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Em um culto religioso realizado no último domingo (28) no templo da Assembleia de Deus de Pernambuco (IEADPE), localizado na área central do Recife, o pastor Ailton Junior fez uma declaração condenando os doramas - séries populares produzidas por TVs asiáticas. O líder religioso, que vem recebendo inúmeras críticas nas redes sociais devido as suas falas, afirmou que as produções audiovisuais "defendem a androginia" e que nelas "não há definição de macho e de fêmea".

As declarações do pastor se tornaram públicas após terem sido divulgadas através do canal no YouTube da própria igreja, que transmitia o 22º Congresso de Adolescentes. No vídeo, a partir do momento 1:14:50, é possível observar diversos jovens, que assistiam o culto, surpresos com a abordagem do pastor sobre o tema discutido na pregação.

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"Não façam mais o coração de dorama nos púlpitos da igreja para tirar fotos. Vocês sabem o que é dorama? Quem aqui sabe o que é dorama? [É a] Defesa da androginia! Não há definição de macho, nem fêmea. E todo mundo fazendo o sinal de dorama porque são ignorantes", disse o líder religioso.

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Ailton ainda afirmou que quando as pessoas assistem doramas e outras séries sobre "morte, vampiragem e desgraças", elas estão se "acostumando com a forma como o diabo age".

O trecho em que pastor fala dos doramas foi cortado e compartilhado por várias páginas nas redes sociais, o que culminou em inúmeras críticas, inclusive de fiéis da igreja. A maioria dos internautas reprovaram a postura do líder religioso, demonstrando que ele desconhecia os doramas, já que a maioria dessas obras possui uma visão conservadora dos relacionamentos e com valores compartilhados pelas ideologias cristãs, como amor, fidelidade nas relações amorosas e baixo conteúdo erótico.

 

 

 

Com a viralização do vídeo no qual aparece o pastor Waldemir Farias durante um culto na Assembleia de Deus de Pernambuco, fazendo críticas à comunidade LGBTQIAP+, internautas o acusam de homofobia e pedem punição.

Ciente das declarações, a deputada estadual Dani Portela (Psol) disse que levará o assunto para discussão na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (ALEPE). 

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Na gravação, compartilhada pelo Instagram Assembleianos de Valor, o pastor aparece em culto na sede central da igreja, localizada no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, criticando a aceitação dos comportamentos de alguns fiéis que ele classifica como "afeminados"

O líder religioso ainda falou de hábitos de alguns cristãos, que segundo ele, "estão começando a tratar como se fosse normal" os comportamentos de membros da comunidade LGBTQIAP+. "Tem gente que se senta na frente da televisão, de um filme da Netflix, e assiste cenas veladas de iniquidade. Ele não se choca mais, ele não se aterroriza mais, ele não sente nojo, ele acha normal". 

 Os jovens presentes na sede da igreja puderam escutar o pastor Waldemir Farias criticando alguns homens evangélicos que, segundo ele, têm a "mão mole" e a "fala fina". Críticas aos religiosos que vestem roupas justas e "coloridas", também foram ouvidas. 

Após o vídeo ter sido divulgado no dia 4 de julho e, ter conseguido alcançar mais de 360 mil visualizações, internautas ficaram revoltados e acusaram o pastor de LGBTfobia.

Parlamentar levará o assunto à ALEPE 

A deputada estadual Dani Portela (Psol-PE), que é a atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco, disse que a fala do pastor Waldemir Farias impulsiona a "prática de ódio do fundamentalismo religioso" contra a existência de pessoas LGBTQIAP+.

"No país que mais mata pessoas LGBTQIAP+ no mundo, um discurso como esse não pode ser tolerado. A LGBTfobia é tipificada como crime, equiparada ao crime de racismo", afirmou. 

Vale ressaltar que, em 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu criminalizar a homofobia e a transfobia. Enquadrou as violências na Lei do Racismo (7.716/1989), sendo assim, ofensas às pessoas LGBTQIAP+ podem ser enquadradas no artigo 20 da referida norma, com punição de um a três anos de prisão. O crime é inafiançável e imprescritível.

  "Levaremos isso para discussão na Comissão de Direitos Humanos da ALEPE para que sejam encaminhadas as providências cabíveis. É importante salientar que o Ministério Público precisa ser provocado para que ele possa acompanhar e para que casos como esse não se repita", disse Dani Portela. 

"Acho importante falar também que nós protocolamos um Projeto de Lei, projeto 893/2023, denominado Projeto Arco-íris, que cria um protocolo principalmente voltado para as vítimas de LGBTfobia, mas que também prevê sanções para as pessoas que praticam esse crime", afirmou. 

Robeyoncé lamenta fala do pastor 

A primeira advogada travesti preta de Pernambuco, membra da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) e suplente no Congresso Nacional, Robeyoncé Lima (Psol-PE), disse que alguns líderes religiosos precisam entender que o discurso de ódio não pode ser confundido com liberdade religiosa. 

"É lamentável que a gente tenha uma situação como essa que utiliza a religião para proferir discursos discriminatórios e preconceituosos. A gente sabe que hoje a LGBTfobia é equiparada ao crime de racismo. A gente precisa responsabilizar essas pessoas que professam o discurso de ódio. Nós da Comissão da Verdade, e da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero dentro da OAB, fazemos esse trabalho buscando responsabilizar essas pessoas que divulgam desinformação e também proliferam o discurso de ódio", afirmou.

 Um vídeo com o pastor Waldemir Farias durante um culto na Assembleia de Deus de Pernambuco vem viralizando nas redes nos últimos dias. Na pregação, o líder religioso faz críticas à comunidade LGBT+ e, recomenda aos homens a não cruzar "as perninhas igual uma moça" quando forem se sentar. 

Na gravação, o pastor aparece no culto realizado na sede central da igreja, localizada no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, desaprovando a aceitação dos comportamentos de alguns fiéis que, segundo ele, são considerados "afeminados".

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  "Nós não queremos ouvir do mundo, irmãos, dizer 'na Assembléia de Deus tem um clube do arco-íris", afirmou. Ele ainda criticou as vestimentas justas e "coloridas" de homens de templos da denominação cristã, recomendando mudanças no modo de se vestirem. Após o discurso, internautas ficaram revoltados e acusaram o pastor de LGBTfobia. 

"Quando não tem o que pregar, daí sai esse tipo de palavra que não vem do céu", escreveu um perfil no Instagram. "Isso não é evangelho, o nome disso é homofobia, e parece que virou moda nas igrejas atacarem as pessoas, ao invés de acolherem. Homofobia é crime", pontuou uma internauta. 

Porém, a declaração de Waldemir encorajou outras pessoas a escreverem ataques à comunidade LGBT+. 

 "Parabéns Pastor pela coragem e retidão no acerto da pregação! É preciso se indignar com o pecado por trás disso. A biologia é clara, só existe macho e fêmea. O resto, é ideologia, invenção humana. Devemos amar a todos, mas não aceitar isso como normal", declarou uma pessoa na página assembleianos de valor, onde foi publicado o vídeo na semana passada. 

Waldemir que assume sua postura política em suas redes sociais, é conhecido por discutir assuntos polêmicos em seu perfil no Instagram. 

No dia 30 de outubro do ano passado, data em que foi realizado o segundo turno da eleição presidencial, o pastor publicou uma imagem que fazia críticas ao aborto: "Se você é cristão, não pode votar em uma pessoa ou partido que mata bebês no útero". 

Além disso, no dia 14 de outubro, o líder religioso postou uma foto ao lado do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), derrotado na disputa eleitoral de 2022 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

"Estamos vivendo em tempos de guerra moral e espiritual, não carregaremos na consciência o peso da omissão, é necessário que nos posicionemos como líderes e servos de Deus, somos a favor da vida e contra o Aborto, estamos em defesa das nossas crianças e contra ideologia de gênero, lutamos em favor da família e de seu modelo bíblico, pregamos pela liberdade, queremos continuar pregando o evangelho, não seremos cúmplices de ideias comunistas", afirmou, declarando apoio ao bolsonarismo.

O LeiaJá tentou entrar em contato com o número disponibilizado pela Assembléia de Deus de Pernambuco, dirigida pelo pastor Ailton José Alves, para saber o posicionamento da igreja diante a declaração do pastor Waldemir Farias, porém ninguém atendeu a ligação.

A mais de um ano das eleições municipais, os políticos bolsonaristas de Pernambuco já estão trabalhando estratégias para o pleito do próximo ano. Mesmo com os partidos que compõem a direita pernambucana afirmando que ''ainda é cedo'' para a definição dos nomes que concorrerão às prefeituras, alguns parlamentares se mostram interessados pela disputa, que acontecerá em um ano no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), poderá ser um forte cabo eleitoral.

No Recife, são muitos os cotados para a disputa, porém a expectativa é de que as siglas da direita se unam para definir apenas um nome, e assim, possam ter fôlego em competir contra o atual prefeito da cidade, o jovem João Campos (PSB-PE). Os atores políticos que forem entrar na disputa precisam estar preparados de fato para o embate com João e sua legenda. Isto porque, o Partido Socialista Brasileiro em 2024, completará 12 anos governando a capital pernambucana, e as últimas pesquisas que avaliaram o desempenho da gestão, apontam que o filho do ex-governador Eduardo Campos, tem o trabalho aprovado pela maioria dos recifenses.

Um levantamento feito pelo Paraná Pesquisas, entre os dias 30 de março e 2 de abril de 2023, o psbista detém a aceitação de 66,3% dos eleitores entrevistados, e apenas 28,4% desaprovam a gestão. Uma curiosidade, é que o nível de aprovação é maior do que o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no município. O líder petista possui 62,6% de aceitação entre os moradores.

Mesmo cientes do atual cenário eleitoral, alguns bolsonaristas do estado, ainda optam pela aproximação com Bolsonaro, e adotam os mesmos posicionamentos políticos do ex-presidente, em busca do capital eleitoral do ex-chefe do Executivo. Sendo assim, assuntos como criminalização ou legalização do aborto, direitos da comunidade LGBTQIAP+, religiosidade e porte de armas, poderão ser comentados com maior frequência pelos parlamentares. Alguém irá querer se destacar e mostrar que é o verdadeiro defensor do ''bolsonarismo raíz''.

Em entrevista ao LeiaJá, o cientista político Arthur Leandro, avalia que a contribuição de Bolsonaro na disputa dependerá do seu futuro na política brasileira, algo que ainda é imprevisível diante das polêmicas envolvendo o seu nome. "Bolsonaro é uma figura que deve enfrentar uma série de percalços e contratempos na política, correndo o risco inclusive de ficar inelegível. Então a gente não sabe exatamente o quanto será interessante estar próximo a Bolsonaro em 2024", afirma.

Pelo nome do ex-mandatário não ser bem avaliado nos municípios pernambucanos, algo que refletiu na sua derrota no estado na última eleição, o estudioso acredita que no Recife, o bolsonarismo não deve ser considerado um ativo decisivo para um candidato da direita conquistar a prefeitura.

O especialista ainda lembrou da participação da Delegada Patrícia (PSDB-PE) na eleição municipal do Recife de 2020 para explicar esse efeito. Na época, a delegada que era filiada ao Podemos, iniciou a disputa como uma forte candidata, porém, sua aproximação com Bolsonaro nos últimos dias que antecederam o primeiro turno, fez alguns de seus eleitores migrarem seus votos para outros candidatos. Bastou Jair Bolsonaro sinalizar apoio à candidatura, que o Cidadania, legenda do vice na chapa da delegada, Léo Salazar (Cidadania-PE), e do ex-deputado federal Daniel Coelho, que foi coordenador da campanha, declarasse afastamento da disputa. Ela terminou a eleição na quarta colocação, com 14,06% dos votos.

Porém, o cientista político considera que a direita recorrerá a outras estratégias para ganhar fôlego na corrida eleitoral, como por exemplo, se apresentar como "anti-João", trazendo duras críticas ao PSB. Dessa forma, o bolsonarismo não seria o protagonista ou assumiria sua identidade na disputa, apenas faria parte de um movimento contrário aos psbistas.

A queda de braço entre Gilson Machado e os irmãos Ferreira

O ex-ministro do turismo da gestão Bolsonaro, Gilson Machado (PL-PE), é um dos cotados pelo Partido Liberal na competição pela prefeitura. Porém, terá dificuldades de emplacar sua candidatura a prefeito do município. Com o comando estadual da sigla nas mãos do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL-PE), Gilson acabou ficando isolado e precisará disputar a vaga com o irmão de Anderson, o deputado federal André Ferreira (PL-PE), que em 2022, foi o mais votado no estado, obtendo 273.267 votos.

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Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Para Arthur Leandro, o deputado estadual Alberto Feitosa (PL-PE) e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil-PE), também são nomes cotados na corrida eleitoral. Feitosa vem sendo umas das vozes mais ativas do bolsonarismo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), e em 2020 concorreu à Prefeitura do Recife pelo Partido Social Cristão, porém ficou em quinto lugar, obtendo 1,18% dos votos. Já o Miguel, que é filho do ex-líder da gestão Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho, foi candidato a governador do estado em 2022, porém não conseguiu ir para o segundo turno. Obteve apenas 18,04% dos votos.

Casal Tércio

Outro nome ventilado na disputa, é o da deputada federal Clarissa Tércio (PP-PE), que é investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por possível apoio aos atos golpistas do 8 de janeiro. No início deste ano, o Partido Progressista se mostrou interessado em indicar a parlamentar como candidata. A Filha do pastor da Assembleia de Deus Ministério Novas de Paz, Francisco Tércio, tem uma boa popularidade entre os evangélicos do estado, e isso vem trazendo bons resultados para ela nas urnas. Na eleição de outubro do ano passado, recebeu 240.511 votos, se tornando a primeira mulher mais votada entre os pernambucanos para o cargo.

Clarissa também é cotada para a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, por se mostrar interessada em assuntos ligados à cidade. Em março, a parlamentar acionou a Polícia Militar, solicitando reforço dos agentes na 1ª Marcha da Maconha do município, que está marcada para o próximo dia 28 de maio. Ela acredita que a ação policial servirá “para que se apure eventuais condutas criminosas e uso ou tráfico de entorpecentes”.

Créditos: Reprodução/Redes Sociais

A força política da parlamentar também consegue favorecer o seu esposo, Júnior Tércio (PP-PE), que conseguiu ser o deputado estadual mais votado do estado, com mais de 183 mil votos. Nos bastidores políticos do Pernambuco, ele é cotado para a eleição do município de Paulista. O motivo é que a maioria dos requerimentos apresentados pelo parlamentar são para a cidade.

O forte apoio dos evangélicos no estado

O casal Tércio que conseguiu ganhar uma maior visibilidade durante os quatro anos que Bolsonaro esteve no poder, já se envolveu em algumas polêmicas, antes mesmo de entrarem na lista dos parlamentares mais bem votados da história de Pernambuco.

A família evangélica que se assume uma das maiores apoiadoras de Bolsonaro no estado, comanda há mais de 20 anos a emissora de rádio líder de audiência na Região Metropolitana do Recife, Novas de Paz. O conteúdo da rádio que também é transmitido pelo Facebook e Youtube, tem uma programação de 24 horas, e funciona como um canal midiático da igreja cristã.

Em 2020, com o apoio de fundamentalistas evangélicos e alguns parlamentares da extrema direita, Clarissa comandou um grupo de pessoas para impedir o procedimento de aborto legal em uma criança de 10 anos, que foi estuprada por seu tio. O grupo gritava “assassina” ao se referir à menina que veio do estado do Espírito Santo, para realizar a interrupção da gravidez em Pernambuco, no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), unidade hospitalar de referência nesse tipo de atendimento.

O casal que está de olho em prefeituras da RMR, já posou para fotos ao lado de conhecidos líderes evangélicos do estado, como por exemplo, o pastor Aílton José Alves, presidente da Assembleia de Deus Pernambuco.

Durante uma visita de Bolsonaro ao Recife na campanha eleitoral do ano passado, Pastor Aílton, ao lado da sua esposa, Judite Alves, declarou apoio à reeleição do ex-presidente, mesmo ciente das polêmicas envolvendo o nome do então gestor no segundo turno. “No dia 30, vote 22. Eu estarei votando também. Vote por Deus, pátria, família, liberdade e pela Igreja do Senhor Jesus”, disse o pastor.

Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Bolsonaristas de olho em Olinda e Ipojuca

Em Olinda, a líder do PL Mulher Pernambuco, Izabel Urquiza (PL-PE), poderá disputar a prefeitura. Izabel foi candidata a vice-governadora na chapa encabeçada por Anderson Ferreira nas eleições de 2022. Os dois terminaram em terceiro lugar, atrás da adversária Marília Arraes (Solidariedade), e da atual governadora, Raquel Lyra (PSDB). No município, a chapa bolsonarista obteve 26,61% dos votos, sendo a mais votada no primeiro turno. Devido ao ótimo resultado, Urquiza passou a ter seu nome credenciado para as eleições em Olinda no próximo ano. Porém, é necessário lembrar, que ela já disputou duas vezes a prefeitura, e nas duas ocasiões, perdeu no primeiro turno.

Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Outro município que o bolsonarismo quer protagonismo, é Ipojuca. O deputado estadual, Pastor Cleiton Collins (PP-PE), anunciou aos seus aliados que será candidato a prefeito da cidade em 2024. O evangélico ainda afirmou que irá se reunir com o presidente estadual da legenda, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP).

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