Tópicos | Joselito Kehrle

A Secretaria de Defesa Social (SDS) mudou a chefia da Polícia Civil de Pernambuco. Após quase três anos, Joselito Kehrle deixou o posto e em seu lugar assumiu o delegado Nehemias Falcão, que estava na função de subchefe desde novembro de 2017. Segundo a SDS, Joselito pediu para deixar a função por "questões pessoais".

Kehrle foi alvo de uma polêmica em fevereiro de 2019 após ser filmado usando uma viatura policial ao deixar a Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, com esposa e filha. Uma investigação foi iniciada na Corregedoria, mas o secretário da SDS, Antônio de Pádua, perdoou o chefe da Polícia Civil levando em conta seu histórico positivo e por não ser reincidente. Desde o ocorrido, a presença de Kehrle nas coletivas de imprensa da polícia, antes tão frequentes, se tornaram raras.

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Joselito Kehrle esteve à frente do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) entre 2009 e 2012, período da maior redução de assassinatos do Programa Pacto pela Vida. Em 2018 e 2019, Pernambuco também registrou queda no número de homicídios.

Nehemias Falcão está na Polícia Civil desde abril de 1998. Ele já atuou como delegado em diversas unidades da Mata Norte e Agreste do Estado, coordenou a Força-Tarefa do DHPP, foi gestor do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente e também diretor Integrado do Interior 1 (Dinter 1). "É um orgulho enorme poder chefiar a instituição a que me dedico há mais de duas décadas e que está indissociada da minha própria vida", disse Falcão em nota.

O novo chefe da Polícia Civil também destacou o combate à Covid-19. "Umas das prioridades é manter seus serviços [da Polícia Civil] e somar forças aos pernambucanos no enfrentamento e superação da pandemia provocada pelo novo Coronavírus", ele acrescentou. Não haverá solenidade para a transmissão de cargo em virtude das recomendações sanitárias.

O quinto suspeito de participar da tentativa de homicídio do jornalista Alexandre Farias em Caruaru, Agreste de Pernambuco, foi identificado como Jefferson Santos da Silva, de 22 anos. Preso nesta terça-feira (19), ele é considerado pela chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, como o mais agressivo do bando.

Jefferson estava escondido na casa de Pedro Guilherme da Silva Filho, de 57 anos, que foi preso por associação criminosa, por ajudar a escondê-lo. Pedro é padrasto de Igor Alves do Nascimento - divulgado inicialmente pelo nome de João Pedro-, de 34 anos, que morreu em confronto com a polícia na segunda-feira (18). 

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Pela tentativa de homicídio do jornalista já foram presos Vagner Santos Figueiredo, de 30 anos; José Raniere de Liveira Simão, 32; e Vitor Luiz Bezerra da Silva, 20. Também foi autuada Ierica Alves do Nascimento, irmã de Igor, por associação criminosa.

"Dos quatro presos [pela tentativa de homicídio], ele é o mais agressivo. Menciona que faz parte do PCC [Primeiro Comando da Capital] e que junto com os demais matou mais de cem pessoas na prisão", destaca Joselito Kehrle. 

Com Jefferson, a polícia apreendeu um revólver e uma pistola. De acordo com Joselito, Jefferson diz que a pistola foi roubada de um policial no Rio Grande do Norte. 

Devido à periculosidade do grupo, a Polícia Civil vai pedir a transferência dos suspeitos para uma unidade de segurança máxima fora do estado. "Dada a vida pregressa, com vasta ficha de antecedentes criminais, com crimes violentos, a sugestão nossa é que sejam retirados daqui", complementa o chefe da Polícia Civil, que considera o caso agora concluído. 

O LeiaJa.com lança, nesta segunda-feira (17), a primeira parte da reportagem “Desconforto”, que discute a situação da segurança pública em Pernambuco. Entre as pessoas entrevistadas estão o ex-secretário de Defesa Social Angelo Gioia, o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle, o comandante geral da Polícia Militar, Vanildo Maranhão, e o professor e sociólogo José Luiz Ratton.

Neste primeiro vídeo, os entrevistados discutem os motivos que fizeram a violência em Pernambuco saltar nos últimos anos, levando a população a viver com a sensação de constante insegurança. Na próxima terça-feira (18), será publicada a segunda e última parte da reportagem, discutindo o que fazer para reverter a situação. 

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Nos quatro meses de funcionamento, a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos de Pernambuco recebe, diariamente, denúncias de estelionato, extorsão, vazamento de imagens, interceptação de mensagens, entre outros crimes praticados através do veículo internet. Em entrevista ao LeiaJá, o chefe da Diretoria Integrada de Polícia Especializada, Joselito Kehrle, que assume interinamente a jurisdição, classifica o balanço do órgão como positivo e alerta. “Quase 100% dos casos que chegam a este distrito são de mulheres desesperadas por causa de imagens íntimas”.

A prática do “sexting” já faz parte da rotina de boa parte dos adultos brasileiros, mais especificamente de 62% desta parcela, segundo estudo encomendado pela McAfee. O termo se refere ao ato de enviar mensagens ou fotos sexualmente explícitas de forma eletrônica, principalmente entre telefones celulares. Para o delegado, o conselho nestes casos é apenas um. “Guardem seus momentos de intimidade nas suas memórias e não recorram a recursos como fotografia e vídeos”, frisa.

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Confira a entrevista:

LeiaJá - Como classifica as vítimas de vazamento de imagens?

Joselito Kehrle - Em quase 100% dos casos de vazamento de imagens íntimas as vítimas são mulheres. Elas chegam para fazer a denúncia bastante deprimidas e às vezes com ruptura dos vínculos familiares, como fim de casamento, por exemplo. Boa parte delas nos procuram quando as imagens já estão na rede. A polícia tenta retirar a maioria do material dos servidores, mas convenhamos que quando estes dados estão na rede não existe a garantia ele não está armazenado em outros computadores.

LJ - Por que as mulheres são o principal alvo?

JK - A maioria das mulheres que chegam para realizar uma denúncia acreditava que suas relações eram para sempre. Existe uma desproporcionalidade entre o excesso de confiança e o bom senso. É neste limite tênue que elas se deixam fotografar e recorrem ao excesso de confiança ao parceiro atual. Infelizmente, quando o relacionamento se encerra, um indivíduo mal intencionado pode fazer o uso do ciclo de comunicação do casal e divulgar estas imagens.

LJ - Além da quebra da honra, que outros perigos estão associados ao vazamento de imagens na internet?

JK - A vítima pode sofrer extorsão, por exemplo. O criminoso com o material íntimo em mãos pode enviar um e-mail à vítima avisando que está em posse das fotos ou vídeos e pedir dinheiro ou favores sexuais em troca, que é o que acontece na maioria dos casos.

LJ - As pessoas têm receio de procurar a delegacia nestes casos?

JK - Não acho que exista receio. No início as pessoas desconheciam nossa forma de atuar. Elas achavam que elas seriam expostas ao procurarem a delegacia, mas a gente trabalha para que a vítima sinta-se segura. Eu sinto uma procura numa escala progressiva.

LJ - Quais os meios utilizados pelos criminosos para conseguirem estes materiais?

JK - Eles podem invadir os dispositivos informáticos como também interceptar e-mails. Muitas pessoas têm a ilusão de que apagando uma foto de um pendrive ou HD, por exemplo, ela nunca mais poderá ser acessada. Acontece que para remover um arquivo totalmente de um dispositivo é preciso que ele seja sobrescrito diversas vezes. Ou seja, o conselho é nunca se utilizar destes recursos para armazenar imagens íntimas. Muitas vítimas também chegam aqui desesperadas porque perderam seus aparelhos ou foram furtadas e possuíam este tipo de material na memória.

LJ - Quando acontece o vazamento, o que fazer?

JK - Quando a vítima sabe quem invadiu ou publicou as imagens é possível procurar a delegacia mais próxima, não sendo necessário buscar especificamente a de Crimes Cibernéticos. Na maioria das vezes trabalhamos com casos onde o crime acontece no meio da internet, mas o usuário não sabe quem é o autor. Nestes casos, basta procurar esta jurisdição.

LJ - Qual a maior dificuldade para identificar estes criminosos?

JK - Geralmente, estamos lutando com a expertise de quem também tem conhecimento em Tecnologia da Informação (TI). Por isso, precisamos ter policiais à altura para investigar este tipo de criminalidade e sempre promovemos capacitações.

LJ - Quais as melhores formas de proteção?

JK - Em primeiro lugar, é preciso que as pessoas guardem seus momentos de intimidade nas suas memórias e não recorram a recursos como fotografias e vídeos. Além disso, aconselhamos o usuário a trocar a senha do seu serviço de e-mail trimestralmente e utilizar códigos que misturem números e letras. Cada vez que a senha é trocada uma barreira é criada.

LJ - Como avalia o trabalho da Delegacia nestes quatro meses de atuação?

JK - O balanço é muito positivo. Sabemos da dificuldade de se identificar os autores do crime, mas os procedimentos estão sendo remetidos à Justiça com indiciamento e, quando há êxito na captura, essas prisões são realizadas. Desde a abertura, temos 60 procedimentos.

LJ - Pernambuco é um dos poucos estados do País que possui uma delegacia especializada em crimes cibernéticos. Como avalia este cenário?

JK - Hoje não há como não investigar os crimes cibernéticos. Do mesmo jeito que a internet nos auxilia, ela também favorece as ações criminosos. Existe uma especialização dos criminosos para o mau uso da tecnologia, assim como existe uma especialização da polícia para investigar estes crimes.

Serviço:

Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos

Endereço: Rua da Aurora, 487 - Boa Vista

Telefone: 3184-3206

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