Tópicos | migrar

“Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a esse regressar.” A frase é do artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento histórico adotado pelas Nações Unidas (ONU) em 1948 e que delineou as prerrogativas básicas de uma pessoa, de qualquer pessoa, independentemente de sua origem, cor, etnia, religião ou classe social.

Ignorada sistematicamente em muitos países ao longo dos últimos 72 anos, essa premissa se viu diante de uma barreira inédita em 2020: a pandemia do novo coronavírus, que levou governos mundo afora a fecharem fronteiras para conter um agente infeccioso que, até agora, segue incontrolável.

##RECOMENDA##

Segundo relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), em meados de julho mais de 2,75 milhões de migrantes estavam “presos” no meio de suas viagens por causa da Covid-19, sem conseguir voltar para casa e muitas vezes com vistos e permissões de estadia vencidos.

Se as restrições a deslocamentos nacionais e internacionais se tornaram uma ação consagrada e amparada pela ciência para enfrentar a pandemia, há quem veja o uso da Covid-19 por governos como desculpa para impedir a entrada de refugiados e migrantes forçados, cujo direito de “procurar e de gozar asilo em outros países” é estabelecido no artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Tanto migrantes voluntários como refugiados sofreram impactos na pandemia. Na fronteira dos Estado Unidos com o México, pessoas que antes ficavam esperando o pedido de refúgio ou migração, mas tinham uma resposta no horizonte, mesmo no governo Trump, hoje não têm horizonte. Estão lá e não sabem até quando vão esperar”, diz Luís Renato Vedovato, pesquisador associado do Observatório das Migrações em São Paulo, grupo ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Já na América do Sul, o governo Bolsonaro proibiu a entrada de estrangeiros no Brasil por via terrestre, embora tenha ignorado a via aérea, reconhecidamente aquela por meio da qual o coronavírus se espalhou por quase todos os países do mundo.

Uma portaria de 12 de novembro ainda diz que o descumprimento da proibição pode causar a “inabilitação de pedido de refúgio”, trecho que mira sobretudo venezuelanos.

“O interessante é que o governo fechou a fronteira terrestre, mas não a aérea, e o vírus se dissemina mais na aérea do que na terrestre. A ideia talvez fosse fechar a fronteira para diminuir a pressão sobre o sistema de saúde, mas a conduta do governo federal até agora não é a de reconhecer a existência de uma pandemia que preocupe”, acrescenta Vedovato.

Itália

Na Itália, um dos países mais atingidos pela pandemia em todo o mundo, o número de chegadas de migrantes forçados e refugiados via Mediterrâneo cresceu quase 200% até 24 de dezembro de 2020 (11.439 em 2019 e 34.001 neste ano), mas isso se deve sobretudo ao aumento no contingente de tunisianos, já que ONGs sofreram severas restrições para operar no mar.

Segundo o Ministério do Interior italiano, a Tunísia, que fica a pouco mais de 100 quilômetros da ilha de Lampedusa em linha reta, responde por quase 40% dos desembarques de migrantes forçados no país europeu em 2020, contra 23% em 2019.

Por outro lado, as ONGs que atuam no Mediterrâneo reclamam de restrições impostas pelo governo da Itália durante a pandemia. “No período de lockdown [março a maio], paramos todas as nossas operações. Utilizamos aquele tempo para criar protocolos de contenção para continuar fazendo socorro no mar. Infelizmente, ações de nível institucional não ajudaram, e algumas atrapalharam ainda mais”, diz à ANSA Giorgia Linardi, porta-voz da entidade alemã Sea Watch na Itália.

Em 7 de abril, um decreto do governo estabeleceu que os portos italianos não podiam mais ser enquadrados como “lugares seguros” para náufragos - convenções internacionais determinam que uma missão de resgate marítimo é concluída somente com o desembarque dos sobreviventes no porto seguro mais próximo, função que, por questões geográficas, recai sobretudo em Itália e Malta no Mediterrâneo Central.

“O decreto de 7 de abril é um emblema do uso da pandemia como desculpa”, afirma Linardi. Além disso, o governo passou a colocar migrantes, refugiados e tripulantes de navios de ONGs em quarentena obrigatória de 14 dias após missões de socorro.

“Nenhum outro tipo de navio teve de fazer quarentena ao entrar na Itália”, ressalta a porta-voz da Sea Watch, acrescentando que, na visão da entidade, o país também nunca deixou de ter os requisitos para ser considerado “porto seguro”.

A quarentena obrigatória é realizada em balsas comerciais alugadas pelo governo italiano justamente para esse fim. Para a ONG, essa prática comporta uma limitação do direito à liberdade de movimento, já que é aplicada exclusivamente em migrantes e refugiados salvos no mar. “Teria sido possível organizar o acolhimento em terra”, diz Linardi.

A Sea Watch voltou ao mar em junho, logo após o fim do lockdown, mas fez uma única missão com o navio Sea Watch 3, que acabou apreendido pela Guarda Costeira italiana. Já a embarcação Sea Watch 4 foi interditada pelas autoridades em setembro.

O argumento da Guarda Costeira é de que esses navios apresentam “diversas irregularidades de natureza técnica e operacional que comprometem a segurança da tripulação e das pessoas resgatadas a bordo”.

No entanto, de acordo com Linardi, as autoridades italianas cobram um certificado para operar em áreas “SAR” (sigla em inglês para “busca e salvamento”), algo que não é exigido na Alemanha, país de origem da ONG. “A Itália se esquece ou decidiu não considerar que nossos navios têm bandeira estrangeira, então não estão sujeitos à jurisdição de outro país”, diz a porta-voz.

Outras entidades, como a SOS Méditerranée, enfrentaram o mesmo problema: o navio Ocean Viking ficou cinco meses apreendido na Sicília e só recebeu autorização para voltar ao mar em 21 de dezembro.

“As nossas equipes trabalharam dia e noite para que o navio pudesse zarpar e salvar vidas novamente. Enquanto isso, centenas de pessoas morreram no mar. [...] Repentinamente, os navios de ONGs não são mais considerados suficientemente seguros pelas autoridades italianas”, comentou Frédéric Penard, diretor de operações da SOS Méditerranée, em nota oficial.

Hábito

Para o professor Luís Renato Vedovato, o fechamento de fronteiras acabou sendo “naturalizado” durante a pandemia, e “quem mais sofre são migrantes e refugiados”.

“As consequências mais preocupantes vão recair sobre as pessoas que migram porque precisam. A tendência é que a gente veja cada vez mais preocupação sanitária nas fronteiras. Para entrar em um país, vou ter de apresentar uma lista de vacinas e exames”, afirma.

Nesse contexto, populações forçadas a sair de seus territórios podem enfrentar ainda mais problemas para se recolocar. “Vejo consequências devastadoras nessa área, mas, ao mesmo tempo, pode ser que haja um fortalecimento de organismos internacionais que trabalham com migrantes forçados”, ressalta Vedovato. 

Da Ansa

Os judeus da Dinamarca agradeceram ao convite do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas rejeitaram a oferta de imigrar para Israel, depois do ataque a uma sinagoga no fim de semana em Copenhague.

"Estamos muito agradecidos pela amabilidade do senhor Netanyahu, mas, dito isto, somos dinamarqueses - somos judeus dinamarqueses - e não é o terror que nos fará ir para Israel", declarou à AFP Jeppe Juhl, porta-voz da comunidade judia da Dinamarca.

##RECOMENDA##

No domingo, Netanyahu pediu aos judeus europeus que imigrem para Israel depois do atentado contra a principal sinagoga de Copenhague que deixou um morto.

"Novamente um judeu europeu perdeu a vida por ser judeu e este tipo de atentado se repetirá", advertiu Netanyahu.

Ele assegurou que seu país "preparado para acolher uma imigração em massa procedente da Europa".

Um jovem judeu perdeu a vida no lado de fora da sinagoga de Krystalgade, a mais importante da idade de Copenhague, supostamente vítima do mesmo homem que mais cedo havia atacado um centro cultural onde era realizado um debate sobre Islã e liberdade de expressão, matando outro homem.

As especulações políticas sobre o ex-ministro da Saúde, José Serra (PSDB) migrar para o PPS já circulam a nível nacional. Com a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à presidência da República, o ainda tucano e ex-governador de São Paulo ficará sem espaço para chapa majoritária na sigla. O novo rumo não está confirmado por enquanto, mas segundo o vereador do Recife Raul Jungmann (PPS) o diálogo já está sendo costurado.

Uma provável conjuntura política para Serra seria filiar-se ao Mobilização Democrática, junção anunciada entre o PPS  e o PMN que foi abordada mesmo antes de ter registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sendo assim, surge um novo caminho para o ex-gestor estadual seguir.

##RECOMENDA##

Questionado sobre o a assunto, Jungmann não só confirmou a probabilidade, como afirmou as articulações políticas. “Existe esta possibilidade e existem articulações, mas, entretanto ninguém bateu o martelo. Por enquanto existem apenas costuras e a possibilidade”, admitiu.

Mesmo afirmando que o ‘martelo’ ainda não foi batido, o líder da oposição na Câmara de Vereadores se mostra alegre com a possibilidade. “Do nosso ponto de vista, se o ex-ministro Serra resolver vir para o PPS será ótimo. Aí iniciaremos uma segunda etapa de discussão se é que nós vamos ter e quem vai ser candidato a presidente, mas de todo o jeito, se Serra assim se decidir, nós o receberemos de braços abertos”, celebrou.

Indagado se ele seria um nome forte para representar o PPS a nível nacional, Jungmann relembrou os votos já obtidos em outras eleições. “Ele seria um nome forte para estar à disputa presidencial sim. Ele teve 44 milhões de votos. Mas isso é uma ciosa lá frente para o partido conversar e discutir”, pontuou.

Enquanto não se define o real partido que o atual ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (FBC-PSB) atuará nas próximas eleições, ele continua marcando agendas administrativas em Pernambuco que não precisem estar frente a frente com o governador Eduardo Campos (PSB). Depois de uma conversa nessa quarta-feira (29) com o prefeito de Paulista, Junior Matuto (PSB), o representante do Governo Federal marcou uma visita ao município para o próximo dia 15 de junho.

O que se comenta no meio político é que mais cedo ou mais tarde haverá uma ruptura de Bezerra com Campos e o ministro seguirá para o Partido dos Trabalhadores (PT). A forte postura em defesa de Dilma nos eventos e ações que participa por Pernambuco afora, demonstra uma possível migração de sigla, já que também se espera que o governador se lance candidato à presidência em 2014, e colocará FBC numa corda bamba dentro da legenda.

##RECOMENDA##

Na última segunda-feira (27), o ministro não compareceu ao seminário do PSB, que reuniu centenas de militantes da legenda no Recife. Devido à ausência, o governador foi questionado sobre o motivo da ausência, mas o líder socialista disse que não sabia se estava confirmado se FBC iria. No mesmo dia, o ministro entregou retroescavadeiras e motoniveladoras adquiridas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Recife (PE), mas o governador deu o troco e também não foi ao evento. Quem representou Campos foi o vice-governador João Lyra Neto (PDT).

Visita a Paulista – Em Paulista, o ministro vai visitar o trecho da praia de Pau Amarelo, onde o prefeito Junior Matuto teve que decretar estado de emergência no início de maio, em função do avanço do mar e dos riscos que representava aos imóveis instalados na área. Fernando Bezerra Coelho também conhecerá de perto a realidade da praia do Janga, que possui problemas por conta da intempérie da natureza.

As ações apresentadas a FBC contemplam a recuperação do trecho da obra que terá início na Rua Nossa Senhora, no bairro de Pau Amarelo; até a Rua Malta, no bairro de Nossa Senhora do Ó. 

 

 

 

 

 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando