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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) descartou neste domingo, 19, a relação do apagão na noite do sábado, 18, em alguns municípios dos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais com a crise hídrica que vem causando estresse energético no País. O Operador não reportou nenhuma ocorrência em São Paulo, apesar de relatos, informando que, se houve algum problema, deve ter sido local, pois não chegou ao seu conhecimento.

Como já havia sido relatado por Furnas, o ONS informou que às 21h21 houve um desligamento total da subestação Rocha Leão, de propriedade de Furnas, "devido à atuação da proteção diferencial de barras do setor de 138 kV", explicou.

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De acordo com o sistema de supervisão do Operador, houve interrupção de 696 megawatts (MW) na carga. Às 22h32, o abastecimento estava 100% normalizado.

"O ONS avaliará as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos. Vale ressaltar que o episódio não tem relação com a crise hídrica do País. Reiteramos que, assim que identificado o problema, atuamos prontamente para iniciar a recomposição do sistema e para que o completo fornecimento de energia fosse restabelecido o mais rápido possível", disse o ONS em nota.

Uma falha na subestação de Furnas (Rocha Leão), localizada no município de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, foi a causa do apagão de quase uma hora registrado na noite de ontem em municípios do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Com a falha, não foi possível entregar energia para a distribuidora que atende a região, a Enel, informou Furnas.

O apagão ocorreu às 21h21, segundo a subsidiária da Eletrobras, que está analisando as causas do ocorrido.

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"As proteções atuaram corretamente para isolamento da falha, causando o desligamento de todos os equipamentos dessa subestação. A equipe técnica de Furnas prontamente iniciou os procedimentos para o restabelecimento do fornecimento para a distribuidora", explicou a estatal, referindo-se à Enel, que atende o Estado do Rio de Janeiro com exceção da capital.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) não soube informar imediatamente sobre o acidente, mas disse que vai divulgar uma nota ainda neste domingo (19).

Cidades do Rio de Janeiro e de Minas Gerais registraram apagão de energia elétrica na noite deste sábado (18). Os problemas foram relatados por moradores dos municípios atingidos a partir de 21h20 e, segundo as concessionários que atendem as regiões, normalizados por volta de 22h30. As empresas atribuem a pane a uma ocorrência na Usina de Furnas, que teria afetado a prestação dos serviços.

A Enel, uma das concessionárias que atende o Estado do Rio de Janeiro, informou que "uma perturbação na rede de transmissão de Furnas causou interrupção no fornecimento de energia em parte da região dos Lagos, Macaé, Cantagalo e Teresópolis". Segundo a concessionária, o fornecimento teria sido normalizado para todos os clientes às 22h32.

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Já a Energisa apontou que uma ocorrência na Subestação Rocha Leão, de Furnas, impactou a prestação de serviços a cerca de 60 municípios de Minas Gerais e à Nova Friburgo, no Rio.

Segundo a empresa, a pane teve início às 21h21 deste sábado e o sistema foi sendo restabelecido de forma gradativa, até a situação ser normalizada para 100% dos municípios impactados por volta de 22h.

"A equipe da Energisa continua acompanhando a situação, de prontidão 24 horas, e em contato com as supridoras e o ONS (Operador Nacional do Sistema), que é responsável pela análise do que ocasionou a ocorrência", acrescentou.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e determinou o arquivamento do inquérito que investigou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) por suspeita de desvios em Furnas, estatal do setor energético.

"Acolho o requerimento formulado pela PGR e determino o arquivamento da presente investigação, ressalvada a reabertura em caso de surgimento de novos elementos de prova", escreveu o ministro em despacho na última sexta, 19.

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O pedido de arquivamento partiu da subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo. Ela considerou os indícios reunidos contra Aécio e o ex-diretor da estatal, Dimas Toledo, insuficientes para dar início a uma ação penal. Na avaliação da subprocuradora, embora a investigação tenha encontrado contas bancárias de familiares do tucano no exterior, não foi possível comprovar o recebimento de vantagens indevidas.

"Após a realização de diversas diligências investigativas, não se obteve êxito na produção de lastro probatório apto à deflagração de ação penal efetiva e com perspectiva de responsabilização criminal dos investigados, ante a ausência de confirmação plena dos fatos afirmados pelos colaboradores", diz trecho da manifestação da PGR.

O inquérito em questão, aberto na esteira da delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral, mirou suspeitas de propinas a Aécio Neves em contratos de Furnas. A investigação foi arquivada por Gilmar Mendes pela primeira vez em junho de 2018, mas acabou reaberta pela Segunda Turma do STF após um recurso oferecido pela então procuradora-geral da República Raquel Dodge. Na ocasião, a chefe do Ministério Público Federal argumentou que documentos obtidos em um acordo de cooperação internacional trouxeram informações até então inéditas e permitiram abrir uma nova linha de investigação no caso.

COM A PALAVRA, AÉCIO NEVES

"O arquivamento feito hoje pelo STF do inquérito sobre Furnas, a pedido da própria PGR, é mais uma demonstração dos abusos de que o hoje deputado Aécio Neves foi vítima. Depois de 4 anos de investigações, a própria PGR concluiu que não há provas contra o deputado. Não há provas porque nunca houve crime. Infelizmente, isso não impediu os vazamentos parciais e ilegais feitos por aqueles que, à época, deveriam zelar pela correta condução do inquérito e, consequentemente, a enorme exploração midiática e política do caso. Esse é mais um alerta para abusos que em passado recente foram cometidos. Lamentavelmente, a correta decisão da PGR de hoje não corrige os danos causados."

Na tarde deste sábado (20), um avião monomotor caiu dentro da piscina de um resort localizado em Formiga, região Centro-Oeste de Minas Gerais. A aeronave sobrevoava o lago Furnas, quando teve uma falha no motor e caiu na piscina do FurnasPark.

Dois homens e uma mulher estavam no avião e, segundo informado pelo Corpo de Bombeiros ao Estado de Minas, todos tiveram apenas traumas leves. O piloto chegou a ficar desacordado por alguns instantes, mas voltou a consciência. 

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Nenhum hóspede ou funcionário do resort se feriu. Duas vítimas foram conduzidas pela aeronave do Corpo de Bombeiros para o hospital, a terceira pessoa que estava no monomotor foi conduzida pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A Polícia Federal (PF) pediu mais 60 dias para investigar o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) em inquérito que mira supostos repasses de R$ 50 milhões das empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht oriundos de contratos para as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. Os investigadores afirmam ter localizado empresários que alugaram uma sala comercial no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio, onde teriam sido entregues R$ 28,2 milhões em espécie.

Neste inquérito, delatores da Odebrecht afirmam que o tucano teria defendido os interesses da empreiteira nas usinas hidrelétricas do Rio Madeira, Jirau e Santo Antônio. Os executivos dizem que repasses eram acertados com o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, aliado do tucano, e destinados à campanha de Aécio em 2010.

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A maioria dos depósitos teria sido feita em uma conta em Cingapura controlada por Alexandre Accioly, empresário amigo do deputado, que é dono da rede de academias Bodytech. Nos autos, Accioly nega ser intermediário do tucano.

Relatório da PF revela pagamentos de US$ 900 mil da Odebrecht a contas no exterior.

Um dos delatores chamados a depor foi Enio Augusto Pereira e Silva, da Odebrecht, que falou à PF em dezembro de 2018. Ele citou pagamentos relacionados a "Mineirinho", codinome de Aécio nas planilhas da empreiteiras segundo delatores, e mencionou uma reunião entre Dimas Toledo e outro executivo da empreiteira, Henrique Valladares.

A Polícia Federal fez perícias nos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht para identificar dados relacionados às entregas ao codinome "Mineirinho". "Foi possível, por meio de pesquisas em relatórios derivados dos Sistemas MyWebDay (Subseção 1.3) e Drousys (Subseção 1.1), extrair informações a respeito de registros de pagamentos ao Codinome 'Mineirinho' alocados no centro de custos/obra "UA77222 - Projeto Madeira", diz o relatório.

A PF citou 20 repasses que somam R$ 28,2 milhões a um intermediário de nome "Antônio", em endereço localizado na Rua Visconde de Pirajá, no bairro de Ipanema, Rio de Janeiro. As entregas de dinheiro teriam ocorrido entre junho de 2009 e dezembro de 2010. Também consta um número de telefone celular ao lado do suposto intermediário.

Segundo as investigações, no endereço citado, estava sediada a SOA & W Serviços de Digitação Ltda, representada por José Antonio Estevão Soares. O empresário, no entanto, faleceu em 2012, de acordo com cadastro da Receita Federal.

A PF afirma que o empresário "possivelmente era a pessoa conhecida por Antônio', que é citada nos sistemas da empreiteira. Já o telefone para contato registrado ao lado de "Antonio" estaria em nome de Eduardo Luiz Alvarenga Lima.

Ao pedir a prorrogação do inquérito, no dia 1.º de fevereiro, a PF ressaltou a necessidade de se ouvir Walter Mesquita, que foi sócio de José Antonio Soares, além de Eduardo Luiz Alvarenga Lima e outros delatores e testemunhas.

Defesa

O advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o parlamentar tucano, se manifestou por meio de nota: "o deputado Aécio Neves desconhece o nome mencionado e qualquer endereço de suposta entrega de recursos por parte da empresa. Ele repudia ainda qualquer ilação que tenta vincular seu nome aos supostos fatos. Todas as doações feitas pela Odebrecht às campanhas do PSDB estão devidamente registradas junto à Justiça eleitoral", afirmou.

Em depoimento que citou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-gerente de Recursos Humanos da Odebrecht Ênio Augusto Pereira e Silva, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou à Polícia Federal que o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Henrique Valladares se reuniu com o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo. Segundo o executivo, Henrique Valladares e Dimas Toledo se encontraram "para tratar a respeito de pagamentos" para "Mineirinho".

Ênio Augusto Pereira e Silva falou à PF em um inquérito que apura o suposto pagamento de R$ 30 milhões da Odebrecht para o tucano - R$ 28,2 milhões em dinheiro entregue em uma sala comercial em Ipanema, no Rio, e US$ 900 mil em pagamentos no exterior. O valor teria sido repassado para que Aécio Neves "influenciasse o andamento dos Projetos do Rio Madeira (Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia) atendendo aos interesse do grupo e da Andrade Gutierrez".

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Segundo os delatores da Odebrecht, Dimas Fabiano Toledo operou os pagamentos. Investigadores afirmam que "Mineirinho" é o deputado Aécio.

Os executivos da empreiteira narraram que Dimas Toledo "esteve no escritório da Odebrecht no Rio de Janeiro e apresentou um cronograma de pagamentos referentes aos R$ 30 milhões que cabiam à empresa".

Ênio Silva esteve em Brasília em 4 de dezembro do ano passado para falar "sobre os fatos envolvendo pagamentos indevidos a pessoa de codinome Mineirinho, tendo em vista a homologação da sua adesão ao acordo de leniência da empresa Odebrecht".

O delator contou à PF que "além das atividades relacionadas à gerência de recursos humanos, recebeu a incumbência de realizar a programação dos pagamentos de 'caixa 2' da área de energia da Odebrecht".

"Acerca do programa pagamentos realizados no Projeto Madeira, tendo como destinatário o senador Aécio Neves, afirma que ao chegar na área de energia, o declarante recebeu uma planilha de José Carlos Grossi contendo pagamentos relacionados ao Projeto Madeira, que estava em andamento", contou.

O delator disse que verificou a programação de pagamentos de codinome "Mineirinho" na planilha. Ênio Augusto Pereira e Silva disse à Polícia Federal que, em 2009, "já haviam feito pagamentos, mas que ainda restava uma parte".

"O declarante se recorda que, em pelo menos duas oportunidades, o sr. Henrique Valladares solicitou que o declarante verificasse a situação dos saldos de pagamentos feitos a Mineirinho; que nestas oportunidades o sr. Henrique Valladares estava reunido com o sr. Dimas Toledo para tratar a respeito desses pagamentos", afirmou.

Defesas

Com a palavra, Dimas Toledo

O advogado Rogério Marcolini afirmou que Dimas Toledo "conheceu Henrique Valadares na qualidade de executivo da Odebrecht quando diretor de Furnas, com quem teve poucos contatos à época".

"Depois que deixou a empresa, não tratou de qualquer negócio com referido senhor, com quem teve apenas encontros sociais. Dimas jamais esteve com Henrique Valadares para tratar de assuntos de interesse de Aécio Neves ou de "Mineirinho", não tendo conhecimento do apelido ou de quem poderia ser chamado por tal alcunha", afirmou.

Com a palavra, Aécio Neves:

Nota da defesa do deputado Aécio Neves

"Em seu depoimento, o Sr. Ênio Pereira, funcionário da Odebrecht, sequer cita o nome do deputado Aécio Neves, a quem não conhece, e tampouco faz qualquer ligação do deputado ao codinome apresentado. Registre-se que o delator foi chamado para depor sobre determinado codinome e não sobre acusações ao deputado Aécio. Depois de mais de dois anos de investigações não foi encontrado qualquer elemento que vinculasse o deputado às denúncias feitas. Razão pela qual a defesa confia no arquivamento do presente inquérito.

Alberto Zacharias Toron

Advogado"

O Advogado Alberto Zacharias Toron, que defende Aécio Neves, afirma que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não traz nenhuma "informação nova" envolvendo o senador ao recorrer da decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que arquivou o inquérito em que se apurava envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado a Furnas, estatal do setor energético.

"A Polícia Federal, após realizar inúmeras diligências, relatou o inquérito policial, concluindo ser o caso de arquivamento, diante da completa ausência de provas contra o senador. A decisão do STF seguiu esse mesmo entendimento", diz o advogado em nota. Ele lembra que o "próprio MPF" reconheceu "inexistir irregularidade" na constituição de uma fundação no exterior pela mãe do senador, já que foi devidamente declarada no imposto de renda e nunca houve remessa de recursos ao exterior. "Os documentos anexados pela PGR são rigorosamente os mesmos constantes no inquérito arquivado há vários anos, já sendo portanto, há muito, de conhecimento das autoridades".

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A procuradora-geral da PGR, Raquel Dodge, afirma que novas provas juntadas ao processo pouco antes da decisão do relator, em uma nova linha de investigação aberta graças à cooperação internacional com o Principado de Liechtenstein, apontam "indícios de materialidade e de autoria delitivas". O pedido da PGR é que o caso seja encaminhado para análise na Justiça Federal do Rio de Janeiro.

Gilmar Mendes arquivou a investigação no fim de junho afirmando que a duração era demasiadamente longa e que não se podem prorrogar inquéritos "por prazo irrazoável, sem amparo em suspeita contundente" e que isso representaria ofensa à dignidade do investigado. Dodge rebateu esses pontos no recurso apresentado nesta sexta-feira, 3, afirmando que o prazo de 2 anos e 3 meses é compatível com a complexidade e porte do caso e que está dentro da média de duração de inquéritos.

Sobre a investigação em si, a procuradora sustenta que ainda não tinha tido tempo de apresentar ao relator as considerações sobre as novas provas que apontam suspeitas de evasão de divisas de valores que teriam sido recebidos pelo senador no esquema de propinas instalado na Diretoria de Engenharia de Furnas - informações obtidas com a cooperação firmada com Liechtenstein em agosto de 2017.

Para além do andamento do caso, a PGR critica diretamente o entendimento do ministro Gilmar Mendes de que se pode arquivar um caso sem que tenha havido pedido do Ministério Público Federal. Raquel Dodge disse que o próprio STF descartou essa possibilidade em julgamento em 2014, com a maioria dos ministros, mesmo existindo previsão no Regimento Interno da Corte.

Ela destacou trecho do voto do então ministro Joaqum Barbosa, segundo quem o arquivamento sem pedido da PGR seria "uma subversão absoluta de tudo o que existe no Brasil em matéria de Processo Penal". "O relator, a seu talante, arquivar um inquérito. É o absurdo dos absurdos", disse Barbosa.

"Além da Constituição Federal que reserva a diferentes órgãos as funções de defender, acusar e julgar, o Brasil está vinculado a compromissos constitucionais e internacionais 'que compelem o Estado a separar as funções de investigar e julgar, como garantia de que todo réu terá direito a um julgador imparcial'", diz Dodge.

Outro argumento elencado é que, como os fatos suspeitos se referem a período anterior ao exercício do mandato de senador de Aécio Neves e sem relação com a atividade parlamentar, segundo a nova regra que restringiu a aplicação do foro privilegiado, o caso só pode ser analisado na primeira instância.

"Irresponsabilidade"

Raquel Dodge afirmou que seria irresponsável arquivar o inquérito antes de analisar o material obtido com base na cooperação com Liechtenstein, baseado na apreensão de informações na Operação Norbert, no Rio de Janeiro.

Documentos encontrados na casa de dois doleiros revelaram que várias pessoas usaram mecanismos chamados de interposição de personalidade jurídica, para manter e ocultar valores no exterior, inclusive na Suíça e no Principado de Liechtenstein, na Europa. Entre esses nome estava o da mãe do senador, Inês Maria Neves, relacionado à titularidade da "Bogart and Taylor Foundation".

"Não há como arquivar a apuração sem analisar antes o material recebido do exterior. Seria uma irresponsabilidade", adverte Raquel Dodge.

Sobre esses documentos, a Procuradoria destacou que há informações bancárias sobre o senador e outros investigados como Dimas Toledo, ex-diretor de Engenharia da Dersa, Andrea Neves, irmã de Aécio, e Inês Neves, e às pessoas jurídicas Boca da Serra e Bogart & Taylor Foundation.

Dodge diz que os dados foram juntados ao inquérito pouco antes da decisão de arquivamento, representam "informações relevantes e até então inéditas nos autos" e que só não tinham sido analisados ainda por falta de tempo.

A PGR afirmou também que depoimentos de delatores explicam como o esquema funcionava. O doleiro Alberto Yousseff disse que, durante o governo do PSDB, de 1994 a 2001, tanto o PP quanto o PSDB eram responsáveis, cada um, por uma diretoria de Furnas.

Segundo ele, enquanto o ex-deputado José Janene operava o esquema pelo PP, a irmã de Aécio, Andrea Neves, recolhia os valores referentes ao PSDB. A PGR aponta que o esquema era sustentado pelo pagamento de vantagens indevidas para servidores públicos e políticos no âmbito da estatal por empresas interessadas em contratar.

As delações do senador cassado Delcídio do Amaral e do lobista Fernando Hourneaux de Moura também trazem informações importantes, segundo Dodge. Delcídio, por exemplo, citou a existência de uma fundação sediada em um paraíso fiscal da qual seria beneficiário Aécio Neves.

A avaliação de Raquel Dodge é que, no curso da investigação, foi possível estabelecer conexões entre o relato dos colaboradores e outras apurações sobre o pagamento de vantagem indevida decorrente de contratos de Furnas. Ela lembra que Dimas Toledo foi denunciado em 2012 sob acusação de participar de um esquema de arrecadação de vantagens indevidas em Furnas, que funcionava de forma muito semelhante ao relatado pelos colaboradores Alberto Youssef e Delcídio do Amaral.

"Está-se diante, portanto, de investigação em que constam elementos probatórios que demonstram a existência de investigação de fatos típicos, com indícios de materialidade e autoria delitivas", reforça a PGR.

Sob alegação de ofensa à dignidade do investigado, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou pedido da Procuradoria-Geral da República e mandou arquivar o inquérito aberto em maio de 2016 para apurar suspeita de envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em Furnas, estatal do setor energético.

A Polícia Federal já havia apontado que não conseguiu comprovar que Aécio tivesse cometido crime. Ainda em 2017, o delegado da PF Alex Levi Rezende concluiu que "não é possível atestar que o senador realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas".

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A Procuradoria havia pedido que o inquérito fosse encaminhado para a Justiça Federal do Rio de Janeiro, sob a justificativa de que o suposto crime havia sido praticado antes do mandato de Aécio como senador e não era relacionado ao cargo que ele atualmente ocupa. Para Gilmar, no entanto, a mudança de entendimento da Corte não deve impedir o arquivamento deste caso.

Gilmar fez uma série de críticas à postura da Procuradoria. Primeiro, indicou que foram descumpridos os prazos para a instrução do inquérito - afirmou que a PGR demorou dez meses para se manifestar após a PF sugerir o arquivamento. Disse que não se pode manter uma investigação "por prazo irrazoável, sem amparo em suspeita contundente".

"Por quase dez meses, a Procuradoria-Geral da República ocupou-se de dar destino a uma investigação concluída. Após, limitou-se a passar o problema adiante invocando a nova orientação do pleno quanto à competência", disse o ministro.

"A declinação da competência em uma investigação que deveria estar concluída representaria apenas protelar a solução, violando o direito à duração razoável do processo e à dignidade da pessoa humana. Dado o contexto, a providência a ser adotada é indeferimento da declinação da competência e o arquivamento das investigações", afirmou.

Gilmar citou, na decisão, casos em que outros ministros relatores também mandaram arquivar inquéritos, mesmo diante de pedido da PGR de envio à primeira instância.

A decisão atende a pedido da defesa de Aécio. O advogado Alberto Zacharias Toron havia questionado a possibilidade de envio à primeira instância, como sugerido pela PGR.

"Considerando que a situação do requerente é ainda pior do que a dos casos retratados nas decisões acima citadas, pois além de se arrastar por muito mais tempo, há relatório conclusivo da autoridade policial pelo arquivamento e nada se apresenta de plausível para se dar continuidade às investigações, mas, ao contrário, apenas pedido de remessa dos autos para a Justiça Federal do Rio de Janeiro, é porque a PGR não tem nada que lhe permita oferecer denúncia e, portanto, como nos precedentes indicados, deve ser arquivado o presente procedimento", disse a defesa de Aécio nos autos do inquérito.

Toron afirmou que foi confirmada "a conclusão que já havia sido alcançada pela Polícia Federal, no sentido de que, passados mais de dois anos de investigação e realização de inúmeras diligências, nenhuma ilegalidade envolvendo o senador Aécio Neves foi encontrada".

Um passeio de escuna com cerca de 20 pessoas terminou em desespero na tarde desta quinta-feira, 7, no Lago de Furnas, na região entre Capitólio (MG) e São João Batista do Glória (MG), no Sul do Estado. A embarcação afundou perto da Cachoeira dos Cânions e as pessoas tiveram que se agarrar às pedras, sendo salvas por outras embarcações e pelo Corpo de Bombeiros.

Todos na escuna estariam usando o colete salva-vidas e ninguém se feriu no acidente. Mas vídeos repercutem na internet mostrando o perigo enfrentado no lago que é chamado de "Mar de Minas" devido à sua grande dimensão. Nas imagens é possível ver muita gente gritando e lanchas ajudando no resgate.

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"Acho que a escuna bateu nas pedras, aí depois foi uma situação assustadora", contou Alessandra Lima, que estava próxima ao local. Outro frequentador do lago, Gleyson Oliveira, reclamou da falta de vigilância na região. "Cada dia que passa acontece um acidente, seja aéreo ou náutico, e nada de fiscalização", declarou.

As causas do acidente serão investigadas pela Capitania dos Portos. De acordo com testemunhas, a tripulação da escuna é experiente e conhece bem a região.

No inquérito do caso Furnas, o senador Aécio Neves (PSDB/MG) contou com um aliado inesperado: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu rival político desde sempre. Em depoimento à Polícia Federal, Lula declarou que "Aécio Neves não pediu nenhum cargo em nenhum de seus mandatos (2003/2010)".

O ex-presidente depôs no dia 28 de junho. Suas informações tiveram peso importante na conclusão do delegado federal Alex Levi, que inocentou o tucano no inquérito Furnas. No depoimento está escrito que Lula não acreditava que "Aécio Neves possa ter pedido qualquer cargo a algum de seus ministros em seus governos, e se pediram nunca deram ciência ao declarante sobre este pleito."

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O inquérito Furnas tinha como ponto de partida os depoimentos de três delatores, o doleiro Alberto Youssef, o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS) e o lobista Fernando Moura. Davam conta de que o elo de supostas propinas para Aécio em Furnas seria um antigo amigo do tucano, Dimas Fabiano Toledo. Mas todos os delatores foram "vagos", segundo a PF, disseram que "ouviram dizer".

Lula disse que "durante a transição de seu primeiro governo não sabia quem era Dimas Fabiano Toledo; Que, não sabe quem teria solicitado a continuidade de Dimas Fabiano Toledo à frente de uma diretoria de Furnas, não sabendo, inclusive, se alguém pediu para que o mesmo continuasse ocupando este cargo; Que, não saberia dizer o que teria motivado a permanência de Dimas Fabiano Toledo à frente da diretoria de Engenharia de Furnas."

O ex-presidente relatou que no inicio de seu primeiro mandato "manteve com Aécio Neves, à época governador eleito de Minas Gerais, apenas uma relação institucional, de respeito ao chefe de um ente federativo, mesmo tipo de relacionamento que manteve com governadores eleitos de outros partidos, independente se de partidos que davam sustentação a seu governo ou se eram de oposição".

"Não havia distinção entre a relação que mantinha com o PSDB nacional e o PSDB de Minas Gerais", afirmou o petista.

Questionado sobre o fenômeno eleitoral denominado "voto Lulécio", noticiado à época da eleição de 2002 em Minas, em que haveria uma aliança informal para voto no PT para presidente e no PSDB para governador, Lula disse: "se de fato este fenômeno ocorreu, não teria sido estimulado ou afiançado por seu partido, seja no plano nacional ou regional."

Ao relatar o inquérito Furnas, em documento de 43 páginas, o delegado Alex Levi destacou inclusive declarações nos autos do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, o Silvinho Land Rover, ambos empenhados no início de 2003 na formação da nova equipe de diretores da Petrobras.

"É sabido que acaso as declarações de Lula, Dirceu e Silvio tivessem teor similar à colaboração de Delcídio e ao testemunho de Fernando (Moura), eles também poderiam ser responsabilizados pelos mesmos crimes atribuídos a Aécio neste inquérito, sendo sujeitos diretamente interessados no término destas investigações sem a responsabilização criminal do senador do PSDB, mesmo o considerando um adversário político, pois o enquadramento penal dele poderia levar a uma imputação criminal de todos."

"Assim, ponderando que as declarações de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu de Oliveira e Silva e Silvio José Pereira podem conter distorções sobre a real dinâmica dos fatos apurados, em uma atitude de autodefesa, pois confirmar as versões de Delcídio do Amaral e de Fernando Moura equivaleria a confessar que permitiram a continuidade de Dimas Toledo em Furnas, a pedido de Aécio Neves, e que começaram a receber parte da propina que anteriormente era repassada ao PSDB e ao PP, seus relatos devem ser avaliados com cautela e em consonância com os demais elementos dos autos, antes de concluir pela inocorrência dos delitos em apuração."

'Sem envolvimento'

Os advogados Alberto Zacharias Toron e Luísa Oliver, que defendem o tucano, se manifestaram sobre o caso por meio de nota. "Após a realização de inúmeras e detalhadas diligências, incluindo a oitiva de empresários, políticos de oposição e delatores, durante um ano e três meses, a Polícia Federal concluiu que inexistem elementos que apontem para o envolvimento do Senador Aécio Neves em supostas atividades ilícitas relativas a Furnas.

A partir do conteúdo das oitivas realizadas e nas demais provas carreadas para os autos, cumpre dizer que não é possível atestar que Aécio Neves da Cunha realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas", diz a conclusão do inquérito.

Assim, estando comprovada a falta de envolvimento do Senador Aécio Neves com os fatos que lhe foram atribuídos, a Defesa aguarda a remessa dos autos à PGR e para que, na linha do que concluiu o denso relatório policial, seja requerido o arquivamento do Inquérito, com sua posterior homologação".

Policiais civis cumprem nesta quinta-feira (8) 33 mandados de busca e apreensão para investigar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na empresa de energia Furnas, subsidiária da estatal Eletrobrás. A operação, chamada de Barão Gatuno, tem como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, durante as investigações da Operação Lava Jato.

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça estadual e estão sendo cumpridos pela Delegacia Fazendária, responsável pela investigação do esquema, com o apoio de 15 delegacias e da Coordenadoria de Combate à Corrupção do Laboratório de Tecnologia e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio.

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Também apóia a operação a Polícia Civil de São Paulo, já que alguns mandados estão sendo cumpridos no estado.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi interrogado na manhã desta terça-feira, 2, na Polícia Federal, em Brasília, na condição de investigado em um inquérito que apura irregularidades em Furnas, estatal do setor elétrico. O interrogatório durou cerca de uma hora.

O advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende Aécio no caso, disse que o cliente respondeu a todas as perguntas feitas pelo delegado da PF e acrescentou que o cliente "fez questão absoluta de esclarecer tudo".

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"A ênfase que se deu é que toda a suspeita que se lançou sobre ele veio por informações 'por ouvir dizer'. Ele refutou tudo que foi dito", afirmou Toron à reportagem.

Nesse inquérito, um dos sete nos quais é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio é suspeito de receber propina do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, em um esquema de desvio de recursos na estatal do setor elétrico.

O interrogatório estava marcado originalmente para a semana passada, mas foi adiado depois de o ministro Gilmar Mendes, relator deste inquérito no STF, atendeu a um pedido da defesa e garantiu acesso aos termos de depoimentos prestados por testemunhas de acusação, o que havia sido negado pela Polícia Federal.

O delegado da PF encarregado de fazer o interrogatório havia argumentado que, por estratégia de investigação, o investigado, Aécio, deveria ser ouvido antes de tomar conhecimento dos depoimentos das testemunhas já realizados. A PF disse a Gilmar que o interrogatório e os depoimentos das testemunhas fazem parte de uma única diligência policial e, dessa forma, não deveria juntar aos autos do processo os testemunhos colhidos antes de ouvir Aécio.

Discordando do delegado, Gilmar determinou o acesso imediato aos depoimentos, afirmando que o ato da Polícia Federal contraria o entendimento do STF representado pela Súmula Vinculante 14, que diz que "é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa".

Ao suspender o interrogatório do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no caso Furnas, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a Polícia Federal disponibilizar "todos os depoimentos de testemunhas já colhidos". Em despacho nesta terça-feira, 25, o ministro proibiu a PF de "surpreender" Aécio.

"O argumento da diligência em andamento não autoriza a ocultação de provas para surpreender o investigado em seu interrogatório", advertiu Gilmar.

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Aécio é investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da estatal mineira. No início de abril, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, autorizou a abertura de outros cinco inquéritos contra o tucano, todos com base na delação da Odebrecht.

Na iminência de ser interrogado, Aécio recorreu a Gilmar - relator do inquérito no Supremo - a quem pediu a suspensão da audiência na PF. A defesa do senador alegou que lhe foi negado o acesso a depoimentos já produzidos, sob o argumento de que representariam diligência em andamento.

Para Gilmar Mendes, "o depoimento de testemunhas é uma diligência separada do interrogatório do investigado". "Não há diligência única, ainda em andamento. De forma geral, a diligência em andamento que pode autorizar a negativa de acesso aos autos é apenas a colheita de provas cujo sigilo é imprescindível", assinalou o ministro.

"É direito do investigado tomar conhecimento dos depoimentos já colhidos no curso do inquérito, os quais devem ser imediatamente entranhados aos autos. Em consequência, a defesa deve ter prazo razoável para preparar-se para a diligência, na forma em que requerido."

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nessa terça-feira (25) o interrogatório, na Operação Lava Jato, do senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do partido. O ministro atendeu pedido da defesa do tucano que alegou não ter tido acesso à íntegra da investigação da Polícia Federal.

Aécio é investigado neste inquérito sobre o caso Furnas por suposta corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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A defesa de Aécio alegou que "lhe foi negado o acesso a depoimentos já produzidos, sob o argumento de que representariam diligência em andamento". "Os advogados solicitaram ‘acesso a todos os depoimentos já colhidos, ainda que não entranhados nos autos, bem como para que seja suspenso o interrogatório do requerente, por pelo menos 48 horas."

O tucano usou como argumento a Súmula Vinculante 14, da Corte, que garante a todos os investigados acesso amplo aos autos das investigações.

A PF alegou que "por estratégia de investigação, o investigado deve ser ouvido antes de tomar conhecimento do depoimento das testemunhas". Segundo a Federal, "o interrogatório e os depoimentos das testemunhas fazem parte de uma única diligência policial", desta forma, "não haveria diligência concluída, de juntada obrigatória aos autos".

Para Gilmar Mendes, "o ato contraria o entendimento desta Corte representado pela Súmula Vinculante 14".

Quase 12 anos após as primeiras denúncias de corrupção em Furnas, o ex-diretor de Engenharia da empresa Dimas Fabiano Toledo ficou frente a frente com o lobista e delator Fernando Horneaux de Moura condenado a 16 anos e dois meses de prisão na Lava Jato. Na acareação, Fernando Moura manteve sua versão de que, em 2003, o então dirigente de Furnas teria garantido que um terço da propina arrecadada na estatal iria para o PT nacional, um terço para o PT de São Paulo e um terço para o atual presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

A acareação foi realizada pelos investigadores da Lava Jato perante o Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que apura o suposto envolvimento do senador tucano em um esquema de corrupção na estatal de energia. A investigação é um dos desdobramentos da Lava Jato e foi aberta a partir da delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS).

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Amigo do petista José Dirceu, condenado a 20 anos de prisão na Lava Jato, Fernando Moura auxiliou o então ministro da Casa Civil do governo Lula na definição de cargos do governo, inclusive nas estatais, logo após a posse, em 2003. Em seu relato, o lobista disse que foi informado pelo próprio Dirceu que Aécio Neves havia solicitado ao presidente na época a permanência de Dimas Toledo na estatal de energia. Coube, então, a Moura, informar o dirigente sobre sua permanência no cargo mesmo com a mudança de governo.

Frente a frente com Dimas Toledo, Fernando Moura manteve a versão de que o acerto teria sido uma forma de retribuir o apoio do recém-empossado governo do PT à permanência do então diretor de Furnas, segundo ele uma indicação de Aécio na estatal.

Por sua vez, Dimas Toledo não negou o encontro com Fernando Moura após ser reconduzido ao cargo. Mas afirmou que "não teria discutido nenhum assunto acerca de redistribuição de valores de Furnas para o PT nacional, para o PT paulista e para Aécio Neves".

O ex-diretor, que deixou a estatal em 2005, reafirmou que a versão do lobista seria "mentirosa". Diante do confronto de versões, o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao ministro do Supremo Gilmar Mendes a prorrogação do inquérito por mais 60 dias.

"Na presente hipótese, os elementos informativos já reunidos nos autos apontam para a verossimilhança dos fatos trazidos pelos colaboradores e denotam a necessidade de aprofundamento das investigações, notadamente quanto o envolvimento de Dimas Fabiano Toledo no evento criminoso e a sua relação com o senador Aécio Neves", segue Janot no pedido encaminhado na sexta-feira, 24. "Conquanto o diretor tenha negado participação em qualquer esquema, as declarações de Fernando Antônio Guimarães Horneaux de Moura se coadunam com os elementos trazidos pelos colaborador", crava Janot.

Para o procurador-geral da República, o novo depoimento de Fernando Moura confirma as versões de outros delatores sobre suposto esquema de corrupção em Furnas "comandado" por Dimas Toledo.

Denúncia

Funcionário de carreira na estatal, Dimas Toledo atuou como diretor de Engenharia entre 1995 e 2005 e já chegou a ser investigado em primeira instância a partir de 2005, quando a Polícia Federal no Rio instaurou um inquérito para apurar as denúncias feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson na CPI Mista dos Correios de que haveria um esquema de caixa 2 na estatal de energia que abasteceria partidos políticos.

Ao longo da investigação, o lobista Nilton Monteiro, um dos acusados de atuar no esquema, chegou a apresentar uma lista com nome de 156 políticos que seriam beneficiários do esquema, que ficou conhecida como "lista de Furnas".

Como as perícias da Polícia Federal concluíram que não dava para saber se o documento era falso, as investigações dos nomes citados acabaram não avançando. Em 2012, contudo, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro apresentou denúncia contra 11 acusados de corrupção em dois contratos de termelétricas (em Campos dos Goytacazes e São Gonçalo, no Rio), incluindo Jefferson e Dimas Toledo.

Em março daquele ano, porém, a Justiça Federal entendeu que o caso deveria ser remetido para a Justiça Estadual do Rio. Lá, o caso voltou para a fase de inquérito e foi remetido para a Polícia Civil concluir a investigação.

Na Delegacia Fazendária da polícia, o caso ficou mais quatro anos e, somente em março de 2016, a delegada Renata Araújo concluiu a investigação indiciando Roberto Jefferson e outros seis investigados por lavagem de dinheiro. Em setembro do ano passado, acolhendo um pedido do Ministério Público do Rio, a Justiça Estadual arquivou o caso em primeira instância.

Em dezembro do ano passado, o Ministério Público do Rio encaminhou a "lista de Furnas" para Janot. O documento não é citado no pedido de prorrogação do inquérito contra Aécio, mas o procurador-geral da República pediu ao STF que sejam juntadas cópias da quebra de sigilo de Dimas Toledo, que tramitou em primeira instância na Justiça do Rio, além das investigações que foram realizadas pela Controladoria-Geral da União e pelo Tribunal de Contas da União sobre Furnas na época.

Os advogados de José Dirceu e Delcídio Amaral não foram localizados na terça-feira, 27, para comentar o caso.

Segundo a assessoria de Aécio Neves, pedidos de prorrogação de prazo em procedimentos investigatórios são rotina e a oitiva do senador, como é praxe, está prevista desde o inicio do procedimento. "As diligências requeridas não guardam relação com o senador, uma vez que se referem apenas à solicitação de cópias de documentos da empresa e oitivas de membros do PT", destacou a assessoria. "O senador Aécio Neves é o maior interessado na realização das investigações porque o aprofundamento delas provará a absoluta correção de seus atos."

O advogado Rogério Marcolini, que defende o ex-diretor, divulgou nota afirmando que, "nos últimos dez anos, Dimas Toledo já foi inquirido pela Polícia Federal pelo menos meia dezena de vezes e sempre foi absolutamente coerente ao narrar os fatos como aconteceram. "O senhor Fernando Moura, nas poucas vezes em que foi ouvido, já emendou sua versão diversas vezes, o que levou o próprio Juiz Federal condutor da Lava Jato a por em dúvida a sinceridade de sua delação. A acareação realizada de surpresa foi a oportunidade para Dimas Toledo mais uma vez reiterar a veracidade do seu testemunho."

O criminalista Luis Alexandre Rassi, que defende o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, diz que ainda não conversou com seu cliente sobre o caso, mas que a defesa vê com ressalva os depoimentos de Fernando Moura, "devido a impropriedades no depoimento prestado por ele na ação penal em que Silvio responde na Lava Jato em Curitiba".

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que sejam tomados os depoimentos do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), do ex-ministro José Dirceu, do senador cassado e delator Delcídio Amaral (sem partido-MS) e do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira sobre a existência de um suposto esquema de corrupção em Furnas. Caso Gilmar, relator do inquérito no STF, autorize a convocação, será a primeira vez que Aécio vai depor sobre o caso da estatal federal de energia.

"Os elementos informativos já reunidos nos autos apontam para a verossimilhança dos fatos trazidos pelos colaboradores (uma suposta partilha de propina entre políticos) e denotam a necessidade de aprofundamento das investigações, notadamente quanto ao envolvimento de Dimas Fabiano Toledo (ex-diretor de Engenharia da estatal) no evento criminoso e a sua relação com o senador Aécio Neves", escreveu Janot no pedido protocolado no STF na quinta-feira passada, dia 23.

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O procurador-geral requereu também a prorrogação do inquérito por mais 60 dias - a investigação foi instaurada em maio do ano passado e já fora prorrogada por 60 dias em novembro passado.

As primeiras denúncias sobre corrupção em Furnas surgiram na CPI Mista dos Correios, em 2005, por meio do ex-deputado e delator do Mensalão Roberto Jefferson. Janot pretende esclarecer a versão apresentada pelo delator e lobista Fernando Horneaux de Moura, que disse ter sido informado por Dirceu, em 2003, do pedido de Aécio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que Toledo fosse mantido no cargo de diretor.

Moura teria participado das discussões com o ex-ministro da Casa Civil e Pereira, ex-secretário-geral do PT, sobre o loteamento de cargos, incluindo as diretorias de estatais, como a Petrobras. Segundo Moura, Toledo foi comunicado da permanência no cargo, em 2003. Toledo então teria definido a partilha da propina: um terço para o PT nacional, um terço para o PT paulista e um terço para Aécio. O ex-diretor e Aécio rechaçam a versão. Em acareação, Moura manteve seu depoimento, e Toledo o acusa de "mentiroso".

Em dezembro passado, o tucano depôs à PF em outro inquérito, no qual é investigado por supostamente atuar para "maquiar" dados da CPI que poderiam implicar tucanos. De todos os envolvidos no episódio, Dirceu, Pereira e Moura já foram denunciados na Lava Jato.

O inquérito contra Aécio foi aberto com base na delação de Delcídio. O senador cassado afirmou que "sem dúvida" o tucano teria recebido propina. O doleiro Alberto Youssef mencionou em sua delação premiada que Aécio dividia a diretoria de Furnas com o PP e teria recebido propina de cerca de R$ 4 milhões. Seu depoimento foi tomado em 2015, mas na época Janot considerou a versão baseada apenas no que ele teria ouvido dizer e arquivou a investigação contra o tucano. Posteriormente, o caso foi reaberto.

Nesse último requerimento, Janot escreveu que o inquérito apura influência do PSDB "na direção da empresa Furnas, juntamente com o Partido Progressista, no âmbito da qual recai a suspeita de pagamento de vantagens indevidas por empresas contratadas, a revelar possível participação de Aécio Neves em esquema de corrupção".

Contradições

Moura, que cita o nome de Aécio, já chegou a ter seus benefícios cortados após mudar de versão sobre sua saída do País em 2005, no auge do mensalão. Na delação, para atenuar sua punição, ele afirmou em agosto de 2015 que "resolveu se mudar para Paris após receber a 'dica' de José Dirceu para 'cair fora'".

Em audiência com o juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, no processo em que também é réu, ele apresentou uma versão diferente: "Depois que eu assinei que eu fui ler. Eu disse que foi o Zé Dirceu que me orientou a isso. Não foi esse o caso. Eu saí porque saiu uma reportagem minha na Veja, em março de 2005".

Moura admitiu depois aos procuradores que mentiu na segunda versão e segue colaborando com as investigações. Os outros depoimentos de sua colaboração não tiveram alterações e são usados pelos investigadores.

Denúncia

Funcionário de carreira em Furnas, Toledo atuou como diretor de Engenharia entre 1995 e 2005 e já chegou a ser investigado em primeira instância a partir de 2005, quando a Polícia Federal no Rio instaurou um inquérito para apurar as denúncias de caixa 2 feitas por Jefferson.

O lobista Nilton Monteiro, um dos acusados de atuar no esquema, chegou a apresentar uma lista com nome de 156 políticos - mas a PF não constatou sua veracidade.

Em 2012, o Ministério Público Federal (MPF) no Rio apresentou denúncia contra 11 acusados de corrupção em dois contratos de termelétricas - em Campos dos Goytacazes e São Gonçalo -, incluindo Jefferson e Toledo. Em março daquele ano, porém, a Justiça Federal entendeu que o caso deveria ser remetido para a Justiça Estadual. Quatro anos depois, o caso foi arquivado em primeira instância, mas, em dezembro passado, o Ministério Público Estadual do Rio encaminhou a "lista de Furnas" para Janot.

O documento não é citado no pedido de prorrogação do inquérito contra Aécio, mas o procurador-geral pediu ao STF que sejam juntadas cópias da quebra de sigilo de Toledo, que tramitou em primeira instância na Justiça do Rio, além das investigações que foram realizadas pela Controladoria-Geral da União e pelo Tribunal de Contas da União sobre Furnas na época.

Defesa

Aécio Neves afirmou, por meio de assessoria de imprensa, que pedidos de prorrogação de prazo em procedimentos investigatórios são rotina. "A oitiva do senador, como é praxe, está prevista desde o início do procedimento", diz nota enviada por sua equipe.

O texto acrescenta que as novas diligências não guardam relação com o senador, "uma vez que se referem apenas à solicitação de cópias de documentos da empresa e oitivas de membros do PT". A assessoria disse ainda que o senador "é o maior interessado na realização das investigações porque seu aprofundamento provará a absoluta correção de seus atos".

Por sua vez, o advogado de Dimas Fabiano Toledo, Rogério Marcolini, divulgou nota afirmando que o ex-diretor de Furnas já foi inquirido pela Polícia Federal "pelo menos meia dezena de vezes" nos últimos dez anos e que "sempre foi absolutamente coerente ao narrar os fatos como aconteceram".

"O senhor Fernando Moura, nas poucas vezes em que foi ouvido, já emendou sua versão diversas vezes, o que levou o próprio juiz federal condutor da Lava Jato a pôr em dúvida a sinceridade de sua delação", disse Marcolini. Segundo ele, a "acareação realizada de surpresa foi a oportunidade para Toledo mais uma vez reiterar a veracidade do seu testemunho".

O criminalista Luis Alexandre Rassi, que defende Silvio Pereira, diz que ainda não conversou com seu cliente sobre o caso, mas que a defesa vê com ressalva versões de Moura, "por causa de impropriedades no depoimento prestado por ele na ação penal em que Silvio responde na Lava Jato em Curitiba". Os advogados de José Dirceu e Delcídio Amaral não foram localizados para comentar o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente em exercício Michel Temer escolheu o engenheiro Ricardo Medeiros para comandar Furnas. A indicação foi feita pela bancada do PMDB de Minas, dando a largada para as nomeações no setor elétrico. Temer vai aproveitar os próximos 15 dias de recesso parlamentar para compor diretorias de estatais e o segundo escalão do governo.

Atualmente no cargo de diretor de Operação e Manutenção de Furnas, Medeiros substituirá Flávio Decat, que estava na presidência da empresa desde o primeiro mandato da presidente afastada Dilma Rousseff. Houve uma disputa pela vaga entre deputados do PMDB de Minas e do Rio. Temer afirmou, porém, que a indicação para a estatal, tradicionalmente, sempre ficou com a bancada mineira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Após mais de dois anos em queda e situação crítica, o reservatório da Usina de Furnas voltou a subir com as chuvas deste ano e já marca o melhor nível dos últimos cinco anos. Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema), na tarde de segunda-feira, 11, ele operava com 77,38% da capacidade.

No mesmo período do ano passado, o reservatório tinha apenas 28,8% da capacidade. Melhor marca que agora foi atingida somente em julho de 2011, quando o nível era de 89,4%. Depois disso, os índices começaram a cair até chegar à crise hídrica de 2014.

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No início desta semana o lago de Furnas, que também ajuda a abastecer outras hidrelétricas do Sudeste, atingiu 764,10 metros acima do nível do mar, o que representa apenas 4 abaixo do máximo. Até o ano passado ele chegou a ficar até 15 metros inferior ao limite máximo.

Furnas fica no sul de Minas Gerais e a boa quantidade de água também é sentida em outras usinas da região abastecidas pelo Rio Grande. A Usina de Água Vermelha opera hoje com 87% da capacidade, enquanto Marimbondo está com 87,6%. Já a Usina de Mascarenhas de Moraes marca 80,8%.

Turismo

Com o lago cheio, a população que necessita da água do reservatório comemora o bom momento. As embarcações, que estavam paradas devido às pedras na represa, agora navegam sem problemas. Já os pescadores veem os peixes reaparecerem e os estabelecimentos comerciais vibram com o retorno dos turistas.

Em algumas pousadas a água tinha recuado quilômetros com a seca e a situação ficou crítica. Agora, com a cheia, as atrações aquáticas voltaram a atrair muita gente nos feriados e finais de semana.

"Cheguei quase a fechar as portas, mas agora estou um pouco aliviado", contou José Aparecido da Silva, dono de uma pousada em Alfenas (MG). Segundo ele, os turistas já estão reaparecendo e se o nível do lago se mantiver alto a expectativa é voltar aos bons tempos do turismo na região.

Em depoimento à Polícia Federal em 2006, o ex-diretor de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas Dimas Toledo admitiu que o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, "costumava" procurá-lo na estatal para "assuntos envolvendo municípios onde (Aécio) tinha base eleitoral".

O depoimento de Dimas Toledo foi anexado ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhado na semana passada ao Supremo Tribunal Federal no qual ele considera "imperioso" retomar as investigações contra o tucano por suspeita de recebimento de propinas na estatal elétrica.

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O depoimento foi tomado em uma investigação iniciada na época após as denúncias do delator do mensalão e ex-deputado Roberto Jefferson de que haveria também um esquema de corrupção em Furnas envolvendo Toledo para abastecer partidos políticos, sobretudo o PSDB. O caso deu origem a uma denúncia em 2012 do Ministério Público Federal do Rio, que foi deslocada para a Justiça estadual por decisão da Justiça Federal.

Por meio de nota, a assessoria de Aécio informou que o depoimento do ex-diretor mostra "a absoluta correção da atuação" do tucano nos contatos feitos com a empresa.

Além disso, Dimas Toledo também foi apontado por delatores da Lava Jato como indicado de Aécio para operacionalizar um suposto esquema de corrupção na estatal nos moldes que vieram a ser implementados na Petrobras. Ele ocupou cargo de direção em Furnas entre 1995 e 2005. No depoimento, Toledo disse que era amigo do pai de Aécio, chamado Aécio Cunha e que era conselheiro de Furnas.

Além dos encontros com Aécio e a amizade com o pai do tucano, Toledo também admitiu em 2006 que sua filha trabalhava para a Bauruense, empresa que prestava serviços para Furnas e está na mira da Procuradoria-Geral da República - ao menos dois delatores da Lava Jato afirmaram que houve pagamento de propinas nos contratos de terceirização de mão de obra da estatal com a Bauruense.

Atualmente, segundo explicou a defesa de Toledo, a filha dele é servidora concursada de Furnas, tendo ingressado na companhia "por vias regulares, sem quaisquer gestões de terceiros ou de seu próprio pai, jamais sendo subordinada à Diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção".

As suspeitas envolvendo a estatal de energia e o tucano deram origem a um inquérito da Procuradoria-Geral da República contra o senador mineiro. Para o procurador-geral Rodrigo Janot, as suspeitas trazidas tanto por Jefferson quanto pelos delatores da Lava Jato tornam "imperioso" investigar o tucano.

O caso está sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, que inicialmente havia acatado um recurso da defesa de Aécio e determinado a suspensão do inquérito para que Janot avaliasse os argumentos do tucano. Janot, contudo, manifestou-se novamente pela necessidade da continuidade da investigação, o que foi acatado por Mendes.

A reportagem entrou em contato com a empresa Bauruense e deixou recado, mas ainda não obteve retorno. Também foi encaminhado e-mail para Furnas, ainda sem resposta.

Defesa

De acordo com a assessoria de Aécio Neves: "As declarações do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo mostram a absoluta correção da atuação do senador Aécio Neves nos contatos feitos com a empresa. O diretor em depoimento dado há mais de dez anos afirma o que já era público, que conhecia o então deputado Aécio Neves, e que esse "costumava procurar o declarante para assuntos envolvendo os municípios onde tinha base eleitoral". Portanto, não configura qualquer incorreção, novidade ou fato atípico. Trata-se de prática comum que parlamentares busquem apoio da empresa para municípios do estado que representam.

Certamente, esse é o mesmo comportamento de dezenas de políticos de Minas Gerais, uma vez que Furnas atua diretamente no apoio a inúmeros municípios do Estado, desde projetos que tratam de danos ambientais ou de compensação através do financiamento de melhorias até o suporte a entidades filantrópicas. A declaração não traz nada de novo e esse fato, de amplo, público e antigo conhecimento, apenas demonstra que o parlamentar cumpria uma atividade de rotina de defesa dos interesses do Estado. Qualquer outra ilação ou tentativa de vincular o hoje senador Aécio Neves a qualquer prática incorreta é rechaçada veementemente pelo senador e não encontra respaldo no depoimento do referido diretor."

Já a defesa de Dimas Toledo afirmou: "Dimas Toledo foi funcionário de FURNAS por mais de 35 anos, ingressando na empresa como engenheiro ainda na década de ’60. Depois de exercer diversos cargos intermediários de gerência e superintendência, chegou à Diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção em 1995, como progressão natural na carreira, sem qualquer indicação política. Exerceu essa mesma função até o final do primeiro semestre de 2005, quando pediu seu desligamento da companhia.

Dimas Toledo não tem qualquer relação com a empresa Bauruense, selecionada para prestar serviços a FURNAS em diversas áreas, sempre mediante regular procedimento licitatório, mas notadamente para a administração de mão-de-obra terceirizada. Nesse contexto, é importante atentar que os valores brutos repassados à Bauruense por FURNAS nos contratos de mão-de-obra representavam, em quase sua totalidade, remuneração e encargos para pagamento dos funcionários terceirizados vinculados às diferentes diretorias e áreas da empresa.

A filha de Dimas Toledo é funcionária concursada de FURNAS, embora no passado tenha prestado serviços como terceirizada, com o contrato vinculado às empresas fornecedoras de mão-de-obra. Acresça-se que ela ingressou na companhia por vias regulares, sem quaisquer gestões de terceiros ou de seu próprio pai, jamais sendo subordinada à Diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção.

Em seu depoimento à Polícia Federal Dimas Toledo apenas reconheceu antigo relacionamento entre gerações anteriores de sua família com a família Neves. Dimas não tem qualquer proximidade com Aécio Neves, com quem esteve poucas vezes em encontros de natureza institucional quando ainda diretor em FURNAS, sempre em companhia de outras autoridades.

Por fim, Dimas Toledo nega ter participado ou mesmo ter conhecimento de qualquer suposto "esquema de propinas" em FURNAS, envolvendo empreiteiras ou empresas de qualquer outro seguimento de atividade. Muito pelo contrário, os rígidos controles internos e externos os quais FURNAS é submetida - que em nada se assemelham àqueles adotados na PETROBRÁS - previnem contra a possibilidade de superfaturamento de serviços, fraudes na contratação e desvio de recursos públicos ou do caixa da empresa."

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