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Em pleno 2019, o piloto mais festejado pela torcida no autódromo de Interlagos durante o GP do Brasil não será Lewis Hamilton ou Sebastian Vettel. É Ayrton Senna quem vai ganhar uma homenagem antes da corrida. A cerimônia reforça o quanto o nome do tricampeão mundial continua forte 25 anos depois de sua morte, capaz de cativar idolatria, gerar elevadas receitas em vendas de produtos e virar até tema de um seriado em 2021.

Pelas estimativas de Bianca Senna, sobrinha de Ayrton, a marca Senna já rendeu cerca US$ 2 bilhões (R$ 8,3 bilhões) até hoje. "Eu ligo menos para isso. Eu me importo mais com o que a marca provoca nas pessoas", disse Bianca ao Estado.

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Ela é diretora de branding do Instituto Ayrton Senna, responsável por gerir a área de negócios e planejar ações de marketing, como campanhas, lançamentos de produtos e estratégias para preservar a imagem do piloto. Segundo relatório financeiro do instituto, em 2018 os royalties sobre marcas e direitos de imagem renderam R$ 20,5 milhões à entidade.

O Brasil nunca deixou de reverenciar a carreira de Senna. Pesquisa realizada neste ano pelo Ibope Repucom para medir o nível de popularidade de personalidades brasileiras apontou que o tricampeão teve um grau de reconhecimento alto por parte dos entrevistados. Somente 4% das pessoas não sabiam reconhecer o rosto do ídolo.

O GP do Brasil terá outro exemplo dessa forte relação entre Senna e o público brasileiro. O sobrinho do piloto, Bruno Senna, vai guiar a McLaren de 1988, ano do primeiro título do tricampeão. A ação foi planejada pela patrocinadora da prova e pelo Instituto Ayrton Senna pelos 25 anos da morte do ídolo.

"Nós, da família, sempre nos esforçamos para fazer o Ayrton ser lembrado. Mas nenhum trabalho se compara ao que é feito dentro de casa por vários pais e avós, que contam aos mais novos o que meu tio fez na pista", afirmou Bruno.

Quem cuida do legado de Senna são os familiares, que tomam conta do instituto. A presidente é a irmã do tricampeão, Viviane Senna, cuja atuação principal é nos projetos educacionais.

A mãe do piloto, Neide Senna, também participa ativamente do dia a dia da entidade. É ela quem faz a curadoria de quais peças, como macacões, luvas e capacetes, devem sair para exposições e escolhe fotos e vídeos para divulgação. O zelo familiar filtra também muitos convites. Mas há uma novidade a caminho.

Após um longo planejamento, a vida do piloto brasileiro será retratada em filme. "A gente vai lançar em 2021. Não posso falar ainda com quem, mas já estamos em processo de roteirização para uma série. Vamos passar outro lado do Ayrton, não só a parte da Fórmula 1", antecipa Bianca.

Para o especialista em marketing esportivo Fábio Wollf, sócio-diretor da Wolff Sports, a marca Senna continua forte pela empatia criada entre o piloto e o público durante a Fórmula 1. "Patriotismo, garra e superação. Esses são alguns dos fatores que fazem do Senna, mesmo tendo falecido há 25 anos, um ídolo. Poucos ídolos têm a mesma força. A imagem do Senna vem sendo muito bem trabalhada", avalia.

ESTRATÉGIA - Algumas das ações mais recentes para perpetuar o nome de Senna foram um musical, o lançamento de uma camisa do Corinthians, time para o qual o piloto torcia, e eventos em São Paulo alusivos aos 25 anos de sua morte. Todas as atividades só foram realizadas depois de um planejamento sobre qual seria o impacto.

"Se o evento não gerar a emoção de que vai trazer de volta a sensação de quando o Ayrton corria, não é o evento certo", diz Bianca. A escolha das empresas parceiras nessas atividades também não é fácil. "A gente não trabalha com coisas que não têm qualidade. Sempre procuramos associar marcas que não precisam da gente para gerar negócio."

Quem atua de perto na criação de produtos licenciados é o diretor da marca Senna, Alejandro Pinedo. Itens como relógios e carros sofisticados são feitos em parcerias com grandes empresas desses segmentos. Além do Brasil, países como Japão e Inglaterra estão entre os maiores consumidores.

O mais recente produto foi uma edição limitada de relógios. As somente 65 peças foram vendidas rapidamente. Cada uma custava cerca de R$ 130 mil. Neste ano, a linha de carros esportivos McLaren Senna foi outro sucesso. Os 500 automóveis de R$ 5 milhões cada se esgotaram antes do lançamento. Um dos compradores foi Cristiano Ronaldo.

"Buscamos associar os produtos a atributos como alta performance, determinação, ousadia e superar os próprios limites. O nome Senna é sinônimo de alta qualidade. O nosso público gosta de sofisticação", afirmou Pinedo.

(COLABOROU ANDREZA GALDEANO)

As mudanças que devem trazer novidades na Fórmula 1 a partir de 2021 foram aprovadas pelos pilotos no autódromo de Interlagos, que recebe o GP do Brasil em São Paulo, neste final de semana. A aposta dos atletas é de que as novas regras deixem o campeonato mais equilibrado no futuro e também mais barato, o que deve permitir a entrada de novas equipes na categoria.

"Acho que será bom ter uma menor diferença entre o orçamento das equipes. Claro que continuará havendo diferenças, mas será menor do que no passado. Se os carros se comportarem como diz as novas regras, a disputa será mais próxima entre os carros, mais difícil. Acho que são bons passos na direção correta e realmente acho que vai encorajar que novos times a entrarem na F-1. Sempre acho que quanto mais carros tivermos no grid, mais divertida será a corrida", disse Valtteri Bottas.

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O finlandês defende as cores da Mercedes, equipe que dominou os últimos campeonatos e é alvo de críticas por isso. O time alemão venceu todos os Mundiais de Pilotos e de Construtores desde 2014, com o inglês Lewis Hamilton por cinco vezes e também com o alemão Nico Rosberg, em 2016 - ele deixou a categoria ao final do mesmo ano.

A possibilidade de ter mais carros no grid a partir de 2021 também animou o australiano Daniel Ricciardo. "Isso me lembra a Fórmula 3 Europeia em 2008, quando tínhamos 48 carros em Spa. O grid tinha 42 porque nem todos se classificaram. Ter um grid tão grande e cheio de carros e pilotos foi muito empolgante. Se estas mudanças encorajarem mais carros, mais times entrarão no grid. E isso dará oportunidade para novos pilotos e a competição se tornará espetacular. Acho isso muito legal", afirmou o piloto da Renault.

O francês Romain Grosjean também aprovou as novidades, que pretendem deixar os carros com aparência mais agressiva e chamativa. "Será o primeiro passo, talvez depois seja necessário alguns ajustes finos. Se pudermos ter mais gente envolvida na F-1, mais times, será melhor. Também será bom por atrair mais jovens pilotos, para termos mais competição e não ver sempre o mesmo vencer".

Para o mexicano Sergio Pérez, as alterações devem diminuir o domínio de equipes como Mercedes e Ferrari. "Geralmente, quanto tem mudanças deste tipo, muda o equilíbrio de forças entre as equipes. E isso será positivo para o esporte. Acho que a disputa será mais apertada. Estou muito ansioso por isso. Estou sentindo falta daquela sensação de não saber quem vencerá", declarou o piloto da Racing Point.

Já o experiente polonês Robert Kubica, da Williams, disse ter dúvidas em relação a este reequilíbrio de forças. "Não podemos esquecer do talento das pessoas, que é o que faz a diferença, e não apenas o dinheiro dos times. Espero que as mudanças deixem as equipes mais próximas, mas tenho algumas dúvidas sobre isso. Sempre há equipes que dominam em alguns períodos na F-1, F-2 e F-3. Vamos ter que esperar para ver", disse o piloto, que deixará a Fórmula 1 ao final da atual temporada.

O piloto Lewis Hamilton, hexacampeão mundial de Fórmula 1, chegou ao Brasil para o Grande Prêmio de Interlagos. Nesta quarta-feira (13), o piloto participou de um evento em São Paulo e aproveitou para defender a permanência de Interlagos como parte do circuito mundial.

A discussão se deu por conta da tentativa do presidente Jair Bolsonaro de construir um novo circuito e levar a prova para o Rio de Janeiro. O contrato da Fórmula 1 se encerra em 2020.

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"Não sou grande fã de mudança, mas sei que o Rio de Janeiro é uma cidade fantástica. Estive lá uma vez e foi fantástico. Não sei qual autódromo que eles têm lá", disse Hamilton, sem saber que já existe um projeto para o autódromo de Deodoro, no Rio de janeiro.

Depois de tomar conhecimento do projeto ele manteve sua linha de pensamento. "Temos um circuito histórico, então não precisa cortar mais árvores. Esse dinheiro pode ser investido em outras coisas, já que temos muita pobreza no Brasil", declarou.

O piloto ainda afirmou que existem poucos engenheiros brasileiros na sua equipe e que se o dinheiro fosse dele investiria na educação que ele considerou ‘fundamental’.

Hamilton também fez referência a Ayrton Senna para defender Interlagos. “Lembro do Senna e dos videogames ao dirigir nesta pista, espero que continue assim. Sempre temos que garantir a manutenção dos clássicos, e essa é uma das clássicas", pontuou.

“Se for derrubar uma árvore, sou contra. Vocês têm uma floresta fantástica e são importantes para o controle climático. Temos que nos concentrar nisso. Eu adoro o Rio de Janeiro, quero passar mais tempo lá, mas não quero correr em uma pista que arruinou uma área natural. Para o nosso futuro, a coisa fica cada vez pior. O controle climático está pior", completou.

A Fórmula 1 desembarca no Brasil nesta semana com homenagens a Ayrton Senna, morto há 25 anos, em 1994. Entre os eventos que lembrarão o tricampeão mundial, no domingo (17), dia do GP do Brasil, Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, vai pilotar em Interlagos o icônico modelo MP4/4 usado pela McLaren na temporada de 1988.

O carro é considerado por muitos especialistas como o melhor de todos os tempos. Com o McLaren MP4/4, Senna conquistou o seu primeiro título mundial. Naquele ano, a McLaren obteve 15 vitórias nos 16 GPs disputados (oito com Senna e sete com o francês Alain Prost). A escuderia também teve 15 pole positions e ganhou 199 pontos dos 240 em disputa.

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Senna e Prost ocuparam juntos a primeira fila do grid de largada em 12 das 16 provas. O ótimo desempenho do carro garantiu à McLaren o título do Mundial de Construtores e as duas primeiras posições no Mundial de Pilotos daquele ano de 1988.

Os fãs que chegarem mais cedo a Interlagos poderão ver Bruno Senna correr com o McLaren MP4/4 às 12h05, duas horas antes da largada do GP do Brasil de Fórmula 1.

Durante todo o fim de semana, o carro ficará exposto no Setor H do autódromo. O espaço terá exposição com capacete, macacões, troféus e outros itens do acervo do Instituto Ayrton Senna, além de réplica do kart usado pelo piloto em seu começo de carreira.

No último sábado, outros carros que marcaram a história de Senna foram apresentados ao público na região do Obelisco do Ibirapuera: a Toleman modelo TG184, utilizada na estreia do piloto na F-1, em 1984; e a Lotus modelo 97T, da primeira vitória do ídolo na categoria, no GP de Portugal, em 1985.

INGRESSOS - Apesar de os títulos de Construtores e Pilotos da temporada já estarem definidos, a expectativa é de bom público em Interlagos. Seis setores do autódromo estão com os ingressos esgotados: as arquibancadas A, R, M e B e duas áreas vip.

Ainda há entradas disponíveis para os setores Q e G. A venda ocorre no site www.gpbrasil.com.br, no Shopping Market Place e na bilheteria de Interlagos. Na sexta-feira serão realizados os treinos livres. No sábado ocorre a sessão de classificação para o grid. A corrida, domingo, começa às 14h10.

A Justiça Federal suspendeu nesta sexta-feira, em caráter liminar, o edital de licitação para a construção do autódromo de Deodoro, no Rio de Janeiro. A pedido do Ministério Público Federal, a prefeitura terá de interromper o procedimento de contratação do serviço até a conclusão do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) e a emissão da licença prévia para se prosseguir com a obra.

No último dia 20 de maio, o consórcio Rio Motorsport foi anunciado como o vencedor do processo de licitação para erguer o autódromo. Ao apresentar um projeto de R$ 700 milhões, com a construção de uma pista de 4,5km e o objetivo de realizar uma parceria público privada por 35 anos, a empresa mira receber o GP do Brasil de Fórmula 1 a partir de 2021.

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O documento da Justiça Federal, assinado pelo juiz Adriano de Oliveira França, cita a lei federal (11.079/04), a qual termina a necessidade de no caso de parceria entre os setores público e privado, exista a licença ambiental prévia, dentro das diretrizes do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

"Além disso, a suspensão da contratação do objeto da licitação em questão tem o condão de evitar danos não só ao meio ambiente, mas também prejuízos econômicos ao próprio ente federativo, caso venha a ser reconhecida a inviabilidade do empreendimento", disse o texto assinado por França e publicado nesta sexta-feira. O juiz ordena ainda a entrega de uma intimação para a prefeitura do Rio de Janeiro apresentar a contestação.

O foco da decisão é a área da Floresta do Camboatá, local onde se pretende construir o autódromo. Segundo o juiz, a região tem "elevada importância ecológica para a cidade" e, em anos anteriores, decisões da Justiça procuraram preservar a área. O terreno pertencia antigamente ao Exército, porém foi repassado anos atrás para a prefeitura do Rio de Janeiro.

O próprio MPF tentou suspender a licitação para construção do autódromo antes que o vencedor fosse anunciado, mas somente agora a Justiça Federal concedeu a liminar. Além disso, há um projeto na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro com o plano de transformar o terreno em Área de Preservação Ambiental (APA), o que pode também interferir nos planos de construção.

O autódromo carioca é um projeto do presidente Jair Bolsonaro, junto com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o prefeito Marcelo Crivella. Como a Fórmula 1 tem apenas contrato para realizar o GP do Brasil em São Paulo, no autódromo de Interlagos, até 2020, a meta de Bolsonaro é transferir a sede da prova para a capital fluminense.

Tamas Rohonyi, promotor do GP do Brasil, participou de uma reunião com o atual chefão da categoria, Chase Carey, e Duncan Llowarch, diretor financeiro da FOM, empresa que gere a categoria. O encontro ocorreu em Londres e foi mais um para tentar manter a etapa brasileira no circuito paulistano de Interlagos.

O executivo brasileiro deixou o encontro animado. Uma minuta de um contrato de renovação até 2030 chegou a ser elaborada e foi discutida entre as duas partes, que se encontrarão novamente ainda neste mês, novamente na capital britânica.

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Em entrevista recente ao Estado, Tamas afirmou que esperava um desfecho nas conversas até o fim de agosto. A cidade de São Paulo tem contrato com a Fórmula 1 até 2020 e vem tentando desde o início do ano estender este vínculo.

Ao mesmo tempo, o Rio despontou como rival na disputa para receber a prova da principal categoria de automobilismo do mundo. Entre o fim de maio e o início de junho, autoridades cariocas também estiveram em reunião com Carey tanto no Brasil quanto em Montecarlo, quando apresentaram o projeto do novo autódromo da cidade, a ser erguido em Deodoro, com um custo estimado em R$ 700 milhões.

A disputa com o Rio vem se tornando uma "novela" desde que o presidente Jair Bolsonaro anunciou no início de maio que assinara um termo de compromisso com a Fórmula 1 para levar de volta a categoria à capital fluminense.

Em uma disputa com o Rio de Janeiro para manter o GP do Brasil de Fórmula 1 em São Paulo, o governador João Doria está tão confiante na permanência da categoria na capital paulista que já faz planos a longo prazo. Seu objetivo é manter a tradicional corrida no Autódromo de Interlagos pelos próximos 20 anos.

"A ideia, a priori, é planejar 20 anos, como um objetivo, de 2021 para os próximos 20 anos", revelou Doria, na terça-feira, após reunião com o prefeito Bruno Covas e o diretor executivo da F-1, o norte-americano Chase Carey. O contrato atual entre a categoria e São Paulo se encerra em 2020.

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O plano de 20 anos, portanto, teria início em 2021. Sem revelar detalhes, Doria avisou que as primeiras reuniões serão realizadas nas próximas semanas. "Do ponto de vista de São Paulo, já montamos um grupo de trabalho, com o governo estadual e com a Prefeitura de São Paulo. Nas próximas semanas, eles vão estar reunidos com os representantes da Fórmula 1 em São Paulo."

Os encontros serão encabeçados pelo atual promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, que também já realizou os GPs da Hungria e de Portugal. "Com estas reuniões, vamos trabalhar com o tempo necessário, com a serenidade que exige uma decisão desta ordem. Que seja uma decisão madura, definitiva e sobretudo empresarial", projetou Doria, já prevendo, confiante, a eventual renovação do contrato de São Paulo com a F-1.

A meta do grupo é se alinhar com as novas diretrizes da F-1, que vem aos poucos sofrendo mudanças desde a compra da categoria pelo grupo norte-americano Liberty Media. Desde que assumiu a categoria, em 2017, o grupo vem tentando tornar o campeonato mais popular, agregando eventos culturais e de entretenimento às corridas e treinos.

"Fiquei muito feliz com apresentação feita pelo senhor Chase Carey, de que, além do GP de Fórmula 1, com corrida e treinos, agora sob a nova gestão, quer tornar o GP uma experiência", declarou Doria, após a reunião com o dirigente. Carey pretende tornar a F-1 semelhante ao Super Bowl, a final do futebol norte-americano, que agrega shows e espetáculos e mobiliza a cidade-sede do evento.

"Isso é muito interessante porque aumenta a percepção em torno da Fórmula 1. Aumenta o interesse do público em torno do GP. Aumenta também o efeito residual da F-1 no local onde se realiza e até mesmo fora. O GP pode ser realizado em São Paulo e ter 'fan fests' fora da cidade. E, por último, a ideia de plataforma é contagiante porque traz um legado maior, inclusive no plano da educação e sensibilização dos jovens para a F-1", disse Doria.

Para tanto, São Paulo precisa vencer uma queda de braço com o Rio de Janeiro. No início de maio, o presidente Jair Bolsonaro assinou um termo de compromisso para trazer de volta ao Rio a categoria, a partir de 2021. Com este forte apoio, a cidade espera erguer um novo autódromo em Deodoro para voltar ao mapa da F-1. O futuro circuito, cujo projeto já foi apresentado a Carey, terá um custo estimado de R$ 700 milhões, com promessas de investimento apenas privado.

Nas últimas semanas, o chefão da F-1 se reuniu com dirigentes e autoridades das duas cidades. Mas anunciou que ainda não chegou a uma decisão e avisou que não estabeleceu um prazo para definir se o País permanecerá no calendário depois de 2020 e onde seria disputada a etapa brasileira.

Não foi nesta terça-feira que o GP do Brasil de Fórmula 1 teve o seu futuro definido. E, a julgar pelas declarações do norte-americano Chase Carey, atual chefão da categoria, os fãs de automobilismo do País vão ter que esperar mais um pouco para saber se a etapa seguirá no calendário e onde ele seria disputada, em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

Na tarde desta terça, ele disse que a categoria não trabalha com qualquer prazo para a definição, após reunião com o governador João Doria, o prefeito Bruno Covas, secretários estaduais e o atual promotor do GP, Tamás Rohonyi. O contrato de São Paulo vai até o próximo ano.

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"Temos algum tempo ainda. Estamos focados em analisar as etapas cujos contratos se encerram neste ano", afirmou Carey. A lista de corridas que não tem vínculo para 2020 inclui Inglaterra, Espanha, Alemanha e México. "Mas a prova brasileira é importante para nós. O mercado brasileiro é tremendamente importante para nós", declarou.

Carey, contudo, admite que pretende analisar com cuidado as propostas de São Paulo e Rio, que aposta na construção de um novo autódromo em Deodoro para voltar a receber corridas - o que não acontece desde 1989. "Acho que temos tempo. Queremos avançar de forma cuidadosa, mas o mais breve possível."

Na entrevista, o diretor executivo da F-1 fez elogios a Tamás Rohonyi e lembrou da trajetória histórica do Brasil na categoria. "O Brasil é parte da nossa história, com muitos heróis das pistas. As provas aqui são sempre interessantes e esperamos que possamos manter esta tradição em novembro", afirmou, referindo-se ao GP deste ano.

Ao mesmo tempo, Carey fez questão de destacar que candidatos a receber etapas da F-1 devem atender agora a novos critérios, não apenas esportivos. "Queremos continuar crescendo e expandindo o esporte. Estamos focados em criar um grande evento de F-1 para todos os fãs, com diferentes espetáculos, que envolva as pessoas de todas as idades e que mexa com a cidade. Queremos que seja como um Super Bowl", ressaltou, ao mencionar a final do futebol americano.

"Queremos discutir mais sobre as oportunidades no Brasil. São discussões fechadas. Ainda não temos uma resposta. Mas estamos ansiosos para construir algo bom para nós e para os fãs do Brasil e do mundo", enfatizou Chase Carey.

Sendo a única empresa concorrendo na licitação, a Rio Motorsports venceu o edital de concorrência para a construção do novo autódromo no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira. O grupo liderado por uma empresa norte-americana terá a concessão do terreno localizado em Deodoro pelos próximos 35 anos e caberá a ela a responsabilidade em construir uma pista que poderá receber as principais provas de automobilismo, inclusive a Fórmula 1. O tempo de construção varia entre 16 e 17 meses.

"A conquista de hoje é a contemplação de um trabalho que teve início há mais de quatro anos. Juntamos o que há de melhor no mundo em termos de capacidade técnica para garantir ao Rio de Janeiro um autódromo com o que há de mais moderno no esporte a motor em todo o planeta", afirmou o CEO da empresa, JR Pereira.

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Apesar da vitória da Rio Motorsports, o caso pode não ter sido encerrado. O Ministério Público Federal moveu ação civil pública, com pedido de liminar, para que o município do Rio de Janeiro suspendesse a licitação do novo autódromo da cidade.

Enquanto isso, a empresa festeja. O plano contou com a participação de diversas empresas do mundo esportivo. O projeto de engenharia e arquitetura ficou à cargo da Tilke Engineers & Architects, responsável por projetar o Circuito de Sepang (Malásia), Circuito das Américas (Estados Unidos), Xangai (China), entre outros.

"A proposta que trouxemos para o Rio busca apresentar um desenho de uma pista moderna, dinâmica e cheia de emoção. Ao mesmo tempo, pensamos em um espaço com uma multidisciplinaridade que permita uma gama bastante ampla de utilização em outros esportes, atendendo toda comunidade da região", explicou Hermann Tilke, responsável pelo projeto do circuito.

A construção do empreendimento será efetuada pela construtora espanhola Acciona. A alemã Sporttotal, experiente na operação de autódromos, como o de Nurburgring, e a brasileira Golden Goal, especializada em gestão e marketing esportivo, também integram o consórcio vencedor na concorrência.

O autódromo, que terá capacidade de 80 mil lugares fixos, podendo chegar a 135 mil lugares, colocando estruturas provisórias. A pista terá 4,5km de extensão e ainda está prevista uma estrutura de 36 boxes e paddock para 5 mil VIPs.

A Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado emitiram uma nota em conjunto na noite desta quarta-feira corrobora o que foi informado horas mais cedo pela Interpub, empresa responsável pela realização do GP do Brasil de Fórmula 1 no Autódromo de Interlagos. A nota informa que existe contrato em vigor com validade até dezembro de 2020 e que acredita que o compromisso será renovado em 2021.

O posicionamento foi divulgado após a afirmação do presidente da República, Jair Bolsonaro, indicando nesta quarta-feira que a etapa brasileira da categoria máxima do automobilismo passará a ser realizada no Rio a partir do ano que vem, após a construção de um novo autódromo em Deodoro, na zona oeste da cidade.

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Em uma solenidade ocorrida pela manhã, Bolsonaro assinou em conjunto com o governador do Rio, Wilson Witzel, e o prefeito da capital fluminense, Marcelo Crivella, um termo de compromisso para a construção deste novo autódromo e ainda confirmou que já existe uma previsão de que o local ficará pronto dentro de seis a sete meses.

O acordo em vigor entre Interlagos e a Fórmula 1 foi assinado em 2014. Como contrapartida pelo contrato, o autódromo recebeu nos últimos anos recursos federais de R$ 160 milhões para reformar e ampliar o paddock, uma antiga exigência das equipes. Na última renovação, uma das cláusulas previa a possível renovação do vínculo por mais cinco anos.

A nota divulgada em conjunto por prefeitura e governo de São Paulo foi dividida em quatro itens e o primeiro deles destacou: "Há um contrato em vigor com a empresa responsável pela organização do GP Brasil de F-1, válido até dezembro de 2020". Já o segundo item pontuou: "Desde novembro de 2018, a Prefeitura de São Paulo atua para a renovação do contrato do GP do Brasil de F-1 na cidade de São Paulo, a partir de 2021. Há convicção de que o bom entendimento vai prevalecer".

Em seguida, a nota vai além ao ressaltar que prefeitura e governo de São Paulo "desconhecem qualquer obstáculo que possa inviabilizar a renovação do referido contrato". E depois finaliza: "O projeto de concessão do Autódromo de Interlagos ao setor privado, elaborado pela gestão João Doria e mantido pela administração Bruno Covas, tramita na Câmara Municipal e representa um importante ativo para a manutenção da área em sua proposta original, ou seja, o Autódromo Internacional de Interlagos".

A Interpub, empresa responsável pela realização do GP Brasil de Fórmula 1, divulgou nota oficial nesta quarta-feira afirmando que existe um contrato vigente para a realização da etapa da categoria com a cidade de São Paulo até 2020. O posicionamento foi divulgado após a afirmação do presidente Jair Bolsonaro indicando que a corrida passará a ser realizada no Rio de Janeiro a partir do ano que vem, após a construção de um novo autódromo em Deodoro, na zona oeste da cidade.

"Há um contrato vigente para a realização do GP Brasil de Fórmula 1com a cidade de São Paulo até 2020. E ambas as partes (Fórmula 1 e Prefeitura Municipal) continuam honrando seus compromissos", disse trecho da nota oficial.

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O acordo em vigor entre Interlagos e a Fórmula 1 foi assinado em 2014. Como contrapartida pelo contrato, o autódromo recebeu nos últimos anos recursos federais de R$ 160 milhões para reformar e ampliar o paddock, uma antiga exigência das equipes. Na última renovação, uma das cláusulas previa a possível renovação do vínculo por mais cinco anos.

A nota divulgada pela Interpub também revela que já foram iniciadas as renegociações para realização do Grande Prêmio do Brasil a partir de 2021. "Em relação ao futuro do GP, a partir de 2021, estamos em fase de renegociação. Quanto ao autódromo, Interlagos é o único circuito da América do Sul 'Nivel 1', segundo a denominação oficial da FIA, apto à receber corridas de F1".

O GP Brasil de Fórmula 1 foi realizado no Rio de Janeiro nos anos 1980 no antigo autódromo de Jacarepaguá, demolido para dar lugar ao Parque Olímpico para os Jogos de 2016 no Rio de Janeiro. São Paulo recebe a corrida anualmente no autódromo de Interlagos desde 1990.

Faltando ainda nove meses para o GP do Brasil de Fórmula 1, a organização da corrida paulistana anunciou nesta segunda-feira que já abriu a venda de ingressos. Neste ano, o GP será realizado nos dias 15, 16 e 17 de novembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

A compra pode ser feita pelo site da etapa. Podem ser adquiridos somente cinco ingressos por CPF ou CPNJ. Os interessados podem efetuar a compra com cartão de débito ou de crédito, em até oito parcelas sem juros.

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De acordo com os promotores do evento, a novidade deste ano será a cobertura da arquibancada "R", na reta oposta. Será um dos setores com direito a bilhetes de meia-entrada, assim como o "A", "G", "M", "Q" e "R".

Também foi aberta a compra de entradas para os setores VIP, que conta ainda com alimentação e visita aos boxes, caso do Orange Tree Club (na sexta e no sábado), do Interlagos Club e do Premium Paddock Club - Star Lounge (na sexta, no sábado e no domingo).

Penúltima etapa do campeonato, o GP do Brasil terá início com o primeiro treino livre, na sexta-feira, dia 15 de novembro, às 11 horas. Há ainda outra sessão livre no mesmo dia. No sábado, os pilotos participam do terceiro treino livre e do treino classificatório. E, no domingo, a corrida tem largada marcada para as 15h10.

Novo chefão da Fórmula 1, o norte-americano Chase Carey admite que deverá fazer mudanças no calendário da categoria nos próximos anos em busca de melhores acordos comerciais para o campeonato. Sem citar etapas específicas, ele afirma que herdou da gestão anterior da F-1, capitaneada pelo inglês Bernie Ecclestone, contratos "pouco atrativos", que podem não ser renovados. O GP do Brasil poderia estar entre eles.

"Precisamos estar focados em maximizar o valor dos nossos eventos, e deixar isso claro aos promotores destes eventos. Estamos apostando de que esta mensagem chegue tanto para os atuais promotores das corridas quanto para os potenciais promotores de novas cidades", afirmou Carey em uma videoconferência, a qual teve acesso a revista inglesa Autosport. No evento, ele se dirigia a investidores da Liberty Media, que assumiu o comando da F-1 no início do ano passado.

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Nesta conversa, ele reiterou a ideia de ampliar o calendário para até 25 corridas, o que já foi criticado por equipes do grid. Atualmente, o campeonato conta com 21 provas, o que será mantido para 2019. Mas, para o ano seguinte, já há um acréscimo: o GP do Vietnã, anunciado no início deste mês.

Segundo Carey, as mudanças não vão se restringir à entrada de novas etapas. Corridas já estabelecidas no circuito, caso de Silverstone, podem deixar o calendário se não houver uma negociação mais favorável aos novos donos da F-1. No caso da Inglaterra, o GP só tem vínculo por mais uma temporada e o seu futuro é uma incógnita.

O GP do Brasil vive situação semelhante. Com contrato até 2020, tem futuro indefinido principalmente porque não paga a taxa de promoção aos proprietários da F-1. Em 2016, reportagem do Estado revelou que, por causa da falta de pagamento desta taxa, a prova na época dava prejuízo de cerca de R$ 100 milhões, rombo saldado pela própria organização da categoria. A F-1 não divulga, mas são raras as etapas que não pagam a taxa, caso também de Mônaco.

Os promotores do GP brasileiro argumentam que a cota elevada de patrocinadores obtida com a prova em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, compensa as perdas com a taxa. O prefeito da capital, Bruno Covas, já afirmou interesse em manter a prova na cidade para além de 2020 e avisou que as negociações para a renovação do contrato terão início no próximo ano.

Estas negociações podem ser mais exigentes do que esperam as autoridades brasileiras, a julgar pelas metas estabelecidas por Chase Carey. "Acreditamos que ainda há espaço para crescimento da Fórmula 1, um crescimento significativo, na área de promoção do evento, pelos próximos anos", afirmou o americano, na videoconferência.

"O crescimento será definido por três fatores. Primeiramente, queremos aumentar o nosso calendário para além das atuais 21 corridas. A expansão será modesta, mas estamos empolgados com os números, qualidade e diversidade das novos locais que demonstraram interesse em receber uma corrida. Toda corrida precisa ser ótima para os fãs e também precisa ser atrativa em termos de negócios", enfatizou, antes de dar um aviso às etapas já estabelecidas no circuito.

"Em segundo lugar, esperamos substituir algumas etapas atuais em que herdamos acordos pouco atrativos por novos eventos e novos acordos que serão melhores para o automobilismo e que vão fornecer mais valor [à F-1]", destacou Carey. "Em terceiro, há um significativo valor de longo prazo em nossas experiências de hospitalidade. Grandes eventos hoje em dia sabem aproveitar os clientes que querem e podem pagar por experiências únicas."

O pentacampeão mundial de Fórmula 1 Lewis Hamilton foi embora neste domingo (11) de Interlagos só com lembranças positivas da passagem por São Paulo e com o espírito ainda mais brasileiro. O piloto inglês ganhou o GP do Brasil, deu o título do Mundial de Construtores para a Mercedes e, de tanto vibrar com a 72.ª vitória da carreira, caiu no samba no pódio junto com passistas da Acadêmicos do Tatuapé.

A brasilidade de Hamilton ficou evidente em vários momentos do GP do Brasil. Fã de Ayrton Senna, o piloto mandou fazer uma pintura especial do capacete, decorado pelo mesmo amarelo usado pelo ídolo e pelo desenho do Cristo Redentor na parte traseira. Na segunda vitória em Interlagos, o inglês subiu ao pódio seguido por Max Verstappen, da Red Bull, e Kimi Raikkonen, da Ferrari.

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Lewis Hamilton foi durante o fim de semana o piloto mais festejado pela torcida e ganhou aplausos ontem do maior público dos últimos oito anos da prova. Ao longo do fim de semana de corrida estiveram em Interlagos cerca de 150 mil pessoas, segundo dados da organização.

A vitória no Brasil foi facilitada por um acidente. Na 45.ª volta, o então líder Verstappen bateu ao tentar passar o retardatário Esteban Ocon. Os dois rodaram na pista e permitiram que Hamilton retomasse a ponta que havia perdido algumas voltas antes, ao ser ultrapassado pelo holandês.

O pentacampeão do mundo havia largado na pole position e feito um fim de semana bastante regular. O resultado no Brasil possibilitou ao piloto mostrar que mesmo com a conquista garantida, ele não relaxou e continua com sede de vitórias.

Depois da corrida, Hamilton afirmou que Verstappen cometeu um erro por ter se arriscado demais. "Felizmente ele não se machucou e continuou a correr. Eu teria agido de forma diferente, porque os dois não estavam disputando posição", comentou o campeão inglês.

Ter herdado a vitória por um acidente do concorrente direto não diminuiu a alegria de Lewis. O piloto vibrou de forma efusiva ao estacionar e deixar o carro depois da corrida. Correu para abraçar os mecânicos, que de tanto se aglomerarem na grade de proteção para cumprimentar o pentacampeão, acabaram por fazer a estrutura metálica tombar. Lewis caiu junto.

A alegria pela vitória foi tanta que todos não ligaram para o acidente. O resultado valeu à Mercedes o quinto título seguido no Mundial de Construtores. "Esses mecânicos trabalharam muito. Os últimos anos foram de uma jornada incrível com eles. Todos se esforçam muito. Foi uma honra ter guiado para eles nesta temporada", disse.

Na festa do pódio, Hamilton estourou champanhe e se permitiu cair no samba ao lado das passistas. O inglês, que tem como principal hobby ouvir música, deu as mãos para as dançarinas e comandou o ritmo.

O GP do Brasil deixou o inglês mais perto do recorde de vitórias na Fórmula 1, pertencente ao alemão Michael Schumacher. O placar agora é 91 a 72.

RETARDATÁRIO - O brilho de Hamilton contrastou com a discrição de outro personagem importante do GP. O espanhol Fernando Alonso se despediu de Interlagos, pista onde garantiu seus dois títulos mundiais, ao chegar em 17.º lugar. O piloto da McLaren ganhou a bandeirada duas voltas atrás do líder e agora embarca para Abu Dabi para fazer a prova final da carreira na F-1.

Conhecido pelo gênio forte, Alonso estava resignado com seu resultado. "Foi um dia normal. Qualquer coisa que fizéssemos, não estaríamos entre os dez primeiros. De qualquer jeito pontuar seria difícil", comentou. O espanhol se despede de Interlagos sem nunca ter vencido na pista.

Interlagos é uma pista marcante na história de Hamilton e Alonso. Em 2007, os dois pilotos eram companheiros de McLaren quando vieram ao Brasil para a prova da temporada, decisiva para o título. Ambos deixaram escapar a chance de ganhar o campeonato. Depois de um ano marcado por brigas internas, o espanhol preferiu sair da escuderia.

A rivalidade entre os dois esfriou nos últimos anos, pois enquanto o inglês domina a categoria, Fernando Alonso passou a ser tão coadjuvante que tem disputado provas em outras categorias para tentar ser competitivo. Do Brasil ele embarca para a China, para uma corrida do Mundial de Endurance.

"Na Fórmula 1 sabemos que a cada 15 dias se repetem os resultados. Em Abu Dabi deve acontecer algo parecido com o que tivemos em Interlagos. Temos apenas de tentar fazer uma boa corrida", lamentou. Alonso tem como objetivo principal para 2019 ganhar as 500 Milhas de Indianápolis.

No primeiro GP do Brasil de Fórmula 1 sem um piloto da casa, o público não desanimou e compareceu em bom número no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, neste fim de semana. Nos três dias do evento, 150.307 torcedores estiveram no circuito para assistir à penúltima etapa do campeonato. Trata-se da maior presença de espectadores desde 2010.

Há oito anos, o GP contou com a presença de 155.203 fãs de automobilismo. Desde então, o público tem oscilado, com seu menor número em 2016, com 128.100 pessoas. No ano passado, na despedida de Felipe Massa, 141.128 torcedores foram registrados no autódromo.

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O bom público deste ano surpreende por causa da ausência de brasileiros no grid e também porque o título do campeonato já fora definido no GP do México, na etapa passada. O inglês Lewis Hamilton garantiu o pentacampeonato com duas corridas de antecipação - a temporada será encerrada em Abu Dabi, no dia 25.

Boa parte do público foi atraída para o GP do Brasil deste ano pela presenças de pilotos de forte currículo, caso do próprio Hamilton e do alemão Sebastian Vettel, tetracampeão.

País com tradição no campeonato, com três campeões mundiais, o Brasil não ficava sem um representante na F-1 desde 1970. Numa corrida em solo nacional, foi a primeira vez sem um piloto da casa. O GP do Brasil começou a ser disputado de forma oficial em 1973. Mas, no ano anterior, teve uma prova que não contou para o campeonato.

O mesmo vai acontecer no próximo ano, quando novamente não haverá brasileiro na competição. Como consolo, os torcedores terão dois atletas nos bastidores atuando como pilotos de testes: Sérgio Sette Câmara, na McLaren, e Pietro Fittipaldi, neto de Emerson, na equipe Haas. Eles podem vir a ganhar chances como titulares na temporada 2020.

Uma etapa após sacramentar o pentacampeonato na Fórmula 1, o inglês Lewis Hamilton coroou seu novo título com a vitória no GP do Brasil, neste domingo, no Autódromo de Interlagos. O piloto da Mercedes contou com um toque do francês Esteban Ocon no holandês Max Verstappen, líder durante boa parte da prova, para cruzar a linha de chegada em primeiro. Verstappen, da Red Bull, foi o segundo, seguido do finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari.

Com a sua segunda vitória em São Paulo, Hamilton acumulou o 10º triunfo na temporada e o 72º em sua carreira na F-1. O inglês havia assegurado o troféu do campeonato na etapa passada, no México, quando foi apenas o quarto colocado e teve dificuldades para terminar a prova. Agora, pôde enfim celebrar o título com uma vitória.

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O resultado, de quebra, garantiu à Mercedes o título do Mundial de Construtores pela quinta temporada seguida. O triunfo rende à equipe campeã uma polpuda premiação, de aproximadamente 100 milhões de euros.

A eletrizante corrida deste domingo foi marcada pela grande performance da Red Bull, principalmente com Verstappen. O holandês esteve perto da vitória até que Ocon fez manobra irresponsável que acabou com suas chances de vencer em Interlagos, apesar da forte torcida brasileira nas arquibancadas.

A CORRIDA - Ainda em busca da primeira vitória no ano, Valtteri Bottas foi o destaque na largada deste domingo. Passou Vettel e colou em Hamilton, que manteve a primeira posição. Largando em 5º, Verstappen também chamou a atenção após passar pelo alemão da Ferrari, que teve desempenho abaixo do esperado nas primeiras 15 voltas da prova.

A surpresa do início da corrida foi a Red Bull, que não esperava brilhar pela vitória neste fim de semana. Verstappen logo subiu para o terceiro posto enquanto Daniel Ricciardo saltou para o 6º posto depois de sair do 11º, em razão de punição. O time austríaco começou a esquentar a prova na 10ª volta, quando o piloto holandês pressionou e superou Bottas no "S do Senna" e levantou a torcida.

Ele assumiu a ponta no 20º giro, quando Hamilton parou nos boxes para trocar os pneus supermacios pelos médios. O mesmo fez Bottas na volta anterior, numa antecipação dos pit stops da Mercedes. Os dois pilotos vinham sofrendo com o desgaste dos compostos e com a queda de ritmo, principalmente diante da aproximação de Verstappen.

Hamilton voltou em 5º, atrás dos carros da Ferrari e da Red Bull. Verstappen liderava, seguido de Raikkonen, Vettel e Ricciardo. O australiano subiu para a segunda posição diante das paradas dos carros da Ferrari. No 28º giro, Vettel trocou os macios pelos médios. Retornou para a pista em 9º, Raikkonen fez seu pit stop quatro voltas depois e voltou em 7º, atrás do companheiro de equipe. O finlandês, contudo, exibia melhor ritmo e logo a Ferrari dava ordem para inversão de posições, o que aconteceu na 35ª volta.

Na sequência, Verstappen também fez sua parada, a única, pela estratégia da Red Bull. No 36º giro, o holandês colocou pneus macios, mais veloz do que os médios, dos rivais mais próximos. E apareceu no 3º posto, atrás somente de Hamilton e do então líder Ricciardo, ainda sem fazer sua parada.

Na 39ª volta, Verstappen colou no pentacampeão e iniciou a pressão que logo deu resultado. Ele fez a ultrapassagem na reta dos boxes, roubou a liderança do favorito e novamente empolgou a torcida. Bottas, Raikkonen e Vettel vinham na sequência.

O piloto da Red Bull parecia em situação confortável para abrir vantagem na ponta. Até que, no 45º giro, o francês Esteban Ocon fez manobra inesperada e sem propósito no "S do Senna". O retardatário tentou disputar posição com o líder e acertou a traseira de Verstappen, que rodou, deixou a pista e foi passado com facilidade por Hamilton. A resposta do holandês foi rápida no rádio: "Idiota, idiota!". Ocon foi punido com uma parada de dez segundos nos boxes.

O inglês não desperdiçou a oportunidade. Sustentou uma vantagem de cerca de três segundos e não deu chances para Verstappen se reaproximar. Raikkonen, por sua vez, não conseguia reduzir a distância para o holandês.

Nas voltas finais, Vettel e Bottas fizeram novas paradas, o que não mudou o panorama da corrida. Mas garantiu ao finlandês o novo recorde do GP do Brasil, com 1min10s540. O anterior pertencia a Verstappen, com 1min11s044, registrado na corrida do ano passado.

Nas voltas finais, Hamilton evitou erros e garantiu a primeira colocação sem sustos. E Verstappen obteve o segundo posto, à frente de Raikkonen.

Os pilotos voltam à pista para a última corrida do ano em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, no dia 25. Será a despedida da Fórmula 1 neste ano.

Confira a classificação final do GP do Brasil:

1º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h27min09s

2º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 1s469s

3º - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 4s764s

4º - Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull), a 5s193s

5º - Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 22s943s

6º - Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), a 26s997s

7º - Charles Leclerc (MON/Sauber), a 44s199s

8º - Romain Grosjean (FRA/Ferrari), a 51s230s

9º - Kevin Magnussen (DIN/Haas), a 52s857s

10º - Sergio Pérez (MEX/Force India), a 1 volta

11º - Brendon Hartley (NZL/Toro Rosso), a 1 volta

12º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Renault), a 1 volta

13º - Pierre Gasly (FRA/Toro Rosso), a 1 volta

14º - Stoffel Vandoorne (BEL/McLaren), a 1 volta

15º - Esteban Ocon (FRA/Force India), a 1 volta

16º - Sergey Sirotkin (RUS/Williams), a 2 voltas

17º - Fernando Alonso (ESP/McLaren), a 2 voltas

18º - Lance Stroll (CAN/Williams), a 2 voltas

Não completaram a prova:

Marcus Ericsson (SUE/Sauber)

Nico Hülkenberg (ALE/Renault)

A cantora Anitta está São Paulo, mais precisamente em Interlagos, para conferir o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Na companhia do pai, Anitta foi até os bastidores da corrida para desejar boa sorte ao piloto britânico Lewis Hamilton. A funkeira aproveitou o encontro e apresentou o senhor Mauro Machado ao automobilista na manhã deste domingo (11).

"Quando eu já não tinha mais desculpa para não apresentar pro meu pai. Obrigada por ter sido tão querido com esse seu fã maluco que é meu pai", disse Anitta, ao compartilhar com os fãs alguns registros da tietagem no Instagram.

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Os seguidores ficaram agitados com a presença de Anitta no local da corrida de F1. "Que casalzão. Aí eu sonho", comentou um dos internautas. "Eu queria entender como é possível eu 'shippar' a Anitta com todo mundo, meu Deus", escreveu outra pessoa.

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O alemão Sebastian Vettel levou uma multa de 25 mil euros (cerca de R$ 106 mil) e uma advertência por ter "atropelado" um cone e quebrado a balança na pesagem durante o treino classificatório do GP do Brasil de Fórmula 1, neste sábado (10). O piloto da Ferrari vai largar em segundo lugar na corrida deste domingo (11), em São Paulo, a partir das 15h10.

Vettel foi superado por Lewis Hamilton por apenas 0s093 de diferença no Q3, a última sessão do treino classificatório. E terá na sua cola na largada o outro piloto da Mercedes, o finlandês Valtteri Bottas, que sairá em terceiro lugar no Autódromo de Interlagos.

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O revés Vettel, mais uma vez superado pelo rival inglês, foi agravado por um contratempo inesperado durante o treino, que lhe rendeu a multa. Ao ser chamado para pesar o seu carro, no decorrer da sessão que definiu o grid, se recusou a desligar o motor, exigência comum nestes momentos. Para piorar, pediu pressa aos responsáveis pela pesagem ao gesticular de forma ostensiva de dentro do carro.

Na pressa, acabou "atropelando" um cone, demonstrou irritação e deixou a pesagem rapidamente, o que acabou por destruir a balança, segundo os comissários. Pelas regras, Vettel deveria desligar o carro e esperar para ser empurrado para fora da balança. E só poderia religar sua Ferrari quando estivesse fora do equipamento.

Claramente irritado com o episódio, ele não quis comentar o assunto, mas aproveitou a oportunidade para se defender. "Não quero comentar. Eles não devem nos chamar, porque quando as condições estão mudando assim, eu acho injusto que alguém seja chamado e, sim, eu queria que eles se apressassem [na pesagem]", resumiu.

O alemão preferiu comentar somente os assuntos relativos à corrida de domingo. E demonstrou preocupação com a previsão de chuva. "É difícil. Dentro da garagem, nós realmente não vemos muito. Você tem que confiar nas voltas que você fez antes, na comunicação que você está tendo com a equipe e no que você vê outros carros estão fazendo", afirmou.

Sob ameaça contínua de uma chuva que não chegou a cair com força, o treino classificatório para o GP do Brasil de Fórmula 1 foi disputado de forma intensa nesta tarde de sábado, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Após quatro quebras de recorde da pista, o primeiro lugar no grid ficou com o inglês Lewis Hamilton, com o tempo de 1min07s281, seguido pelo alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, com 1min07s374.

Esta é a terceira vez que Hamilton obtém a pole position no Brasil. Foi a décima no ano e a 82ª na carreira, ampliando o seu recorde na categoria. Pentacampeão antecipado, o piloto da Mercedes festejou bastante mais este feito, assim como o austríaco Toto Wolff, chefe da equipe. O brasileiro Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial em 1972 e 1974, presente nos boxes da Mercedes, também comemorou a pole de Hamilton.

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A segunda fila ficou formada pelos finlandeses do campeonato. Valtteri Bottas, companheiro de Hamilton, largará em terceiro, com o tempo de 1min07s441, e Kimi Raikkonen, da Ferrari, com 1min07s456. O holandês Max Verstappen, da Red Bull, foi o quinto (1min07s778).

No Q1, a primeira sessão do treino classificatório, o melhor tempo foi de Verstappen, com 1min08s205, seguido por Raikkonen e Vettel, que cravaram o mesmo tempo 1min08s452. Hamilton foi o quarto, com 1min08s464. O espanhol Fernando Alonso, que se despede da categoria no fim da temporada, fez apenas o 18º tempo (1min09s402) e foi eliminado do restante do treino.

No Q2, o destaque foi Bottas, que quebrou o recorde da pista pela primeira vez no treino classificatório, ao marcar 1min07s727, superando o feito de Vettel no terceiro treino livre, pela manhã. O piloto da Ferrari voltou a andar forte e ficou com o segundo tempo (1min07s776). Hamilton, que por pouco não se envolveu em um acidente com o russo Sergey Sirotkin, da Williams, ficou mais uma vez em terceiro (1min07s795), seguido por Verstappen (1min08s017).

O Q3 foi marcado por um incidente protagonizado por Vettel. Ele se recusou a desligar o motor de sua Ferrari quando foi chamado para pesar o seu carro e acabou destruindo a balança. O episódio será investigado pelos comissários da prova. Hamilton também corre risco de ser punido em razão de uma manobra arriscada no início do treino em que quase acertou o russo Sergei Sirotkin. A manobra acabou atrapalhando o piloto da Williams.

A penúltima etapa da temporada 2018 da Fórmula 1 tem largada prevista para este domingo, às 15h10, em Interlagos.

Confira abaixo o grid de largada do GP do Brasil:

1º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), 1min07s281

2º - Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), 1min07s374

3º - Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), 1min07s441

4º - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 1min07s456

5º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), 1min07s778

6º - Marcus Ericsson (SUE/Sauber), 1min08s296

7º - Charles Leclerc (MON/Sauber), 1min08s492

8º - Romain Grosjean (FRA/Haas), 1min08s517

9º - Pierre Gasly (FRA/Toro Rosso), 1min09s029

10º - Kevin Magnussen (DIN/Haas), 1min08s659

11º - Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull), 1min07s780*

12º - Sergio Pérez (MEX/Force India), 1min08s741

13º - Nico Hülkenberg (ALE/Renault), 1min08s834

14º - Sergei Sirotkin (RUS/Williams), 1min10s381

15º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Renault), 1min09s269

16º - Brendon Hartley (NZL/Toro Rosso), 1min09s280

17º - Fernando Alonso (ESP/McLaren), 1min09s402

18º - Esteban Ocon (FRA/Force India), 1min08s770*

19º - Lance Stroll (CAN/Williams), 1min9s441

20º - Stoffel Vandoorne (BEL/McLaren), 1min09s601

* Pilotos que foram punidos e perderam posições no grid

Emerson Fittipaldi é a prova de que não foi só a esperança dos torcedores brasileiros que foi renovada ao ver um dos nomes mais tradicionais do automobilismo reentrar na Fórmula 1. O bicampeão não esconde sua felicidade ao comentar o anúncio de Pietro Fittipaldi como piloto de testes da equipe Haas, seguindo não só seus passos, mas também os de seu sobrinho, de seu irmão e do personagem que começou essa trajetória: seu pai Wilson.

"Isso está na herança da família, o que para mim é muita emoção. Ainda mais estando aqui em Interlagos, lugar onde eu comecei a correr de moto com 14 anos. É muito legal. Eu estava comentando que me lembra muito do meu pai, né?", conta Emerson, orgulhoso, ao lado de seus dois netos, Pietro e Enzo.

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Mas não é só Pietro que tem tido notícias boas no mundo da corrida. O outro neto Enzo acaba de ser campeão da Fórmula 4 Italiana e terceiro colocado na F-4 Alemã. Seu filho Emmo, de 9 anos, também mostra que teve a quem puxar. "Ele está no kart e está indo muito bem. Vamos na segunda-feira para Las Vegas ter a final de um dos maiores torneios do mundo de kart, o SKUSA, até o Michael Schumacher correu nesse torneio há uns anos atrás", revela o pai, orgulhoso.

No que depender do ex-piloto, os meninos estão feitos. "Quero ensinar eles que nem meu pai me ensinou. É um esporte difícil, você tem que ter muito amor, muita paixão, dedicação e foco. Se não as vitórias não vêm. Se fizer isso você consegue ter resultado e meu pai sempre me ensinou isso", relembra Emerson, bastante emocionado.

"Precisa de muito suor também. O que o Pietro passou esse ano com o acidente...", acrescenta o primeiro brasileiro a se tornar campeão mundial de Fórmula 1. O neto de 22 anos bateu em maio durante o treino das Seis Horas de Spa-Francorchamps, tradicional circuito na Bélgica, e sofreu fratura nas duas pernas.

"Meu conselho para eles é o que o Juan Manuel Fangio falou: para você ganhar, primeiro você tem que terminar, só aí você ganha. Primeiro termina, depois termina em primeiro", explica Emerson. No entanto, o ex-piloto também admite que desde sua época nas pistas, muita coisa mudou. A principal delas? O uso da tecnologia.

"É uma técnica e uma experiência diferente, um desafio muito grande. Na minha época era tudo mecânico, não tinha nada disso, a gente tinha que sentir. Hoje você pega um volante de F-1 e vê o tanto de tecnologia que tem é impressionante, a cabeça deles funciona de outro jeito", analisa.

Emerson revela que até tentou acompanhar a tecnologia, mas desistiu depois de uma explicação de um técnico sobre todas as funções disponíveis no carro. "Fui testar a Lotus há uns quatro anos atrás e o engenheiro me mostrou tudo que dava para fazer no volante, eu falei: 'Para. Deixa a melhor regulagem que eu só quero me divertir com o carro'", relembra.

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