Tópicos | julho 2015

A taxa de desemprego deu um salto em julho, justamente em um período que costuma apresentar movimentos mais tímidos no mercado de trabalho. O resultado ficou em 7,5% nas seis principais regiões metropolitanas do País, o maior nível para o mês desde 2009, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira, 20. Em julho de 2014, a desocupação era bem menor, de 4,9%. Nunca houve um avanço anual tão intenso em toda a Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em 2002.

A taxa de desocupação costuma crescer no primeiro trimestre, quando trabalhadores temporários contratados para as festas de fim de ano são dispensados. Após março, a tendência de alta é atenuada. "Chama a atenção a aceleração da taxa, que não se interrompeu depois do primeiro trimestre. A taxa não ficou estável, continuou crescendo", afirmou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do órgão.

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A rapidez da deterioração do mercado de trabalho surpreendeu analistas, que esperavam uma taxa de desemprego de, no máximo, 7,3% para o mês. "A taxa de julho mostra o desemprego andando mais rápido do que mostrava o nosso pior cenário", resumiu o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores. "É muito rápido", repetiu ele, que projeta uma taxa de 8% no fim do ano.

Para a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, a crise política é o novo fator que eleva a velocidade das demissões. "Há um processo agudo de elevação das dispensas por parte das empresas em geral e não há uma perspectiva de melhora da economia até 2016, dado que muitos especialistas avaliam que o PIB (Produto Interno Bruto) também cairá, embora menos do que 2015", comentou.

Procura por trabalho

Além das dispensas, há um aumento intenso na procura por emprego. Ao todo, 662 mil pessoas entraram na fila por uma vaga, alta de 56% em relação a julho de 2014, resultado que não encontra precedentes na pesquisa. As demissões, por outro lado, somaram 206 mil no período.

"O que provavelmente está acontecendo é que as pessoas sentem mais necessidade de buscar emprego", explicou Adriana, do IBGE. A queda na renda tem um peso importante nesta decisão. Em julho ante igual mês de 2014, o rendimento médio dos trabalhadores caiu 2,4%, a sexta retração consecutiva nesta comparação.

Essa necessidade parece bater à porta de um número cada vez maior de pessoas. Na terça-feira, 18, uma feira de emprego causou confusão na zona oeste do Rio de Janeiro. Havia oferta de quase dois mil postos, mas mais de 20 mil foram entregar seus currículos para vagas de caixa de supermercado, segurança, auxiliar de escritório, entre outros. O resultado foram filas enormes e um empurra-empurra na abertura dos portões.

Jovens

Os brasileiros entre 18 e 24 anos estão à frente dessa multidão que procura emprego. Até o ano passado, eles podiam se dedicar aos estudos, já que a renda do domicílio era suficiente para bancar as despesas. Agora, o cenário mudou, e eles têm retornado ao mercado para ajudar na renda da família.

"Os jovens estão exercendo uma pressão bastante acentuada no mercado de trabalho. As outras pessoas também, mas eles de maneira mais intensa", disse Adriana.

Além da perda do emprego, o IBGE atentou para a piora na qualidade no mercado de trabalho. Em um ano, 359 mil postos formais foram fechados. Agora, 49,7% dos trabalhadores nas seis principais regiões metropolitanas do País têm carteira assinada no setor privado - o menor porcentual desde dezembro de 2012.

"Se a indústria e os serviços, que têm a carteira assinada como principal vínculo, continuarem demitindo, pode sim haver um processo de equiparação dos indicadores atuais com aqueles de 2009. Seria uma forma de anular aquilo que a gente veio acumulando nos últimos anos", afirmou a técnica do IBGE.

Para o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo, a tendência de aumento do desemprego deve continuar não apenas neste ano, mas também ao longo de 2016. "Talvez a virada do mercado de trabalho fique para 2017. Ano que vem deve ser de piora dos índices (de emprego), embora em ritmo menor do que neste ano", disse. Colaboraram Francisco Carlos de Assis, Gabriela Lara e Ricardo Leopoldo

 

#ET

A taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil ficou em 7,5% em julho, ante 6,9% em junho, segundo dados sem ajuste sazonal da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgados nesta quinta-feira, 20, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do mês passado ficou acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam taxa entre 6,60% e 7,30%, com mediana em 7,00%. A taxa de desemprego em julho é a maior para o mês desde 2009, quando chegou a 8%, e a mais alta desde março de 2010 (7,6%).

A taxa de desemprego em julho, de 7,5%, é a maior desde março de 2010, quando atingiu 7,6%. Considerando apenas os meses de julho, o resultado é o mais elevado desde 2009, quando ficou em 8,0%, apontou o órgão. A série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego começa em março de 2002.

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O rendimento médio real dos trabalhadores, por sua vez, registrou alta de 0,3% em julho ante junho. Já na comparação com julho de 2014, houve recuo de 2,4%. O rendimento médio real do trabalhador, já descontados os efeitos da inflação, foi de R$ 2.170,70 em julho de 2015, segundo o IBGE.

A massa de renda real habitual dos ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País somou R$ 49,9 bilhões em julho, o que significa uma alta de 0,3% em relação a junho. Na comparação com julho de 2014, o montante diminuiu 3,5%.

Já a massa de renda real efetiva dos ocupados totalizou R$ 50,2 bilhões em junho deste ano, alta de 0,2% em relação ao mês de maio. Ante junho de 2014, houve redução de 3,1% na massa de renda efetiva.

A indústria paulista demitiu 30,5 mil trabalhadores em julho (-1,07% ante junho, com ajuste sazonal) e acumula saldo negativo de 92,5 mil cortes em 2015, informou nesta quinta-feira (13) a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O resultado de julho é o pior para o mês na série histórica, iniciada em 2006. Na comparação com julho de 2014, são 205,5 mil vagas a menos, também o pior desempenho da história. O acumulado nos sete primeiros meses do ano também é o mais negativo desde o começo da pesquisa.

Dos 22 setores avaliados pela pesquisa, 17 registraram baixa em seu quadro de funcionários, três registraram contratações e dois ficaram estáveis. A indústria de açúcar e álcool foi responsável por 2.718 demissões em julho, enquanto o restante do setor de transformação fechou 27.782 postos de trabalho. A indústria de veículos automotores demitiu 6.661 funcionários, enquanto o setor de produtos de borracha e de material plástico fechou 3.970 vagas. E o segmento de produtos têxteis registrou 2.389 demissões.

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O setor que mais contratou no mês passado foi o de produtos diversos, que criou 172 vagas no Estado.

"É trágico. O final do ano talvez nos entregue 200 mil empregos a menos que no ano passado", estima Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, responsável pelo levantamento. De acordo com o diretor, "se somarmos os empregos perdidos em 2014 e 2015, são 10 estádios da Copa lotados". Em 2014, a indústria paulista registrou o fechamento de 130 mil postos de trabalho.

O Depecon sonda o emprego em 36 regiões paulistas. Em julho, 31 anotaram demissões, três contrataram e duas se mantiveram estáveis. A região de São Bernardo foi destaque entre as perdas de emprego, com variação negativa de 3,48%, influenciada por baixas nas indústrias de veículos automotores e autopeças (6,85%) e de borracha e plástico (-3,18%). São Caetano também amargou perdas em julho, de 3,02% em meio a demissões também nos setores de veículos automotores e autopeças (-5,82%) e de borracha e plástico (-1,74%). E São João da Boa Vista registrou queda de 2,63%, pressionada pelos segmentos de produtos alimentícios (-3,50%) e máquinas e equipamentos (-4,83%).

Já entre os ganhos, destaque para a região de Osasco, com alta de 0,19%, influenciada por algumas contratações das indústrias de impressão e reprodução (6,37%) e produtos alimentícios (1,90%). Jacareí também registrou contratações. A região anotou crescimento de 0,17% no mercado de trabalho, motivado pelos setores de produtos de metal (3,36%) e de papel e celulose (1,55%). Matão subiu 0,12% em julho, alta impulsionada pelo segmento de produtos alimentícios (0,99%).

A inflação de serviços desacelerou a 0,54% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A principal responsável pelo alívio foi a passagem aérea, que apenas 0,78%, bem menos do que a alta de 29,19% registrada em junho.

Apesar disso, o IPCA de serviços, que tinha ficado em 7,90% em junho, avançou a 8,54% no mês passado. Em julho de 2014, os serviços tiveram uma queda de 0,06%, a primeira da histórica, por conta de uma queda abrupta nos preços de passagens aéreas e hotéis. Com o resultado positivo de julho deste ano, que substituiu a taxa negativa, a inflação em 12 meses voltou a acelerar.

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Os preços monitorados, por sua vez, continuam sendo a maior fonte de pressão para a inflação. Com aumentos na energia elétrica e na taxa de água e esgoto, o índice subiu 1,17% em julho e já acumula alta de 15,99% em 12 meses, segundo o IBGE.

A alta de 0,62% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho foi a maior para o mês desde 2004, quando o avanço foi de 0,91%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 7. Com o resultado, o índice acumula alta de 6,83% nos sete primeiros meses do ano, a maior taxa para o período desde 2003 (6,85%).

Em 12 meses, o IPCA avançou a 9,56%, o maior resultado nesta comparação desde novembro de 2003. Naquele mês, a alta no acumulado em 12 meses era de 11,02%.

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As contas de energia elétrica voltaram a ficar mais caras em julho e foram o principal impacto sobre o IPCA. A alta foi de 4,17%, segundo o IBGE. Além disso, a taxa de água e esgoto e o condomínio mais caros pressionaram o grupo Habitação, que avançou 1,52% em julho.

A tarifa de energia elétrica respondeu por 0,16 ponto porcentual da alta de 0,62% no IPCA do mês passado. Segundo o IBGE, a alta foi muito influenciada pelas regiões metropolitanas de Curitiba, onde aumentaram 11,40%, refletindo parte do reajuste de 14,39% no valor das tarifas, em vigência desde 24 de junho; e São Paulo, cujo aumento de 11,11% se deve ao reajuste de 17,00% aplicado sobre as tarifas de uma das empresas de abastecimento a partir do dia 4 de julho.

Em outras regiões, como Campo Grande (2,72%), Belo Horizonte (2,04%) e Brasília (2,03%), as contas também aumentaram, mas em função dos impostos (PIS/Cofins). Por outro lado, houve regiões em que os impostos tornaram as contas mais baratas de junho para julho. Em Vitória a queda chegou a 8,67%, seguida por Salvador, com recuo de 4,67%.

Nas taxas de água e esgoto, o aumento médio foi de 2,44% em julho. A alta atingiu sete regiões, com destaque para Goiânia, onde a elevação foi de 19,56%. Também tiveram aumento no item Campo Grande, Porto Alegre, Salvador, Recife, São Paulo e Curitiba.

Com isto, Habitação ficou com o mais elevado resultado nos grupos, sendo pressionado ainda pelos artigos de limpeza (0,65%), aluguel residencial (0,49%) e condomínio (0,49%).

Alimentação e Bebidas

O grupo Alimentação e Bebidas acelerou de 0,63% em junho para 0,65% no IPCA de julho. Os alimentosos alimentos consumidos fora de casa subiram 0,77%, mais do que aqueles consumidos nas residências dos brasileiros, que avançaram 0,59%.

Na mesa dos brasileiros, ficaram mais caros feijão-mulatinho (8,88%), leite longa vida (3,09%), cebola (2,85%), carnes industrializadas (2,14%), macarrão (1,13%), pão francês (0,82%), entre outros itens. Por outro lado, ficaram mais baratos o tomate (-10,77%), as hortaliças (-3,05%), o óleo de soja (-1,22%), entre outros.

Os preços da soja e do milho ganharam força em julho e pressionaram a inflação atacadista medida no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). Em julho, o indicador de preços ao produtor registrou aumento de 0,61%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV)., nesta sexta-feira, 7.

As matérias-primas brutas estão na lista de quem empurrou a taxa para cima no mês passado. A alta foi de 1,07%, contra avanço de 0,92% em junho. A aceleração ocorreu porque itens de peso ganharam força na passagem do mês, como soja em grão (0,89% para 6,51%), milho em grão (-2,55% para 5,12%) e mandioca (-6,57% para 1,22%). No sentido contrário, desaceleraram minério de ferro (6,74% para -0,44%), bovinos (-0,23% para -2,10%) e suínos (6,33% para -0,85%).

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Entre os bens intermediários, também houve pressão no sentido de elevar a inflação do atacado. A alta de 0,60% detectada em julho foi quatro vezes a taxa registrada no mês anterior. Segundo a FGV, a principal contribuição veio do subgrupo materiais e componentes para a manufatura (-0,21% para 0,76%). Só o farelo de soja ficou 9,88% mais caro, apontou a instituição.

O índice relativo a bens finais foi o único a apresentar alta menor em julho, de 0,26%, contra elevação de 0,34% no mês anterior. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo alimentos in natura (0,43% para -0,95%). Ainda assim, alguns itens fugiram à tendência e voltaram a ficar mais caros, como é o caso do tomate, com alta de 10,20% após queda de 38,19% em junho. A coleta de preços para o IGP-DI de julho ocorreu entre os dias 1º e 31 do mês passado.

O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços no Brasil caiu para 39,1 em julho, de 39,9 pontos em junho, na série com ajuste sazonal, segundo pesquisa da Markit. Com isso, o índice composto, que leva em conta também o PMI industrial, recuou para 40,8 em julho, de 41,0 pontos em junho, atingindo o menor patamar desde março de 2009. Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade, enquanto resultados acima dessa marca apontam expansão.

Segundo a Markit, a queda na atividade de serviços em julho continuou intensa, com todos os componentes registrando baixas substanciais. Os níveis de novos negócios diminuíram pelo quinto mês consecutivo, enquanto os cortes de empregos aumentaram e atingiram nível recorde. A inflação de insumos subiu para o patamar mais elevado em 81 meses, embora o repasse de preços tenha se dificultado, com a inflação de venda perdendo um pouco de força. Na divisão por segmentos, a contração mais acentuada foi observada em Hotéis e Restaurantes, seguido por Transporte e Armazenamento.

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A economista da Markit Pollyana de Lima aponta que os PMIs têm mostrado uma diferença entre a indústria e os serviços, com a primeira moderando o ritmo de queda e o segundo acentuando a contração. "De um modo geral, o cenário, no entanto, continua desanimador. A pesquisa indica que a produção combinada dos setores industrial e de serviços sofreu a maior queda desde o início de 2009. A demanda fraca, as taxas altas de juros, o aperto fiscal, a inflação forte e o aumento do desemprego estão previstos para continuar a dificultar a atividade de negócios nos próximos meses", comenta.

Apesar do cenário ruim traçado pela economista, os prestadores de serviços continuam relativamente otimistas, com 29% prevendo um aumento no nível de atividade nos próximos 12 meses.

Após ter registrado um saldo negativo de US$ 4,694 bilhões em junho, o fluxo cambial voltou a ficar negativo em julho, em US$ 3,935 bilhões, informou o Banco Central, nesta quarta-feira, 5. Foi o terceiro mês consecutivo em que o resultado está no vermelho. Em abril, não só foi positivo como o volume de entradas líquidas foi recorde: US$ 13,107 bilhões. Em julho de 2014, o saldo estava no vermelho em US$ 1,791 bilhão.

O fluxo cambial chama atenção porque o saldo segue negativo apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) continuar adotando um ciclo de alta de juros, o que, teoricamente, é um atrativo a mais para o especulador internacional que busca operações financeiras brasileiras com vistas a um ganho maior do que em outras partes do mundo. A Selic está atualmente em 14,25% ao ano.

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A saída de dólares por esse canal financeiro foi de US$ 8,376 bilhões em julho, resultado de ingressos no valor de US$ 36,258 bilhões e de envios no total de US$ 44,634 bilhões. Ao longo de todo o ano passado, a área financeira foi a principal porta de saída de recursos do País, somando US$ 13,4 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

Já no comércio exterior o saldo ficou positivo em US$ 4,441 bilhões no mês passado, com importações de US$ 13,248 bilhões e exportações de US$ 17,689 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 3,134 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 4,481 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 10,074 bilhões em outras entradas.

A semana de 27 a 31 de julho registrou envios de recursos acima dos ingressos, segundo os dados do fluxo cambial divulgados pelo Banco Central. O valor ficou negativo em US$ 1,598 bilhão, com destaque para o dia 29, que teve uma saída líquida de US$ 1,604 bilhão. Coincidentemente, foi o dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, o que, na teoria, seria um incentivo a mais para a entrada de dólares no País, em especial pelo setor financeiro.

O segmento financeiro, porém, que reúne operações como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras, teve remessas líquidas de US$ 2,857 bilhões na semana. O resultado é a diferença entre entradas de US$ 9,655 bilhões e de envios de US$ 12,513 bilhões.

No mesmo período, no comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 1,260 bilhão, com importações de US$ 3,011 bilhões e exportações de US$ 4,271 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 672 milhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 1,146 bilhão em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 2,453 bilhões em outras operações.

Bancos

Os bancos mantiveram a posição vendida em câmbio no mês de julho pelo 24º mês consecutivo, ou seja, há dois anos. A quantia nessa posição no mês passado foi de US$ 21,689 bilhões, a maior desde março, quando estava em US$ 23,830 bilhões. Em abril, por causa do forte fluxo positivo, o volume da posição vendida dos bancos foi reduzido drasticamente, para US$ 10,528 bilhões - desde dezembro do ano passado, essa posição estava na casa dos US$ 20 bilhões. Em maio, a posição ficou em US$ 12,846 bilhões.

Em dezembro de 2014 foi registrado o maior volume da série histórica, iniciada em janeiro de 1994 nessa posição, de US$ 28,261 bilhões. Em janeiro, a posição vendida dos bancos foi de US$ 24,424 bilhões e, em fevereiro, de US$ 25,868 bilhões, a maior do ano.

No jargão financeiro, estar "comprado" significa, na maioria das vezes, que o mercado fez hedge de passivo cambial. A posição também pode estar atrelada à expectativa de que a cotação do dólar vai subir porque, ao ter a moeda em caixa, é possível lucrar com uma eventual alta das cotações.

Já "estar vendido" representa previsão de queda da cotação da moeda ou que se acredita que os juros internos serão mais elevados do que a valorização do dólar em determinado período. Para se ter uma referência, a taxa básica Selic está atualmente em 14,25% ao ano.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 1,2% em julho ante junho, para 90,8 pontos na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quarta-feira, 5. Trata-se do maior resultado desde novembro de 2007 (93,9 pontos). O ICD sobe há sete meses seguidos e, em junho, cresceu 1,6%. A alta significa que a percepção dos consumidores sobre o mercado de trabalho piorou e já é mais desfavorável até do que no auge da crise internacional.

"O resultado sinaliza continuidade da tendência de aumento da taxa de desemprego no mês. Em 2015, o ICD acumula alta de 23,3% até julho", destacou o economista Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV, em nota.

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A deterioração das avaliações sobre o mercado de trabalho se deu principalmente entre as famílias de baixa e média renda. Segundo a FGV, o indicador que mede a percepção de dificuldade de se obter emprego em julho teve o avanço mais intenso na faixa dos consumidores com renda familiar entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, com alta de 3,4% em julho ante junho.

O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.

A demanda aquecida continua a dar suporte às cotações de etanol hidratado, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Em julho, o litro do biocombustível cedeu 0,8%, para R$ 1,1793, em média - o valor leva em conta o produto retirado nas usinas paulistas. É nesta época do ano, entretanto, que as cotações do álcool mais são pressionadas pelo pico de produção no Centro-Sul, principal região produtora do País.

"Apesar do aumento no volume ofertado no período, decorrente principalmente da necessidade de 'fazer caixa' por parte das usinas, o maior volume negociado limitou as baixas nos valores", explica o Cepea, em relatório. "As exportações em alta também ajudaram a reduzir o volume doméstico", acrescenta a instituição. Em julho, o Brasil embarcou 213,9 milhões de litros de etanol, 136% mais em relação a igual mês de 2014, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

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O consumo de hidratado está mais aquecido neste ano em razão da recomposição da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na gasolina, que encareceu esta. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o álcool mantém vantagem frente ao combustível fóssil há 15 semanas nos Estados de São Paulo, do Mato Grosso, de Minas Gerais, do Paraná, de Goiás e do Mato Grosso do Sul. Em relação ao etanol anidro, misturado em 27% à gasolina, o preço registrou leve alta de 0,1% em julho, para R$ 1,3603 o litro.

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Geuúlio Vargas (FGV), caiu em cinco das sete capitais pesquisadas na quarta quadrissemana de julho, ou seja, no mês fechado de julho, em relação à terceira quadrissemana, divulgou a instituição nesta terça-feira, 4. No geral, o IPC-S recuou de 0,61% para 0,53% entre os dois períodos.

Por região, o IPC-S apresentou decréscimo na taxa de variação de preços em Salvador (0,57% para 0,24%), Belo Horizonte (0,57% para 0,34%), no Recife (0,59% para 0,40%), em Porto Alegre (0,61% para 0,57%) e São Paulo (0,93% para 0,90%).

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A inflação medida pelo IPC-S manteve o mesmo ritmo no Rio de Janeiro (0,24%) no período analisado. E o indicador acelerou a alta em Brasília (0,50% para 0,54%) na mesma base de comparação.

O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário de Varejo e Serviços registrou crescimento de 1,87% em julho na comparação com junho ao subir para 37,06 pontos, informou nesta segunda-feira, 3, o SPC Brasil. De acordo com a economista-chefe da instituição, Marcela Kawauti, esse é o terceiro resultado positivo da série histórica e, apesar da tímida melhora em relação ao mês anterior, mostra que a maior parte desses empresários está pessimista com o presente e o futuro próximo do ambiente de negócios.

"O que motiva essa percepção são, principalmente, as impressões que os entrevistados têm acerca das condições gerais da economia: para 88,9% deles, a economia brasileira piorou ou piorou muito nos últimos seis meses. Mesmo diante desse quadro, quando perguntados sobre as expectativas para os próximos seis meses, 28,1% dos micro e pequenos empresários entrevistados estão confiantes ou muito confiantes na economia brasileira e 49,4% estão confiantes ou muito confiantes com as condições gerais de seu negócio", disse a economista.

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Em consequência, o Indicador de Expectativas marcou 48,87 pontos, muito próximo da linha que separa o otimismo do pessimismo (50 pontos). Merece destaque o subindicador de expectativas com os negócios, que registrou 55,98 pontos. Como nos meses anteriores, afirmou a economista da SPC Brasil, há um maior número de empresários que manifestaram otimismo com a situação de seu negócio nos próximos meses do que aqueles que manifestaram pessimismo.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 1,5% em julho ante junho, passando de 68,1 para 69,1 pontos, informou nesta segunda-feira, 27, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esta é a primeira vez em cinco meses que o indicador não registra uma retração, mas o nível atingido é o segundo menor da série histórica iniciada em abril de 1995. Na comparação interanual, o indicador recuou 18,4%, na série sem ajuste sazonal.

O Superintendente Adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Jr., relativiza o avanço registrado na comparação mensal. "Em relação ao momento presente, a indústria continua avaliando de forma extremamente desfavorável o ambiente de negócios. No âmbito das expectativas, o avanço do IE é bem-vindo, mas de magnitude ainda insuficiente para ser identificado como uma reversão de tendência", pondera.

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O avanço do ICI na margem se deve, sobremaneira, à melhora das avaliações dos empresários sobre o futuro. Índice de Expectativas (IE) subiu 3,2%, para 67,9 pontos, também o segundo menor valor em mais de 20 anos. Já o Índice da Situação Atual (ISA) permaneceu praticamente estável, ao recuar 0,1%, para 70,3 pontos, à frente apenas do resultado de outubro de 1998 (67,3 pontos).

A maior contribuição para a alta do IE veio do item que sinaliza o produção prevista, que avançou 7,4%, para 91,5 pontos. Na passagem de junho para julho, a proporção de empresas prevendo o aumentar a produção nos três meses seguintes aumentou de 14,2% para 18,5% entre junho e julho; já a parcela das que esperam reduzir a produção caiu de 29,0% para 27,0% no mesmo período.

No ISA, a principal influência de baixa foi do quesito que mede o nível de estoques na indústria. A proporção de empresas que consideram o atual nível de estoques como excessivo aumentou de 17,2% para 18,7%. Por outro lado, a parcela de empresas que o consideram insuficiente diminuiu de 1,6% para 1,5%. "A diferença de 17,2 pontos percentuais entre as opções extremas de resposta é a maior desde janeiro de 2009 (21,2 pontos porcentuais)", destaca a FGV.

A FGV também informou que entre junho e julho o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou estável em 78,2%, no menor nível desde abril de 2009, quando estava em 78,0%.

As regiões metropolitanas de Curitiba e Rio de Janeiro já acumulam aumentos de preços superiores a 10% nos 12 meses até julho, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), anunciado nesta quarta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outras quatro regiões sustentam avanços acima de 9% no período, enquanto a inflação média do País neste horizonte está em 9,25% - a mais elevada desde dezembro de 2003.

A região metropolitana de Curitiba foi a primeira a ultrapassar a barreira de dois dígitos, já no IPCA de junho, divulgado no início deste mês. Com o resultado da prévia da inflação oficial anunciado hoje, a inflação da região avançou um pouco mais e está agora com alta de 10,73% nos 12 meses até julho.

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Os dados das tabelas do IBGE mostram que os aumentos de tarifas de ônibus e energia foram muito mais salgados na região metropolitana de Curitiba no último ano, o que contribui para que ela esteja na liderança das 11 regiões investigadas no IPCA-15.

A novidade agora é a inflação do Rio, que atingiu 10,04% nos 12 meses até julho, apontou hoje o IBGE. A região metropolitana responde por 12,46% do índice nacional, atrás apenas de São Paulo, cujo peso corresponde a quase um terço do IPCA-15.

Outras quatro regiões sustentam inflação acima de 9% nos 12 meses até julho, segundo o IBGE: Porto Alegre (9,76%), São Paulo (9,43%), Goiânia (9,65%) e Belém (9,15%). Cinco regiões mantêm inflação abaixo da média nacional: Recife (8,57%), Salvador (8,15%), Belo Horizonte (7,86%), Fortaleza (8,89%) e Brasília (8,07%).

As tarifas de energia elétrica ficaram 1,91% mais caras no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de julho, reflexo de reajustes nas regiões metropolitanas de Curitiba e São Paulo, informou nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o item exerceu o principal impacto individual sobre o índice (0,07 ponto porcentual), que avançou 0,59% neste mês.

De acordo com o IBGE, a alta na tarifa de energia foi influenciada pela região metropolitana de Curitiba, onde a variação de 8,44% refletiu a maior parte do reajuste de 14,39%, em vigência desde 24 de junho. A região metropolitana de São Paulo também pesou. Por lá, houve aumento de 3,84% este mês, devido ao reajuste de 17,00% aplicados nas tarifas de uma das empresas de abastecimento a partir do dia 04 de julho.

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No acumulado deste ano, a energia elétrica já registrou aumento médio de 44,75%. As altas foram ainda mais elevadas em Curitiba (62,46%), Porto Alegre (57,50%) e São Paulo (55,46%) no período.

Mas não foi só a energia elétrica que pressionou o grupo Habitação em julho. As taxas de água e esgoto subiram 4,10% e figuraram como o segundo principal impacto no IPCA-15 deste mês (0,06 ponto porcentual). Os reajustes ocorreram em São Paulo, Goiânia, Salvador, Curitiba, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Diante desses resultados, o grupo Habitação acelerou de 1,03% em junho para uma elevação de 1,15% no IPCA-15 de julho, apontou o IBGE. Os artigos de limpeza, 1,46% mais caros, também se destacaram no grupo.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 521 projetos de geração de energia elétrica no leilão A-3, a ser realizado no próximo dia 24 de julho. A energia eólica, com 475 projetos, é o principal destaque do certame. A oferta total dos projetos cadastrados seria de 18.929 megawatts (MW), sendo 11.476 MW apenas dos parques eólicos, o que corresponde a 60,6% da capacidade potencial cadastrada.

O leilão ainda poderá contar com a participação de 18 termelétricas a gás natural (6.648 MW), 15 pequenas centrais hidrelétricas-PCHs (201 MW) e 13 térmicas a biomassa (604 MW). Como tais projetos ainda precisam passar pela etapa de habilitação da EPE, é natural esperar um número menor de projetos na disputa. Sobretudo no caso das térmicas a gás, dado que não há oferta nacional do insumo para atender todos os projetos.

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Na divisão estadual, o destaque fica com a Bahia, com a oferta de 2.471 MW em projetos eólicos (105 empreendimentos) e 726 MW em térmicas a gás natural (três). Na sequência aparece o Rio Grande do Norte, com 132 projetos eólicos e capacidade total de 3.100 MW.

Ainda acima de 2.000 aparecem os Estados de Sergipe, com três térmicas a gás e potência instalada de 2.942 MW; Ceará, com 91 projetos eólicos e capacidade total de 2.246 MW; e Rio Grande do Sul, com 93 eólicas, duas PCHs e uma térmica a biomassa e capacidade total de 2.157 MW.

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