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O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, que governou seu país por três décadas até ser obrigado a abandonar o poder após uma revolta popular, faleceu nesta terça-feira (25) aos 91 anos em um hospital militar.

Desde sua renúncia, em fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos sem precedentes contra seu regime, muitos boatos circularam sobre a saúde do ex-chefe de Estado, tanto na imprensa como nas redes sociais.

Depressão aguda, câncer, acidentes cardiovasculares ou problemas respiratórios foram algumas das hipóteses citadas a respeito da saúde do ex-presidente, que foi hospitalizado diversas vezes na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Em 24 de janeiro, seu filho Alaa Moubarak anunciou no Twitter que o pai havia sido submetido a uma cirurgia e que estava bem.

Nesta terça-feira, a notícia de sua morte foi confirmada e divulgada pela imprensa egípcia, incluindo canais de televisão e o jornal Al Ahram.

De acordo com a imprensa, o funeral militar de Mubarak acontecerá na quarta-feira.

Entre as primeiras reações a sua morte, a presidência do Egito, ocupada por Abdel Fatah al Sisi, publicou um comunicado de condolências, que apresenta o autocrata como "um herói da guerra de outubro de 1973" (contra Israel), durante a qual comandou a Força Aérea.

- Problemas com a justiça -

No outro extremo do espectro político, Mohamed el Baradei, prêmio Nobel da Paz e figura de destaque da oposição liberal a Mubarak, também expressou pêsames à família.

Ayman Nur, opositor no exílio na Turquia e que foi candidato à presidência em 2012, escreveu em um tuíte de condolências que "perdoa" Mubarak.

O ex-comandante em chefe, que liderou durante 30 anos um regime marcado pelos abusos policiais e a corrupção, foi o primeiro presidente do país a ser processado, mas foi sido absolvido da maioria das acusações.

Seus problemas com a justiça foram ofuscados pela chegada ao poder da Irmandade Muçulmana em 2012 e pela destituição, um ano depois, do presidente Mohamed Mursi pelo general Abdel Fatah al Sisi, que se tornou presidente um ano depois.

Com o passar dos anos, a aversão dos egípcios pelo ex-presidente foi mudando para uma indiferencia misturada à nostalgia, pois muitos passaram a considerar seu período no poder como uma época de estabilidade.

Sua defesa dos acordos de paz de 1979 com Israel e sua fama de "moderado" no mundo árabe renderam amigos nos Ocidente, sobretudo nos Estados Unidos, grande aliado do Egito desde então.

Israel foi um dos primeiros países a reagir à notícia da morte de Mubarak. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu elogiou o egípcio como um "amigo pessoal, um líder que conduziu seu povo à paz e à segurança, à paz com Israel".

O presidente palestino, Mahmud Abbas, elogiou seu compromisso com a "liberdade e a independência" do povo palestino. O Egito de Mubarak teve um papel de mediador nos momentos de grande tensão entre palestinos e israelenses.

A abertura econômica adotada durante os últimos anos de seu mandato gerou o crescimento do país, mas também o aumento das desigualdades, do descontentamento social e da corrupção.

- "Consciência tranquila" -

Apesar de ter demonstrado ser um adversário firme contra os jihadistas da Al-Qaeda, Mubarak não conseguiu frear o avanço da Irmandade Muçulmana.

Foi o chefe de Estado que passou mais anos no poder desde a abolição da monarquia em 1953 e manteve o estado de emergência durante todo seu mandato.

Escapou ileso de várias tentativas de assassinato, incluindo uma em Adis Abeba em 1995, quando criminosos cortaram a passagem de sua comitiva e abriram fogo contra seu veículo, blindado, que havia sido transportado do Cairo.

"Minha vida vai se aproximando do fim, graças a Deus tenho a consciência tranquila e estou feliz de ter passado (minha vida) defendendo o Egito", declarou Mubarak durante um de seus julgamentos.

Parlamentares islamitas da Câmara Alta do Parlamento do Egito estão pedindo o retorno do presidente deposto do país Mohammed Morsi e que outros Parlamentos não reconheçam a liderança nomeada recentemente.

O pedido foi feito neste sábado por cerca de 20 membros do Conselho Shura, que era a única Câmara Legislativa do Egito desde que um tribunal ordenou a dissolução da Câmara Baixa no ano passado até a derrubada de Morsi no dia 3 de julho.

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Os parlamentares, que estão participando de uma manifestação pacífica no leste do Cairo, acusaram os militares de tentar restaurar um regime "corrupto e ditatorial". Morsi foi o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, sucedendo o governo autocrático de longo prazo de Hosni Mubarak que renunciou em 2011. O Exército depôs Morsi após milhares de manifestantes tomarem as ruas para exigir sua saída. Fonte: Associated Press.

O juiz Mostafa Hassen Abdallah recusou-se, neste sábado, a presidir o novo julgamento do ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, em uma sessão tumultuada que durou poucos minutos. Abdallah enviou o caso à Corte de Apelação, que marcará uma nova data.

Durante o julgamento de hoje, advogados questionaram a independência de Abdallah. Em outubro, o mesmo magistrado absolveu os réus pelo episódio conhecido como "batalha dos camelos", em que os acusados teriam enviados homens montados em cavalos e camelos para dispersar um protesto durante o levante popular que derrubou Mubarak do poder, em 2011. As informações são da Dow Jones.

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Homens mascarados bloquearam a estação de metrô central do Cairo nesta segunda-feira (11), mesmo dia em que os egípcios comemoram o aniversário de dois anos da destituição de Hosni Mubarak da presidência do país. Os protestos eram contra o atual presidente, Mohammed Morsi, sucessor de Mubarak.

Outros manifestantes bloquearam o tráfico no principal viaduto da cidade, enquanto milhares marchavam pela cidade, pedindo justiça em homenagem aos mortos em confrontos com as forças de segurança do governo depois que o islamita Morsi assumiu o poder em meados do ano passado.

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O Egito está em turbulência política desde a saída de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011. Na ocasião, ele foi substituído por um conselho militar que ficou no poder por 17 meses. Morsi venceu a primeira eleição democrática livre em junho, por uma pequena margem de diferença com seu adversário.

Os manifestantes, no entanto, dizem que pouco mudou desde a era Mubarak e acusam Morsi e a Irmandade de tentar monopolizar o poder e ignorar as demandas de grupos secular e liberal. As informações são da Associated Press.

A Assembleia Constituinte do Egito aprovou na manhã desta sexta-feira um rascunho de Constituição, que será levada a referendo, substituindo a Lei magna egípcia que vigorou durante a era de Hosni Mubarak. O anúncio foi feito pelo deputado Hossam el-Ghiriani. A Assembleia, dominada pelos islamitas, aprovou os 234 artigos em uma maratona que começou na quinta-feira. O painel constituinte se apressou em aprovar a Constituição antes da reunião da Corte Constitucional do Egito, a qual poderia dissolver a Assembleia no domingo. A Assembleia passou a ser dominada pelos islamitas após os deputados cristãos e seculares se retirarem em protesto contra menções à lei islâmica (Sharia) incluídas na Constituição.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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O índice EGX-30 da Bolsa Egípcia, que compreende Cairo e Alexandria, fechou em queda forte, de 9,54%, aos 4.917,73 pontos, neste domingo diante dos protestos da população contra a decisão do presidente Mohammed Morsi de ter poderes absolutos no Egito. Por causa disso, Morsi já está sendo chamado na imprensa egípcia e internacional de "o novo faraó".

As negociações na bolsa foram suspensas por 30 minutos nessa primeira sessão após o anúncio do presidente. A queda de hoje foi maior do que a observada no início da Revolução Egípcia em 25 de janeiro de 2011, quando a Bolsa caiu 6,25%.

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Os conflitos continuaram neste domingo entre manifestantes e as forças de segurança perto da Praça Tahrir e sinais de gás lacrimogêneo podiam ser visto no céu da região. Pedras eram jogadas na Embaixada dos Estados Unidos e barreiras foram colocadas para proteger os prédios do governo.

Na última quinta-feira, Morsi emitiu emendas constitucionais que aumentam seu poder, concedem imunidade à maioria parlamentar islâmica e reabrem investigações sobre abusos cometidos pelo regime de Hosni Mubarak. Com as mudanças, o líder egípcio coloca-se acima do monitoramento da Justiça, em parte ainda leal aos militares que comandaram o país por seis décadas. As informações são de jornais do Egito e Dow Jones.

O presidente do Egito, Mohammed Morsi, emitiu nesta quinta-feira emendas constitucionais por decretos que reforçam o próprio poder da presidência e dão imunidade aos parlamentares islamitas que redigem a nova Constituição do país. As emendas blindam qualquer tentativa do judiciário de dissolver o painel constituinte e além disso reabrem os julgamentos dos ex-funcionários públicos do regime de Hosni Mubarak. As medidas de Morsi também blindam de dissolução a Câmara Baixa do Parlamento, a qual também é dominada pelos islamitas.

Vários tribunais egípcios examinam no momento pedidos feitos para a dissolução do painel constituinte e da Câmara Baixa. Morsi também decretou que todas as decisões judiciais tomadas entre junho deste ano e até a entrada em vigor da nova Constituição não poderão sofrer apelos, uma medida que coloca o presidente acima de qualquer supervisão judiciária. O decreto que permite um novo julgamento para Mubarak, bem como para os ex-dirigentes do antigo regime, diz que aqueles que ocuparam cargos de chefia "política ou executiva" na administração derrubada em fevereiro de 2011 poderão ser afetados.

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Grupos de seculares, de defesa dos direitos humanos, das mulheres e da minoria cristã têm se manifestado contra a visão excessivamente islamita que o painel constitucional e a Câmara Baixa têm da sociedade egípcia.

As medidas de Morsi foram criticadas. O prêmio Nobel Mohammed ElBaradei disse que Morsi virou um "novo faraó" ao atribuir a si próprio os amplos poderes por decreto nesta quinta-feira. "Hoje Morsi usurpou todos os poderes do Estado e apontou a si próprio como o novo faraó. Foi um golpe duro na revolução que poderá ter consequências medonhas", escreveu ElBaradei em sua conta no Twitter.

Morsi também demitiu o procurador-geral do Egito, Abdel-Maguid Mahmoud. Em outubro, Morsi tentou demiti-lo pela primeira vez, mas teve que recuar quando descobriu que o poder presidencial não lhe permitiria tal medida. Mahmoud, indicado ainda na era Mubarak, é acusado de ser leniente na apuração de provas contra policiais e militares que atiraram e mataram pelo menos 850 manifestantes entre dezembro de 2010 e fevereiro de 2011, quando caiu o governo de Mubarak. Para o cargo, Morsi nomeou Talaat Ibrahim Abdallah.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O médico-chefe forense do Egito disse ao jornal estatal Al-Ahram que o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak nunca sofreu um derrame e que ele não está em estado de saúde crítico, contradizendo relatórios médicos que dizem que a saúde dele estava se deteriorando. Há relatos conflitantes sobre a saúde de Mubarak, de 84 anos, que foi condenado em junho à prisão perpétua por não ter impedido a morte de centenas de manifestantes durante uma revolta no ano passado.

Mubarak foi abruptamente transferido para um hospital militar, após três semanas de prisão em meio a relatos de que seu coração havia parado. A agência de notícias estatal disse que Mubarak tinha sofrido um acidente vascular cerebral.

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Ihsan Kameel Gorgy disse ao jornal que Mubarak, que está na prisão novamente, precisa somente de medicação para tratar problemas de circulação sanguínea. As informações são da Associated Press.

O governo do Egito está buscando 120 militantes na Península do Sinai e acredita que ao redor de 1.600 extremistas islâmicos estejam escondidos no árido território, reportou a agência estatal egípcia de notícias MENA nesta quarta-feira. Os militares enviaram tanques e soldados de infantaria para perseguir os extremistas na península, que fica próxima à Faixa de Gaza e a Israel, após agressores terem atacado um posto militar e matado 16 soldados no dia 5 de agosto.

"Existem pelo menos 120 pessoas procuradas pela Justiça, incluindo grupos que atacaram delegacias de polícia e mataram um certo número de policiais e soldados", disse a MENA, ao citar um oficial egípcio. Segundo ele, que falou sob anonimato, a maioria dos elementos segue a ideologia takfiri, um ramo sanguinário do Islã sunita, que amaldiçoa os outros muçulmanos que não compartilham suas crenças e que além disso prega a morte dos não muçulmanos sunitas.

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"Acreditamos que os números desses extremistas se aproxime de 1.600, eles são de várias províncias (do Egito) e alguns são de outros países", disse o oficial.

No final de semana passada, atiradores extremistas voltaram a atacar a polícia e feriram três guardas com granadas, vários dias após os soldados matarem seis militantes em um reide contra um vilarejo no norte do Sinai. O governo egípcio enfrenta, além dos extremistas, beduínos insubmissos, contrabandistas e traficantes de drogas no Sinai. A situação de segurança na Península, que sempre foi precária, ficou pior após a queda do ditador Hosni Mubarak em fevereiro de 2011. O novo presidente do Egito, Mohammed Mursi, prometeu restaurar a segurança no Sinai.

As informações são da Dow Jones.

O presidente eleito do Egito, Mohammed Morsi, tomou posse neste sábado (30) diante da Suprema Corte Constitucional do país e se tornou o primeiro islâmico a assumir a presidência por meio de eleições livres no mundo árabe. Ele sucede Hosni Mubarak, que foi deposto há 16 meses. Morsi é o quinto chefe de Estado do Egito desde o fim da monarquia, há cerca de 60 anos.

Ao discursar como novo presidente, Morsi disse que pretende construir um novo Egito. "Aspiramos um amanhã melhor, um novo Egito e uma segunda república", afirmou aos juízes do tribunal, durante cerimônia solene transmitida pela televisão estatal. "Hoje, o povo egípcio estabeleceu a fundação de uma nova vida: liberdade absoluta, uma democracia genuína e estabilidade", declarou o engenheiro de 60 anos.

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Nessa sexta-feira (29), Morsi fez um discurso simbólico na Praça Tahrir, centro dos protestos que no ano passado despertaram a crise no governo autoritário de Mubarak. O novo presidente prometeu recuperar os poderes do gabinete presidencial, diminuídos pelo conselho militar que controlou o governo depois da queda de Mubarak. No entanto, ao assumir diante da Suprema Corte, e não do Parlamento como é o costume, ele se curvou à vontade dos militares, sinalizando que a disputa por poder deve continuar.

As informações são da Associated Press.

O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, de 84 anos, foi levado a um hospital militar no Cairo nesta terça-feira após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), informou um funcionário da prisão Tora na capital egípcia. Mubarak cumpriu 17 dias da sentença de prisão perpétua na prisão. Na semana passada, o ex-mandatário teve duas paradas cardíacas.

"Mubarak deixou a prisão em uma ambulância e está a caminho do hospital", disse a fonte. O hospital militar fica a seis quilômetros da prisão Tora, em um subúrbio do Cairo. Algumas fontes do governo do Egito disseram que ainda não é possível avaliar os danos que podem ter sido provocados pelo acidente cerebral em Mubarak, mas a situação de saúde do ex-governante é considerada grave.

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As informações são da Dow Jones e da Ansa.

O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, cujo estado de saúde piorou desde que ele foi enviado para a prisão, sofreu duas paradas cardíacas que foram revertidas com o uso do desfibrilador, informou uma fonte hospitalar à agência France Presse nesta segunda-feira. Segundo informações do governo egípcio, Mubarak, de 84 anos, entrou em "coma profundo"

"Mubarak entrou hoje em um coma profundo", disse o porta-voz do Ministério do Interior do Egito, Alaa Mahmoud. "A saúde de Mubarak deteriora-se desde o veredicto, com pressão alta, problemas respiratórios e batimentos cardíacos irregulares", disse Mahmoud. No dia 2 de junho, Mubarak foi sentenciado à prisão perpétua, considerado culpado pela morte de 851 manifestantes em janeiro e fevereiro de 2011, na revolta popular que precedeu a queda do seu regime, em 11 de fevereiro do ano passado. O ex-governante do Egito sofre de depressão profunda.

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As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O ex-presidente de Egito, Hosni Mubarak, está alternando períodos de consciência com outros de inconsciência depois de ser transferido, há oito dias, para um hospital dentro da prisão do Cairo onde cumprirá sua pena de prisão perpétua, afirmou uma autoridade de segurança neste domingo.

Para acabar com os rumores de sua morte, autoridades permitiram que sua esposa, Suzanne Mubarak, e suas duas enteadas visitassem o prisioneiro neste domingo pela manhã. Depois da visita, ele ficou com respiração irregular e precisou de assistência para respirar. Mubarak está se alimentando apenas de líquidos e iogurte.

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A saúde de Mubarak se deteriorou depois da declaração de sua sentença de prisão perpétua em 2 de junho. Depois da sentença, ele foi transferido imediatamente para o hospital da prisão, negando pedidos de sua família para que ficasse em um hospital militar. No sábado, a esposa de Mubarak não teve permissão para visitar o marido na Unidade de Terapia Intensiva porque as visitas de familiares estão limitadas a uma por mês. As informações são da Associated Press.

O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, foi sentenciado à prisão perpétua na madrugada deste sábado por não ter evitado a morte de manifestantes durante a revolução egípcia ocorrida em 2011 e que o forçou a deixar o poder. Porém, ele e seus filhos foram absolvidos das acusações de corrupção em um veredicto confuso, que rapidamente provocou uma nova onda de confrontos nas ruas do Egito.

Aos 84 anos e após governar o Egito por três décadas, o primeiro líder árabe a ser julgado em seu próprio país, foi levado de helicóptero da academia de polícia onde ocorreu o julgamento para a prisão de Torah, no Cairo, onde seus filhos e membros de seu regime aguardam sentenças

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As acusações contra o ex-presidente relacionadas à morte dos manifestantes eram passíveis de uma sentença de morte, mas o juiz optou por mantê-lo na prisão pelo resto da vida. À sentença cabe apelo.

Do lado de fora da corte, inicialmente a reação foi de júbilo quando a condenação foi anunciada. Mas rapidamente o cenário ficou tenso e tumultuado. Houve confrontos entre opositores, policiais e simpatizantes de Mubarak nos arredores da corte.

O veredicto contra Mubarak ocorre poucos dias antes do segundo turno das eleições presidenciais no Egito, marcadas para os dias 16 e 17 de junho, na qual disputam o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, e o ex-premiê da era Mubarak, Ahmed Shafiq, aliado próximo do presidente deposto. As informações são da Associated Press.

Uma multidão enfurecida ateou fogo no escritório geral da campanha eleitoral de Ahmed Shafiq, ex-primeiro-ministro do Egito na era Mubarak e que agora disputa a presidência como um dos dois candidatos que passaram para o segundo turno das eleições, marcado para 16 e 17 de junho. O fogo foi controlado e a multidão se dispersou com a chegada da polícia.

"Nós estávamos dentro quando fomos atacados", disse um cabo eleitoral de Shafiq, que não se identificou. "Eles botaram fogo na garagem que tinha material de campanha do general", disse a fonte, lembrando inadvertidamente que Shafiq comandou a Força Aérea Egípcia.

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As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Com a maioria de deputados islamitas, o Parlamento do Egito realizou sua primeira sessão no período pós-Mubarak nesta segunda-feira e elegeu como líder Saad al-Katatni, político da Irmandade Muçulmana. Katatni obteve 399 votos dos 496 do Parlamento. A prioridade do novo Parlamento será a eleição de um painel de 100 legisladores que redigirão uma nova Constituição para o Egito, a qual depois precisará ser aprovada pelo povo em referendo. Outro grande passo deverá ser a realização das eleições presidenciais, previstas para antes de junho.

"A era da exclusão política acabou no Egito", disse el-Katatni, A Irmandade Muçulmana do parlamentar foi banida da vida política oficial do Egito durante grande parte dos seus 84 anos de existência. O grupo só saiu da clandestinidade após a revolução de 18 dias que derrubou o mandatário Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011. As eleições no Egito foram realizadas em três etapas a partir de 28 de novembro do ano passado. O partido da Irmandade Muçulmana obteve sozinho quase a metade dos votos e foi seguido por um partido da linha-dura islâmica, salafista, que obteve 28 % dos votos. Os partidos seculares e liberais, grupos que organizaram os levantes que derrubaram Mubarak, obtiveram pouco mais de 10% dos votos.

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A Irmandade Muçulmana, construída durante décadas na clandestinidade, adquiriu um alto grau de disciplina e organização, o que explicou parte do seu triunfo nas urnas.

O predomínio dos islamitas era óbvio na sessão desta segunda-feira, com muitos parlamentares usando barbas, turbantes de clérigos ou vestimentas tradicionais árabes.

Milhares de manifestantes protestaram contra os militares na frente do Parlamento e também pediram que os deputados islamitas sejam moderados no governo. "Nós estamos aqui porque a Assembleia do Povo (Parlamento) é toda islamita", disse Mina Samir, manifestante na faixa dos 20 anos. "Agora nós temos um poder militar que apoia um poder conservador. É por isso que estou aqui protestando", disse. "Abaixo, abaixo a ditadura militar. Sem militares e sem Irmandade Muçulmana", gritaram manifestantes.

Mas a primeira sessão parlamentar foi um sucesso para a Irmandade. Seus partidários enfrentaram detenções, torturas e o exílio durante os longos anos do regime de Mubarak. Os parlamentares da Irmandade foram escoltados ao Parlamento por partidários e cabos eleitorais. Outras pessoas esperaram a saída dos parlamentares e entregaram flores aos legisladores.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito concordou em formar um governo de salvação nacional e passar completamente o poder às autoridades civis até julho de 2012, disse nesta terça-feira o político Selim al-Awwa à agência estatal de notícias MENA, citada pela agência France Presse (AFP). A junta militar concordou com a passagem de poder após quatro dias de manifestações na praça Tahrir do Cairo e violentos confrontos com os opositores, que deixaram pelo menos 29 mortos. As centenas de milhares de pessoas que protestam na praça Tahrir, no entanto, descartaram as concessões e pediram uma mudança imediata de regime, gritando "fora" para os militares.

Em comunicado na televisão estatal, o marechal Hussein Tantawi, líder da junta militar, disse aos egípcios que as eleições presidenciais serão realizadas até 30 de junho de 2012, mas não deu uma data específica para a transferência de poder. Tantawi também disse que os militares também estão prontos a realizar um referendo imediato para a transferência de poder aos civis.

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"As Forças Armadas, representadas pelo Conselho Supremo, não têm o desejo de governar e colocam os interesses do Egito acima de tudo. Elas estão prontas a entregar imediatamente a responsabilidade e voltarem ao seu dever original que é defender o país, se o povo quiser isso através de um referendo, se ele for necessário", disse Tantawi. O marechal disse que aceitou a renúncia do primeiro-ministro Essam Sharaf, que governava desde fevereiro com um gabinete civil tutelado pelos militares, após a queda de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro.

Na praça Tahrir, os manifestantes pediram que Tantawi deixe imediatamente o poder. "Nós não vamos deixar a praça. Ele é que vai embora", gritavam os manifestantes. "Fora, marechal de campo".

"Nossas demandas são claras. Queremos que a junta militar renuncie imediatamente e entregue a autoridade a um governo de salvação nacional civil com poderes totais", disse Khaled El-Sayed, manifestante da Coalizão da Revolução Jovem e um dos candidatos às eleições parlamentares de 28 de novembro. El-Sayed também pediu que o chefe da polícia militar do Cairo e o ministro do Interior sejam julgados pelos "crimes horríveis" dos últimos dias, quando pelo menos 29 manifestantes foram mortos, a maioria no Cairo.

A junta militar egípcia enfrenta a pior crise política desde a queda de Mubarak em fevereiro. "Foi acordado na reunião, presidida pelo vice dirigente do Conselho das Forças Armadas, Sami Enam, que será formado um governo de salvação nacional, o qual implementará os objetivos da revolução", disse Awwa, pré-candidato presidencial que participou do encontro.

Awwa disse que também foi acordado que "o poder deverá ser transferido a um presidente civil eleito, até no máximo o final de junho de 2012".

Quem irá liderar o governo de salvação nacional é um mistério. Mais cedo, o nome do ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed ElBaradei, foi cogitado. Mas não houve confirmação e aparentemente a situação prossegue em um impasse.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O gabinete do primeiro-ministro do Egito, Essam Sharaf, renunciou nesta segunda-feira em meio às recentes manifestações contrárias ao governo. Num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal MENA, o porta-voz do gabinete, Mohammed Hegazy, disse que "o governo do primeiro-ministro Essam Sharaf entregou sua renúncia ao Conselho Supremo das Forças Armadas." Ele acrescentou que, "dadas as circunstâncias difíceis em que o país se encontra, o governo continuará trabalhando" até que a renúncia seja aceita. Pelo menos 24 pessoas foram mortas nos últimos três dias nas manifestações e na repressão aos protestos no Egito.

A Coalizão da Revolução Jovem e o movimento 6 de abril pediram a renúncia imediata de Sharaf e a formação de um governo "de salvação nacional". Os grupos também pediram que ocorram eleições presidenciais em abril de 2012.

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Durante esta segunda-feira, manifestantes acampados na praça Tahrir do Cairo voltaram a exigir a renúncia da junta militar que governa o país desde 11 de fevereiro, quando caiu em revolução popular o regime de Hosni Mubarak. O Egito terá eleições para a Assembleia Constituinte em 28 de novembro. Mas a explosão da violência, que começou no sábado, reflete a frustração e a confusão que tomaram conta do cenário político do país desde a queda de Mubarak.

Os militares afirmam que entregarão o poder aos civis apenas após as eleições presidenciais, as quais prometeram vagamente realizar em 2012 ou até em 2013. Os manifestantes pedem uma transição imediata para um governo civil.

"O que isso significa, transferência de poder apenas em 2013? Isso quer dizer que ele quer ficar mandando no país até lá", disse um jovem manifestante, Mohammed Sayyed, a respeito do marechal Hussein Tantawi, chefe da junta militar. "As pessoas estão frustradas. Nada mudou para melhor aqui no Egito", disse o jovem.

O chefe dos necrotérios do Cairo disse que o número total de mortos subiu nesta segunda-feira a 24, desde que os confrontos começaram no sábado. Ele falou sob anonimato. Centenas de manifestantes foram feridos, de acordo com as autoridades. No domingo, a crise se agravou quando o ministro da Cultura, Emad Abu Ghazi, renunciou em protesto contra a violência.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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