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Nos próximos dias, o governo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva deverá anunciar um "revogaço" de uma série de medidas adotadas na área ambiental pela gestão de Jair Bolsonaro, disse a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira em entrevista à Rádio Eldorado. Segundo ela, copresidente do Painel de Recursos Naturais da ONU, e que faz parte do grupo que trata do tema na equipe do presidente eleito, o trabalho "detectou muitos retrocessos". "É sem precedentes do ponto de vista ambiental o desmonte das instituições públicas e isso está bem registrado no crescente desmatamento da Amazônia e do Cerrado", disse.

Izabella, que ocupou a pasta do Meio Ambiente durante as gestões Lula e Dilma Rousseff, é cotada para assumir novamente o ministério. Segundo ela, as revogações em série devem mirar regulamentos assinados pela atual gestão "para tornar a gestão pública ambiental inoperante". Ela diz que será preciso investir na recomposição dos quadros dos órgãos de fiscalização e instaurar uma política de enfrentamento ao crime organizado no desmatamento.

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O governo Bolsonaro é criticado no Brasil e no exterior por desmontar os órgãos de combate e fiscalização, sucessivos recordes negativos de desmate e ilegalidades como o garimpo clandestino. Os dados mais recentes sobre o desmatamento no Cerrado, por exemplo, apontam crescimento de 25,29% neste ano em relação ao valor apurado em 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ao todo foram 10.688,73 km² perdidos de vegetação, entre agosto de 2021 e julho de 2022, período analisado pelo sistema.

Segundo Izabella, isso é reflexo de uma série de medidas adotadas pela atual gestão. Agora, devem ser alvo do "revogaço" não apenas medidas do governo federal, mas também decretos e atos infralegais que envolvem ministros e presidentes de autarquias. "É impressionante a quantidade de normas que determinam hoje esse retrocesso", diz Izabella. A revisão dessas normas, afirma, obedecerá regras de clareza e segurança jurídica "para quem investe e quer trabalhar seriamente no Brasil".

"O revogaço não vai apenas mostrar os retrocessos e malfeitos, vai mostrar também que caminhos deverão ser propostos para que se estabeleça uma nova relação da sociedade com o Estado, uma relação mais transparente, e com segurança jurídica, que nos permita atuar com robustez e, mais do que isso, como sociedade sem retrocessos no futuro", afirma a ex-ministra.

Durante a entrevista à Rádio Eldorado, ela lembrou que é preciso investir em um modelo de desenvolvimento que alie o meio ambiente às práticas agrícolas mais avançadas e responsáveis, adotadas por grande parte do setor.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, chefe da delegação do Brasil na 21ª Conferência do Clima (COP21), comemorou o texto final do Acordo de Paris. "O País está muito satisfeito com o acordo, que reflete as visões que o governo defendeu", disse ela, citando pontos sobre o limite de aumento da temperatura até 2100 e a decisão sobre os recursos financeiros de US$ 100 bilhões. "É tudo o que o Brasil defendeu. Nós chegamos com uma INDC forte, e roubamos a cena", afirmou.

Segundo Izabella Teixeira, a proposta de convergência de objetivos de países desenvolvidos e em desenvolvimento no longo prazo, apresentada pelo governo brasileiro, também é uma das conquistas do acordo. "Estamos muito satisfeitos. Vamos para nova fase de clima finalmente."

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Izabella destacou a importância que o documento dá para que as emissões de carbono sejam balanceadas por sumidouros do gás a partir da metade do século, o que levaria a emissões líquidas zero. "Esse papel de sumidouro é o que queremos nos tornar com a meta de reflorestamento e recuperação de pastagens. Com isso viramos um player para a solução."

Sobre a revisão da meta brasileira, disse: "Esperamos que em 2025 quem estiver cuidando do assunto seja mais ambicioso do que eu fui."

Um dos mais importantes negociadores da COP-21, a delegação do Brasil demonstrou satisfação ontem com o projeto do Acordo de Paris, que servirá como novo marco legal internacional da luta contra as mudanças climáticas.

"O texto melhorou muito em relação ao que estava na mesa anteriormente. Ainda há questões que precisam ser sintonizadas, mas sinaliza claramente caminhos de convergência, o que o anterior não tinha", disse ao Estado Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente e coordenadora de um dos quatro grupos de mediação, sobre o tema da "diferenciação" das responsabilidades entre países ricos e pobres. "Com todas as sinalizações políticas que tive ontem (anteontem), estamos todos mais otimistas em relação às possibilidades de um texto de convergência."

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Sobre a controvérsia em relação à retirada de metas de longo prazo, Izabella Teixeira não fez terra arrasada. "Negociação é convergência", ponderou. "Eu não acredito em um acordo em Paris sem os Estados Unidos, a China, a União Europeia. Temos de atender quais são suas condições."

O projeto de acordo também prevê que o volume de recursos de países desenvolvidos para nações em desenvolvimento para financiar ações de adaptação e mitigação das mudanças climáticas deve ficar em US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020, quando o Acordo de Paris entrará em vigor.

Por outro lado, não há informações sobre como esses recursos - cujo montante é reconhecidamente insuficiente - serão reajustados ao longo dos anos. Outro consenso no projeto de texto foi a fixação de 2018 como o ano do primeiro balanço das metas voluntárias nacionais de redução de emissões (INDCs). A primeira revisão obrigatória dos objetivos, por outro lado, só aconteceria em 2023, e a partir de então as reanálises ocorreriam a cada cinco anos.

Alta ambição

Em um dia repleto de negociações nos bastidores em Le Bourget, um dos anúncios mais relevantes do dia foi a entrada do Brasil na "Coalizão de Alta Ambição", um grupo de mais de cem países que pede um compromisso em torno de alguns pontos específicos, como o limite de 1,5ºC para o aquecimento global até 2100. Após o anúncio, Emma Ruby-Sachs, diretora executiva da organização não governamental Azaaz, aproveitou para pressionar o Brasil por metas mais ambiciosas. "A decisão do Brasil de se juntar ao bloco adiciona uma das maiores economias emergentes à lista de países, aumentando a expectativa de que Paris entregará um acordo para passar o mundo de fontes de energia sujas a energias 100% limpas."

Fora da coalizão, o governo da China não perdeu a oportunidade de ironizar a importância do grupo - que não tem influência direta nas negociações. "Isso é encenação de alguns países-membros", disse o vice-chanceler chinês, Li Zhenmin. "Nós também estamos comprometidos. Não importa se um país faz parte do grupo ou não."

O impacto da lama que desceu o Rio Doce e chegou ao mar do norte do Espírito Santo é "muito expressivo" e precisa continuar a ser monitorado "em tempo real". Essa é a prioridade no momento, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que fez um sobrevoo na foz do rio na tarde de segunda-feira (23) no município de Linhares, com o governador capixaba Paulo Hartung (PMDB). Ela determinou que esse monitoramento continue a ser feito por pelo menos mais 90 a 120 dias.

"O acidente não acabou", repetiu a ministra. Ela lembrou que muita lama está retida rio acima, e que a temporada de chuvas está apenas começando, o que significa que muito sedimentos ainda vão escoar para o mar. "Só quando terminar o período de chuvas eu poderei ter uma avaliação concreta do fim do acidente e das medidas efetivas que precisam ser tomadas, além das emergenciais, para a restauração do Rio Doce."

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"A emergência ainda está em curso", reforçou o governador. O rompimento da barragem da empresa Samarco em Mariana (MG) no dia 5 deixou 8 mortos - identificados - e 11 desaparecidos. Outros quatro corpos não foram ainda identificados.

De acordo com a ministra e com o governador, outra prioridade indicada foi a de aumentar os esforços de levar informações sobre o acidente às populações ribeirinhas, especialmente relacionadas à qualidade da água - que, segundo as análises iniciais, não é própria para consumo humano direto, mas não é tóxica. "Tem muita gente afobada, muito desencontro de informações", disse Izabella. "As pessoas estão nervosas, estão inquietas, abaladas; e têm de estar abaladas mesmo, porque o acidente é grave."

A onda de lama lançada no ambiente pelo rompimento da barragem de rejeitos da empresa Samarco percorreu 650 quilômetros - quase toda a extensão do Rio Doce -, até chegar ao mar, no último fim de semana, formando uma grande mancha de água marrom no oceano.

A previsão feita por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) na semana passada era de que a mancha de lama mais grossa impactaria uma área de 9 quilômetros de costa - incluindo parte da Reserva Biológica de Comboios, que protege uma praia usada para desova de tartarugas ameaçadas de extinção.

"Infelizmente, não há nada mais que se possa fazer para impedir a lama de chegar no mar", disse o chefe da reserva biológica, Antônio de Pádua Almeida. "Mas rio acima, sim", completou, chamando atenção para a necessidade de reduzir a quantidade de lama acumulada nas cabeceiras. Até ontem, não havia sido detectada nenhuma tartaruga afetada pela lama.

Com base no que viu nesta segunda-feira, Izabella disse que a projeção por enquanto está correta, com a mancha mais espessa concentrada numa área de aproximadamente dez quilômetros ao longo da costa. Havia relatos de extensões maiores, mas que, segundo ela, referem-se a uma pluma de sedimentos mais finos, que tendem a se dispersar mais superficialmente. "O monitoramento está sendo feito; se vai ampliar a mancha, nós vamos saber", disse a ministra, repetindo que não há previsão de que os sedimentos cheguem ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos, na Bahia.

Toneladas

Ao longo da calha principal do Rio Doce, peixes mortos continuam a aparecer, principalmente nos trechos mais próximos a Minas, que foram afetados há mais tempo. Há relatos de que 8 toneladas de peixes mortos já foram recolhidas. Perto da foz do Rio Doce, ainda não havia mortandade generalizada, mas pesquisadores acreditam ser apenas uma questão de tempo, pois a concentração de sedimentos na água é tão grande que "entope" as brânquias dos animais, além de exterminar o plâncton, crustáceos e outros organismos que servem de alimento para eles.

O pesquisador José Augusto Senhorini, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta-ICMBio), disse que pode haver um intervalo de vários dias entre a chegada da lama e a morte dos peixes - eles levam de dois a três dias para boiar.

Na segunda-feira, durante sobrevoo, foi constatado que há um grande reservatório de água na Represa de Aimorés, na divisa de Minas com o Espírito Santo, que não foi contaminado pela lama e está cheio de peixes. Ele poderá servir de reservatório de vida para repovoamento do rio mais adiante.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A quatro meses da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Paris - que deve estabelecer um novo acordo de redução das emissões válido para todos os países -, o Brasil diz que deve apresentar "em breve" sua contribuição para o acordo de Paris. A estimativa não muito precisa foi feita pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na semana passada. Em evento na Fiesp em São Paulo, ela disse que a meta está sendo consolidada após ela ter feito "interlocuções com vários setores" da sociedade.

O prazo final estabelecido pela Convenção do Clima da ONU para o recebimento das chamadas INDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida, na sigla em inglês) é 1.º de outubro.

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Mas é possível que o anúncio seja feito antes disso, provavelmente logo depois da visita da premiê Angela Merkel ao Brasil, que ocorre em 19 e 20 deste mês. A própria Izabella admitiu essa possibilidade. "Em breve, provavelmente depois da Merkel", disse ao jornal "O Estado de S. Palo".

Por enquanto, as únicas pistas do que deve ter na meta brasileira foram as intenções apresentadas por Dilma em visita a Obama. Ela afirmou que o País se compromete a zerar o desmatamento ilegal e a recuperar 12 milhões de hectares de cobertura vegetal prometidas. Ambas as promessas foram feitas para 2030. Historicamente, o desmatamento foi o principal emissor de gases de efeito estufa no Brasil. Com a queda da perda da Amazônia nos últimos anos, os setores de energia e agricultura têm assumido a liderança. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, garantiu nesta sexta-feira, 30, não haver nenhum conflito entre obras de integração de reservatórios de água no Estado de São Paulo e a disponibilidade para água para a geração de energia elétrica. "Todas as medidas discutidas entre o governo federal e o governo paulista foram equacionadas com o setor elétrico", afirmou.

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, argumentou que o reservatório de Paraibuna, por exemplo, seria responsável pela geração de 83 megawatts (MW) e toda a sua bacia geraria cerca de 200 MW, enquanto a capacidade de geração do País seria de 130 mil MW. "O impacto dos reservatórios interligados na geração de energia nacional é muito pequeno", completou. Ambos participaram, na tarde desta sexta-feira, de reunião com o governador paulista, Geraldo Alckmin, e a presidente Dilma Rousseff, para discutir a crise hídrica por que passa o Estado de São Paulo.

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A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou no início da noite desta sexta-feira (23) que o governo federal dará total apoio aos governos estaduais na tentativa de resolução da crise hídrica. Segundo ela, o governo adotará medidas técnicas e dará apoio financeiro às obras emergenciais.

"Não teremos limites de esforços no apoio para assegurar abastecimento de água", afirmou a ministra. A fala dela ocorreu ao fim de uma reunião entre ministros coordenada pela Casa Civil na tarde desta sexta.

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Segundo Izabella, o governo federal tem acompanhado a situação não apenas no Sudeste, mas no Brasil inteiro, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde o quadro é mais complexo. "Temos trabalhado em parceria com os Estados, não só com medidas técnicas, mas também com apoio financeiro para obras emergenciais", disse.

Ela afirmou ainda que a presidente Dilma Rousseff autorizou obras para assegurar o abastecimento de água. "É um momento sensível e complexo e precisamos da colaboração de todos", disse ao pedir que o brasileiro economize água e energia. A despeito desse pedido, ela negou que a reunião ministerial comandada pela Casa Civil tenha tratado de energia.

Ao discursar como representante do Brasil na 20.ª Conferência das Partes sobre Mudança Climática (COP-20), em Lima, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, se contrapôs às demandas dos EUA e da União Europeia em favor de obrigações mais flexíveis no futuro acordo para conter o aquecimento. Izabella acentuou ser "absolutamente essencial" manter a diferenciação entre esses países, dos quais se espera compromissos mais ambiciosos, e as nações em desenvolvimento. O contrário, insistiu ela, seria "injusto".

Seu discurso reafirmou os princípios brasileiros para a negociação do acordo que, em tese, poderá evitar o aumento de temperatura do planeta superior a 2ºC até o final do século. Segundo a ministra, o acordo, a ser fechado em Paris em novembro de 2015, deve abarcar também compromissos de adaptação às mudanças climáticas e aos meios de financiamento e de cooperação dos mais desenvolvidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, alertou nesta quarta-feira (20) para a baixa reserva de água no país, lembrando a situação vivida no início desta semana pelos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e Minas Gerais em relação ao abastecimento do Rio Paraíba do Sul.

Izabella disse que o país precisa discutir a questão. “Se você tirar todos os reservatórios de energia elétrica do país, sobra muito pouco para o abastecimento. Temos que discutir a reservação e também a estrutura de redundância.” Ela citou o próprio Rio de Janeiro, explicando que o estado tem “forte dependência” do Rio Paraíba do Sul por ter pouca reservação. A estrutura de redundância citada pela ministra trata da existência de sistemas auxiliares de estrutura hídrica que podem suprir eventuais falhas no sistema principal.

“Se não chover em determinada região, seria possível deslocar água de outras áreas para atender àquela região. Segurança hídrica é garantir que se oferecerá água em situações de estresse”, explicou a ministra, após o lançamento do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), em Brasília.

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O PNSH vai ao encontro dos problemas enfrentados pela Região Sudeste nos últimos dias. O objetivo é diagnosticar quais áreas de gestão e de infraestrutura do setor devem sofrer alterações para que não haja escassez no fornecimento de água a partir dos próximos anos.

De acordo com o  diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o PNSH vem para garantir o abastecimento de água para a população, independentemente da ocorrência de chuvas no país. O trabalho da agência nesse cenário é planejar as mudanças que serão executadas pelos estados ou pelo governo federal em uma etapa posterior.

 

O plano é resultado de uma parceria entre a ANA, o Ministério da Integração Nacional e o Banco Mundial, no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor Água. O PNSH tem prazo até 2020 para identificar as necessidades do setor de recursos hídricos e até 2035 para realizar as intervenções necessárias em barragens, sistemas adutores, canais e eixos de integração. A meta é que as obras identificadas pelo plano sejam realizadas, primordialmente, pelo Ministério da Integração Nacional e seus parceiros nos estados e em âmbito federal.

A falta de integração entre o planejamento ambiental e o de setores como o elétrico tende a criar problemas estratégicos ao País, disse nesta terça-feira, 29, a ministra do Meio Ambiente, . A crítica foi à falta de arranjos institucionais para promover um debate amplo, restringindo as discussões ao âmbito do licenciamento ambiental.

"É necessário que planejamentos setoriais dialoguem com o planejamento ambiental, que pensa nas relações de causa e efeito antes do projeto. O licenciamento olha apenas para o projeto", disse a ministra, após participar de um seminário sobre energias renováveis realizado pela Coppe/UFRJ, no Rio. "Ou a gente casa ou vai brigar para o resto da vida. Eu prefiro casamento litigioso, com algumas discussões para apimentar a relação", brincou.

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Hoje, disse ela, mais de 70% das questões envolvidas no licenciamento são sociais e não ecológicas. Izabella mencionou o caso de Parecis, no Mato Grosso, área estratégica para a recarga do aquífero que dá sustentação à Bacia dos Tapajós. As discussões se concentram hoje sobre o projeto da hidrelétrica de Tapajós, em fase de licenciamento. Segundo a ministra, a área de nascentes está sendo pressionada por autorizações para a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) "sem os devidos cuidados ambientais". A avaliação é que em algum momento vão aparecer problemas para a região, forte produtora de soja, ouro e de riquíssima biodiversidade.

"Não sou contra que se tenha PCHs mas tem que se observar seu impacto cumulativo na capacidade de recarga do Aquífero Parecis", disse a ministra. Izabella defendeu que o Brasil debata, sem preconceito, a importância da reservação (uso de reservatórios em hidrelétricas) em face das vulnerabilidades geradas por incertezas climáticas e inundações para os próximos anos. E defendeu que o Meio Ambiente não atue com base em "achismos", mas em dados técnicos.

A ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, disse nesta quarta-feira (27) que o governo vai intensificar as ações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, que teve um aumento de 28% este ano. Segundo ela, em 2014, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) vai usar imagens de satélites que vão enxergar desmatamentos de até três hectares, o equivalente a três campos de futebol. Atualmente, o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) detecta devastações acima de 25 hectares.

A ministra também adiantou que o Inpe vai usar novas tecnologias por radar que “enxergam por meio das nuvens e abaixo do dossel das árvores”. “Vamos pegar o desmatamento da exploração seletiva das árvores”, disse Izabella, durante a abertura da 112ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Atualmente, o monitoramento por imagens de satélite do desmatamento e da degradação da Floresta Amazônica é dificultado pela cobertura de nuvens e o corte seletivo de madeira é de difícil detecção.

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Para intensificar o trabalho de fiscalização, a ministra informou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está estudando o uso de drones (aviões não tripulados) para acabar com o crime ambiental na Amazônia.

Izabella ressaltou que vai ampliar o número de municípios na lista de desmatadores. “Vamos endurecer as restrições. Não aceito que um município saia da lista e no ano seguinte apresente desmatamento ilegal quase como uma provocação”, disse. Hoje, existem 41 municípios na lista dos que mais desmatam na Amazônia que têm restrição a crédito do governo federal.

Entre agosto de 2012 e julho de 2013, foram desmatados 5.843 quilômetros quadrados do bioma amazônico segundo as imagens do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes), do Inpe.  No período anterior, foram registrados 4.571 quilômetros quadrados de desflorestamento. Entre os estados que mais desmataram estão Mato Grosso (52%) e Roraima (49%). Quando o cálculo é feito em quilômetros, os estados que lideram o ranking de desmatamento são o Pará, com 2.379 quilômetros quadrados, e Mato Grosso, com 1.149 quilômetros quadrados.

Depois de quatro anos consecutivos de queda, o desmatamento na Amazônia Legal voltou a subir. Entre agosto de 2012 e julho deste ano, foram identificados 5.843 quilômetros quadrados de mata derrubada, 28% a mais do que havia sido registrado no período anterior. "Essa não é a única má notícia", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao comentar os dados, captados pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônia por Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Prodes-Inpe).

O sistema identificou um aumento na extensão das áreas derrubadas sobretudo no Estado do Pará. Ali, informou, há registros de desmatamentos acima de mil hectares, um fenômeno que estava em queda. Contudo, Izabella observou que, embora os números sejam muitos significativos, o dado oficial, repassado pelo governo local, foi de desmate de apenas 2 quilômetros quadrados. O dado está 37% a mais do que havia sido identificado no período anterior. O aumento nas taxas coincide com a entrada em vigor do novo Código Florestal.

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Izabella, no entanto, garantiu não haver relação entre os dois fatos. "Considero irresponsáveis tais afirmações", rebateu. Ela argumentou que o novo texto traz segurança jurídica e instrumentos importantes de controle, como o Cadastro Ambiental Rural. "Se tem gente apostando em impunidade é outra coisa", completou.

A ministra atribuiu o aumento do desmatamento no Estado à grilagem, ao garimpo e a mudanças nos limites de fronteira de terra indígena localizada nas proximidades da BR-163. No Estado, completou, há quase 3 mil garimpos ilegais. Ela descartou relação entre o aumento e a instalação de usinas, como Belo Monte e Tapajós. No entanto, no relatório deste ano, Altamira aparece como uma das regiões de destaque por causa do desmatamento.

Critérios - Ela cobrou maior engajamento dos Estados e marcou, para a próxima sexta (22), uma reunião com secretários estaduais para discussão do assunto. Entre os temas da reunião está a revisão dos critérios de monitoramento.

Para ela, o crescimento está ligado a outro fator: "É bandalha. É crime organizado, tem alguém acobertando." Ela disse estranhar, por exemplo, o fato de governos locais não identificarem atividades de desmatamento em grandes áreas. "Como um governador não vê que estão desmatando mil hectares? Como ninguém vê se isso acontece ao lado do aeroporto?"

Fiscalização -A ministra garantiu também não ter havido redução dos recursos para fiscalização que, neste ano, disse, giram em torno de R$ 50 milhões. "Nego e desafio alguém a mostrar que houve retirada de financiamento", disse. E citou o fato de terem sido abertos no período quase 4 mil inquéritos para apurar atividades irregulares. "Esse número não é à toa."

Izabella classificou como "lamentável" os dados do Prodes deste ano, mas disse estar comprometida em reverter essa tendência. Ela observou que, apesar da retomada do desmate, este foi o segundo menor índice registrado, desde que o sistema foi instalado, em 1988.

Além do Pará, Izabella destacou o desempenho negativo do Mato Grosso, que registrou no período 1.149 quilômetros quadrados de mata derrubada. Um índice 52% maior do que o no período 2011-2012. Apenas três estados, dos nove cobertos, apenas três apresentaram queda no desmatamento: Acre, com redução de 35%. Amapá, com recuo de 59% e Tocantins que, este ano, apresentou uma área desmatada 17% menor do que a do ano passado.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, atuou formalmente para que a Advocacia-Geral da União (AGU) revisse parecer que contrariava interesses do ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM). Em ofício enviado em 15 de fevereiro de 2012 ao chefe da pasta, Luís Inácio Adams, ela pediu que fosse solucionada divergência entre o órgão e o Ibama sobre a possibilidade de desmatar trecho de mata atlântica para instalar o Terminal Brites, da empresa Santa Rita Terminais Portuários, no Porto de Santos.

De acordo com a Operação Porto Seguro, o grupo ligado ao ex-senador tinha interesse na condução do caso, que poderia servir de precedente em processo no qual pleiteava a instalação de outro terminal na região, o da Ilha de Bagres, também com corte de vegetação. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, afirmou que a ministra tratou do assunto com Adams e fez pressão para que a AGU mudasse seu entendimento.

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Assinado pelo procurador-geral federal substituto, Antônio Roberto Basso, o primeiro parecer da AGU, de dezembro de 2011, vedava a possibilidade de desmatamento, embora a Lei 11.428 admita, como exceção, o corte em locais destinados a empreendimentos de interesse e utilidade pública. Provocada pelo Ibama, Izabella pediu a Adams, por meio de ofício, "análise conclusiva" do caso, já que o entendimento da AGU se chocava com o do Ibama. Numa nova avaliação, de 7 de março deste ano, o procurador-geral federal, Marcelo Siqueira, alinhou-se ao entendimento do órgão ambiental, tornando sem efeito o parecer anterior. A nova análise foi aprovada por Adams no dia em que foi concluída por Siqueira. Na mesma data, o procurador-geral recebeu em audiência representantes da empresa Santa Rita.

A AGU sustentou ontem que o parecer emitido "decorreu de seu convencimento técnico sobre o tema, não tendo havido qualquer ingerência". O Ministério do Meio Ambiente disse que Vieira tenta desqualificar a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a própria pasta sem respaldo em fatos. Já Izabella sustenta nunca ter se encontrado com emissários do ex-senador Gilberto Miranda e tratado do projeto de Bagres com Adams ou Siqueira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A Polícia Federal nega ter protegido a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, nas investigações da Operação Porto Seguro, como disse ao jornal O Estado de S. Paulo o ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira. Em nota, a PF afirma que "não foi verificada qualquer relação da ministra com os crimes investigados na aludida operação, nem mesmo de forma tangencial".

O texto diz que os investigadores atuam "em estrita conformidade com as leis brasileiras, o que afasta de forma peremptória qualquer ação de perseguição ou proteção a autoridades públicas ou cidadãos brasileiros". A nota foi redigida a pedido do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

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O Ministério Público Federal não se manifestou sobre as acusações de Vieira e afirmou que só conversará com sua defesa "por escrito e no processo, para garantir o contraditório". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Um dos interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta segunda-feira (17) que não merecem "credibilidade" as denúncias feitas contra a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, pelo ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira. Vieira é apontado como chefe de quadrilha que corrompia servidores de órgãos federais para compra de pareceres técnicos.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada nesta segunda, Paulo Vieira acusa o Ministério Público Federal e a Polícia Federal de "blindarem a ministra Izabella Teixeira", do Meio Ambiente. Ele afirma que a ministra fez "pressão" para que fosse aprovado projeto de interesse do ex-senador Gilberto Miranda, denunciado por corrupção ativa.

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"Não dá para dar credibilidade a essas denúncias (feitas por Vieira). De fato, não dá. O que dá (para dar credibilidade) está nos autos da PF, que age com a autonomia de sempre", disse Gilberto Carvalho a jornalistas, antes de evento no Itamaraty de entrega do Prêmio Direitos Humanos.

Procurada nesse domingo (16) à noite pelo Estado, logo após Paulo Vieira conceder a entrevista, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou não ter tratado do projeto da Ilha de Bagres, de Gilberto Miranda, nem com o ex-senador acusado pela Operação Porto Seguro nem com Luís Inácio Adams, chefe da Advocacia-Geral da União (AGU).

"Não trato de projetos específicos. Quando me dirijo à AGU, o faço formalmente com consultas referentes a questionamentos por parte do órgãos vinculados do ministério sobre entendimentos jurídicos de aplicação de normas ambientais."

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"O processo de licenciamento seguiu os ritos legais e técnicos. Desconheço qualquer informação que comprometa tecnicamente e procedimentalmente a análise e tomada de decisão", completou a ministra. "O Ibama já prestou informações ao Ministério Público sobre o licenciamento".As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, elevou na quarta-feira (05) o tom de cobrança para os demais ministros presentes na Conferência do Clima das Nações Unidas, que é realizado em Doha (no Catar) até o final da semana. Em uma rodada informal convocada pela presidência da COP para tratar de ambição, ela pediu investimento dos países desenvolvidos e transparência no que estão fazendo.

"Os meios de implementação para os países em desenvolvimento são cruciais. Eles estão enfrentando mudanças climáticas essencialmente com seus próprios recursos e não deveriam ser colocados na situação de ter de escolher entre lidar com o clima ou com outros desafios econômicos e sociais críticos", disse. Por outro lado, complementou, "os meios de implementação dos países desenvolvidos para cumprir seus próprios compromissos (de reduzir e doar) e esforços nacionais também não estão claros."

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Logo depois, em plenária aberta aos participantes, solicitou que os países aprovassem o segundo período do Protocolo de Kyoto, que disse ser a principal tarefa desta COP. "É o nosso maior trunfo para garantir um forte regime contra as mudanças climáticas. É o que vai garantir a continuidade de um sistema multilateral, baseado em regras que asseguram a integridade ambiental de mitigação dos países desenvolvidos sob o protocolo", disse.

Em discurso de oito minutos, Izabella tentou mostrar os esforços que o Brasil vem fazendo para atingir a meta de reduzir as emissões em pelo menos 36% em relação a um cenário tendencial projetado para as emissões em 2020. Destacou a redução do desmatamento de 83% desde 2004 e outras ações relativas à proteção da floresta. Mas reafirmou que, apesar das ações domésticas, é preciso vir dinheiro de fora para manter os projetos de mitigação e adaptação.

"Esse esforço nacional não elimina nem minimiza a necessidade de que a fonte dos financiamentos que apoiam as ações de países em desenvolvimento na área de mudança climática sejam os mecanismos de ajuda oficiais de países desenvolvidos", disse.

Custo

Para reduzir ainda mais a taxa de desmatamento e mantê-la baixa é preciso investir no desenvolvimento sustentável da região. "Cumprir as metas voluntárias, sair do ‘business as usual’, tem custo. É preciso ter meios de implementação para fazer e manter essa redução", disse depois, a jornalistas brasileiros. "Tem havido uma inversão da pauta. Os países desenvolvidos deveriam estar liderando, mas são os em desenvolvimento que estão." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Brasília – Com um tom tranquilizador, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, garantiu que o processo de regularização dos produtores rurais, nos moldes estabelecidos pelo novo Código Florestal, será feito com serenidade e informação. “Teremos uma gestão de muito tranquilidade, [os produtores] não precisam sair afobados. Todos serão informados”, disse nesta sexta-feira (9), durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência em parceria com a EBC Serviços.

O primeiro passo da regularização que prevê, por exemplo, a recuperação de áreas degradadas dentro de imóveis rurais será o diagnóstico das propriedades instaladas nos campos do país. A partir do mapeamento das áreas, o governo poderá definir quais serão as medidas necessárias em cada região.

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Ainda hoje (9), pela manhã, Izabella Teixeira vai autorizar a aquisição das imagens de satélite em alta resolução, que serão usadas como base de informação para o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Segundo informações da assessoria do ministério, o contrato custou R$ 28,9 milhões e vai garantir gratuidade aos produtores que serão obrigados a aderir ao CAR. A expectativa do governo é que com essas imagens seja possível começar o cadastramento dos mais de 5 milhões de imóveis rurais.

“O país terá imagens de todos os estados e municípios para que cada produtor possa fazer seu cadastro gratuitamente e, a partir daí, os órgãos estaduais, municipais e a União vão avaliar a situação e propor as medidas de recuperação”, explicou, ao reforçar que tudo será feito com “muita calma” e acompanhado de campanhas informativas.

De acordo com a ministra, o debate sobre o Código Florestal, que durou 13 anos no Congresso Nacional até a aprovação, não é uma vitória de ruralistas ou ambientalistas. “Há conciliação entre o meio ambiente e a agricultura. Quem teve a vitoria foi o povo brasileiro”, avaliou. Izabella Texeira destacou que o novo regulamento “manda todo mundo recuperar, mas também reconhece as atividades de interesse social, de utilidade publica”.

Durante a entrevista, Izabella Teixeira disse que não interessa ao ministério multar proprietários. Segundo ela, o interesse do governo está voltado à regularização de todos os imóveis. “Prefiro reconhecer as boas praticas e dizer que o Brasil produz alimentos com sustentabilidade e mostrar que é possível ser grande produtor protegendo meio ambiente.”

Ao avaliar os resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que reuniu mais de 100 chefes de Estado e de Governo no Rio de Janeiro, em junho deste ano, a ministra voltou a celebrar os resultados das negociações. Segundo ela, a condução dos debates pela delegação brasileira é reconhecida pelas Nações Unidas por ter elevado o debate sobre o tema. “Não estamos só falando de geração de PIB [Produto Interno Bruto], mas de erradicação de pobreza associada a uma visão de economia verde, que vai buscar o uso mais sustentável dos recursos naturais, mas também inclusão social.”

Na avaliação de Izabella Teixeira, os resultados políticos da Rio+20 foram alcançados. A ministra ainda lembrou que os movimentos críticos ao documento final, já reconhecem que os compromissos firmados pelos países negociadores foram os possíveis. “É um ponto de partida e acho que todos os países podem fazer mais do que o que está no documento.”

Macapá (Amapá) – O Brasil é o país que mais reduz o desmatamento e as emissões de carbono no planeta. Ao destacar a posição de liderança do governo brasileiro nas metas previstas em acordos internacionais de mudanças do clima, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o país não tem recebido a compensação devida por esses avanços.

“O Brasil está fazendo muito sem ter o retorno que poderia ter. O Fundo da Amazônia só tem doação, até hoje, da Noruega, da Alemanha e da Petrobras, uma empresa brasileira que aloca recursos na Amazônia. Cadê os outros doadores? Nós estamos reduzindo o desmatamento. A contribuição brasileira continua”, acrescentou a ministra, que participou em Macapá do 3º Congresso Nacional das Populações Extrativistas.

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Pelos números do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o desmatamento illegal na região caiu de 29 mil quilômetros quadrados (km²) em 2004 – ano em que foi registrada a maior degradação na região - para 6,4 mil km² em 2012. Este mês, o MMA deve divulgar mais uma redução da área degradada.

A expectativa de países em desenvolvimento e nações mais pobres é que o tema volte a ser debatido durante a 18ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP18), quando as nações menos desenvolvidas esperam avançar na elaboração da segunda etapa do Protocolo de Quioto – que estabelece as metas de redução de emissões de gás de efeito estufa para os países desenvolvidos. A COP18 começa no fim deste mês e vai até o início de dezembro, em Doha, no Catar, com a participação de representantes de 190 países.

Apesar de endossar a aposta, a ministra não acredita em uma definição sobre o cálculo das emissões de carbono e as compensações. “O Brasil trabalha enquanto os ricos países desenvolvidos emitem? Isso vai aparecer no debate sobre a segunda rodada de compromissos do Protocolo de Quioto, mas vai ser definido de 2013 a 2015”, disse, referindo-se ao período que vai anteceder o novo Acordo-Quadro sobre Mudanças do Clima entre os países signatários da Convenção das Nações Unidas.

As estratégias brasileiras para manter o ritmo de redução de emissões têm sido estudadas por representantes do Ministério da Fazenda e do MMA. A definição de políticas de mudanças do clima também está na pauta de discussões do Congresso Nacional.

Ainda que o Brasil defina compromissos internamente, a questão precisa ter uma regulamentação internacional, assim como a definição do Redd – sigla que define a Redução das Emissões Geradas com Desmatamento e Degradação Florestal nos Países em Desenvolvimento. O mecanismo, que tem sido o centro das polêmicas nas discussões sobre clima, funcionaria como uma compensação financeira para os países em desenvolvimento ou para comunidades desses países, pela preservação de suas florestas.

Segundo Izabella Teixeira, o Fundo da Amazônia é o único mecanismo de REDD, em prática, que o governo reconhece. O fundo foi criado em 2008 para captar doações para investimentos em prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e para a conservaçao e o uso sustentável das florestas amazônicas.

“O que adianta eu implantar mecanismos que, muitas vezes, depois, não são reconhecidos internacionalmente. Lembro que a conta tem que ser paga pelos países desenvolvidos que não estão reduzindo suas emissões na magnitude que deveriam”, disse, destacando poucas ações positivas como metas definidas por países da União Europeia e de alguns estados norte-americanos.

A ministra acrescentou que o governo brasileiro retomou a negociação de um acordo com os Estados Unidos para estabelecer a segunda fase de cooperação destinada ao monitoramento e combate a incêndios e queimadas, nos moldes da parceria firmada na década de 1990. “Isso envolve o desenvolvimento de tecnologias para o monitoramento de queimadas, treinamento de pessoas no combate a incêndios florestais e a qualificação dos gestores de áreas protegidas no manejo do fogo no Brasil”, explicou.

O acordo também está sendo debatido com especialistas da Universidade de Brasília (UnB) e dos serviços florestais americano e brasileiro. 

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou nesta quarta que a presidente Dilma Rousseff sancionará a lei que cria o novo Código Florestal com nove vetos. O ato de sanção presidencial será publicado nesta quinta (18) no Diário Oficial da União.

Em conversa com jornalistas, no Palácio do Planalto, Izabella destacou que foram vetados os pontos que provocariam "desequilíbrio entre o social e o ambiental". "Esses vetos compreendem todo e qualquer texto que leve a desequilíbrio entre social e ambiental", disse.

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A ministra informou que será publicado um decreto que resgatará a "escadinha", regra que estabelece faixas de recuperação das áreas desmatadas ilegalmente às margens dos rios proporcionalmente ao tamanho do imóvel rural. A lógica é que propriedades maiores têm de recuperar áreas maiores.

O texto aprovado no Congresso reduziu o número de faixas e, com isso, os médios e os grandes proprietários teriam de recuperar áreas menores de vegetação do que o previsto na proposta original enviada pela presidente. Segundo ela, este será o primeiro decreto de um conjunto de normas que deverão ser regulamentadas.

Izabella ainda informou que "foi vetada qualquer situação em relação a monocultura de frutíferas em Áreas de Preservação Permanente (APP)".

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