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O presidente Javier Milei enfrentou uma greve geral contra pacote de medidas para desregulamentar a economia. A paralisação foi convocada pela maior central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), que falou na adesão de 1,5 milhão de pessoas por todo país, sendo 600 mil em Buenos Aires. Na capital, os manifestantes se concentraram em frente ao Congresso, onde tramita um dos projetos prioritários para o governo. Segundo a polícia portenha, o ato reuniu entre 80 e 100 mil pessoas.

Apesar do protocolo do governo que proíbe o bloqueio de vias, a 9 de julho, uma das principais avenidas de Buenos Aires, foi tomada por manifestantes em que seguiam em direção ao Congresso ao longo da tarde. O protesto se dispersou por volta das 15h, depois que as lideranças sindicais discursaram contra o megadecreto e a chamada "Lei Ônibus".

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As falas foram marcadas pela ameaça do sindicalista Pablo Moyano ao ministro da Economia, Luis Caputo. "Se seguir com essas medidas, os trabalhadores não vão erguer o ministro nos ombros, vão jogá-lo no Rio Riachuelo", disse. A ameaça faz referência à declaração de Javier Milei, que sugeriu no começo do mês "erguer" o ministro, se a inflação de dezembro ficasse abaixo dos 30%. Caputo, por sua vez, disse esperar que a Justiça adote as medidas cabíveis em resposta ao sindicalista.

Além da mobilização nas ruas, a greve geral afeta ainda o sistema de transporte da Argentina. Voos foram cancelados e boa parte das linhas de ônibus, trens e metrôs para de circular na noite desta quarta-feira, 24. Os serviços de coleta de lixo e correios também sofreram interrupções.

O movimento foi criticado pelo governo, que assumiu há 45 dias. "Vai de encontro ao que a maioria quer: viver em paz em um país onde as coisas começam a ser bem feitas, entendendo que é um momento extremamente complicado", declarou o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, sobre a paralisação.

Minutos antes do início oficial da greve, ao meio-dia, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, postou nas redes sociais vídeos com comerciantes do bairro de Flores, em Buenos Aires, que não aderiram à paralisação. "Todo mundo trabalhando aqui?", perguntou repetidas vezes. "Aqui estão todas as pessoas que trabalham. Quem não trabalha não come. Aqui todos estão trabalhando", declarou.

Os manifestantes se opõem aos projetos do governo que, juntos, somam mais de mil medidas para desregulamentar praticamente todos os aspectos da economia argentina. A chamada Lei Ônibus recebeu hoje o aval das comissões da Câmara para votação em plenário depois de um recuo do governo, que abriu mão de 141 artigos do pacote.

Apesar do avanço, a avaliação é de que ainda não há maioria para aprovar pontos considerados centrais do texto em plenário. Por isso, a votação que o governo esperava para esta quinta-feira, 25, foi adiada e só deve ocorrer na próxima terça, segundo a imprensa argentina. Diante da notícia, as centrais sindicais já falam em novas mobilizações para semana que vem.

O megadecreto, por sua vez, entrou em vigor automaticamente, em dezembro, mas ainda precisa passar por uma comissão do Congresso e enfrenta questionamentos na Justiça. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A Argentina está comprometida com o Mercosul e espera que surjam boas notícias em 2024 nas negociações de um tratado comercial do bloco com a União Europeia. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, 17, em uma conversa entre ministros argentinos e jornalistas estrangeiros, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Participaram da conversa o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, o chefe de gabinete da presidência, Nicolas Posse, e a chanceler, Diana Mondino. O evento seguiu as regras da Chatham House (centro de estudos britânico), ou seja, os jornalistas não poderiam atribuir diretamente as declarações aos autores.

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O governo argentino acredita que o Mercosul precisa ser renovado para enfrentar o novo cenário global. No entanto, não cogita deixá-lo, contrariando o que o presidente Javier Milei disse durante a campanha.

Os ministros descartaram a possibilidade de um distanciamento comercial com Brasil e China, o que, segundo eles, seria um movimento "absurdo" dada a importância desses dois países no comércio bilateral. Eles salientaram que questões de comércio exterior devem ser gerenciadas pelo setor privado, e não pelo governo.

No lado financeiro, eles afastaram uma dolarização no curto prazo, embora isso continue nos planos. Antes disso, esperam estabilizar a economia por meio de cortes radicais de gastos públicos, desregulamentação de setores sob intervenção do Estado e recuperação da confiança dos investidores.

A inflação deve continuar alta nos primeiros meses deste ano, mas a expectativa é que, com as reformas, no fim de 2024 ela esteja "na faixa de um dígito". Sobre a dificuldades de aprovação das reformas, eles ressaltaram que 55% das mudanças não necessitam da aprovação do Congresso. Além disso, apostam no crescimento da popularidade de Milei como fator de convencimento. As manifestações contra as reformas, segundo eles, foram pequenas e movidas "por aqueles que temem perder seus privilégios".

A presença de Milei em Davos gerou curiosidade entre os participantes, mas esteve distante do interesse despertado por outros chefes de Estado. A palestra dele ontem foi recebida de maneira morna pelos participantes, que não chegaram a lotar o local. Milei encerrou sua fala com sua frase preferida: "Viva la libertad, carajo", arrancando algumas risadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Manoel Caetano Ferreira Filho, afirmou que o colegiado pode rediscutir regras de quarentena para altos funcionários públicos.

Como mostrou o Estadão, ex-comandantes de Marinha e Exército apresentaram propostas de trabalho contestadas pelas próprias empresas para receber seis meses de salário extra. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que a Corte apure se houve desvirtuamento da quarentena. Além disso, ex-integrantes do governo Jair Bolsonaro (PL) alegaram interesse em ir trabalhar na iniciativa privada e ganharam o benefício. Ao terminar o período de afastamento recebendo salários sem trabalhar, porém, eles retornaram ao serviço público.

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"Nós temos sessão na comissão na semana que vem e vou levar este tema para analisar e deliberar. Vou analisar que providências podemos tomar", disse o presidente da comissão ao Estadão. A reunião do colegiado está marcada para a próxima terça-feira. A quarentena existe para evitar o uso de informação privilegiada por altos funcionários públicos, ao irem para empresas privadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, vai assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça na gestão de Ricardo Lewandowski. O Estadão apurou que o chefe do Ministério Público paulista teve encontro reservado com Lewandowski e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, na semana passada. O convite foi feito e o procurador aceitou. Agora, Sarrubbo ajusta detalhes do cargo e aguarda Lewandowski anunciar, formalmente, a equipe que o acompanhará ao Ministério da Justiça, braço sensível do governo.

Com a provável confirmação de Sarrubbo como secretário de Segurança Pública, a expectativa, nos bastidores, é a de que o atual procurador-geral de Justiça leve para o Ministério da Justiça o "estilo" de combate firme ao crime organizado. Durante seus mandatos como procurador-geral de Justiça (2020-2024), Sarrubbo fortaleceu o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço da Promotoria que mira organizações dedicadas ao tráfico de drogas e armas, à lavagem de dinheiro e à corrupção.

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Troca

No Ministério da Justiça, Sarrubbo deve usar essa experiência. A Secretaria Nacional de Segurança Pública assessora o ministro na implementação da Política Nacional de Segurança Pública e dos chamados Programas Federais de Prevenção Social e Controle da Violência e Criminalidade.

Cabe ao secretário promover a integração das forças policiais nos Estados, com definição de metas contra a criminalidade. Atualmente, a pasta é chefiada pelo ex-deputado Tadeu Alencar (PSB). A saída de Alencar, indicado para o posto pelo atual titular da Justiça, Flávio Dino, já era esperada.

Dino vai se desfiliar do PSB para assumir, em 22 de fevereiro, a vaga deixada por Rosa Weber no Supremo. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o nome de Lewandowski no Ministério da Justiça. Ex-presidente do Supremo, o ministro aposentado tem um histórico de votos favoráveis a petistas ao longo dos 17 anos em que atuou na Corte.

Interino

Caso a saída de Sarrubbo da Procuradoria-Geral de Justiça se concretize, assume o cargo interinamente o decano do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, Fernando José Martins.

Oficialmente, o mandato do procurador-geral de Justiça termina em abril, quando serão realizadas as eleições internas para uma lista tríplice de candidatos à sucessão de Sarrubbo. Depois, caberá ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) escolher um dos nomes indicados pelos pares.

Se ainda faltam meses para as eleições internas do Ministério Público de São Paulo, as campanhas dos candidatos à Procuradoria-Geral de Justiça já começaram. Atualmente, três procuradores estão no páreo: Paulo Sérgio Oliveira e Costa, ex-diretor da Escola Superior do Ministério Público; José Carlos Cosenzo, subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais; e Antônio Carlos da Ponte, ex-secretário do Conselho Superior do Ministério Público.

Paulo Sérgio Oliveira e Costa e José Carlos Consenzo são os nomes da situação, apoiados por Sarrubbo. Antônio Carlos da Ponte, que chegou a disputar o pleito em 2020, é o representante da oposição.

Gaeco

Para assumir a secretaria do Ministério da Justiça, Sarrubbo terá de se aposentar do Ministério Público. Paulistano, ele atua no Ministério Público do Estado há mais de 30 anos. Atuou na Procuradoria de Justiça Criminal e foi alçado a subprocurador-geral de Políticas Criminais do órgão. Durante sua gestão na área, foram realizadas cerca de 500 operações do Gaeco.

No Gaeco, Sarrubbo implementou a chamada "política da tríplice vertente" de combate às organizações criminosas, que tem como diretriz o enfrentamento dos três pilares básicos desses grupos: crime organizado, lavagem de dinheiro e corrupção de agentes públicos. Em abril de 2020, o procurador foi escolhido pelo então governador João Doria para suceder a Gianpaolo Smanio na chefia do Ministério Público paulista. Foi reconduzido ao cargo em 2022 pelo governador Rodrigo Garcia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma pane elétrica em um equipamento eletrônico provocou um princípio de incêndio e grande volume de fumaça na unidade do Hospital São Luiz do Morumbi, zona sul de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, 11. Segundo o hospital, uma paciente idosa morreu durante o tumulto. No total, 47 pacientes foram transferidos para outras unidades hospitalares, de acordo com a rede médica.

"Uma paciente de 94 anos infelizmente sofreu uma parada cardíaca durante o evento", informou o hospital, que disse lamentar a perda e dar assistência aos familiares. A idosa estava sendo transferida para unidade do São Luiz no Itaim Bibi, também na zona sul.

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O princípio de incêndio foi registrado por volta das 8h40 na unidade da Rua Engenheiro Oscar Americano. Segundo o Hospital São Luiz Morumbi, o fogo, que já foi extinto, dificultou o funcionamento adequado de duas unidades de terapia intensiva.

A principal hipótese para a causa do fogo, conforme o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Luciano Almeida, é o superaquecimento de um secador de cabelos usado por uma auxiliar de enfermagem. "Pelos relatos da equipe do hospital, o uso do equipamento (secador) causou o superaquecimento, mas não se sabe ainda se do equipamento ou se do sistema elétrico", disse.

Ainda de acordo com ele, rapidamente os funcionários perceberam a fumaça e começaram a retirar os pacientes do segundo andar. "Fogo (houve) pouco, mas a fumaça foi bem intensa", disse o tenente-coronel.

"O evento está sendo devidamente apurado e o hospital segue trabalhando em conjunto com as autoridades competentes para esclarecer as possíveis causas do incidente", acrescenta o São Luiz.

O segundo andar segue interditado, mas os demais pavimentos já estão liberados para retorno de pacientes e equipe técnica, segundo o Corpo de Bombeiros. "Agora a gente está fazendo uma análise de risco, para ver se tem algum risco residual", disse Almeida.

'Enfermeira entrou desesperada no quarto'

"Por volta das 8h30, meu filho ainda estava dormindo, quando, de repente, soou o alarme bem alto. Imaginei que poderia ser um alarme de incêndio, mas achei que poderia ser falso", diz artista plástico Fábio Guimarães, de 46 anos, cujo filho estava internado no São Luiz. "Por questões de segundos, uma enfermeira entrou desesperada no quarto, falando sobre incêndio e pedindo para vestir o meu filho. Só deu tempo de colocar a roupa nele e pegar a mochila. Deixamos todos os pertences no hospital", afirma ele.

Diagnosticado com pneumonia, Éros, de 7 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do São Luiz Morumbi. Com a melhora, no fim da tarde de quarta-feira, 11, foi transferido para um quarto, dando continuidade ao tratamento.

"Quando chegamos ao estacionamento, começaram a chamar os pacientes mais graves. Foram chegando ambulâncias de outros hospitais", continua Guimarães.

"Fomos observando os grupos saindo e chamaram o grupo das crianças. Fomos para o atendimento clínico, em um prédio do outro lado da rua. Passamos com a médica, que optou por antecipar a alta, mediante a continuidade do tratamento médico em casa e retorno na próxima semana", afirma o pai.

No corredor, um andar acima do foco do incidente, Guimarães diz que era possível sentir o cheiro forte da fumaça. "Todos saíam ordenadamente. Devo dizer que o treinamento da equipe fez a diferença, pois não teve caos. Acredito que a ala infantil, onde estávamos, foi uma das primeiras a saírem para o estacionamento. Foram chegando, posteriormente, outras pessoas em camas e macas", acrescenta ele.

A aposentada Celina Pamaoki, de 66 anos, estava comprando café para o marido, internado no 6º andar por cólica renal, quando o alarme disparou. "Não me deixaram subir de novo", relatou ela, que estava no 3º.

Sem alternativa, desceu rápido as escadas. O marido, descobriu depois, foi levado em uma maca de lona para a área do estacionamento, improvisado pela equipe do hospital.

O comerciante João Sanches Machado, de 81 anos, e a aposentada Adelaide Malagozzine Machado, de 79, saíram de casa, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, por volta de 5h30 para ir ao hospital fazer exames. "Queríamos fugir do trânsito", disse ela.

Quando esperavam na sala de espera, o alarme disparou. "Foi muito sufoco, depois ainda tivemos de ficar no sol quente", reclamou a idosa. Os exames, de acordo com o casal, terão ser de ser remarcados para outro dia. "Agora estamos esperando nosso genro vir nos buscar."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, nesta quinta-feira (11), o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, 75 anos, como novo ministro da Justiça e da Segurança Pública. Como mostrou o Estadão, ele aceitou o convite do presidente nesta quarta (10). O ministro aposentado do Supremo vai substituir Flávio Dino, que assumirá uma cadeira na Corte. Ao lado de Lula, Lewandowski e Dino, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, participou do comunicado.

Lula fez elogios a Dino e Lewandowski. Disse que tanto o Ministério da Justiça quanto o STF e o povo brasileiro ganharão com os dois em seus novos cargos. O presidente afirmou ainda que o País precisava de um ministro no Supremo com "cabeça política". Antes de ser ministro da Justiça, Flávio Dino foi eleito senador, além de ter sido deputado e governador do Maranhão.

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"Eu sempre sonhei que a gente deveria ter na Suprema Corte um ministro com a cabeça política, que tivesse vivenciado a política. Não que o que está lá não tenha. Mas ninguém que está lá tem a experiência política que tem o Flávio Dino. A experiência de deputado, de perder eleição, de ganhar eleição, de ser deputado federal, de ser governador duas vezes e, depois, senador", disse o presidente.

Desde que Dino foi indicado para uma vaga na Corte Suprema, em 27 de novembro, Lewandowski era o favorito para assumir a Justiça. De acordo com Lula, o ex-presidente do STF começará no comando do ministério em 1º de fevereiro. Até lá, Dino seguirá à frente da pasta. Ele tomará posse na Corte em 22 de fevereiro.

Lewandowski pretendia começar uma temporada de trabalho mais tranquila e aproveitar mais a família, após deixar o STF em abril do ano passado. No entanto, recebeu incentivo de amigos e familiares para aceitar o cargo.

No anúncio, o presidente também disse que quando indica alguém para um cargo é porque confia na pessoa. Declarou que não costuma interferir na montagem da equipe de ministros. Isso é um sinal sobre o poder que Lewandowski terá na Justiça. Há semanas, pessoas próximas do ex-presidente do STF diziam que ele não aceitaria trabalhar com um time que não fosse seu. Lula disse que Lewandowski e Dino não discursariam ou responderiam a perguntas nesta quinta.

Com a saída de Dino e a entrada de Lewandowski, o Ministério da Justiça poderá ganhar atuação mais discreta. Em conversas reservadas, aliados de Lula afirmam que o ex-presidente do STF não tem o mesmo perfil de enfrentamento de Dino, que protagonizou vários confrontos com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula aposta na "sensibilidade" e na "expertise" de Lewandowski para enfrentar problemas que o PT não tem conseguido resolver. A opção pelo egresso do STF leva à Esplanada uma figura com trânsito no Judiciário, mas não só. Como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Lewandowski marcou sua gestão com a capacidade de implementar mudanças que impactaram o sistema como um todo, como o mecanismo das audiências de custódia, a partir de 2015.

Com a área de segurança pública sendo a responsável pela pior avaliação do governo, Lula aposta em um "novo Márcio Thomaz Bastos", nas palavras de aliados. O objetivo é substituir Flávio Dino, que vai assumir uma cadeira no STF, com alguém experimentado e capaz de promover avanços institucionais eficazes como os que marcaram a gestão de Thomaz Bastos, titular da pasta no primeiro mandato de Lula.

Confiança pessoal

A relação do presidente da República com o ministro aposentado da Suprema Corte é de confiança pessoal. Lewandowski chegou ao STF em 2006, indicado por Lula com apoio da então primeira-dama Marisa Letícia. Ele foi um dos principais interlocutores de Lula no Judiciário até 2023, quando completou 75 anos e precisou se aposentar. Em 2016, como presidente do STF, ele presidiu também o processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT). O processo depôs a petista, mas não a deixou inelegível.

Mesmo com o favoritismo de Lewandowski para o cargo desde o anúncio da ida de Dino para o STF, houve outros cotados em Brasília. Chegaram a ser citados como possíveis nomes para o ministério Jorge Messias (advogado-geral da União), Simone Tebet (ministra do Planejamento), Gleisi Hoffmann (deputada e presidente do PT), Marco Aurélio de Carvalho (advogado e coordenador do grupo Prerrogativas) e Wellington César Lima (secretário especial para Assuntos Jurídicos do Planalto).

Além disso, houve especulações sobre um possível desmembramento do ministério, o que criaria a pasta da Segurança Pública. O nome de Ricardo Cappelli, secretário-executivo de Dino na Justiça, costumava ser mencionado na capital como possível titular da nova estrutura, caso ela fosse criada - o que não ocorreu.

Nos últimos dias, ficou mais claro que Lula gostaria que Lewandowski assumisse a pasta. Na segunda-feira, 8, o chefe do Executivo se reuniu com o ministro aposentado e encaminhou o nome para a sucessão de Dino. Depois disso, Lewandowski teria começado a avaliar nomes para montar sua equipe como ministro da Justiça. Na noite de quarta-feira, Lula, Lewandowski e Dino se reuniram no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, para aceitar o convite para chefiar a pasta.

Aliados do ministro aposentado acreditam que mudanças em postos-chave da pasta serão naturais - o que não significa necessariamente trocas generalizadas no ministério. A Secretaria-Executiva, hoje sob Ricardo Cappelli, e a Secretaria de Segurança Pública, chefiada pelo ex-deputado Tadeu Alencar, provavelmente terão novos titulares.

A segurança pública é vista como uma área fundamental para melhorar a avaliação do governo Lula nos próximos meses. O ministro aposentado do STF defende que uma pessoa especialista no assunto seja escolhida para chefiar uma política nacional de segurança pública.

Atual secretário-executivo, Cappelli é bem visto por integrantes do governo e poderá ser recompensado com outro cargo na administração federal. O nome dele foi projetado porque Lula o nomeou interventor na área de segurança pública do Distrito Federal depois dos ataques às sedes dos Poderes no 8 de Janeiro. Ele era a indicação do PSB, partido de Dino, para chefiar a Justiça. Nas últimas semanas, após o atual ministro ter tido nome aprovado para compor o STF, o Ministério da Justiça tentou fortalecer o nome de Cappelli nas ações da pasta. Porém, isso não foi o suficiente para mudar a opinião de Lula.

O ano de 2023 foi confirmado como o mais quente já registrado, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (9) pelo observatório europeu Copernicus (C3S). A temperatura média foi 1,48 ºC mais quente do que na era pré-industrial (meados do século 19), diz a agência. Este valor é pouco inferior ao 1,5°C que o mundo havia proposto como limite, no âmbito do Acordo Climático de Paris em 2015, a fim de evitar os efeitos mais graves do aquecimento global.

E janeiro de 2024 está a caminho de ser tão quente que, pela primeira vez, um período de 12 meses excederá o limite de 1,5°C, alerta Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus. Um dos fatores para isso é a influência do El Niño, que deve se estender até a metade deste ano. Ele já esteve relacionado a eventos extremos, como ciclones extratropicais no Sul e a estiagem acompanhada de queimadas na Amazônia, além das ondas de calor em várias regiões do Brasil.

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A temperatura global média em 2023 foi de 14,98°C, estima o Copernicus. "Os recordes foram quebrados durante sete meses. Tivemos junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro mais quentes", disse Samantha. "Não foi apenas uma temporada ou apenas um mês que foi excepcional. Foi excepcional por mais de metade do ano."

O ano passado também foi o primeiro na história em que, em cada dia separado, a temperatura média excedeu os níveis pré-industriais em ao menos 1°C, com quase metade dos dias excedendo o "limite crítico" de 1,5°C - dois dias em novembro passaram 2°C. Para se ter ideia, o recorde anterior, de 2016, foi quando 20% dos dias ficaram acima de 1,5°C.

O diretor da Copernicus, Carlo Buontempo, observou que os números do ano passado são superiores a todos os registros de temperatura global desde 1850. Quando comparado com dados paleoclimáticos de fontes como anéis de árvores e bolhas de ar em geleiras. Ele acredita que se tratou "provavelmente do ano mais quente dos últimos 100 mil anos". "Basicamente, isso significa que nossas cidades, estradas, monumentos, fazendas e todas as atividades, em geral, nunca tiveram que lidar com um clima tão quente."

Para completar, as temperaturas médias globais da superfície do mar foram excepcionalmente altas, atingindo recordes no período de abril a dezembro, e foram associadas a ondas de calor marinhas em partes do Mediterrâneo, no Golfo do México e no Caribe, no Oceano Índico e no Pacífico Norte, bem como em grande parte do Atlântico Norte.

Agravantes

Segundo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o principal fator por trás do aumento das temperaturas é o aquecimento global, mais o El Niño, "que tem impacto na temperatura global, especialmente no ano seguinte ao de sua formação".

Os cientistas sustentam que o planeta precisaria de um aquecimento médio de 1,5°C ao longo de duas ou três décadas para se chegar ao pior cenário, só que o alerta está dado. "A meta de aquecimento de 1,5°C tem de ser mantida porque vidas estão em risco e há decisões que terão de ser tomadas e essas decisões não afetarão você ou a mim, mas afetarão nosso povo, filhos e netos", disse Samantha.

O calor recorde causou estragos e até mortes em Europa, América do Norte e China. Além disso, há fenômenos climáticos extremos ocorrendo, como a seca prolongada na África, as chuvas torrenciais que destruíram barragens e mataram milhares de pessoas na Líbia e os incêndios florestais no Canadá, que poluíram o ar do Hemisfério Norte.

Razões

Segundo Copernicus, existem vários fatores que contribuíram para que 2023 fosse o ano mais quente, mas de longe o maior foram os gases de efeito estufa, afirmou a vice-diretora. Esses gases retêm o calor na atmosfera e provêm da queima de carvão, petróleo e gás natural. Pela primeira vez, os países reunidos na conferência anual das Nações Unidas sobre o clima, em dezembro, selaram um acordo histórico para transição de combustíveis fósseis, mas não citaram prazos de eliminação total.

"Se esse processo (que inclui os gases de efeito estufa) não for revertido, não há razão para esperar resultados diferentes no futuro", afirmou a vice-diretora do C3S, além de ressaltar que, caso isso não aconteça, "em alguns anos, 2023, que bateu um recorde, provavelmente será lembrado como um ano ameno".

Reações

Procurada para comentar a situação, as Nações Unidas afirmaram que o registro é um "um simples aviso do futuro catastrófico que nos espera", disse a porta-voz, Stephane Dujarric. "O secretário-geral (Antonio Guterres) pensa que a humanidade está queimando a Terra. E os líderes mundiais precisam se comprometer com novos planos de ação. Ainda podemos evitar o pior." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta a despachar nesta quarta-feira, 3, no Palácio do Planalto, após um recesso de oito dias na praia privativa de Restinga de Marambaia, no Rio. Em seu retorno à capital federal, Lula terá de manejar negociações duras com o Congresso e retomar diálogos sobre mudanças a serem feitas no primeiro escalão do governo.

Ontem, o presidente sancionou, com vetos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. Um dos trechos vetados na medida publicada no Diário Oficial da União tornava obrigatório o empenho de recursos para o pagamento de emendas impositivas em até 30 dias depois da divulgação da proposta. Esse item foi duramente contestado pelo governo enquanto a LDO tramitava no Congresso, por retirar do presidente o poder de definir o fluxo de liberação de emendas.

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No despacho, o governo argumentou que o calendário "iria de encontro ao primado de que o Poder Executivo federal estabelece o cronograma financeiro de reembolso". Durante o primeiro ano de mandato de Lula, se tornou praxe a liberação de emendas impositivas às vésperas de votações importantes para o governo. O Orçamento de 2024 terá volume recorde de emendas, no valor de R$ 53 bilhões.

O Congresso, porém, não deve recuar do aumento de poder conquistado sobre as emendas, tanto no montante destinado a cada parlamentar quanto na definição de quando esses valores deverão ser pagos. Portanto, será preciso que Lula se envolva nas articulações para impedir a derrubada de mais um veto presidencial no Legislativo.

Em meados de dezembro, o Congresso derrubou os vetos do petista ao marco temporal para demarcação de terras indígenas e ao projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e reduz a alíquota de contribuição previdenciária de pequenos municípios. O tema desoneração é mais um ponto de estresse entre Executivo e Parlamento neste início de 2024.

MP

A medida provisória desenhada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para retomar a tributação gradual da folha de pagamento das empresas foi mal recebida pelo Congresso. Senadores prometeram resistir às mudanças feitas pela equipe econômica do governo e garantiram que o Planalto sofrerá resistência desde a largada.

Além da derrubada do veto de Lula à medida, a reação negativa se deve ao fato de os parlamentares terem editado um projeto de lei que manteve o benefício aos setores que mais empregam até 2027. Com esse clima de tensão instalado, o presidente deverá se juntar a Haddad nas tentativas de negociar com o Congresso.

A reoneração da folha é mais uma das medidas formuladas pela equipe do ministro da Fazenda para aumentar a arrecadação em busca do déficit zero neste ano. A meta para o resultado primário das contas públicas - ou seja, os gastos federais não podem superar o somatório da arrecadação com tributos e outras fontes - foi mantida na LDO deste ano.

‘PRESIDENCIALISTA’

A resistência do governo ao avanço dos parlamentares sobre a execução do Orçamento federal no ano eleitoral tem potencial de dificultar ainda mais a articulação política do Planalto no Legislativo. Como mostrou a Coluna do Estadão, o veto ao calendário de repasses na Lei de Diretrizes Orçamentárias era esperado, mas reforça a rota de colisão entre os Poderes. À Coluna, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (AP), classificou como "impróprio" o desejo dos parlamentares de "determinar quando recursos devem ser pagos" e destacou que o sistema de governo é "presidencialista". A LDO também prevê um teto de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral, que poderá ser utilizado pelos partidos políticos em gastos com as eleições municipais de 2024.

O texto, aprovado pelo Congresso em 19 de dezembro, traz orientações para a elaboração do Orçamento de 2024 e fixa parâmetros para a alocação de recursos para garantir a realização das metas e objetivos contemplados no Plano Plurianual (PPA).

‘JABUTIS’

Outro veto de Lula foi à emenda apresentada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aprovada pelos parlamentares na votação final da LDO que proíbe eventuais despesas com invasão ou ocupação de propriedades rurais privadas; realização de abortos não permitidos em lei; cirurgias para troca de sexo de crianças e adolescentes; ações que possam influenciar "crianças e adolescentes, da creche ao ensino médio, a terem opções sexuais diferentes do sexo biológico"; e ações tendentes a desconstruir, diminuir ou extinguir o conceito de família tradicional, formado por pai, mãe e filhos.

Nenhum desses tópicos estava previsto no projeto da LDO e haviam sido rejeitados na Comissão Mista de Orçamento (CMO). O próprio relator do texto, deputado Danilo Forte (União-CE), considerou a emenda de destaque um "jabuti", estranho ao texto.

"O texto da emenda também gera forte insegurança jurídica, frente à proposta que trazia, de forma vaga, a vedação a despesas que ‘direta ou indiretamente, promovam, incentivem ou financiem’ várias condutas", justificou o governo, em comunicado.

FUNDEB

O presidente vetou o uso dos recursos da União destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para pagar despesas de transporte, alimentação e fornecimento de uniforme e kit escolares. Foi vetada ainda a possibilidade de alocação de recursos da União para construção e manutenção de vias estaduais e municipais que não estão em sua esfera de competência.

Lula também vetou a possibilidade de destinação de recursos para construção, ampliação ou conclusão de obras a entidades privadas sem fins lucrativos e a reserva de, no mínimo, 30% de recursos de programas de moradia, como o Minha Casa, Minha Vida, para cidades com até 50 mil habitantes.

O texto da LDO aprovado pelo Congresso previa ainda que o Meio Ambiente deveria executar ações voltadas ao bem-estar animal, à atenção veterinária e ao controle populacional ético, inclusive para castração. O trecho foi vetado, por ser estranho ao objetivo da LDO.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um adolescente de 15 anos foi baleado na barriga ao reagir a um assalto na madrugada desta sexta-feira, 22, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo. De acordo com a polícia, o jovem foi levado ao Hospital das Clínicas, onde foi internado, mas já está acordado, conversando e apresenta quadro estável. Na tarde desta sexta, a Polícia Civil de São Paulo informou que identificou os três homens responsáveis pela tentativa de latrocínio - um deles foi preso.

Por volta da meia-noite, o jovem aguardava a liberação da portaria de um prédio na Rua Diana, onde mora sua namorada, quando foi abordado por um assaltante de capacete.

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Segundo o boletim de ocorrência, o adolescente chegou a entregar o celular, um iPhone 15 Pro Max que tinha ganhado havia pouco tempo do pai, mas depois reagiu e entrou em luta corporal com o criminoso. Nesse momento, o assaltante disparou contra a vítima, que foi atingida no abdômen.

Após ser baleado, o adolescente ainda foi agredido por outros dois motociclistas que seriam comparsas do primeiro assaltante. Todos fugiram de moto em seguida.

Identificação

O autor do primeiro disparo é um homem de 23 anos que, segundo as investigações, tem uma série de passagens por furto e roubo e teria praticado o crime com uma motocicleta alugada pelo irmão, de 21 anos, um dos outros dois assaltantes que chegam em seguida na cena do crime e ajudam a agredir a vítima.

O suspeito por disparar a arma foi preso no fim da tarde desta sexta-feira. A Polícia Civil emitiu um pedido de prisão temporária para o irmão dele, que seguia foragido até a noite. Um terceiro homem envolvido no crime foi identificado pelas investigações, mas ainda está desaparecido. A reportagem não conseguiu o contato da defesa dos suspeitos até a publicação deste texto.

O caso está sendo investigado como roubo seguido por tentativa de latrocínio pelo 23.° Distrito Policial (Perdizes) com apoio tático do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco) da 3.ª Delegacia Seccional (Oeste).

Vídeo das câmeras de segurança de prédios ao redor, divulgados pela Folha de S.Paulo, mostram que o adolescente estava na frente da portaria do prédio mexendo no celular, quando foi abordado. O jovem estava acompanhado de outro rapaz, que conseguiu fugir. As câmeras mostram o momento que os comparsas chegam para ajudar o assaltante e chutam o jovem, que estava caído no chão após ser baleado.

A polícia sempre recomenda às vítimas que não reajam a abordagens criminosas.

A onda de violência em São Paulo tem assustado os moradores da capital. Há cerca de duas semanas, a deputada federal e pré-candidata à Prefeitura da cidade Tabata Amaral ficou ferida durante uma tentativa de roubo. Tabata estava dentro do carro na Rua Major Diogo, na região da Bela Vista, quando um homem quebrou o vidro do veículo para roubar um celular. Ela teve alguns cortes nas mãos e no lábio por conta dos estilhaços.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia da República Checa afirmou nesta sexta-feira, 22, que o atirador que deixou 14 mortos e 25 feridos na quinta-feira, 21, em uma universidade no centro de Praga tinha munição para causar um massacre ainda maior. Isso só não ocorreu porque houve a intervenção dos policiais para conter o atirador, que acabou cometendo suicídio.

Os primeiros policiais chegaram ao local minutos depois que o atirador, identificado como um estudante checo de 24 anos, começou a fazer os disparos. Os policiais já procuravam o suspeito havia horas. Eles encontraram o corpo de seu pai em sua casa na cidade de Hostounn, a 35 quilômetros de Praga. Mais de 220 policiais estiveram envolvidos na operação, segundo o chefe de polícia de Praga, Petr Matejicek.

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O agressor entrou no prédio da Faculdade de Artes e disparou indiscriminadamente. Em seguida, se dirigiu ao telhado do prédio da Universidade Carolina de Praga e começou a atirar contra pessoas na rua. Mais tarde, cercado por policiais, o agressor, que tinha porte de arma, se matou.

A polícia não especificou o tipo de arma ou munição usadas no ataque, o pior na história recente do país. De acordo com relatos de testemunhas, a presença do agressor no prédio levou a cenas dramáticas, com pessoas pulando de parapeitos.

Entre os mortos está Lenka Hlavkova, diretora do Instituto de Musicologia da universidade. Os estudantes também fizeram barricadas nas salas de aula para impedir a entrada do agressor.

Segundo a polícia, o atirador é ainda suspeito de ter cometido um duplo assassinato, de um pai de 32 anos e seu bebê, de 2 meses, em uma floresta perto de Praga, no dia 15.

Homenagem

Dezenas de checos se reuniram ontem em frente à universidade para prestar homenagem às vítimas. Na entrada do prédio, e em pequenos grupos, eles criaram um memorial com centenas de velas e flores. "Não estamos nos EUA, essas coisas não acontecem na República Checa", declarou Richard Smaha, um aluno de 17 anos de uma escola próxima. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma operação da polícia paraguaia e da Polícia Federal brasileira contra uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional de drogas e armas deixou ao menos 9 suspeitos mortos, na manhã desta terça-feira, 19, na fronteira do Paraguai com o Mato Grosso do Sul. Um arsenal com armas de guerra foi apreendido. O alvo era Felipe Santiago Acosta Riveros, o "Macho", suspeito de fornecer armas para a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O brasileiro Ricardo Luis Picolotto, o "R7", apontado como braço direito de "Macho", foi preso na operação.

A Operação Ignis, deflagrada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), com apoio da força-tarefa conjunta com a PF do Brasil e o Ministério Público do Paraguai, atacou o quartel-general de "Macho" em uma fazenda nos arredores de Salto del Guairá, cidade paraguaia do departamento de Canindeyú que faz fronteira com a brasileira Guaíra, no Paraná, e Sete Quedas, em Mato Grosso do Sul.

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O ataque aconteceu por terra e pelo ar, com helicópteros. Quando as equipes chegaram, foram recebidas a tiros pelos seguranças do criminoso. Houve confronto e nove suspeitos morreram. Não houve baixa entre os policiais.

Ao menos dez suspeitos foram presos, entre eles o "R7". Na fazenda, foram encontrados fuzis automáticos, pistolas, grande quantidade de munição e uma metralhadora .50, capaz de abater helicópteros. Outras armas foram encontradas na casa do brasileiro, em Salto del Guairá. Outros dois brasileiros estão entre os presos. A Senad informou que "Macho" não está entre os suspeitos mortos.

De acordo com o porta-voz da Senad, Francisco Ayala, a quadrilha chefiada por "Macho" atuava no tráfico de drogas e promovia assassinatos de policiais paraguaios e brasileiros, além de rivais no comércio de drogas. Nos últimos anos, dizem as autoridades, a organização passou a fornecer armas para grupos brasileiros, entre eles o PCC e o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro . Em setembro, seis policiais faziam buscas na propriedade de "Macho" quando foram atacados. Um policial foi baleado, mas sobreviveu.

Depois de entrar na organização, o brasileiro Picolotto, o "R7", é suspeito de ter se tornado o elo do grupo com o PCC para o fornecimento de armas. O advogado de Picolotto, Lucas Carvalho, disse, em nota, que seu cliente é réu primário e não possui ligações com crime organizado nem morte de policiais.

Segundo a defesa, Picolotto "foi absolvido em sentença que já transitou em julgado e teve "pedido de prisão revogado em junho de 2023". O advogado também diz que o cliente está colaborando com as autoridades.

Conforme Ayalla, a operação paraguaia foi compartilhada com a PF do Brasil devido à cooperação entre os dois países para o combate aos crimes de fronteira. Os presos brasileiros deverão ser extraditados para o Brasil.

A Polícia Nacional do Paraguai tenta há anos desbaratar a quadrilha de "Macho". O criminoso foi condenado a 25 anos de prisão depois de assassinar e enterrar o corpo de seu patrão, em 2015. No sexto ano de cumprimento da pena ele fugiu. Em 2016, "Macho" foi capturado, mas voltou a escapar um ano depois.

No Brasil, segundo a PF, ele é considerado foragido pela Justiça Federal pelo envolvimento no assassinato de um militar do Exército brasileiro, em 2020, ao resistir uma abordagem. Seu grupo navegava pelo Rio Paraná com uma embarcação carregada com mais de 500 quilos de maconha e reagiu à abordagem, matando um militar. Por esse motivo, seu nome foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol.

No Paraguai, Acosta Riveros, o "Macho", é acusado ainda pelo assassinato de um policial e por promover diversos ataques a tiros a delegacias, além de operações de resgate de presos. Segundo a Senad, ele se movimenta em comboios de veículos blindados, com homens fortemente armados, muitas vezes ostentando armas, ao estilo dos cartéis mexicanos.

Até a publicação deste texto, o Estadão não havia localizado a defesa de Felipe Santiago Acosta Riveros. Este espaço está aberto.

Os EUA e outras nove nações criaram uma nova força conjunta para proteger os navios que transitam no Mar Vermelho após a série de ataques por drones e mísseis balísticos disparados de áreas do Iêmen controladas pelo grupo rebelde houthis. O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa americano, Lloyd J. Austin, no Bahrein, país que visitou depois de se reunir com autoridades em Israel nesta segunda-feira (18).

Os houthis, um grupo apoiado pelo Irã, advertiram que irão atacar embarcações que navegarem na costa do Iêmen e tiverem ligação com Israel, em resposta ao conflito em Gaza.

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A gravidade dos ataques, vários dos quais danificaram os navios, levou muitas companhias marítimas a ordenar aos seus navios que se mantivessem no local e não atravessassem o Estreito de Bab el-Mandeb até que a situação de segurança pudesse ser resolvida. A companhia britânica BP se juntou a esse grupo ontem.

Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seychelles e Espanha se juntaram aos EUA na nova missão. Alguns dos países realizarão patrulhas conjuntas, enquanto outros fornecerão apoio de inteligência no sul Mar Vermelho e Golfo de Áden.

Três navios de guerra dos EUA - o USS Carney, o USS Stethem e o USS Mason, todos destróieres da Marinha - têm se deslocado diariamente pelo Estreito de Bab el-Mandeb para ajudar a dissuadir e responder aos ataques dos houthis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) foi acusado na última segunda-feira, 27, de operar um esquema de rachadinha. Ele foi gravado pedindo que funcionários arcassem com suas despesas pessoais. "É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denuncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados", disse o deputado.

Leia abaixo o que sabemos sobre o caso:

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O que dizem os áudios

O áudio foi revelado pelo Metrópoles e obtido pelo Estadão. A gravação foi feita pelo ex-assessor Cefas Luiz durante um reunião no dia 5 de fevereiro de 2019 na Câmara dos Deputados, em Brasília. Cefas disse ao Estadão que o esquema seria organizado pela atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes (Avante), ex-assessora e ex-namorada de Janones.

"Tem algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficou (sic) da minha campanha de prefeito", afirma Janones no áudio, ao relatar que tem uma dívida de R$ 675 mil. O comentário foi feito logo após o deputado dizer que não vai aceitar corrupção em seu mandato.

Tem algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficou (sic) da minha campanha de prefeito.

André Janones, em conversa com assessores em 5 de fevereiro de 2019

"'Ah, isso é devolver salário e você está chamando de outro nome'. Não é! Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser, né? Isso são simplesmente algumas pessoas que eu confio, que participaram comigo em 2016 e que eu acho que elas entendem que realmente o meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 [mil] e eu acho justo que essas pessoas também hoje participem comigo da reconstrução disso", acrescentou.

Qual é a explicação de Janones

O deputado federal nega a prática de rachadinha e alega que os áudios foram tirados de contexto. "É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denuncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialiade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados", disse.

"No mais, repito: eu nunca recebi um único real de assessor, não comprei mansões, nem enriqueci e isso por uma simples razão, eu nunca fiz rachadinha", acrescentou Janones.

Na terça-feira, 28, Janones pediu que seus "soldados" ajudassem a defendê-lo nas redes sociais. Ele pediu que os apoiadores divulgassem a justificativa de que os áudios indicariam apenas uma sugestão que não teria sido posta em prática. "Eu (quando ainda não era deputado), disse pra algumas pessoas (que ainda não eram meus assessores) que eles ganhariam um salário maior do que os outros, para que tivessem condições de arcar com dívidas assumidas por eles durante a eleição de 2016. Ao final, a minha sugestão foi vetada pela minha advogada e, por isso, não foi colocada em prática. Fim da história", afirmou o parlamentar.

Para onde a investigação caminha

Na sexta, a PGR pediu ao STF a abertura de um inquérito. A vice-procuradora-geral da República Ana Borges informou que há indícios "sugestivos" que justificam a abertura de uma investigação. Segundo a procuradora, com base em informações preliminares, o deputado será investigado por associação criminosa, peculato e concussão. O processo foi distribuído ao gabinete do ministro Luix Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) a quem caberá decidir se autoriza ou não a instauração do inquérito.

A Polícia Federal também investiga o parlamentar em função das suspeitas. O ex-assessor Fabrício Ferreira de Oliveira pediu que a PGR e a PF façam uma acareação para apurar a denúncia de rachadinha. O mecanismo jurídico está previsto na legislação brasileira e consiste em colocar acusados, testemunhas ou vítimas frente a frente para que divergências entre as versões de cada um sejam esclarecidas. Oliveira afirmou que, nessas condições, conseguiria expor contradições de Janones.

A conduta de Janones também será analisada na Câmara. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou na terça-feira, 28, um pedido de cassação do mandato do deputado, que foi enviado à Mesa Diretora. O órgão encarregado de deliberar sobre a possível cassação de Janones é o Conselho de Ética da Casa. Se o conselho aprovar a punição, Janones poderá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Além disso, dois ex-assessores de Janones podem depor na Câmara. Na quarta-feira, 29, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa aprovou um convite a Cefas Luiz Paulino, um dos ex-funcionários que acusa o deputado, e a Leandra Guedes Ferreira, prefeita de Ituiutaba que supostamente operava o esquema, de acordo com os ex-assessores. Eles podem recusar o convite.

Como o governo tem se posicionado

Como escreveu o colunista do Estadão Francisco Leali, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a maior parte do PT se calaram sobre as acusações contra Janones. A colunista Vera Rosa informou que "a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo".

Uma das exceções foi a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (RS). Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi saiu em defesa do parlamentar e disse que a extrema-direita "não perdoa" o deputado por sua "atuação política".

"Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele", escreveu Gleisi. "Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade."

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo na Câmara, também ficou ao lado de Janones. "Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade", afirmou Correia no X.

Outro a sair em defesa do parlamentar foi o advogado Fernando Neto, integrante do PT. "Janones foi pego numa armação bolsonarista. É só parar para ouvir os 49 minutos do áudio que denunciam ele para chegar à conclusão de que ali não tem nada", afirmou em um vídeo no TikTok.

O presidente Lula não se pronunciou sobre o caso envolvendo Janones, que atuou na mobilização das redes sociais durante a campanha do petista em 2022.

Como a oposição tem se posicionado

Com a divulgação do áudio, parlamentares e políticos da oposição acusam Janones de improbidade administrativa. "Cassação é pouco para ele!", disse o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). "Acabei de conversar com o líder do PL, Deputado Altineu Cortes (RJ), para que seja apresentada no Conselho de Ética uma representação contra André Janones pela prática de rachadinha em seu gabinete, ou seja, corrupção", afirmou Nikolas Ferreira (PL-MG).

"Já era, Janones, as notícias-crimes estão no forno e você não vai se safar dessa com mais das suas fake news e 'janonismo cultural'. Suas explicações agora são com a PGR e com a Justiça, se ainda houver alguma neste país", afirmou Deltan Dallagnol (Novo-PR).

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a cobertura da imprensa sobre o caso de Janones. Um dos irmãos dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também é acusado de rachadinha, durante seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Em seu último depoimento às autoridades, o homem preso pelos atos golpistas de 8 de janeiro que morreu na Penitenciária da Papuda alertou sobre seus problemas de saúde. Em 31 de julho, Cleriston Pereira da Cunha contou que tinha vasculite aguda que o fazia desmaiar e ter falta de ar no presídio.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal abriu investigação sobre a morte de Cleriston, de 45 anos, que sofreu um mal súbito durante banho de sol. Parlamentares da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva enviaram ontem ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes questionando a permanência de bolsonaristas presos preventivamente na Papuda.

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Enquanto estava detido, Cleriston era acompanhado por uma equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde da penitenciária. Em fevereiro, seu advogado, Bruno Azevedo de Souza, chegou a dizer que a prisão seria uma "sentença de morte" e pediu para que a Justiça concedesse liberdade provisória, o que foi negado naquele momento. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu em setembro parecer favorável à liberdade provisória.

No depoimento, Cleriston contou que começou a passar mal depois que foi detido pelos policiais no Congresso Nacional em 8 de janeiro. Segundo seu relato, sofreu um desmaio e acabou urinando nas roupas. Ele contou que chegou a ser encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Distrito Federal e só recebeu os seus remédios para vasculite na manhã do dia seguinte, pelas mãos da esposa.

Mais sete

O ofício desta terça-feira, 21, foi assinado por 66 parlamentares - 58 deputados federais e oito senadores. Segundo os congressistas, sete pessoas estão presas preventivamente com pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela concessão de liberdade provisória.

"Questionamos Vossa Excelência acerca da manutenção das prisões preventivas dos réus citados, uma vez que a própria autoridade titular da ação penal, a qual representa o interesse do Estado na punição e repressão, já se manifestou pela liberdade provisória dos presos", diz o ofício. O Supremo foi procurado pelo Estadão, mas não se anifestou até as 20h30 de ontem.

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) disse que Cleriston perdeu a vida por causa da "inércia do Judiciário" e afirmou que a demora do Supremo em conceder a liberdade ao preso pode configurar um crime de responsabilidade. "Nós, parlamentares federais, deputados e senadores, estamos pedindo com urgência que o ministro (Alexandre de Moraes) tome alguma atitude", disse.

O irmão de Cleriston, Cristiano Pereira da Cunha, vereador pelo PSD no município baiano de Feira da Mata, disse que a família está "indignada" pela morte do irmão e considerou que o STF agiu com um "descaso" ao não o beneficiar com a saída da Papuda apesar do parecer da PGR.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta segunda-feira (20) seus planos de privatizar a petrolífera YPF, a TV pública, a Rádio Nacional, a agência de notícias Télam e de acabar com o Banco Central. Ele alertou, no entanto, que a inflação deve demorar dois anos para ceder. "Vamos começar primeiro pela reforma do Estado e pela resolução do problema dos 'Leliqs' (títulos emitidos pelo BC)", disse.

"Tudo o que puder estar nas mãos do setor privado, estará nas mãos do setor privado", disse Milei, em entrevista a rádios locais. Ele não definiu um prazo para as privatizações, eixo de uma campanha centrada em reduzir o tamanho do Estado argentino, que consome 42% de seu PIB, segundo estimativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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Um dos desafios de Milei para implementar sua agenda ultraliberal é que tanto as privatizações quanto o fim do Banco Central dependem de apoio legislativo, e seu partido La Libertad Avanza (LLA) não tem maioria - o presidente eleito terá 38 dos 257 deputados e 7 dos 72 senadores.

A aliança feita no segundo turno com Patricia Bullrich e Mauricio Macri pode render mais 93 deputados e 24 senadores, mas ainda é incerto se essa coalizão de centro-direita é capaz de atuar em bloco, já que uma facção, ligada a Horacio Rodríguez Larreta, governador de Buenos Aires, é refratária a Milei.

Uma alternativa seria tentar vender 51% das ações de estatais com base em um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), mas que, segundo especialistas, também precisaria da chancela posterior do Congresso, o que acarretaria um risco para os compradores.

Preparação

Um dos pontos mais sensíveis é a YPF, que emprega cerca de 100 mil argentinos. A estatal foi privatizada nos anos 90 e nacionalizada em 2012, durante o governo de Cristina Kirchner, quando Axel Kicillof era ministro da Economia. Por conta da expropriação, em setembro, um tribunal dos EUA determinou que a Argentina deve pagar US$ 16 bilhões em indenizações aos acionistas minoritários.

Ontem, as ações da estatal subiram mais de 40% em Wall Street, após as declarações do presidente eleito. Segundo Milei, é preciso primeiro reorganizar a YPF, antes de privatizá-la.

"Desde que Kicillof decidiu nacionalizá-la, promoveram uma deterioração da empresa, em termos de resultados, para que ela valha menos do que quando foi expropriada. Obviamente a primeira coisa a fazer é reconstruí-la", afirmou. "Temos de agregar valor para que ela possa ser vendida de uma forma muito benéfica para os argentinos."

Viagens

Milei também anunciou suas primeiras viagens antes da posse, em 10 de dezembro. À rádio Mitre, ele disse que visitará Miami e Nova York, nos EUA, e Tel-Aviv, em Israel - o Brasil, destino tradicional da primeira viagem dos eleitos, ficou de fora. Milei também deve desembarcar em breve no Uruguai, a convite do presidente conservador, Luis Lacalle Pou. O libertário disse que resolveria qualquer assunto com o vizinho em um churrasco, devido a afinidade entre eles.

Transição

O clima ontem chegou a ficar pesado entre Milei e o governo, principalmente após rumores de que Sergio Massa, candidato derrota, fosse renunciar ao cargo de ministro da Economia, o que poderia prejudicar a transição. O presidente eleito chamou o peronista de "irresponsável".

Um dos problemas da equipe de Milei é que o tempo é curto - faltam apenas duas semanas para a posse. O presidente, Alberto Fernández, permanece em silêncio e ainda não há uma data marcada para um encontro com o futuro inquilino da Casa Rosada. A vice, Cristina Kirchner, decidiu viajar para a Itália, para dar uma palestra em Nápoles, reforçando a impressão de que a Argentina está desgovernada.

Massa, no entanto, confirmou ontem que permanecerá no cargo até a posse e montou uma equipe de transição para trabalhar com Milei. A decisão foi confirmada pelo número dois do Ministério da Economia, Gabriel Rubinstein.

Gabinete

Entre os primeiros nomes do futuro governo estão o advogado Mariano Cúneo Libarona, que será ministro da Justiça, e Carolina Píparo, nova chefe da Anses, entidade que cuida da assistência social e esteve sob o guarda-chuva do La Cámpora, grupo de jovens de esquerda do kirchnerismo.

Outros nomes são aguardados nos próximos dias, principalmente o do próximo ministro da Economia. No domingo, Milei se reuniu com Macri e Bullrich, provavelmente para costurar nomes do futuro gabinete. Durante a campanha, o libertário prometeu reduzir o número de ministérios de 18 para 8.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Proposta de Emenda à Constituição (PEC), em discussão no Senado, que tira poder de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e limita decisões monocráticas e pedidos de vista foi alvo ontem de fortes críticas de magistrados da Corte. O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e o decano do STF, Gilmar Mendes, associaram a proposta à ditadura de Getúlio Vargas. Gilmar disse que ela "não tem boa origem".

"A revisão de decisões do Supremo é democraticamente inaceitável, é um modelo da Constituição ditatorial de 1937. Em nenhum país democrático você tem decisões do Supremo revista pelo Congresso, mas o debate é legítimo e o Congresso é o lugar de isso acontecer", disse Barroso durante seminário promovido pelo Estadão e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na capital paulista.

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A PEC está prevista para ser votada hoje no plenário do Senado. Segundo Gilmar, ele e os demais ministros devem derrubar a proposta que autoriza deputados e senadores a cassar decisões da Corte, caso o texto seja aprovado pelo Congresso.

A proposta prevê limitar decisões monocráticas de ministros do STF. Ou seja, quando apenas um ministro toma decisão sobre determinado assunto. Há também previsão de que os pedidos de vista - retirada de pauta dos processos para uma avaliação do assunto - tenham prazo de 180 dias e sejam concedidos a partir da aprovação de seis dos 11 ministros da Corte.

Para Gilmar, o texto da PEC que prevê revisão das decisões dos ministros da Corte é parecido com texto constitucional de 1937, outorgado na ditadura de Getúlio Vargas. "Não faz sentido e é quebra da ideia de divisão dos Poderes. Tivemos experiência em 1937, com a Constituição polaca, constituição ditatorial de Getúlio Vargas, que dizia que o parlamento, por dois terços, poderia anular decisões do Supremo e confirmar constitucionalidade de leis consideradas inconstitucionais pelo Supremo. Mas não houve parlamento em 37, então, foi feito por decreto. Isso precisa ser olhado com muitíssimo cuidado. Não tenho dúvida em dizer que é uma proposta absolutamente inconstitucional. Não passa por qualquer crivo de um modelo de estado de direito constitucional", afirmou o ministro ao participar do evento em São Paulo.

Alterações

Essa mudança, prevista na PEC 50/2023, diz que o Congresso poderá modificar decisões do STF que extrapolem "os limites constitucionais". O artigo 49 da Constituição Federal passaria a vigorar com acréscimo do inciso 29: "Deliberar, por três quintos dos membros de cada Casa Legislativa, em dois turnos, sobre projeto de decreto legislativo do Congresso Nacional, apresentado por 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que proponha sustar decisão do Supremo Tribunal Federal que tenha transitado em julgado, e que extrapole os limites constitucionais".

Gilmar já havia dado declaração semelhante após visitar a Frente Parlamentar do Comércio e Serviço, que é presidida pelo deputado Domingos Sávio (PL-MG). O parlamentar é um dos autores da PEC, que foi apresentada na esteira da crise entre Congresso e STF, após a Corte invalidar a tese de marco temporal para demarcação das terras indígenas. A proposta foi uma das medidas do Legislativo em resposta a decisões recentes do Supremo, incluindo a paralisação da pauta de votações da Câmara e do Senado.

Barroso afirmou ser contrário à PEC, pois, segundo ele, as mudanças reforçam a ideia de que erros do País passam pela Corte. "Eu preferiria que não houvesse mudanças no Supremo nesse momento, porque passa visão equivocada de que os problemas do País passam pelo Supremo. Na verdade, as soluções do País é que passam pelo Supremo", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e seu antigo sócio Alexandre Ferreira Dias Santini receberam R$ 1,49 milhão da chocolataria que possuíam juntos em um shopping na Barra da Tijuca (RJ) nos últimos seis meses antes de o ponto ser vendido. A empresa transferiu R$ 909 mil para o filho do ex-presidente e R$ 585 mil para o empresário entre os meses de outubro de 2020 e março de 2021.

Essas informações constam no processo que Santini propôs contra o senador. Ele diz que Flávio deveria lhe pagar R$ 1,47 milhão por dois motivos. Segundo o empresário, os lucros eram divididos de forma desigual e ele teria pagado do próprio bolso despesas da loja que não foram ressarcidas. O senador diz que seu ex-sócio tenta forçá-lo a pagar uma dívida que não existe.

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Uma delas, por exemplo, se refere a pagamentos feitos à Nogueira Materiais de Construção, que totalizam R$ 65 mil. A empresa, que fica em São Gonçalo, a 65 quilômetros da capital fluminense, teria fornecido materiais para a reforma da chocolataria.

O senador nega a existência de qualquer dívida e diz que o ex-sócio está usando "subterfúgios paralelos" ao lhe expor publicamente, porque sabe "não ter direito algum". Flávio afirma que Santini geria o estabelecimento sozinho e tomava decisões sem o seu aval.

O filho do ex-presidente também disse que está ingressando com uma ação de prestação de contas contra o antigo sócio. Alexandre Santini também foi procurado pelo Estadão, mas não respondeu às mensagens nem retornou as ligações da reportagem.

Quando o Ministério Público do Rio investigou Flávio pela prática de "rachadinhas" no seu gabinete - prática na qual parte dos salários dos assessores volta ao parlamentar que os emprega -, a chocolataria foi apontada como um canal para lavagem de dinheiro. Na época, o MP chegou a suspeitar que R$ 2,1 milhões teriam sido lavados no estabelecimento.

Os holofotes recaíram sobre a chocolataria porque o grupo CRM, que administra as lojas da Kopenhagen, franquia à qual a loja do senador era filiada, descobriu que os produtos eram vendidos abaixo do preço tabelado (o que é proibido pelas normas da marca), mas as notas fiscais eram lançadas com o valor cheio.

Santini e Flávio foram investigados pelo MP do Rio por causa da loja de chocolates e pelo esquema de "rachadinhas". O empresário conseguiu se blindar. Em janeiro de 2020, ingressou com um habeas corpus que trancou o inquérito apenas em relação a ele.

O senador chegou a ser denunciado e ir para o banco dos réus. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou todas as provas do inquérito das "rachadinhas". Consequentemente, o processo criminal foi desmontado. O caso permanece em aberto e recebeu novas provas, vindas da investigação de fraude nos vacinações de Jair Bolsonaro (PL) e sua filha mais nova, Laura.

Abertura e fechamento da chocolataria

A chocolataria de Flávio Bolsonaro e Alexandre Santini, que tinha como razão social o nome "Bolsotini", uma junção do sobrenome dos dois, foi encerrada no começo de 2021. Em fevereiro, eles venderam o fundo de comércio e, em março, deram baixa no CNPJ. Para isso, é preciso quitar todas as dívidas da empresa. As últimas transações que o empresário apresenta no processo contra Flávio são dessa época.

A empresa existiu por seis anos. No dia 7 de janeiro de 2015, quando Flávio ainda era deputado estadual pelo Rio, a chocolataria foi aberta com um aporte de R$ 800 mil - apesar de o capital social declarado ser um quarto disso, no valor de R$ 200 mil.

Santini diz que entrou com R$ 400 mil, enquanto a esposa de Flávio pôs R$ 350 mil na empresa. O filho do ex-presidente, inicialmente, contribuiu com R$ 50 mil. Na ação, o empresário afirma que, depois disso, Flávio colocou mais R$ 200 mil na loja, pagos em espécie. Os dois tinham, cada um, 50% das cotas sociais da chocolataria.

Leia a íntegra da nota do senador Flávio Bolsonaro

Procurado, o senador enviou a seguinte nota ao Estadão nesta sexta-feira, 10:

Me causa estranheza o caminho de usar a mídia para cobrar uma suposta dívida. Passa a impressão de que, sabendo não ter direito algum, precisa buscar subterfúgios paralelos, pressionando uma pessoa publicamente exposta para obter vantagens ilicitamente. Não fosse eu senador da República e filho do presidente Bolsonaro, isso não estaria sendo usado pelo meu ex-sócio, nem estaria despertando o interesse do leitor.

Sobre a extinta sociedade, em que eu era apenas cotista, não existe qualquer dívida com meu ex-sócio. Ele sempre foi o administrador da empresa, tomava decisões por conta própria e sem o meu consentimento. Não acredito que ele tenha cometido nenhuma irregularidade na gestão, contudo, eu mesmo tomei a cautela de ingressar com ação de prestação de contas para que ele tenha a oportunidade de comprovar o que está alegando e tudo fique mais transparente.

 

O mês passado foi o outubro mais quente já registrado no planeta, chegando a uma série de cinco recordes mensais consecutivos, anunciou ontem o observatório europeu Copernicus, o que permite prever que 2023 será o ano mais quente já registrado em toda a história. Além disso, cientistas já preveem que as condições se mantenham em 2024 - e o El Niño, fenômeno de aquecimento das águas do oceano, prossiga até o mês de abril.

Esses novos dados gerais reforçam os alertas dos cientistas antes da reunião de cúpula do clima, a COP-28 de Dubai, que começa no dia 30. "O sentimento de necessidade urgente de adotar medidas climáticas ambiciosas nunca foi tão forte", afirmou Samantha Burgess, vice-diretora do serviço de mudança climática do observatório Copernicus.

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No mês passado, com média de 15,38ºC na superfície do planeta, o resultado superou em 0,4ºC o recorde anterior de outubro de 2019, segundo o Copernicus. A anomalia é "excepcional" para as temperaturas mundiais. Outubro de 2023 foi "1,7°C mais quente do que a média para o mês de outubro no período 1850-1900, antes da percepção dos efeitos das emissões de gases do efeito de estufa provocados pela atividade humana", acrescenta o observatório.

EL NIÑO

Outro relatório, divulgado ontem pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), aponta que o fenômeno El Niño, relacionado ao aumento nas temperaturas notado neste ano nos oceanos, deve perdurar até abril de 2024. Com isso, é muito provável que os termômetros disparem ainda mais neste final de ano e no ano que vem. A OMM afirma que o El Niño se desenvolveu rapidamente durante julho e agosto deste ano e atingiu força "moderada" em setembro - mês em que os termômetros chegaram a marcar 38ºC em São Paulo.

O fenômeno só chegou a uma consistência, de acordo com os registros de temperatura da superfície do mar e outros indicadores, em outubro. Por isso, a expectativa da organização é de que ele ainda não tenha atingido o auge.

"Provavelmente, atingirá o pico, como um evento forte, até janeiro. Há uma probabilidade de 90% de que persista durante o próximo inverno no sul do Hemisfério Norte (verão no Brasil e demais países do Hemisfério Sul)", afirma a OMM.

O El Niño ocorre em média a cada sete anos e normalmente dura de nove a 12 meses. É um padrão climático natural associado ao aquecimento da superfície do oceano Pacífico tropical central e oriental. No entanto, este ano, "ocorre no contexto de um clima que está sendo alterado pelas atividades humanas", diz a OMM.

Uma prova dessa alteração no ciclo comum é que os impactos do fenômeno na temperatura global ocorrem normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento - neste caso, deveriam acontecer somente em 2024 -, mas, desde junho, o ano de 2023 tem caminhado para ser o mais quente já registrado.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de 72 horas depois do temporal que causou apagão em São Paulo, ao menos 315 mil imóveis seguiam sem luz nesta segunda-feira (6) - com previsão de restabelecimento apenas nesta terça (7). Após uma reunião de cerca de três horas no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que as concessionárias vão estudar opções para ressarcimento de moradores e de melhoria nos canais de atendimento à população. Além disso, será montado um grupo de trabalho no âmbito da Aneel (agência federal) para acompanhar as ações e adequar os serviços a eventos extremos.

Mais cedo, o governador paulista havia acenado com "um TAC (termo de ajustamento de conduta) para que a gente possa facilitar a vida desse cidadão (prejudicado pelo apagão), porque não seria razoável que esse cidadão entre num caminho ordinário de atendimento e acabe não tendo resposta", disse. À noite, não detalhou o que pode ser feito. "Não adianta pensar no que passou", disse. Segundo ele, eventos extremos serão cada vez mais recorrentes, "estão aí e vieram para ficar". E salientou a importância de se criar planos de contingência para evitar novas crises.

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Conforme Tarcísio, o "grande vilão" da crise foi a quantidade de árvores, que, por falta de manejo adequado, caíram na rede aérea. "Um plano de manejo arbóreo é uma das soluções mais baratas e efetivas para lidar com o problema", disse. Um projeto será enviado para Assembleia Legislativa para lidar com a questão, adiantou. Antes, ele evitou culpar a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia na capital paulista, pela falta de luz em diversos bairros.

Mas propôs alterações no modelo de contrato firmado entre empresas do setor e a União, ente detentor do poder concedente e que firma tais acordos. "Foi um fato extraordinário. Agora, eu acho que algumas medidas deixaram de ser tomadas ao longo do tempo. O contrato eventualmente não tem as servidões que deveria ter. A gente precisa olhar para trás para ver como estabelecer a normalidade o mais rápido possível e olhar para frente para garantir que isso não aconteça novamente", afirmou, após participar de um painel do BTG Pactual Macro Day com governadores.

Na conta da distribuidora ficou, porém, o problema de comunicação. Segundo o governador, o contato com a empresa precisa ser mais "azeitado". Tarcísio afirmou que durante encontro com as distribuidoras esse foi um ponto de discussão. O dirigente afirmou que há esforço por parte das concessionárias de investir em redes de comunicação e torná-las mais inteligentes.

Sabesp

Ele ainda evitou durante o dia qualquer ligação do problema com a privatização da Sabesp. Conforme o governador, o contrato estudado para a privatização da Sabesp tem um modelo "absolutamente diferente" daquele adotado no setor elétrico. "Não é um contrato aberto, não é um contrato frouxo. É um contrato muito descritivo em termos de servidões", disse.

O Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, informou que vai notificar a concessionária de energia elétrica em São Paulo, a Enel, para explicar a interrupção no fornecimento de luz. O Ministério Público de São Paulo também abrirá uma apuração.

Sofrimento

Entre os moradores que enfrentam transtornos estão pacientes que dependem de aparelhos ligados à rede de energia elétrica para continuar o tratamento médico. Um dos pacientes é Pedro Ducati Lima, de 12 anos, que mora na Vila Invernada, zona leste paulistana. Por causa da atrofia muscular espinhal (AME) tipo 1, sua casa tem uma UTI domiciliar. Ele não respira, não engole e não se mexe sozinho, mas as funções cognitivas estão preservadas.

Por isso, o menino precisa de ventilação mecânica para respiração, do aspirador de secreção pulmonar e de uma bomba de infusão para se alimentar, além de um colchão pneumático para evitar escaras. Também faz parte do cuidado permanente um aparelho para fisioterapia respiratória. "Quando perdemos a energia elétrica, nós perdemos tudo isso", diz a mãe, Cristiane Graziela Ducati, de 49 anos.

A saída foi deslocar o paciente para a casa da avó, no bairro da Vila Diva, também na zona leste, ou simplesmente levar os aparelhos para serem recarregados lá emergencialmente. Outra preocupação era recarregar os aparelhos celulares para continuar em contato com a Enel. "Além de todo esse transtorno, nós tivemos o desgaste emocional. Ficamos muito preocupados. E se faltar energia na casa da minha mãe?"

Outro paciente com tratamento comprometido é William Ferreira de Oliveira, de 29 anos. O rapaz vive com mucopolissacaridose (MPS III-A), doença rara genética causada pela falta de um tipo de enzima e que leva à regressão neurológica. Recentemente, ele ficou dois meses na UTI.

William utiliza BiPAB, aparelho eletrônico que funciona como um respirador artificial. O drama foi relatado pela mãe Patrícia Ferreira nas redes sociais, durante o final de semana. O abastecimento de energia em sua região, no Jardim Santa Margarida, zona sul de São Paulo, já foi normalizado. "Minha luta começou na sexta-feira à tarde. Passei à luz de velas. Foram 36 horas sem luz ligando para a Enel e tentando um nobreak (equipamentos de proteção à rede). Mas na hora que você mais necessita ninguém ajuda. É muito difícil ter um filho acamado. Sou cuidadora. Tudo tem de ser com muita luta", lamenta Patrícia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Exército israelense bombardeou, nessa terça-feira (31), o campo de refugiados de Jabalia, o maior da Faixa de Gaza. Segundo Israel, o ataque era parte de uma operação contra o Hamas e teria matado Ibrahim Biari, um dos responsáveis pelos atentados do dia 7 de outubro.

O Hamas disse que não havia nenhum líder do grupo em Jabalia e afirmou que a ação de Israel matou mais de 50 palestinos, deixando 150 feridos. De acordo com o grupo, a alegação de que Biari teria sido morto era uma justificativa para o "massacre".

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Militares israelenses disseram que soldados, tanques e um avião de combate foram usados na ofensiva, que teria destruído túneis, depósitos de armas e equipamento militar. "Ele (Biari) foi eliminado como parte de um ataque em larga escala contra os terroristas e a infraestrutura terrorista do Batalhão de Jabalia", escreveu o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, no X (antigo Twitter), ao anunciar a morte do comandante do Hamas.

Em entrevista à CNN, o porta-voz do Exército de Israel, o coronel Richard Hecht, confirmou o bombardeio e afirmou que Biari estava "escondido entre os civis". O âncora Wolf Blitzer questionou o ataque. "Israel lançou uma bomba para matar este comandante do Hamas sabendo que muitos civis inocentes seriam mortos. É isso?", questionou. "Essa é a tragédia da guerra", respondeu Hecht.

Civis

O Exército israelense reiterou ontem o alerta para que os moradores de Gaza fujam para o sul do território. Mais de metade da população de 2 milhões foram deslocados desde que Israel começou a atacar o enclave. A investida sobre Jabalia, porém, pode ter tido um impacto mais amplo. De acordo com imagens da emissora Al-Jazira, dezenas de pessoas tentavam retirar sobreviventes dos escombros. Imagens do local mostravam uma imensa cratera no meio do campo de refugiados.

A ONG Médicos Sem Fronteiras se disse "horrorizada" com o bombardeio. "Crianças pequenas chegaram ao hospital com ferimentos profundos e queimaduras graves. Chegaram sem as famílias. Muitas gritavam e perguntavam pelos pais", disse o médico Mohamed Hawajreh.

Autoridades humanitárias alertaram ontem que os civis palestinos enfrentam uma catástrofe crescente. "A escala do horror que as pessoas estão vivendo em Gaza é realmente difícil de descrever", disse Martin Griffiths, principal responsável da ONU para assuntos humanitários. "As pessoas estão cada vez mais desesperadas à procura de comida, água e abrigo."

Demissão

Craig Mokhiber, diretor do escritório de Nova York do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, pediu demissão ontem em protesto contra o bombardeio de Gaza.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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