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O líder norte-coreano Kim Jong Un supervisionou os testes de dois mísseis de cruzeiro lançados a partir de um submarino, informou a imprensa estatal nesta segunda-feira (29), em meio a tensões crescentes entre Coreia do Norte e Coreia do Sul.

Os dois mísseis Pulhwasal-3-31 "voaram no céu acima do Mar do Leste... para atingir o alvo insular" no domingo, afirmou a agência estatal de notícias estatal KCNA, acrescentando que Kim Jong Un "guiou" o lançamento.

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Segundo a KCNA, os mísseis permaneceram no ar por 7.421 segundos e 7.445 segundos, mas a agência não informou a distância percorrida ou se foram lançados abaixo ou acima da superfície do mar.

O Exército sul-coreano anunciou no domingo que detectou mísseis de cruzeiro lançados nas águas próximas à área de Sinpo, na Coreia do Norte.

O Pulhwasal-3-31 é uma nova geração de míssil de cruzeiro estratégico que Pyongyang afirmou ter testado pela primeira vez na quarta-feira da semana passada, com vários disparos em direção ao Mar Amarelo.

Os testes de domingo a partir de um submarino "não tiveram nenhum impacto na segurança de um país vizinho e não têm nada a ver com a situação regional", afirmou a KCNA.

A agência acrescentou que Kim "expressou grande satisfação" com os lançamentos, "que têm importância estratégica na execução do plano de modernização militar que pretende criar uma força naval poderosa".

O líder norte-coreano também inspecionou "a construção de um submarino nuclear" e discutiu questões relacionadas com a fabricação de navios, segundo a imprensa estatal..

A capacidade norte-coreana de lançamento a partir do mar não é clara. Testes anteriores foram realizados a partir de navios mais antigos ou de uma plataforma subaquática.

Em março do ano passado, a Coreia do Norte lançou dois mísseis de cruzeiro que percorreram 1.500 km, segundo Pyongyang, o que permitiria atingir todo o território da Coreia do Sul e do Japão.

O Norte também possui um míssil balístico lançado por submarino (SLBM) chamado Pukguksong-3, com alcance calculado de 1.900 km. Em outubro de 2021, o país anunciou o teste bem-sucedido de uma nova versão deste míssil.

- Desenvolvimento naval -

O SLBM pode ser lançado do fundo do mar, o que significa muita mobilidade e dificulta a detecção.

A capacidade comprovada de SLBM da Coreia do Norte levaria o arsenal do país a um novo nível, ao permitir o avanço além da península coreana e uma resposta em caso de um ataque.

Aumentar o poder naval do país foi uma das decisões da reunião de fim de ano do regime. A presença de Kim para supervisionar o lançamento de domingo é um indício da direção da política de defesa para este ano, segundo analistas.

O país também realizou exercícios com o que chamou de seu "primeiro submarino de ataque tático nuclear".

Pyongyang tem acelerado os testes de armas, incluindo testes do que chamou de "sistema de arma nuclear subaquático" e de um míssil balístico hipersônico de combustível sólido.

Ao contrário dos mísseis balísticos, os testes de mísseis de cruzeiro não são proibidos pelas atuais sanções da ONU contra Pyongyang.

Os mísseis de cruzeiro tendem a ser impulsionados por jatos e voam a uma altitude mais baixa do que os mísseis balísticos mais sofisticados, tornando-os mais difíceis de detectar e interceptar.

As relações entre as duas Coreias sofreram uma acentuada deterioração nos últimos meses, com ambos os lados abandonando acordos-chave de redução de tensões, intensificando a segurança na fronteira e conduzindo exercícios ao longo da fronteira.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, instou seu partido a "acelerar" os preparativos de guerra, incluindo seu programa nuclear, informou a imprensa estatal nesta quinta-feira (28, noite de quarta em Brasília).

Os comentários de Kim chegam uma semana depois de ele advertir que seu país não hesitaria em lançar um ataque nuclear em caso de "provocação" com armas atômicas.

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Kim tratou do tema na reunião plenária do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que governa o país, na qual são esperados anúncios de decisões políticas para 2024.

O herdeiro da dinastia comunista urgiu seu partido a "acelerar mais os preparativos de guerra" em diferentes setores, como o de armas nucleares e defesa civil, informou a agência de notícias oficial KCNA.

Kim garantiu que "a situação militar" na Península da Coreia se tornou "extrema" devido às ações "sem precedentes" de Washington.

Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos intensificaram a cooperação militar diante da onda de testes armamentistas dos norte-coreanos este ano, e ativaram um sistema para compartilhar informação em tempo real sobre os lançamentos de mísseis de Pyongyang.

Há algumas semanas, um submarino americano de propulsão nuclear chegou ao porto sul-coreano de Busan, e Washington enviou bombardeiros de longo alcance para executar manobras com Seul e Tóquio.

Para Pyongyang, o envio de armas estratégicas, como os bombardeiros B-52, para as manobras conjuntas na Península da Coreia são "ações intencionalmente provocadoras dos Estados Unidos para uma guerra nuclear".

O Norte lançou este ano um satélite-espião de reconhecimento, consagrou em sua constituição a condição de potência nuclear e testou seu míssil balístico intercontinental mais potente, o Hwasong-18.

O líder norte-coreano Kim Jong Un ordenou o início de uma campanha nacional de 80 dias para estimular a combalida economia do país, antes da organização, em janeiro, de um congresso excepcional do partido único, anunciou a imprensa estatal.

A decisão, adotada durante uma reunião do Partido dos Trabalhadores, acontece após graves inundações e durante a pandemia do novo coronavírus, fatores que agravaram ainda mais a situação no país isolado.

As campanhas de mobilização em larga escala, nas quais os norte-coreanos devem trabalhar por horas extras e assumir novas tarefas, são frequentes no país em momentos de eventos extraordinários.

"Conseguimos proezas históricas graças aos nossos esforços, superando testes e dificuldades sem precedentes este ano, mas não devemos descansar sobre os louros", afirmou a agência estatal KCNA.

"Temos desafios importantes pela frente e objetivos que devem ser alcançados este ano", insistiu a KCNA.

O nível de participação da população nestas campanhas é monitorado e usado como um termômetro para medir a lealdade dos cidadãos ao regime. Grupos de defesa dos direitos humanos classificam as campanhas como trabalho forçado.

A economia norte-coreana foi muito afetada pelas sanções internacionais que desejam forçar Pyongyang a abandonar seu programa nuclear, que se desenvolveu muito rapidamente desde que Kim chegou ao poder.

Analistas esperam que o país apresente detalhes sobre os novos programas durante o 75º aniversário do Partido dos Trabalhadores no sábado.

O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, está "vivo e bem", informou um alto conselheiro de segurança do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, minimizando os rumores sobre a saúde de Kim depois de sua ausência em um importante evento comemorativo.

"A posição do nosso governo é firme", disse o conselheiro do presidente Moon sobre segurança nacional, Moon Chung-in, em entrevista à CNN neste domingo (26). "Kim Jong-Un está vivo e bem", completou.

O conselheiro disse que Kim passa uma temporada em Wonsan - um resort no leste do país - desde 13 de abril, acrescentando: "nenhuma movimentação suspeita foi detectada até o momento".

Conjecturas sobre o estado de saúde de Kim foram crescendo desde sua ausência nas celebrações, em 15 de abril, no aniversário de seu avô, Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte, o dia mais importante do calendário político do país.

Kim não faz aparições públicas desde que presidiu um encontro do politburo do Partido dos Trabalhadores, em 11 de abril, e no dia seguinte a imprensa estatal divulgou que ele teria inspecionado caças-bombardeiros em uma unidade de defesa aérea.

Sua ausência, no entanto, deu lugar a informações não confirmadas na imprensa sobre seu estado de saúde, que autoridades em Seul já tinham tentado minimizar.

"Não temos nada a confirmar e nenhuma movimentação especial foi detectada por enquanto dentro da Coreia do Norte", informou, em um comunicado na semana passada, o gabinete presidencial sul-coreano.

O jornal NK, um veículo on-line administrado sobretudo por críticos à Coreia do Norte, reportou que Kim estaria se recuperando de uma cirurgia cardiovascular realizada no começo do mês.

Citando uma fonte não identificada dentro do país, a matéria diz que Kim, que tem por volta de 35 anos, teria precisado se submeter à operação por fadiga, obesidade e tabagismo.

Logo depois, a CNN reportou que Washington estava "monitorando informações de inteligência" segundo as quais Kim estaria em "grave perigo" depois da cirurgia, atribuindo as declarações a uma fonte oficial americana que teria pedido para se manter anônima.

Na quinta-feira, o presidente americano, Donald Trump, refutou as informações de que Kim estaria debilitado, mas se recusou a afirmar qual foi a última vez que entrou em contato com ele.

Na segunda-feira, o jornal oficial Rodong Sinmun reportou que Kim tinha enviado uma mensagem de agradecimento a trabalhadores do projeto turístico costeiro Wonsan Kalma.

Foi o último de uma série de informes nos últimos dias de comunicados ou ações atribuídos a Kim, embora nenhum tenha sido acompanhado de uma foto dele.

Imagens de satélite revistas pelo 'think tank' 38North, sediado nos Estados Unidos, mostrou um trem, provavelmente de propriedade de Kim, na estação de Wonsan na semana passada.

A organização alertou que a presença do trem não "indica nada sobre sua saúde", mas "dá peso" aos informes segundo os quais ele estaria na costa leste do país.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, "supervisionou um disparo de artilharia de longo alcance", revelou nesta terça-feira a agência estatal norte-coreana KCNA, após Pyongyang anunciar uma nova arma.

Kim "supervisionou" o exercício na segunda-feira, informou a KCNA, detalhando que "quando deu a ordem às unidades submarinas para que disparassem, os homens encarregados da artilharia de longo alcance atiraram todos juntos".

A Coreia do Sul informou na segunda-feira (2) o disparo de dois projéteis não identificados por parte dos norte-coreanos, poucas semanas após Pyongyang anunciar o fim da moratória sobre os testes de mísseis balísticos de longo alcance.

Os dois projéteis foram lançados no sentido leste, sobre o mar, a partir da região de Wonsan, explicou o Estado-Maior sul-coreano em um comunicado.

Os projéteis percorreram 240 km a uma altitude máxima de 35 km.

"Ao que parece eram mísseis balísticos de curto alcance", avaliou o Estado-Maior sul-coreano.

Kim Jong Un anunciou em dezembro o fim da moratória sobre os testes nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais durante uma reunião de altos funcionários do partido único na Coreia do Norte. Também ameaçou exibir uma "nova arma estratégica".

A península registrou momentos de distensão em 2018, após as reuniões históricas entre Kim e o presidente americano, Donald Trump.

Mas as negociações de desnuclearização estão paralisadas desde a segunda reunião de cúpula entre os dois governantes, em fevereiro de 2019 em Hanói.

Pyongyang já testou mísseis capazes de atingir o território continental dos Estados Unidos. A Coreia do Norte executou seis testes nucleares, o último deles o de um dispositivo 16 vezes mais potente que a bomba que devastou Hiroshima em 1945, de acordo com algumas estimativas.

O presidente americano, Donald Trump, desejou "feliz aniversário" ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, em um momento de ponto morto das conversas bilaterais sobre a questão nuclear - informaram fontes de Seul, nesta sexta-feira (10).

A Coreia do Norte nunca confirmou oficialmente a idade de Kim, nem sua data de nascimento, mas Dennis Rodman, ex-jogador de basquete americano e amigo do líder de Pyongyang, cantou-lhe "Happy Birthday" ("Feliz Aniversário") em um evento esportivo na capital norte-coreana em 8 de janeiro de 2014.

Em um documento oficial de Washington que impunha sanções à Coreia do Norte, há uma menção à data de 8 de janeiro de 1984 como seu nascimento, mas não se descarta que seja um ou dois anos mais velho.

Na quarta-feira, o conselheiro sul-coreano para Segurança Nacional, Chung Eui-yong, reuniu-se com Trump em Washington e, nesta sexta, ao voltar para Seul, disse que o presidente americano "desejou feliz aniversário a Kim Jong-un e pediu ao presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que lhe transmita a mensagem". E assim foi feito, segundo o funcionário sul-coreano, sem dar detalhes.

Os contatos entre as duas Coreias estão paralisados. Desde o colapso da cúpula Kim-Trump, em Hanói, no ano passado, Pyongyang fez várias investidas contra a Coreia do Sul.

Além disso, em um discurso de Ano Novo, Kim declarou o fim da moratória de seu regime sobre os testes de mísseis balísticos nucleares. Também ameaçou testar uma "nova arma estratégica".

Trump e Kim se reuniram três vezes desde junho de 2018, mas não houve um avanço tangível das negociações.

O líder norte-coreano Kim Jong Un considera que ele e o presidente americano Donald Trump têm uma relação "especial", afirmou uma fonte do governo de Pyongyang citada pela agência oficial de notícias.

De acordo com Kim Kye Gwan, assessor do ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte, o líder norte-coreano contou que "a relação entre o presidente Trump e ele é especial".

Há alguns dias, Trump declarou sobre Kim Jong Un: "Eu gosto dele. Ele gosta de mim. Nós nos damos bem. Eu o respeito. Ele me respeita". Kim acredita que conseguirá um acordo sobre o programa nuclear norte-coreano conversando diretamente com Trump.

De acordo com analistas, Pyongyang deseja aproveitar a relação "especial" dos dois governantes para obter concessões dos Estados Unidos. O líder norte-coreano já elogiou a "coragem extraordinária" do presidente Trump, mas exigiu em várias ocasiões que Washington apresente um "novo método" de negociações até o fim do ano.

"A Coreia do Norte está enviando uma mensagem de que, a menos que Trump faça a ligação, as conversações fracassarão e que neste momento estão uma encruzilhada ", disse Koh Yu-hwan, professor de estudos norte-coreanos na universidade Dongguk de Seul.

O assessor do ministério norte-coreano das Relações Exteriores declarou à agência KCNA que as autoridades americanas sentem uma certa hostilidade a respeito de Pyongyang por "uma mentalidade e preconceitos ideológicos que datam da Guerra Fría".

"Espero sinceramente que um estímulo que permita superar os os obstáculos ... com base na relação próxima", acrescentou. As negociações entre os dois países estão paralisadas desde o fracasso, em fevereiro, da segunda reunião Kim-Trump em Hanói.

Desde então, a Coreia do Norte endureceu o tom com uma série de testes de mísseis.

Algumas imagens do líder norte-coreano Kim Jong Un montado em um cavalo branco passeando na neve do Monte Paektu, a montanha sagrada do país, localizada na fronteira com a China, provocaram rumores sobre um importante anúncio político nas próximas horas.

As imagens, divulgadas nesta quarta-feira (16) pela agência de imprensa nacional norte-coreana KCNA, são acompanhadas de um texto que descreve o passeio a cavalo como um "grande evento de importância fundamental" para o país.

Segundo a agência, "vai acontecer uma grande operação que surpreenderá o mundo e significará um passo adiante na revolução coreana". Os analistas consideraram que o passeio a cavalo poderia ser o prenúncio de mudanças importantes.

"No passado, Kim foi ao Monte Paektu sempre antes de uma importante decisão política", recorda Shin Beom-chul, do Instituto Asan de estudos políticos de Seul.

Por exemplo, Kim esteve na montanha em dezembro de 2017, antes de um processo de abertura diplomática que permitiu, entre outras coisas, uma reunião de cúpula histórica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No entanto, as negociações não avançaram nos últimos meses e a Coreia do Norte aumentou a tensão diplomática com uma série de testes de mísseis.

Para B.R. Myers, especialista em propaganda norte-coreana e professor da Universidade Dongseo da Coreia do Sul, as imagens carregam um valor imperial e falam de um líder protetor da pureza da nação contra as forças estrangeiras que querem corrompê-la. O pai e o avô de Kim também gostavam desses passeios a cavalo entre picos nevados.

Kim também visitou o local onde é realizado um grande projeto de construção, no sopé do Monte Paektu, segundo a KCNA, onde lamentou as dificuldades econômicas que o país está enfrentando devido a sanções internacionais.

"A situação em nosso país é difícil devido a sanções incessantes e pressão de forças hostis", disse Kim, segundo a agência.

A Coreia do Norte é objeto de várias sanções da ONU por seus programas de armas nucleares e de mísseis.

As negociações iniciadas na Suécia entre Pyongyang e Washington sobre o programa nuclear norte-coreano foram interrompidas no início deste mês sem chegar qualquer conclusão.

A Coreia do Norte acusa os Estados Unidos pelo fracasso do diálogo, enquanto Washington considerou a reunião positiva. Uma nova reunião poderá ocorrer antes do final de outubro, de acordo com os Estados Unidos.

O líder norte-coreano Kim Jong Un deixou nesta sexta-feira (26) a cidade de Vladivostok após a reunião de cúpula "amistosa" com o presidente russo Vladimir Putin, do qual buscava apoio na questão nuclear ante o que chamou de má fé" dos Estados Unidos.

Após uma visita sem avanços concretos, mas que permite a Pyongyang renovar os laços com seu aliado durante a Guerra Fria, e que devolveu Moscou à primeira página na crise coreana, o trem blindado verde oliva da delegação norte-coreana partiu às 5H30 GMT (2H30 de Brasília) da estação de Vladivostok, para uma viagem de quase 10 horas até Pyongyang.

"Prometeu voltar, gostou da cidade", afirmou o governador Oleg Kojemiako.

Kim passou cinco horas na quinta-feira (25) com o presidente russo, duas delas sozinhos e as demais em uma reunião com as delegações e durante um jantar de gala, durante o qual trocaram brindes e presentes.

Um encontro "aberto e amistoso", afirmou Kim, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA, segundo a qual Putin "aceitou prontamente" o convite para visitar a Coreia do Norte.

O resultado foi muito diferente do fiasco da reunião de Hanói entre Kim e o presidente americano Donald Trump em fevereiro, que representou um freio na distensão observada nos últimos meses na península coreana.

Washington "adotou uma atitude unilateral de má fé", denunciou o dirigente norte-coreano, segundo a KCNA, antes de advertir: "A situação na península coreana e na região está atualmente em um impasse e atingiu um ponto crítico".

- "Reparar erros" de Washington -

Em Hanói, que recebeu a segunda reunião de cúpula Trump-Kim, a Coreia do Norte pretendia obter um alívio imediato das sanções internacionais impostas para obrigar o país a renunciar às armas atômicas. Mas as conversas terminaram antes do previsto em consequência das profundas divergências com Washington, sobretudo a respeito das concessões que Pyongyang estava disposta a aceitar.

Na semana passada, Pyongyang criticou Mike Pompeo e exigiu que o secretário de Estado americano não participe mais das negociações sobre a desnuclearização.

O encontro de Vladivostok, o primeiro deste nível desde a reunião de 2011 entre o ex-presidente russo Dmitri Medvedev e Kim Jong Il, falecido pai de Kim Jong Un, "repara os erros cometidos pela diplomacia americana em uma série de temas", afirmou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, antes de acusar Washington de "levar a região à beira de uma crise nervosa".

Moscou defende um diálogo com Pyongyang com base em um plano elaborado pela China e a Rússia. O Kremlin já pediu o fim das sanções internacionais, enquanto o governo americano acusa Moscou de ajudar Pyongyang a evitar as punições.

- Atraso -

No fim do encontro, o presidente russo afirmou que é favorável, como os Estados Unidos, a uma "desnuclearização total" e considerou que uma solução é possível desde que ofereça a Pyongyang "garantias de segurança e de soberania", com o "direito internacional" à frente da "lei do mais forte".

Sem avanços concretos, a reunião foi para o líder norte-coreano seu primeiro encontro com um chefe de Estado desde o fracasso da cúpula de fevereiro com Donald Trump.

Apesar dos convites, a Rússia estava afastada até agora do processo de distensão coreano. Desde março de 2019 Kim se reuniu quatro vezes com o presidente chinês Xi Jinping, três com o presidente sul-coreano Moon Jae-in e duas com Trump.

O norte-coreano busca apoios em sua disputa com Washington e um certo reequilíbrio das relações entre Pequim, seu aliado mais próximo e Moscou, antigo aliado durante a Guerra Fria. A União Soviética foi a responsável por colocar no poder seu avô e fundador da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Il Sung.

Depois de conseguir o que desejava, Kim Jong Un não teve outras atividades em Vladivostok. A imprensa russa citou uma possível visita ao aquário local e um espetáculo de balé, mas ele se contentou em participar nesta sexta-feira - com duas horas de atraso - em uma cerimônia em que depositou flores e em uma recepção em um restaurante visitado por seu pai em 2002.

O presidente Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un se reúnem nesta semana em Hanói com o desafio de concretizar a vaga declaração assinada em sua histórica cúpula de junho passado em Singapura.

No encontro do ano passado - o primeiro entre presidentes dos dois países - deixou muitas interrogações no que se refere à desnuclearização, e os analistas consideram que é necessário que o encontro na capital vietnamita proporcione respostas mais claras.

Em Singapura, Kim prometeu "trabalhar pela completa desnuclearização da península coreana", mas a falta de progresso desde então gerou críticas.

O representante especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, Stephen Biegun, reconheceu em janeiro que Pyongyang e Washington não tinham uma "visão compartilhada sobre o que a desnuclearização implica".

Os Estados Unidos pediram repetidamente que a Coreia do Norte abandone seu arsenal nuclear de forma completa e verificável.

Pyongyang tem um conceito mais amplo de desnuclearização e busca o fim das sanções e do que considera serem ameaças dos Estados Unidos - que algumas vezes incluem a presença militar americana no no Sul e, em outros, em toda a região.

"A ambiguidade e a obscuridade do termo 'desnuclearização' exacerba o ceticismo sobre o compromisso dos Estados Unidos e da Coreia do Norte com a desnuclearização", escreveu Shin Gi-wook, diretor do Programa Coreano da Universidade de Stanford.

Trump à técnica do "morde e assopra": ele elogia a "grande força motriz econômica" que a Coreia do Norte representa, mas também garante que as duras sanções serão mantidas até que o país dê um passo "significativo".

Em um ato no domingo na Casa Branca, ele disse que as sanções contra Pyongyang por causa de seus testes nucleares e de mísseis permanecerão. "As sanções estão ativas, tudo está ativo, mas temos um palpite especial, e acho que isso levará a algo muito bom, talvez não", afirmou.

Pyongyang insiste que já tomou essas medidas, depois de passar mais de um ano sem testar mísseis balísticos ou armas nucleares. Mas, ao mesmo tempo, a Coreia do Norte diz que completou o desenvolvimento de seu arsenal e não precisa mais das instalações que afirma ter destruído.

- O pior cenário -

Biegun e seu colega norte-coreano, Kim Hyok Chol, podem começar a trabalhar na declaração conjunta na manhã de quarta-feira.

Recentemente, a retórica de Washington insistiu mais n segurança dos cidadãos americanos que o Norte abandone seu arsenal, levantando questões sobre se Trump estaria disposto a aceitar a Coreia do Norte com armas nucleares em troca que abandone os mísseis balísticos intercontinentais, que podem chegar à América do Norte.

Assim, tanto a Coreia do Sul quanto o Japão, aliados dos Estados Unidos, permaneceriam ao alcance do arsenal do Norte, o que um editorial do Herald coreano descreveu como "o pior cenário".

Trump disse na semana passada que não tem um "calendário convincente" para fazer com que Pyongyang abandone seu arsenal nuclear, mesmo com seus testes paralisados.

Para Scott Seaman, do Eurasia Group, o presidente dos Estados Unidos - que depois da cúpula de Singapura disse que não há mais uma ameaça nuclear norte-coreana - está de olho no Prêmio Nobel.

"Trump provavelmente se centrará mais em reforçar a narrativa de que garantiu a paz ao presionar a Kim quanto à desnuclearização".

- Medidas simbólicas -

O melhor cenário, segundo Kim Yong-hyun, da Universidade de Dongguk, seria que Trump e Kim elaborem um mapa da paz para a desnuclearização.

A Coreia do Norte poderia adotar "medidas simbólicas e visíveis", como o fechamento do complexo nuclear de Yongbyon e o desmantelamento de mísseis balísticos intercontinentais.

Washington poderia prometer garantias de segurança, uma declaração do fim da Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício, mas sem um tratado de paz; ou a abertura de escritórios de representação.

Seria a primeira etapa da normalização das relações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, diz Go Myong-hyun, do Instituto Asan de Estudos de Políticas, e um "passo simbólico politicamente".

"A expectativa de que [esta reunião] será um marco [...] provavelmente é inapropriada", afirmou à AFP.

Mas Trump é imprevisível e poderá tentar desviar a atenção de questões domésticas, em um momento em que seu ex-advogado Michael Cohen deve testemunhar perante o Congresso em 28 de fevereiro.

"Trump pode decidir, por impulso, fazer significativas concessões a Kim no Vietnã por interesse próprio", conclui Soo Kim, ex-analista da CIA.

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