New York Mellon perdeu 2,87% depois de o Departamento de Justiça dos EUA e o procurador-geral de Nova York abrirem dois processos cíveis distintos acusando o banco de fazer cobranças fraudulentas dos clientes. A Disney fechou em alta de 5,53% após o Citigroup ter elevado a recomendação da companhia para de manter para comprar. A Research in Motion subiu 12,36% em meio a rumores de que a empresa pode ser comprada pela Vodafone.
Pela manhã, dados da ADP/Macroeconomic Advisers mostraram que o setor privado norte-americano criou 91 mil empregos em setembro, superando a expectativa de analistas, que previam a geração de 75 mil vagas. Além disso, o índice do Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor de serviços dos EUA recuou para 53,0 em setembro, de 53,3 em agosto, mas o declínio foi menor do que o estimado.
"Num dia como hoje, com boas notícias, as pessoas estão caçando os ganhos, mas o núcleo do mercado não está mostrando um ambiente completamente saudável", disse Cathie Wood, executiva-chefe de investimentos em carteiras temáticas do AllianceBernstein. Ainda assim, ela acredita que o pessimismo das últimas semanas foi exagerado.
"Nós lembramos do que aconteceu em 2008 e em 2009, então todos têm consciência de como as coisas podem ser ruins, mas a analogia de hoje não é com 2008/2009, e sim com 1998. Foi quando tivemos a crise da Rússia, a crise da Ásia e o resgate do Long Term Capital Management", disse Wood. "Os EUA passaram tranquilamente por isso e a Ásia e a Rússia sofreram. Desta vez, a Europa provavelmente entrará em recessão e isso afetará a China, mas se os EUA se recuperarem, não será tão ruim quanto as pessoas estão pensando."
Na Europa, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse hoje que a recapitalização de alguns bancos europeus e a mudança no tratado da União Europeia são tópicos justos para discussão e que o país está preparado para avançar em direção ao fortalecimento das instituições financeiras da região. Ontem, circularam rumores de que os demais países europeus estariam planejando uma recapitalização dos bancos para tentar convencer o mercado sobre a solidez da zona do euro.
A notícia ajudou as ações, mas pesou sobre os preços dos Treasuries, que caíram diante do renovado apetite por risco. Muitos analistas, no entanto, questionaram o otimismo do mercado. "Nosso ceticismo é tão alto quanto o nosso cinismo, porque falar é fácil e já tivemos desapontamentos anteriores", disse David Ader, diretor de estratégia para bônus soberanos do CRT Capital Group.
No final da tarde em Nova York, o juro projetado pelos T-bonds de 30 anos estava em 2,858%, de 2,810% na terça-feira; o juro das T-notes de 10 anos estava em 1,891%, de 1,831%; o juro das T-notes de 2 anos estava em 0,259%, de 0,267%. As informações são da Dow Jones.