Os principais índices das bolsas europeias fecharam em forte alta nesta segunda-feira, após reportagens de que os líderes da região estavam progredindo nas discussões para lidar com a crise da dívida na zona do euro.
O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 3,75%, ou 8,30 pontos, para fechar em 229,84 pontos. O Stoxx 600 havia registrado seis quedas seguidas, até subir 0,7% na sexta-feira, mas ficou em -4,6% na semana passada, em seu pior desempenho semanal desde o fim de setembro.
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Os bancos, que estiveram entre os principais perdedores com a crise por causa de sua exposição a nações endividadas, estavam entre as principais altas. ING Groep subiu 11,2%, BNP Paribas disparou 10,3% e Société Générale subiu 9,6%.
O índice CAC 40, da Bolsa de Paris, disparou 5,46%, para 3.012,93 pontos, com o setor de finanças e de empresas ligadas ao crescimento econômico global contribuindo para os ganhos. As ações da seguradora AXA avançaram 13,1% e as fabricantes de carros Peugeot e Renault subiram 7% cada uma. A fabricante de aço ArcelorMittal ganhou 7,8%.
Na Alemanha, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, teve alta de 4,60%, para 5.745,33 pontos. Deutsche Bank ganhou 7,2% e Daimler subiu quase 8%.
As ações nos EUA também subiam na segunda-feira no fechamento dos mercados europeus, impulsionadas pelo otimismo com a possibilidade resolução da crise na zona do euro e as evidências de fortes vendas no varejo nos EUA durante a temporada de feriados no final de semana.
Os traders digeriram várias reportagens relacionadas à crise na zona do euro. Entre elas, uma matéria do Wall Street Journal afirmando que autoridades de França e Alemanha devem chegar a um acordo sobre um novo pacto de estabilidade para conter a crise. Já a Reuters informou que funcionários concordaram a respeito de um rascunho com regras operacionais para a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), o fundo de ajuda da zona do euro. Ministros das Finanças da zona do euro se reunirão em Bruxelas amanhã.
Justin Urquhart Stewart, cofundador da Seven Investment Management, disse que, após os problemas se aproximarem da Alemanha, com os problemas no leilão de bônus do país na semana passada, isso "começou a forçar a tomada de decisões". "Todos os comentários mostram que pelo menos podemos estar seguindo rumo a um novo estágio", avaliou Stewart.
Um resultado ruim de um leilão de títulos de 10 anos alemães assustou os mercados na semana passada. Os custos de empréstimo para Itália e Bélgica subiram hoje, em leilões separados, no que será uma semana cheia para os governos europeus buscando vender títulos da dívida.
A Moody's disse hoje que a contínua e rápida escalada na crise da dívida soberana da zona do euro e a crise de crédito bancário "está ameaçando o crédito" de todas as dívidas soberanas europeias.
Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou que a crise da dívida soberana na zona do euro era o principal risco para a economia global.
Em Milão, o índice FTSE MIB subiu 4,60%, para 14.578,23 pontos. O grupo bancário UniCredit registrou alta de 8,1%. O jornal italiano "La Stampa" informou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) planejava oferecer até 600 bilhões de euros em ajuda à Itália. Um porta-voz do FMI, porém, negou a informação.
Os bancos belgas também tiveram fortes altas nesta segunda-feira, com as ações do KBC disparando quase 14%, enquanto Dexia subiu ainda mais, 15,1%.
Em Londres, o índice FTSE 100 teve alta de 2,87%, para 5.312,76 pontos. As ações de bancos e mineradoras tiveram ganhos, com Barclays (+7,8%) e Vedanta (+7,2%). Antofagasta ganhou 4,8%, enquanto Rio Tinto subiu 4,4%.
Na contramão da maré positiva, as ações da Randgold Resources perderam 7,9%, após a mineradora de metais preciosos informar que sua produção do quarto trimestre será prejudicada por problemas na mina Tongon, na Costa do Marfim.
O Ibex 35, índice da Bolsa de Madri, registrou alta de 4,59%, para 8.119,90 pontos. Já em Lisboa, o PSI 20 subiu 2,83%, para fechar em 5.353,50 pontos. As informações são da Dow Jones.