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A teledramaturgia brasileira ficou incompleta após a morte de Marília Pêra, há seis anos. Agora, para homenagear sua memória, a GloboPLay prepara uma minissérie documental que vai relembrar sua trajetória além de cenas de trabalhos feitos pela atriz que ficaram imortalizadas pelo seu talento. Ainda não há data de estreia prevista para a atração.

De acordo com o colunista Ancelmo Gois, a produção está sendo escrita pelo jornalista Nelson Motta, que foi casado com Marília e teve dois filhos com ela. A minissérie terá quatro capítulos e vai misturar o tom documental ao entretenimento, uma vez que também trará algumas cenas interpretadas pela atriz. A direção ficará sob a responsabilidade de Zelito Viana.

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Marília Pêra ficou imortalizada como um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira. Ela participou de grandes sucessos da TV como as novelas Brega & Chique, Top Model e Meu Bem Querer, além de séries como Pé na Cova e Incidente em Antares. A artista faleceu em 2015, aos 72 anos, vítima de um câncer no pulmão. 

A herança de Marília Pêra tem sido motivo de brigas entre a família da atriz, falecida em 2015. De acordo com o colunista Ancelmo Gois, a 4ª Vara de Órfãos e Sucessões do Rio de Janeiro estabeleceu prazo de 15 dias para que Bruno de Faria, viúvo da saudosa artista, apresente as contas do espólio da atriz.

Isso porque a fortuna que, segundo o colunista Léo Dias chega a 40 milhões de reais, está causando discórdia entre seus familiares. Assim, caso Bruno não cumpra o prazo estabelecido na justiça, as contas podem ser rejeitadas. Administrador dos bens, ele é questionado pela pela irmã de Marília, Sandra Pêra, e as filhas Esperança e Nina, além de Ricardo, que são os herdeiros legais da atriz. No entanto, eles não entraram em acordo quanto à administração de bens, cujo responsável é Bruno.

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Já segundo o jornal Extra, o advogado de Bruno, Luciano Vianna de Araújo, afirma que seu cliente irá apresentar as contas, que antes eram mostradas mensalmente (depois, por decisão da Justiça, passou a ser semestral) no prazo estipulado. Entretanto, ele ressalta que Bruno já gastou, com recursos próprios, 328.186,50 reais, relativos as despesas do espólio de Marília Pêra.

Nina Morena, a filha mais nova de Marília Pêra, compartilhou uma homenagem para a mãe em sua conta no Instagram. Na imagem, postada no último sábado (5), ela aparece pequeninha no colo da atriz, que também estava acompanhada de outra filha, Esperança Motta.

Na legenda, Nina postou a música 'As Coisas Tão Mais Lindas', de Nando Reis. E as coisas lindas são mais lindas/Quando você está/Onde você está/ Hoje você está/Nas coisas tão mais lindas/Porque você está/Onde você está/Hoje você está/Nas coisas tão mais lindas /Te amo sempre e para sempre, mãe amada.

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Marília morreu no último sábado após uma luta de dois anos contra um câncer. Ao saberem da notícia, vários famosos lamentaram a morte da atriz.

Aos 72 anos, a atriz Marília Pêra morreu no sábado (5), às 6 horas em sua casa em Ipanema, zona sul do Rio. Na luta contra um câncer de pulmão há dois anos, ela passou recentemente por um tratamento contra desgaste ósseo na região lombar. Muito debilitada e andando de cadeira de rodas, Marília foi vista por vizinhos pela última vez há cerca de um mês.

A doença a fez se afastar do trabalho por um ano e interromper a sua participação nas gravações da série Pé na Cova, da TV Globo. Em agosto, a atriz chegou a receber pessoalmente o troféu Oscarito do 43.º Festival de Cinema de Gramado. Mas boatos sobre uma internação da atriz por conta de um câncer em estágio avançado levou sua assessoria a desmentir em novembro, em seu perfil da rede social, que a doença de Marília tivesse piorado. "Sobre as notícias que vêm sendo veiculadas sobre o estado de saúde da Marília: ela está em casa e passa bem", informaram.

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O velório da atriz foi marcado para o início da tarde de sábado no Teatro Leblon, na sala que tem o nome da atriz. O enterro estava previsto para ontem.

Ainda em setembro, pouco antes da estreia da atual temporada de Pé na Cova, Marília deu uma de suas últimas entrevistas, justamente ao Estado, por telefone. Falou sobre o disco que começaria a gravar para a gravadora Biscoito Fino, com repertório pautado pelo amor, e sobre sua afinidade com Miguel Falabella, com quem mais contracenou nos últimos dias de trabalho. "Miguel comprou meu passe total. É meu coronel", divertia-se. "Ele me falou que depois de Pé na Cova, vai escrever uma série para mim. Serei a protagonista. E continuo mulher do Miguel. É a esposa de um cara que se envolve em corrupção e assuntos sexuais sinistros. O cara vai preso e a mulher é uma santa. E o que fica da vida dessa mulher, depois que descobrem que esse homem tão poderoso se envolveu em coisas tão horríveis, é um castelo que vai caindo."

Na ocasião, Marília fez questão de dizer que estava ótima, que a reclusão de dois anos antes, em função de um tratamento para sanar o desgaste ósseo dos quadris, era algo completamente superado. E que estava cheia de projetos. "Eu não estou reclusa, muito pelo contrário", insistiu. Até o último instante, fez questão de disfarçar sua fragilidade e as condições apontadas há cerca de um mês pela colunista Hildegard Angel, que publicou em seu blog que a atriz sofria de câncer de pulmão - "ela mesma me falou", informou Angel, desmentida por Sandra Pêra, irmã da atriz.

Marília Pêra poderia ser só mais uma dessas herdeiras de artistas que, fascinada pelo universo frequentado pelos pais, virou atriz. O caso é que dificilmente ela escaparia desse destino. Artista completa, capaz de atuar, cantar e dançar com maestria, pisou no palco pela primeira vez aos 4 anos, incentivada pela mãe, Dinorah Marzullo, e pelo pai, Manuel Pêra.

Foi bailarina dedicada a coreografias, sapatilhas e pas-des-deux, dos 14 aos 21 anos. Esteve em musicais e espetáculos de revista, peças, filmes, novelas e seriados. Polêmica como só os gênios podem se dar ao luxo de ser, Marília Pêra fascinou grandes plateias e descontentou alguns colegas de profissão. De temperamento impositivo, fazia valer sua vontade. Um dos episódios que vieram à tona, nesse contexto, foi sua escalação para a minissérie Cinquentinha, de Aguinaldo Silva. Após várias cenas gravadas, desistiu do papel, causando desconforto entre os profissionais da Globo e sendo substituída por Betty Lago.

Em 1989, ao tomar partido por Fernando Collor para a presidência da república, foi vítima de agressores que apedrejaram a porta do teatro onde ela se apresentava. Desde então, não mais se manifestou politicamente.

O episódio foi um contraste no seu histórico político, já que no passado, chegou a ser vista como comunista. Foi presa durante a apresentação da peça Roda Viva, de Chico Buarque, em 1968, e teve a casa invadida pela polícia pouco tempo depois, quando novamente foi presa.

Foi ainda engatinhando como atriz que esteve no mesmo palco de Bibi Ferreira, em Minha Querida Lady (1962). Costumava dizer que passou nos testes porque os diretores procuravam alguém capaz de fazer acrobacias, coisa rara na época. Em 63, foi Carmen Miranda em O Teu Cabelo Não Nega, biografia de Lamartine Babo, e voltou a encarnar a cantora em outras ocasiões, como no espetáculo A Pequena Notável (1966), dirigido por Ary Fontoura, e A Tribute to Carmen Miranda, no Lincoln Center, em Nova York (1975), dirigido por Nelson Motta, e na única apresentação de A Pêra da Carmem, no Canecão, em 1986. Em 2005, fez o musical Marília Pêra canta Carmen Miranda (2005), dirigido por Maurício Sherman.

Em 64, chegou a derrotar Elis Regina em um teste para o musical Como Vencer na Vida sem Fazer Força.

Chegou à TV ainda em 65, em Rosinha do Sobrado, já na Globo e depois, em A Moreninha. Em 1967 fez sua primeira apresentação em um espetáculo musical, A Úlcera de Ouro, de Hélio Bloch. Em 1969, cativou críticos e públicos como protagonista de Fala Baixo Senão eu Grito, primeira peça da dramaturga Leilah Assumpção. Levou o Molière e o APCA do ano.

Em 75, gravou o LP Feiticeira, pela Som Livre. Com aulas de ópera no currículo, interpretou Maria Callas na primeira montagem de Masterclass. Disse ao Estado que se identificava com a diva.

Com a mesma competência que a levava a atuar e a cantar tão bem, dirigia com mão firme. Era seu o comando de Marco Nanini e Ney Latorraca em O Mistério de Irma Vap, um hit de bilheteria da história teatral brasileira.

Casou aos 17 com o músico Paulo da Graça Mello, morto num acidente de carro em 1969 e pai de Ricardo Graça Mello, seu primogênito. Paulo Villaça, o segundo marido, foi seu parcerio no palco. Depois veio Nelson Motta, pai das filhas Esperança e Nina.

O grande musical Elas por Ela, para a TV Globo, veio em 92. Em 2008, foi protagonista do longa-metragem, Polaróides Urbanas, de Miguel Falabella, onde interpreta duas irmãs gêmeas. Miguel Falabella foi seu grande parceiro nos últimos anos. Dele, fez A Vida Alheia e Pé na Cova, série que ainda reserva uma temporada inédita, já gravada, como Darlene.

Após a nossa entrevista, em setembro, por telefone, o Estado tentou agendar a produção de uma sessão de fotos com a atriz, mas foi informado que sua situação física era um tanto frágil. A assessoria de comunicação da Globo, como faz normalmente, a fim de não incomodar suas estrelas, tentou oferecer imagens já produzidas por seus fotógrafos. A reportagem se dispôs a aguardar por um bom momento para a atriz e ela, gentilmente, acabou agendando as fotos. As fotos em nada denunciam qualquer problema de saúde, ao contrário: apresentam uma mulher feliz, bem maquiada, bem vestida, como sempre, com aspecto de alguém bem disposto e que leva ao pé da letra o lema de que "o show não pode parar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Familiares e amigos se despediram da atriz Marília Pêra, na tarde deste sábado (5), em um velório realizado no Teatro Leblon, numa sala que leva o nome dela. O enterro ocorreu logo em seguida. O sepultamento foi cercado de muita emoção e palmas dos presentes. Os fãs não tiveram acesso nem ao velório e nem ao cemitério. 

Marido de Marília, Bruno Freitas estava muito emocionado e foi acalentado pelos amigos. O ex-marido da atriz, o jornalista Nelson Motta, que é pai de suas filhas Nina e Esperança, também compareceu. Além das duas meninas, Marília também era mãe de Ricardo Graça Mello. Colegas de trabalho da artista como Cássia Kiss, Marieta Severo e Renata Sorrah também prestaram sua homenagem. O ator e diretor Miguel Falabella compareceu ao velório, mas preferiu não ir ao enterro. 

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Marília Pêra faleceu na manhã deste sábado (5), aos 72 anos, vítima de um câncer de pulmão. A atriz tinha mais de 50 anos de carreira, com atuações no teatro, cinema e televisão. Seu último trabalho na TV foi na série Pé na Cova, na qual interpretava Darlene. O programa está no ar atualmente com sua quarta temporada. 

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O espetáculo teatral “Depois do Amor – Um encontro com Marilyn Monroe”, com direção de Marília Pêra, terá estreia neste sábado (5), no Teatro Amazonas, em Manaus. A cidade irá exibir a peça também no domingo (6). 

As atrizes Danielle Winits e Carolina Ferraz fazem parte do elenco e prestaram homenagem à Pêra no Instagram. De acordo com o teatro, o espetáculo não foi cancelado, acontecerá no horário já divulgado, às 20h e será dedicado à diretora ela através de homenagens. 

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O espetáculo

Definido como um estudo da alma feminina, as protagonistas, enquanto experimenta vestidos, relatam histórias do passado, assim como sobre amores, alegrias e aflições, lembram relatos engraçados. O futuro também faz parte do discurso das mulheres no espetáculo. 

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O sábado (5) amanheceu de luto pela morte da atriz Marília Pêra, que apresentava problemas de saúde desde o ano passado e precisou, inclusive, se afastar das gravações do programa Pé na Cova, seu último trabalho na TV Globo. 

O nome da atriz já aparece nos Trending Topics do Twitter como um dos assuntos mais comentados do Brasil. Junto a publicações de fãs e admiradores do seu trabalho, estão jornalistas e amigos de profissão. 

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O apresentador Serginho Groisman, publicou que “Com muita tristeza soube da morte de Marilia Pêra. A Arte chora mas agradece tua brilhante passagem”. Junto à mensagem, uma foto onde a atriz o abraça. 

No universo da música, a cantora Gal Costa também twitou uma homenagem à artista. “R.I.P. Marilia Pêra saudades amiga. Vá em paz! Muita paz e luz.”

Até mesmo a nova geração de artistas, como a atriz Sophia Abrahão, prestou homenagem. “diva! esse sábado amanheceu triste sem você .. #RIP #MariliaPera”, além de um link que encaminha o leitor para uma foto de Marília Pêra postada na sua conta pessoal do instagram.

A atriz, cantora e diretora teatral Marília Pêra faleceu neste sábado (5), aos 72 anos, por volta das 6h da manhã, na sua casa, no Rio de Janeiro. Recentemente, ela voltou a ser internada, mas seus familiares haviam informado que o seu quadro de saúde não inspirava preocupação. 

Em 2014, a atriz precisou se afastar das gravações do programa Pé na Cova, da Rede Globo, o qual interpretava a personagem Darlene, por conta de desgaste ósseo no quadril. Já neste ano, retomou seu trabalho na nova temporada da série, em setembro. Informações extraoficiais - contestadas pela família da artista - garantiam que Marília Pêra lutava contra câncer de pulmão.

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Nascida em 22 de janeiro de 1943, no bairro do Rio Comprido, no Rio de Janeiro, Marília Soares Pêra, após casar-se com o ator Paulo Graça Mello, passou a assinar o nome Marília Pêra da Graça Mello.  

Desde que nasceu, conviveu com a realidade de artista, por ter pais atores. Os palcos de teatro e as câmeras já lhe eram familiar. Por conta disso, resolveu ingressar no meio artístico e enveredou pelo caminho da dança e das artes cênicas, chegando a interpretar em musicais como a biografia de Lamartine Babo, interpretando Carmen Miranda. Além disso, também realizou trabalhos fora do Brasil.

Em 1965, ingressou na TV Globo, contratada pelo diretor Abdon Torres, onde fez diversas novelas e séries de sucesso. Entre os títulos mais marcantes, estão Beto Rockfeller (1968), Rainha da Sucata (1990), Os Maias (2001) e Celebridade (2003). O último trabalho da atriz na Globo foi o programa humorístico Pé na Cova, escrito por Miguel Falabella. 

Com extensa carreira no teatro e no cinema, Marília Pêra conquistou dezenas de prêmios por suas performances marcantes. Em 1989, recebeu uma menção honrosa da Sociedade de Críticos de Cinema dos Estados Unidos, como uma das melhores atrizes da década. 

A atriz Marília Pêra falou sobre idade e beleza, em entrevista à Revista Contigo!. Aos 72 anos, recém completados, Marília confessou já ter aplicado botox uma vez e disse ser vaidosa, mas sem exageros. A entrevista completa pode ser vista na Revista Contigo! que chega às bancas nesta quarta (28).

A atriz falou de sua relação com a beleza, "Nunca me considerei uma mulher bonita, nem nunca fui tratada como mulher bonita, a não ser por homens que me amaram muito. Então, nunca me senti perdendo a beleza, porque minha beleza está em outro lugar.” Ela também assumiu ser vaidosa, mas sem exageros. Marília pinta os cabelos, faz limpeza de pele mas não faz mais procedimentos estéticos, como o botox, nem tira as sobrancelhas, "Ultimamente não tiro nem sobrancelha, porque a picada me chateia. (...) Acontece que fiquei sem paciência com a dor. Não quero perder tempo com isso. Quero fazer outras coisas.", explicou a atriz.

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Quando encenou o musical A Estrela Dalva, em 1987, em homenagem à grande cantora Dalva de Oliveira, a atriz Marília Pêra manteve um contato mais próximo com o trabalho da famosa dupla formada por Dalva e Herivelto Martins, representantes da época de ouro do rádio no Brasil (anos 1940 e 1950). "O espetáculo falava deles, mas não se referia a Lurdes, mulher de Herivelto", conta Marília, que fecha o ciclo com o monólogo-musical Herivelto Como Conheci, que terá apenas três apresentações no Theatro Net, a partir desta sexta-feira, 31, até domingo, 2.

Com adaptação e direção de Claudio Botelho, o espetáculo é baseado no livro homônimo de Cacau Hygino e Yaçanã Martins (também responsáveis pelo texto da peça), lançado em 2010, e revela detalhes do romance entre o compositor e músico Herivelto Martins (1912- 1992) e sua terceira esposa, a aeromoça Lurdes Torelly, prima do famoso escritor e humorista Aparício Torelly, o Barão de Itararé. Desquitada, ela já tinha um filho do primeiro casamento e, com Herivelto, teve mais dois, entre eles, a atriz e escritora Yaçanã.

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"Em cena, vivo o papel de Lurdes e conto a história da sua relação com Herivelto e as canções que ele compôs em sua homenagem", conta Marília. "Mas também falo de Dalva, pois é impossível esquecê-la."

Herivelto Martins teve uma vida que certamente inspiraria um melodrama circense - a começar pela infância, pois, aos 13 anos, ele fugiu com uma dupla de circo.

Trabalhou como palhaço e barbeiro até gravar, em 1932, uma composição sua, Da Cor do Meu Violão, feita para uma namorada discriminada pelo pai do músico justamente por ter a cor do título da música. Numa época em que sambistas eram vistos com desconfiança, suas músicas falavam de relações inter-raciais (tanto Da Cor do Meu Violão como Nega Manhosa) e da vida difícil na favela (Ave Maria no Morro).

"As músicas de Herivelto são deslumbrantes, com letras arrebatadoras e retratam uma época em que se matava por amor, em que os corações arrebentavam de tanta paixão", observa Marília que, em cena, é acompanhada pelos músicos Thiago Castro e Marcio Castro. E, durante a narrativa, as falas de Herivelto são ditas em off pelo diretor, Claudio Botelho.

A aeromoça Lurdes era de família gaúcha tradicional e conheceu Herivelto a bordo de um avião. Embora enamorada, ela tentou não ceder aos seus encantos. Mas não conseguiu. Em meio a tantas cartas de amor, a relação entre eles durou 40 anos e só terminou com a morte de Lurdes, em 1990.

Ela desejava que a troca de cartas que manteve com Herivelto entre 1947 e 1949 fosse queimada, mas a filha Yaçanã não teve coragem de destruir aquelas declarações de amor, que culminaram no livro e no espetáculo.

"Conheci pessoalmente Lurdes e Herivelto, pois, nos anos 1980, quando me preparava para montar o musical A Estrela Dalva, frequentei a casa deles, na Urca, no Rio", relembra Marília. "Lurdes e Herivelto formavam um casal delicado e religioso. Com eles, fiz algumas orações e deles recebi bons fluidos. Lurdes era uma mulher meiga e serena. Eu, envolvida como estava com a vida e com as músicas de Dalva, ficava surpreendida com o equilíbrio desse casal que, no passado, tinha mergulhado junto com Dalva no olho do furacão, no vórtice das paixões."

Marília conta que Herivelto assistiu a algumas apresentações de A Estrela Dalva para confirmar se ela realmente cantava nos tons originais. "Fiquei contente quando ele confirmou."

O repertório de Herivelto Como Conheci inclui 19 canções como Caminhemos, Ave Maria do Morro, Atiraste uma Pedra, Camisola do Dia, Dois Corações, Pensando em Ti, Culpe-me, e Segredo, entre outras.

O espetáculo marca o retorno de Marília Pêra aos palcos, depois de um período de oito meses cuidando de um problema lombar e na perna que a deixou imobilizada.

"Voltei cautelosa e, com receio de não me lembrar de tudo (são várias canções e muito texto), pensei até em usar ponto eletrônico", fala. "Mas, ao retomar os ensaios, aos poucos fui recuperando tudo até me sentir plenamente segura."

De fato, no palco, Marília cita diversos trechos das cartas escritas por Lurdes como fala da personagem. E, antes de chegar a São Paulo, o espetáculo ficou em cartaz no início do ano no Rio e foi apresentado durante uma semana em Lisboa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A soprano Maria Callas (1923-1977) foi a mais gloriosa presença vocal da ópera do século 20. Sua atuação cênica e presença vocal tão peculiar jamais encontraram uma substituta à altura. Amada pelos fãs, venerada pelos críticos, Callas, no entanto, era uma mulher frágil e morreu abandonada pela própria voz, que estragara em arriscadas aventuras, e pelo amante, o grego Aristóteles Onassis, que a trocou por Jackie Kennedy, partido mais cintilante.

"É justamente esse perfil menos conhecido de Callas, a mulher delicada em busca de um grande amor, que me fascina profundamente", comenta Marília Pêra, atriz de primeira grandeza que viveu a cantora no palco, na peça Master Class, em 1996. A paixão, no entanto, é mais antiga pois, nos anos 1980, Marília colecionou tudo que dizia respeito à soprano, como discos, livros, fotos, reportagens. Adquiriu um conhecimento tão profundo que ela se tornou a opção natural para a direção de Callas, peça que estreia nesta sexta-feira, 12, no Teatro Itália.

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O espetáculo marca o retorno de Marília, de 71 anos, às atividades artísticas, depois de oito meses cuidando de um problema lombar e na perna que a deixou imobilizada. "No pior momento, cheguei a pensar que não andaria mais", contou ela ao jornal O Estado de S.Paulo, em entrevista por telefone.

Questionada sobre como foi voltar a trabalhar com a obra de Maria Callas, Pêra conta que "foi fascinante. A peça foi escrita por Fernando Duarte, que foi camareiro da montagem de Doce Deleite, que dirigi em 1981. O texto se passa em Paris, em 15 de setembro de 1977, um dia antes da morte de Callas. Lá, ela se encontra com um dos poucos amigos que restaram, John Adams (vivido por Cássio Reis), que organiza uma exposição sobre sua vida e carreira e Callas vai dar uma última checada nos objetos. Ela já está triste, pressentindo que a morte se aproxima. Ao pensar na direção, tive a ideia de transformar em uma espécie de documentário ao vivo".

Ela diz que "enquanto Callas observa os objetos, ela usa alguns, como os figurinos de óperas famosas. Assim, enquanto Claudia Ohana, que vive Callas, prova o vestido, três telões vão exibir cenas da própria Callas trajando o mesmo figurino, de personagens como Ana Bolena, Tosca. Assim, o público acompanha uma espécie de documentário de 62 minutos, no qual aparecem filmes, fotos e a própria voz de Callas".

Pêra diz se identificar com Callas por ela ter sido uma cantora fantástica, encadeava notas musicais com uma lógica de atriz, mas, impressionava pela fragilidade e infortúnios no amor. "Era um monstro em cena, mas não escondia sua fraqueza pessoal. E, como sua vida era acompanhada publicamente (a imprensa noticiava tudo, sucesso e fracasso), ela se mostrava por inteiro. Callas levava muito a sério o que escreviam. Quando foi abandonada por Onassis, ela começou a morrer. Afinal, uma cantora lírica necessita que massageiem seu ego para manter a voz no lugar, o diafragma forte, e Callas, além de emagrecer, perdeu a própria confiança. Em um momento da peça, mostramos a terrível cena em que Kennedy é assassinado. Nesse instante, Claudia diz que Onassis preferiu a mulher que se tornava a mais importante do mundo".

Pêra também contou que já comparou o destino de Callas com o de Elis Regina. "Elis também morreu cedo, também muito comprometida com o que pensavam sobre ela, uma mulher muito exposta. São almas semelhantes, frágeis, morrendo cedo e com sensação de fortaleza".

Sobre o problema de saúde enfrentado, Pêra disse que "foram oito meses muito difíceis. Tive um desgaste ósseo na região lombar e também no quadril direito. Senti muita dor. Achei que não conseguiria mais pisar com a perna direita e já me conformava em apenas escrever. Emagreci muito - de 47 quilos fui a 40. Era um moto-contínuo: eu melhorava um pouco, fazia fisioterapia e massagem, mas piorava. Aí, vinha um repouso absoluto. Melhorava novamente, fazia fisio, massagem e novamente piorava. Até que, nos últimos três meses, decidi não mais fazer fisioterapia até melhorar completamente. Hoje, ando pra lá e pra cá, uso salto alto e até já penso em voltar à cena. Tanto que volto a gravar o programa Pé na Cova em dezembro e, no fim de setembro, vou rodar um filme chamado A Dona do Paraíso, do diretor português José João Silva".

A história trata de uma mulher que perde um terreno no meio da Amazônia e passa a lutar para recuperar a posse. "Vou à Amazônia, enfrentar tarântulas, formigas, mosquitos (risos). Mas será um filme de aventuras, que vai comprovar que estou bem mesmo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Maria Callas, considerada uma das maiores cantoras de ópera de todos os tempos, terá a sua vida encenada no palco do Teatro de Santa Isabel na peça Callas. O espetáculo ficará em cartaz nos dias 5 e 6 de abril.

Com texto de Fernando Duarte, direção de Marília Pêra e atuação de Silvia Pfeifer e Cássio Reis, a montagem se passa em Paris no dia anterior a morte da cantora lírica. Maria Callas vai ao encontro de seu amigo e jornalista John Adams para organizar uma exposição sobre sua carreira e relembra os altos e baixos do sucesso, o fim do casamento com Aristóteles Onassis e a morte do filho.

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Os ingressos já podem ser adquiridos no Teatro de Santa Isabel e custam entre R$ 25 e R$ 80.

Serviço

Callas

5 de abril | 21h; 6 de abril | 19

Teatro de Santa Isabel (Praça da República - Santo Antônio)

R$ 25 a R$80

 

Marília Pêra faz um voto de silêncio. Mas por uma boa causa - ao menos durante 9 horas por dia, a atriz não emite uma palavra, um som qualquer. Tudo para preservar o canto afinado que exibe em Alô, Dolly!, musical que encerra temporada no Rio e que estreia em São Paulo no dia 2 de março, no Teatro Bradesco. No papel-título, Marília está, como de hábito, um arraso, ainda que à custa de um certo sacrifício. "Tenho oito solos durante o espetáculo, praticamente não saio de cena, vocalmente é muito cansativo", comenta. "Mas é por uma boa causa, pois o musical é lindo e romântico."

Inspirado em A Casamenteira, peça que Thornton Wilder lançou em 1955, Alô, Dolly! foi escrito por Michael Stewart, com música e letras de Jerry Herman, e logo se tornou um estrondoso sucesso de público e crítica - levou dez prêmios Tony em sua primeira temporada na Broadway, em 1964. O motivo é sua trama clássica: na Nova York de 1890, Dolly Levi sobrevive como uma casamenteira que, graças à inteligência e à malícia, não só acerta a vida dos outros como também prepara habilmente seu matrimônio com Horácio Vandergelder, um milionário, caipira e viúvo, que está em busca de uma nova mulher.

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"O musical trata da sobrevivência", observa Miguel Falabella que, além de viver Horácio, é responsável pela versão brasileira e pela direção-geral do espetáculo. "Dolly é aquela imigrante judia da Europa oriental que aprendeu a se virar - além de promover uniões matrimoniais, é consultora jurídica, dá aula de dança e bandolim. Uma mulher que luta pela vida. Na verdade, o original de Thornton Wilder revela-se uma peça sobre o dólar, sobre o dinheiro. Meu personagem representa os EUA e sua fortuna, enquanto Dolly lembra a Europa e sua alegria de viver."

De fato, é no embate entre muquiranas e perdulários que se equilibra o espetáculo, graças, é claro, ao entrosamento entre Marília e Falabella. "Fazemos uma dobradinha em cena, aprendo muito com a respiração dele, enquanto Miguel tem respeito pelas minhas pausas", comenta a atriz. "O sucesso da comédia reside na respiração. A maneira como é dita uma frase é que provoca a gargalhada do público. E jogar com a Marília é gratificante: a bola vem no pé, só não faz gol quem é vagabundo. É como jogar com o Messi", devolve ele.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Serviço

Alô, Dolly!

Teatro Bradesco (Bourbon Shopping - Rua Turiassu, 2.100, 3º piso, Pompeia São Paulo)

Estreia 2 de março

(11) 4003 1212

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