Tópicos | José Serra

O ex-senador José Serra (PSDB) foi internado nesta segunda-feira, 24, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para realizar exames pré-operatórios. O tucano será submetido nesta terça-feira, 25, a um procedimento cirúrgico que visa reduzir dores na região lombar.

De acordo com sua assessoria de imprensa, Serra sofre de uma estenose de canal lombar entre as vértebras L4 e L5, considerada a mais frequente. Trata-se de um estreitamento do canal espinhal provocado por uma degeneração do disco localizado entre as vértebras e que provoca dores.

##RECOMENDA##

O tratamento será feito com uma técnica microcirúrgica que visa recalibrar o canal por meio de uma espécie de descompressão. O procedimento é pouco invasivo e eletivo, ou seja, não é urgente. Como Serra tem 81 anos, no entanto, a indicação foi iniciar a internação um dia antes para realização de exames.

O tucano está atualmente sem mandato parlamentar. Em 2022, Serra tentou eleger-se deputado federal por São Paulo, mas não obteve os votos necessários.

O senador José Serra (PSDB-SP) diz que o novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva está entrando em uma "arapuca" política com desdobramentos fiscais. "Demoraram semanas para protocolar um texto que será muito modificado e estão escolhendo caminhos que não resolvem o problema", alertou em entrevista ao Estadão. Leia trechos da entrevista.

Na segunda-feira, o sr. protocolou uma PEC com solução de curto, médio e longo prazos para as contas públicas e que já conta com 32 assinaturas. É uma alternativa à PEC da Transição?

##RECOMENDA##

Apresentei uma PEC que assume responsabilidade fiscal, ambiental e social. Restabelece no País o arcabouço da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), permitindo uma gestão planejada e transparente. Chamo de PEC da Reconstrução.

Proponho a troca da âncora fiscal do País, substituindo o teto de gastos (regra que atrela o crescimento das despesas à inflação) pelo limite da dívida previsto no artigo 52 da Constituição desde a constituinte. O Executivo teria que apresentar para o Senado uma proposta com os limites no prazo de seis meses.

Como funcionaria a regra?

Quando o Senado aprovar a proposta, dentro do processo legislativo formal, o teto fica revogado. Enquanto se discutem os números, fica valendo o teto. Assim, a política fiscal não fica sem âncora. Há uma troca. Sai o teto, entra a LRF em sua forma completa, pois a lei nunca vigorou com os limites de endividamento previstos na Constituição. Nesse prazo de seis meses, o governo pode editar créditos extraordinários até um valor de R$ 100 bilhões, possibilitando manter o Auxílio Brasil em R$ 600, pagar um adicional de R$ 150 para famílias com crianças em idade inferior a seis anos e realizar outros gastos importantes.

O teto de gastos não funciona mais?

Eu resumiria assim: o nosso teto de gastos está furado, e o chão da sala está inundado. Minha proposta faz uma reforma para resolver o problema definitivamente, trocando a estrutura, deixando o espaço organizado e salubre.

O governo criou uma armadilha política com a PEC da Transição?

O governo está encurralado. Cada ação para tapar um buraco no teto exige três quintos do Congresso, com votação dupla nas duas Casas. Os custos econômicos que envolvem essas alterações constitucionais são elevados, pois o Executivo consome recursos fiscais, tempo e energia nesse debate. O novo governo está entrando em uma arapuca política com desdobramentos fiscais. Nessa armadilha, a Constituição sai perdendo, pois o texto vai sofrendo alterações que comprometem a consistência da norma.

O que fazer com a PEC da Transição?

Demoraram semanas para protocolar um texto que será muito modificado, e estão escolhendo caminhos que não resolvem o problema. Penso que essa deveria ser a última PEC para lidar com o teto de gastos para que o governo possa iniciar a gestão focado no que importa.

Lula pode fazer uma boa política econômica?

O PT deve buscar os melhores na área econômica para compor com o time. Se Lula souber coordenar uma boa equipe na área econômica, terá mais facilidade para tocar as demais agendas de governo. Ele precisa da estabilidade macroeconômica.

O senador José Serra (PSDB-SP) protocolou nesta segunda-feira, 28, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um novo regime fiscal, com o fim do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação. O texto já conta com 27 assinaturas, o suficiente para começar a tramitar no Senado. O parlamentar propõe que a nova âncora fiscal do País seja o limite de endividamento. Além disso, o texto permite que o governo edite créditos extraordinários de até R$ 100 bilhões para reforçar o caixa de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

A proposta de Serra já vinha sendo debatida no Senado, em meio às discussões sobre a PEC negociada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para retirar o Bolsa Família do teto, mas ainda não havia sido protocolada no sistema da Casa. O texto do tucano determina que o Executivo envie ao Congresso, em até seis meses após a promulgação da emenda constitucional, a sugestão de limite para a dívida consolidada da União. É nesse prazo, com o teto ainda em vigor, que o governo fica autorizado a editar créditos extraordinários para pagar o Bolsa Família.

##RECOMENDA##

"É preciso reconhecer que a principal regra fiscal em vigor no País - o teto de gastos - está disfuncional e precisa ser substituída por uma nova âncora fiscal", argumenta Serra. O teto foi aprovado em 2016, no governo Michel Temer, mas foi "furado" diversas vezes durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro. "O ajuste fiscal em curso no País se concentra no corte de investimentos públicos. Quando não, promove-se um congelamento de salários no serviço público que logo vai se tornar insustentável. O poder público praticamente deixou de investir, comprometendo o emprego no País", emenda o senador, que está em fim de mandato no Senado. Serra concorreu a deputado federal neste ano, mas não se elegeu.

Para o parlamentar, contudo, não se pode revogar o teto de gastos sem indicar qual âncora fiscal vai substituí-lo. "Isso sinaliza desrespeito com a sociedade e com os agentes de mercado, ao indicar o caminho da anarquia fiscal. Comprometendo-se a responsabilidade fiscal, a sustentabilidade de uma agenda social e de crescimento econômico fica prejudicada. É simples: o descontrole das contas públicas pode causar elevação nos juros, desemprego e estagnação econômica. Por isso, a política fiscal precisa estar ancorada em uma regra fiscal", avalia o senador.

Regra de ouro

Além de estabelecer um novo regime fiscal no País, a PEC de Serra institui planos de revisão periódica dos gastos, com base em práticas internacionais adotadas pelos países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O senador ainda propõe a desconstitucionalização da regra de ouro, que impede o governo de se endividar para financiar despesas correntes, como benefícios sociais, juros da dívida, custeio da máquina pública e gastos com pessoal.

"Esta regra simplesmente perdeu a capacidade de limitar o endividamento público, com exceção dos investimentos públicos. Assim o instituto passaria a ser regulado por lei complementar, pavimentando-se o caminho para uma reformulação da regra de ouro, com incentivo para investimentos em infraestrutura e em iniciativas para proteger o meio ambiente", afirma Serra.

Bolsa Família

Na semana passada, o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) também apresentou uma PEC que prevê o envio ao Congresso de um projeto de lei complementar para mudar a âncora fiscal. No texto do parlamentar, o prazo vai até 17 de julho, data limite para a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, que serve de base para a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).

A PEC de Vieira também reduz de R$ 175 bilhões para R$ 70 bilhões o valor destinado ao Bolsa Família que ficaria fora do teto de gastos no ano que vem. A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva quer tirar todo o programa social do teto de gastos. Já a proposta do senador deixa de fora da âncora fiscal apenas o valor necessário para manter a parcela atual de R$ 600 (R$ 52 bilhões) e conceder o adicional de R$ 150 (R$ 18 bilhões), o que soma R$ 70 bilhões.

Uma outra proposta, protocolada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e batizada de "PEC da Sustentabilidade Social", eleva o teto de gastos em R$ 80 bilhões, ao invés de tirar o Bolsa Família da regra. No texto, o tucano explica que a intenção é que o valor seja adicionado à base de cálculo que definirá o teto nos próximos anos, aumentando o espaço de forma permanente. Ainda sem consenso, o PT avalia todas as PECs, mas tende a deixar a discussão da mudança no regime fiscal para o ano que vem.

Indo na direção oposta à escolhida por 72 parlamentares, o único senador a votar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria e eleva benefícios sociais, o senador José Serra (PSDB-SP) chamou a proposta do Governo Federal de “bomba fiscal” e disse que o texto viola a Lei de Responsabilidade Fiscal.  

A PEC foi aprovada por 72 votos a 1, no primeiro turno, e por 67 votos a 1, na segunda rodada, com o apoio, inclusive, de partidos da oposição. O pacote dos “auxílios” estipula um montante de R$ 41,25 bilhões para reduzir os impactos da crise causada pelos aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis. 

##RECOMENDA##

"O pretexto foi defender quem mais precisa, mas isso deveria ser feito de outra forma. O governo enviaria projeto de lei e créditos extraordinários, sinalizando controle e governança", escreveu o senador em suas redes sociais após a votação. 

As medidas, na visão de Serra, vão levar a uma perda da credibilidade fiscal do País, o que pode alimentar a inflação e levar o Banco Central (BC) a elevar ainda mais os juros. 

"Na verdade, o 'pacote de bondades' é eleitoreiro, só vai até dezembro de 2022 e compromete o futuro das contas públicas", escreveu Serra. "Além disso, a perda de credibilidade fiscal vai estimular inflação, juros mais elevados e reduzir os investimentos necessários para a geração de emprego e renda, que é a mais importante política de combate à pobreza de que dispomos", emendou. 

[@#video#@] 

A proposta de emenda à Constituição aumenta o valor de benefícios sociais – como Auxílio Brasil e vale-gás – e cria outros, em caráter temporário, com a transferência de recursos a caminhoneiros e taxistas; por isso o comentário de José Serra. O relator da proposta, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), incluiu na PEC um auxílio-gasolina de R$ 200 por mês a taxistas, com custo de R$ 2 bilhões, e a destinação de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil. 

Com o auxílio-taxista e os recursos ao Alimenta Brasil, o impacto do pacote subiu de R$ 38,75 bilhões para R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos. Também há estimativa de gasto de R$ 5,4 bilhões para conceder uma "bolsa-caminhoneiro" de R$ 1 mil por mês. 

O senador paulista José Serra (PSDB), que pediu licença médica de quatro meses no ano passado para tratar da doença de Parkinson, ficou oficialmente afastado da política, mas não se desligou. Diz ter acompanhado as prévias tucanas, a tentativa de aproximação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com quadros históricos de seu partido - considerada "natural" por ele -, e a novidade das federações.

Aos 79 anos, Serra afirma não ter se decidido se vai tentar renovar o mandato, que se encerra em dezembro. Em entrevista ao Estadão por e-mail, o senador disse que o PSDB deve respeitar o resultado das prévias que escolheram o governador João Doria como pré-candidato à Presidência, mas acha que os partidos precisam se unir em torno de um nome com chances de romper com o que classificou como "polarização entre extremos".

##RECOMENDA##

Como o sr. avalia o processo de prévias tucanas e a vitória de Doria?

Como democratas, optamos por um processo de votação interna com candidatos qualificados. Agora, há que se respeitar o resultado das nossas urnas. O foco principal do partido deve ser a busca por projetos e planos de governo estruturantes para o País.

Acredita que a terceira via possa se unir em torno de uma candidatura única?

É fundamental que os partidos se unam em torno de um nome com chances de acabar com essa polarização entre extremos, cada vez mais acentuada.

Como vê esse movimento do ex-presidente Lula de buscar diálogo com tucanos? Ele procurou o sr.?

Acho natural e importante o diálogo político. É da democracia, inclusive entre atores que não compartilham suas bandeiras e ideologia. Não fui procurado por ele.

Como avalia uma eventual chapa Lula-Alckmin?

O Geraldo é mais indicado para responder.

O PSDB deve optar por formar uma federação?

Por conta de todas as exigências e peculiaridades locais de partidos orgânicos, acho mais provável, neste primeiro momento, que as federações não ocorram entre siglas médias ou grandes, mas entre as siglas menores.

Vai tentar a reeleição?

No momento adequado, decidirei com o meu partido.

Quais são suas prioridades neste final do mandato?

Vou priorizar três áreas: social, meio ambiente e fiscal. Vou focar nessas questões, com novas proposições, mas sem deixar de atuar em projetos que preveem, por exemplo, o voto distrital, o parlamentarismo e novo marco regulatório do pré-sal.

Em 2015, quando o sr. foi para o Senado, a presidente era Dilma Rousseff. Depois, Michel Temer e Jair Bolsonaro. Como avalia as mudanças do período?

Tem sido turbulento. Mas seria muito leviano afirmar que nada foi feito. À parte opiniões técnicas sobre elas, houve reformas macro relevantes, como o teto de gastos e a reforma da Previdência. No campo fiscal, acho que o período demonstrou a necessidade de compromissos políticos, sobretudo por parte do Executivo, para que o equilíbrio fiscal seja preservado. Nas demais áreas, os últimos anos acenderam alertas. Durante um bom tempo, muito se falou sobre o amadurecimento institucional do País. Parece que nem tanto: certas áreas de políticas têm sido objeto de desmonte; outras estagnaram-se. Nosso sistema de Justiça tem-se mostrado poroso a injunções políticas de ocasião.

Como ex-chanceler, como avalia a viagem de Bolsonaro à Rússia?

Considero completamente inoportuna. Em termos de política externa, o presidente Bolsonaro está constantemente dando sinais trocados. A Rússia é um importante parceiro comercial do Brasil, mas este não é o melhor momento para qualquer gesto que signifique complicar as relações do Brasil com outros parceiros igualmente importantes, como Estados Unidos e União Europeia, por exemplo. Parece querer mostrar que o Brasil está na contramão do mundo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O gabinete do senador José Serra (PSDB-SP) informou que o parlamentar se licenciará do cargo pelos próximos quatro meses para um tratamento médico. Segundo informou em nota nesta terça-feira, 10, Serra foi diagnosticado com a doença de Parkinson, em estágio inicial, e está em bom estado de saúde.

O período de licenciamento visa a adaptação à medicação experimental e ao tratamento de distúrbio do sono. "O senador ... está seguro de que, ao final deste período, retomará suas atividades com toda a disposição e proatividade que vêm pautando sua atuação no Senado desde 2015", afirmou no texto.

##RECOMENDA##

Assume à cadeira do senador o primeiro-suplente José Aníbal.

Segundo o gabinete do senador, "a decisão evitará eventuais paralisações no andamento dos projetos em favor do País".

Senadores lamentaram o incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, na última quinta-feira (29). Parlamentares lembraram que o governo federal foi alertado em diversas ocasiões sobre o risco que corria o acervo da instituição e afirmaram que a tragédia é um exemplo do descaso com a cultura.

Filmes, material impresso e documentos foram consumidos pelo fogo. Segundo o Corpo dos Bombeiros, as chamas começaram após a manutenção de um ar-condicionado em uma sala da instituição. Não houve vítimas.

##RECOMENDA##

“É muito triste ver parte do importantíssimo acervo da Cinemateca pegando fogo. Pior ainda é saber que o MPF-SP já havia alertado o governo federal, que é o responsável pelo órgão, para risco de incêndio. É inadmissível tamanho desprezo à nossa cultura”, lamentou José Serra (PSDB-SP).

Para a senadora Leila Barros (PSB-DF), era uma “tragédia anunciada”. Ela também reforçou que, em audiência no último dia 20, o Ministério Público Federal de São Paulo alertou o governo federal, responsável pela Cinemateca Brasileira, para o risco de incêndio. 

“A tragédia anunciada se concretizou. Parte da memória do cinema nacional brasileiro foi destruída em um incêndio na Cinemateca. Apesar do alerta feito pelo MPF sobre os riscos, nada foi feito. O que já não vinha bem em virtude de um governo que enxerga a cultura como um instrumento de manipulação ideológica, degringolou de vez com a pandemia e a crise econômica”, apontou.

Líder do PT, Paulo Rocha (PA) cobrou profunda investigação, mas apontou o governo Bolsonaro como responsável. 

“O legado do governo Bolsonaro para o Brasil na cultura é a completa falta de gestão e suas consequências graves. O incêndio da Cinemateca Brasileira, como se poderia imaginar, é um crime anunciado. Exigimos investigação total dessa perda irreparável”, afirmou. 

Assim como Paulo Rocha, outros senadores petistas avaliaram que o incêndio é resultado do descaso do governo federal com a cultura. “ Mais um crime contra a história e a cultura brasileira”, escreveu Jaques Wagner (PT-BA). “O governo comete mais um crime de prevaricação ao ignorar os alertas”, avaliou Rogério Carvalho (PT-SE). “Essa destruição não é um acidente. É uma política de governo”, apontou Humberto Costa (PT-PE).

Já o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) recordou outras tragédias recentes:

“Museu da Língua Portuguesa, Museu Nacional e, agora, a Cinemateca: o abandono criminoso do patrimônio cultural é uma política de governo e a memória do povo brasileiro lamentavelmente se consome, mais uma vez, em chamas. Até quando teremos essas tragédias?”, indagou. 

Izalci Lucas (PSDB-DF) cobrou maior cuidado com a cultura:

“ É a história de nossa gente, quem fomos e o que somos. Vamos continuar ajudando a cultura e nossa história”, afirmou. 

*Da Agência Senado

O senador José Serra (PSDB), 79, foi internado, nesta quinta-feira (24), no Hospital Sírio Libanês, localizado em São Paulo, dois dias após ser diagnosticado com Covid-19.  Em nota à imprensa, a assessoria do senador afirmou que ele está assintomático e a hospitalização é para realização de exames e garatir a segurança de familiares e pessoas próximas que ainda não foram vacinadas.

Ainda de acordo com a nota, Serra já recebeu duas doses do imunizante contra o novo coronavírus na cidade de São Paulo. Confira o comunicado na íntegra: 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

 

José Serra (PSDB-SP) e Maria do Carmo Alves (DEM-SE), que fazem parte do primeiro grupo prioritário da campanha de vacinação, foram os primeiros senadores a receber a primeira dose da vacina contra o coronavírus. Serra, que tem 78 anos, foi vacinado nesta quinta-feira (4), em São Paulo. A senadora Maria do Carmo, com 79 anos, recebeu a primeira dose em 11 de fevereiro, em Brasília, e a segunda dose está agendada para a próxima quinta-feira (11). 

Destacando a importância da vacinação contra o vírus, a senadora Maria do Carmo disse que espera que toda a população brasileira seja vacinada o mais breve possível para que, assim, seja controlada a pandemia no país. 

##RECOMENDA##

"A vacinação contra a covid-19 é importantíssima para reduzir a gravidade da doença e diminuir o número de internações. Realizá-la de forma massiva, no mais curto tempo possível, será fundamental para controlarmos as variações do vírus que estão surgindo em nosso país", afirmou. 

Ritmo lento 

Em suas redes sociais, Serra agradeceu aos profissionais de saúde que o vacinaram e a todos os servidores do Sistema Único de Saúde (SUS) que “lutam diariamente por todos os brasileiros”. Além disso, o senador lamentou a lentidão no ritmo de vacinação. 

“Recebi hoje a primeira dose da vacina contra a covid-19. Ao mesmo tempo em que fico feliz, lamento que, apesar da grande capacidade de vacinar, estejamos num ritmo aquém do ideal”, publicou. 

Vacinação  

No Brasil, segundo levantamento feito por consórcio de veículos de imprensa, até o momento foi aplicada a primeira dose em cerca de 7,6 milhões de pessoas e a segunda dose, em aproximadamente 2,5 milhões. No total, 10.135.419 doses foram aplicadas em todo o país, o que representa apenas 4,78% da população. 

Na quarta-feira (3), a Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltou a importância das vacinas na superação da fase aguda da doença pelo qual o mundo está passando. No entanto, o órgão fez um apelo para que, apesar da vacinação, os países continuassem mantendo as medidas de distanciamento social e o uso de máscaras, pois a imunização é somente uma parte do processo para a superação da crise sanitária.  

O alerta da OMS se deve pelo o aumento de 7% no número de contaminações no mundo na última semana. No Brasil, no mesmo período, o crescimento foi de 18% no número de infectados e 11% no número de mortes pela covid-19, segundo a organização.

*Da Agência Senado

 

O juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, recebeu denúncia do Ministério Público Eleitoral e colocou o senador José Serra (PSDB-SP) no banco dos réus por suposto caixa dois de R$ 5 milhões. A peça foi enviada pela Promotoria e aceita pela Justiça horas depois do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolver o caso para a primeira instância nas vésperas da prescrição do crime, que ocorreria nesta quarta-feira, 4.

Serra é acusado de receber doações não declaradas à Justiça durante a campanha eleitoral ao Senado em 2014 por meio de uma "estrutura financeira e societária" montada pelo fundador da Qualicorp, José Seripieri Filho, que também foi denunciado e se tornou réu. Ambos foram alvos da Operação Paralelo 23, deflagrada pela Polícia Federal no final de julho. Segundo a PF, Serra teria recebido R$ 5 milhões em três parcelas - duas de R$ 1 milhão e outra de R$ 3 milhões.

##RECOMENDA##

Na decisão, o juiz Martin Vargas afirma que os indícios trazidos pela Promotoria Eleitoral são suficientes para o recebimento da denúncia pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção e lavagem de dinheiro. As acusações se baseiam na delação do empresário Elon Gomes de Almeida, que relatou que os repasses foram ocultados por meio de notas fiscais de serviços que não foram realizados. Os documentos foram entregues à Promotoria Eleitoral.

"O conjunto indiciário amealhado aos autos reúne declarações e documentos de corroboração indicativos do recebimento de doações não declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral, em favor da campanha eleitoral do acusado José Chirico Serra, ao cargo de Senador da República, em 2014, as quais teriam sido operacionalizadas pela adoção de manobras e estratagemas próprios ao delito de lavagem de dinheiro, atinentes a simulação de diversos negócios jurídicos supostamente entabulados para ocultar e dissimular a origem ilícita dos valores envolvidos", anotou o juiz Martin Vargas.

"A aparente convergência de elementos fáticos reforça a convicção em torno da existência de indícios mínimos de viabilidade da acusação, no que concerne a criação, em tese, de uma complexa dinâmica societária de omissão de dados à Justiça Eleitoral e de lavagem de capitais, visando a obtenção de vantagem ilícita futura, supostamente erigida para dissimular fins ilícitos de grupos políticos e empresariais, condutas que perfazem as coordenadas típicas dos delitos de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro", continuou o magistrado.

Os autos do processo foram postos sob sigilo para "evitar interferências indevidas no processo eleitoral municipal de 2020". O sigilo deverá ser levantado a partir do dia 28 de novembro, data do segundo turno das eleições. Outros dois empresários, Arthur Azevedo Filho e Mino Mattos Mazzamati, também se tornaram réus no processo. A defesa do tucano ainda não se manifestou sobre o caso.

O inquérito contra Serra estava travado desde setembro após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, puxar o caso para a Corte por vislumbrar suposta violação à prerrogativa de foro privilegiado do tucano. O ministro devolveu os autos nesta terça-feira, 3, véspera da prescrição, que, em tese, ocorreria no final da noite de quarta.

No início de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que o caso fosse devolvido à Justiça Eleitoral com urgência pelo risco de prescrição. A subprocuradora Lindôra Araújo enviou manifestação a Gilmar Mendes apontando que as investigações contra Serra não envolvem o atual mandato e não violam a prerrogativa de foro privilegiado.

"Os fatos apurados remontam o ano de 2014 e quaisquer elementos probatórios relacionados a eventos posteriores não interessam à presente investigação e não foram capazes de apontar a prática de crimes durante e relacionados ao mandato do senador José Serra", afirmou Lindôra.

Quando puxou o caso para o Supremo, Gilmar Mendes afirmou que "eventual ocorrência da prescrição não possui qualquer relação com a atuação dessa Corte ou com motivos relacionados à morosidade do Poder Judiciário".

"É importante reforçar esse ponto, para que se rejeite, desde já, qualquer crítica ao STF enquanto órgão responsável pela ocorrência desse causa extintiva da punibilidade", pontuou o ministro.

Segundo Gilmar Mendes, a investigação começou após a delação de Elon Gomes de Almeida, que só ocorreu em 2017, e os autos só foram encaminhados à Procuradoria Regional Eleitoral em maio de 2018, após o entendimento do STF de que a Justiça Eleitoral deve julgar crimes de corrupção conexos com eleitorais. O inquérito policial contra Serra só foi aberto no ano passado.

"Portanto, nesse período de três anos entre o processamento da notícia de fato e o presente julgamento, entre 2017 a 2020, o procedimento tramitou praticamente sob a responsabilidade das instâncias inferiores, somente tendo sido objeto de conhecimento e apreciação por esta Corte no último mês", afirmou.

Após a decisão de Gilmar Mendes, a defesa de José Serra afirmou que o inquérito que volta à Justiça Eleitoral "é vazio e não pode ter outro destino que não o arquivo". "José Serra continua acreditando no discernimento da Justiça e aguarda com serenidade o reconhecimento das demais ilegalidades e das inverdades das acusações que lhe foram feitas", afirmam os criminalistas Flávia Rahal e Sepúlveda Pertence.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS FLÁVIA RAHAL E SEPÚLVEDA PERTENCE, QUE DEFENDEM JOSÉ SERRA

Quando os autos do inquérito retornaram para a primeira instância, a defesa de José Serra se manifestou com a seguinte nota:

"O Supremo Tribunal Federal e o próprio Ministério Público Federal reconheceram a nulidade da absurda busca e apreensão ordenada pela Justiça Eleitoral nos endereços de José Serra, com a determinação de desentranhamento de tudo aquilo que foi originado a partir das medidas invasivas e ilegais determinadas contra o senador.

A própria PGR afirmou, em sua manifestação, que "tampouco há indícios acerca da prática de crimes durante e relacionados ao mandato de Senador da República". Com isso, houve o arquivamento de toda a parte do inquérito posterior a 2014, comprovando o objetivo que sempre se teve com essa investigação: desmoralizar a imagem e reputação do senador.

O inquérito que remanesce e que hoje volta à Justiça Eleitoral de Primeira Instância é vazio e não pode ter outro destino que não o arquivo.

José Serra continua acreditando no discernimento da Justiça e aguarda com serenidade o reconhecimento das demais ilegalidades e das inverdades das acusações que lhe foram feitas."

Flávia Rahal e Sepúlveda Pertence

Advogados de Defesa de José Serra

COM A PALAVRA O CRIMINALISTA CELSO VILARDI, DEFENSOR DE JOSÉ SERIPIERI JÚNIOR

O Ministério Público Eleitoral apresentou uma denúncia repleta de ilegalidades. Permanece ainda o ambiente de excessos, apesar das correções já feitas pelo Supremo Tribunal Federal. Ao apurarem uma doação eleitoral, os denunciantes conseguiram transmutar essa ação em crime típico de funcionário público, mas atribuído a uma pessoa de atividade privada, o que é vedado pela lei. E, ao que parece, levou a contradições inerentes à própria delação colhida anteriormente, que pode ter sido ou esquecida ou confundida. Difícil saber pela peça do MPE.

Diante de tão frágil alegação e do pouco nexo probatório, a denúncia deve ter vida breve nos tribunais.

A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo classificou como 'indevida' a suspensão da ação penal que colocou o senador José Serra (PSDB-SP) no banco dos réus por lavagem de propinas da Odebrecht. A decisão foi tomada pelo juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, após o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, travar as investigações contra o tucano na quarta, 29.

Serra foi posto no banco dos réus uma hora depois do STF parar as investigações. Por 'cautela', o juiz de primeira instância decidiu suspender a ação penal após ser notificado da decisão de Toffoli. Segundo Paes Moreira, a liminar do ministro não especificou se a paralisação atingiria a ação penal, mas que aguardaria uma nova ordem do Supremo antes de continuar com a denúncia contra Serra.

##RECOMENDA##

A Lava Jato reagiu, afirmando entender a cautela do juiz, afirmando que ela deriva da 'controvérsia' instaurada pela decisão de Toffoli. Os procuradores, porém, afirmam que travar a ação penal é 'medida indevida'.

"Em primeiro lugar, porque a decisão liminar proferida pelo ministro Dias Toffoli suspendeu, expressamente, apenas investigação pertinente à chamada operação Revoada, nada falando sobre a denúncia já oferecida, que deu origem à ação penal", explica a Lava Jato SP. "Em segundo lugar, e mais importante, porque como amplamente noticiado, a denúncia em questão foi oferecida no exato mesmo dia em que feitas as buscas questionadas pelo ministro, não tendo, portanto, se baseado em quaisquer elementos de prova cuja obtenção o ministro considerou indevida".

A decisão de Toffoli tratou 'toda a investigação' da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A defesa de Serra alegava que a Operação Revoada, deflagrada no mesmo dia em que o tucano foi denunciado por lavagem de propina, contou com diligências que poderiam atingir documentos e informações referentes ao atual mandato de Serra.

"Não obstante a medida cautelar tenha sido determinada pela autoridade reclamada com escopo de coletar provas referentes a tais fatos, a extrema amplitude da ordem de busca e apreensão, cujo objeto abrange agendas manuscritas, mídias digitais, computadores, telefones celulares, pendrives, entre outros dispositivos de armazenamento eletrônico, impossibilita de antemão, a delimitação de documentos e objetos que seriam diretamente ligados ao desempenho da atividade típica do atual mandato do Senador da República", afirmou Toffoli.

O presidente do Supremo suspendeu as investigações até o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, delibere sobre o caso. O recesso do Judiciário termina nesta semana, mas não há prazo para Mendes avaliar a ação.

A Lava Jato afirmou que irá adotar 'as providências cabíveis' para retomar a ação penal contra Serra e espera que o caso seja levado com urgência 'a julgamento colegiado pelo Supremo'.

LEIA A NOTA DA LAVA JATO SÃO PAULO:

"A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal em São Paulo entende indevida a suspensão da ação penal instaurada ontem em face de José Serra e Veronica Serra. Em primeiro lugar, porque a decisão liminar proferida pelo ministro Dias Toffoli suspendeu, expressamente, apenas investigação pertinente à chamada operação Revoada, nada falando sobre a denúncia já oferecida, que deu origem à ação penal. Em segundo lugar, e mais importante, porque, como amplamente noticiado, a denúncia em questão foi oferecida no exato mesmo dia em que feitas as buscas questionadas pelo ministro, não tendo, portanto, se baseado em quaisquer elementos de prova cuja obtenção o ministro considerou indevida. A denúncia se baseou em diligências e provas anteriores, sem qualquer relação com as diligências objeto da reclamação julgada liminarmente, e está inteiramente preservada quanto a seus efeitos.

A força-tarefa informa, assim, que adotará as providências cabíveis a fim de, oportunamente, retomar a ação penal instaurada.

De qualquer modo, externa que entende a cautela do juízo, referida na decisão de suspensão, e acredita que ela deriva da grande controvérsia instalada pela liminar proferida na reclamação, a qual gerou e segue gerando dúvidas diversas, até quanto a seu alcance efetivo. Por isso, espera-se que a liminar seja levada com a urgência devida a julgamento colegiado pelo Supremo, em favor da resolução definitiva do caso, e da retomada das investigações e da ação, junto às autoridades que se mostrarem competentes".

O juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, suspendeu, nesta quinta-feira (30), a ação por lavagem de dinheiro contra o senador José Serra (PSDB-SP). A decisão foi tomada após o magistrado ser notificado de que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, travou as investigações da Justiça Federal contra o tucano.

"Em que pese a decisão do STF não determinar de forma explícita que a presente ação penal seria abrangida pela determinação de suspensão, eis que em sua redação consta a indicação de que foi determinada a suspensão da investigação deflagrada, por cautela entendo que a presente ação penal deve ser suspensa até nova ordem do Supremo Tribunal Federal. Assim, em cumprimento ao quanto determinado pelo Supremo Tribunal Federal na Reclamação 42.355, suspenda-se o andamento dos presentes autos", escreveu o juiz na decisão.

##RECOMENDA##

Toffoli deferiu liminar para suspender as apurações às 16h56 de ontem. Por volta das 18h, Diego Paes Moreira aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e colocou Serra e sua filha, Verônica, no banco dos réus. Com a decisão de hoje, o recebimento da denúncia fica suspenso.

Após tomar conhecimento da decisão, o MPF informou que pretende pretende retomar o caso. A Lava Jato paulista, responsável pelas investigações que ensejaram o processo, alega que se trata de uma ação penal e não uma investigação - e, portanto, a liminar de Toffoli não atingiria a denúncia contra Serra.

Toffoli. O presidente do Supremo atendeu na quarta, 29, duas reclamações apresentadas pela defesa de Serra contra investigações que miram o tucano na Lava Jato e na Justiça Eleitoral. Em ambos os casos, Toffoli suspendeu as investigações por acreditar que medidas tomadas pelo juiz de primeira instância violaram a prerrogativa de foro privilegiado.

No caso da Lava Jato, por exemplo, os advogados de Serra apontaram que mesmo sem autorizar buscas no gabinete do tucano, a Justiça Federal determinou buscas na residência do senador, onde poderiam haver documentos e informações ligados ao atual mandato.

Outra medida foi a quebra de sigilo do parlamentar, que englobou o período de 2006 a 2020. Segundo Toffoli, a medida 'eleva, sobremaneira, o potencial risco' de acesso a documentos e informações relacionadas ao atual mandato de Serra.

"Não obstante a medida cautelar tenha sido determinada pela autoridade reclamada com escopo de coletar provas referentes a tais fatos, a extrema amplitude da ordem de busca e apreensão, cujo objeto abrange agendas manuscritas, mídias digitais, computadores, telefones celulares, pendrives, entre outros dispositivos de armazenamento eletrônico, impossibilita de antemão, a delimitação de documentos e objetos que seriam diretamente ligados ao desempenho da atividade típica do atual mandato do Senador da República", afirmou Toffoli.

O presidente do Supremo também travou as investigações da Paralelo 23, operação da 'Lava Jato Eleitoral', que mira caixa dois de R$ 5 milhões que teriam turbinado a campanha do tucano em 2014. O presidente do Supremo utilizou os mesmos argumentos, destacando que a decisão da justiça eleitoral feria a prerrogativa de foro.

Réu

Pouco mais de uma hora depois da decisão de Toffoli, deferida em reclamações em segredo de Justiça, José e Verônica Serra se tornaram réus na Operação Lava Jato após o juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal, aceitar denúncia apresentada pela força-tarefa bandeirante no último dia 3.

O tucano é acusado de receber propinas da Odebrecht entre 2006 e 2007 em troca de benefícios para a empreiteira nas obras do Rodoanel Sul. A Lava Jato SP apontou que os pagamentos foram ocultados por meio de transações financeiras envolvendo offshores constituídas por Verônica Serra e o empresário José Amaro Ramos, apontado como operador do esquema.

"José Serra e Verônica Allende Serra, entre 2006 e, ao menos, 2014, ocultaram e dissimularam, por meio de numerosas operações bancárias, a natureza, a origem, a localização e a propriedade de valores sabidamente provenientes de crimes, notadamente de corrupção passiva e ativa, de fraudes à licitação e de cartel, praticando, assim, atos de lavagem de capitais", resumem os procuradores da Lava Jato na denúncia.

Os procuradores apontam que Serra solicitou o pagamento de propina de R$ 4,5 milhões da Odebrecht e indicou que gostaria de receber o montante no exterior, por meio de offshore da José Amaro Ramos. A empreiteira efetivou a solicitação do tucano e realizou, entre 2006 e 2007, 'numeras transferências' no total de 1.564.891,78 euros para a empresa do operador . Do total, 936 mil euros chegaram à Dortmund International Inc, offshore que, segundo a Lava Jato, era controlada por Verônica Serra.

COM A PALAVRA, A LAVA JATO

"A Força-Tarefa Lava Jato entende indevida a suspensão da ação penal instaurada ontem em face de José Serra e Veronica Serra. Em primeiro lugar, porque a decisão liminar proferida pelo Min. Dias Toffoli suspendeu, expressamente, apenas investigação pertinente à chamada Operação Revoada, nada falando sobre a denúncia já oferecida, que deu origem à ação penal. Em segundo lugar, e mais importante, porque, como amplamente noticiado, a denúncia em questão foi oferecida no exato mesmo dia em que feitas as buscas questionadas pelo Ministro, não tendo, portanto, se baseado em quaisquer elementos de prova cuja obtenção o ministro considerou indevida. A denúncia se baseou em diligências e provas anteriores, sem qualquer relação com as diligências objeto da Reclamação julgada liminarmente, e está inteiramente preservada quanto a seus efeitos.

A Força-Tarefa informa, assim, que adotará as providências cabíveis a fim de, oportunamente, retomar a ação penal instaurada.

De qualquer modo, externa que entende a cautela do juízo, referida na decisão de suspensão, e acredita que ela deriva da grande controvérsia instalada pela liminar proferida na Reclamação, a qual gerou e segue gerando dúvidas diversas, até quanto a seu alcance efetivo. Por isso, espera-se que a liminar seja levada com a urgência devida a julgamento colegiado pelo Supremo, em favor da resolução definitiva do caso, e da retomada das investigações e da ação, junto às autoridades que se mostrarem competentes".

O senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB-SP) e sua filha, Verônica Serra, se tornaram réus na Operação Lava Jato nesta quarta-feira (29), após o juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal, aceitar denúncia apresentada pela força-tarefa bandeirante no último dia 3.

O tucano é acusado de receber propinas da Odebrecht entre 2006 e 2007 em troca de benefícios para a empreiteira nas obras do Rodoanel Sul. A Lava Jato de São Paulo apontou que os pagamentos foram ocultados por meio de transações financeiras envolvendo offshores constituídas por Verônica Serra e o empresário José Amaro Ramos, apontado como operador do esquema.

##RECOMENDA##

"José Serra e Verônica Allende Serra, entre 2006 e, ao menos, 2014, ocultaram e dissimularam, por meio de numerosas operações bancárias, a natureza, a origem, a localização e a propriedade de valores sabidamente provenientes de crimes, notadamente de corrupção passiva e ativa, de fraudes à licitação e de cartel, praticando, assim, atos de lavagem de capitais", resumem os procuradores da Lava Jato na denúncia.

Os procuradores apontam que Serra solicitou o pagamento de propina de R$ 4,5 milhões da Odebrecht e indicou que gostaria de receber o montante no exterior. A denúncia indica ainda que o valor foi pago pela empreiteira 'supostamente para fazer frente a gastos de suas campanhas ao governo do estado de São Paulo'. Além disso, a Lava Jato diz que Serra recebeu R$ 23,3 milhões entre 2009 e 2010, em contrapartida à liberação de créditos havidos junto à Dersa.

"Neste contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta de offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça", indicou a Lava Jato São Paulo.

Na decisão que determinou buscas na casa do ex-governador e senador José Serra (PSDB), na semana passada, o juiz Diego Paes Moreira, 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, justificou a medida pela necessidade de demonstrar se há vínculos entre o tucano e os demais investigados no suposto esquema de lavagem de dinheiro transnacional.

Na última sexta-feira (3), Serra foi denunciado pela Lava Jato pelo suposto recebimento, entre 2006 e 2010, de propinas milionárias pagas por empreiteiras em troca de benefícios em contratos nas obras do Rodoanel Sul. Os valores atualizados são estimados em mais de R$ 191,5 milhões.

##RECOMENDA##

No mesmo dia, a força-tarefa deflagrou a Operação Revoada para cumprir mandados de busca em endereços ligados ao ex-governador, à filha dele, Verônica Allende Serra, ao empresário Ronaldo Cézar Coelho e ao suposto operador José Amaro Pinto Ramos.

As diligências foram cumpridas depois que o juiz, que negou o primeiro pedido do Ministério Público Federal para vasculhar a casa do ex-governador, reviu a decisão diante da insistência dos investigadores sobre a possibilidade de descoberta de 'grande número de evidências, aptas a esclarecer detalhes' do caso.

Inicialmente, o juiz considerou que seria 'improvável' que documentos da offshore supostamente usada por Serra para receber propina de empreiteiras no exterior estivessem no endereço. Isso porque, segundo a investigação, a empresa era controlada pela filha do senador, contra a qual o mandado de busca já havia sido expedido.

"Não há registro de que José Serra tenha efetuado de punho próprio tais movimentações financeiras. Consequentemente, é improvável que as provas que o MPF objetiva produzir por meio da busca e operação venham a ser encontradas na residência", escreveu Moreira.

Uma representação da procuradoria levou o juiz a mudar de ideia. No documento, os investigadores argumentaram que, embora Serra não tenha realizado diretamente as operações, as buscas seriam importantes para comprovar se e como ele foi beneficiado no esquema.

"Em primeiro lugar, porque, se é verdade, como aduz esse juízo, que as provas até aqui obtidas são de que a conta da offshore Dortmund era gerida por Verônica Serra, e que "não há registro de que José Serra tenha efetuado de punho próprio tais movimentações financeiras", também é verdade que grande parte dos atos típicos de lavagem de capitais se perfaz precisamente com a participação de interpostas pessoas, que ocultam temporariamente - e assim dissimulam - seu real beneficiário. Em poucas palavras: no contexto desvelado, o fato de que José Serra não realizou operações a partir da Dortmund não apenas não impede, como sobretudo recomenda a busca de medidas voltadas a compreender se e como ele delas veio a se beneficiar", sustentou o MPF.

Na sequência, o juiz deferiu o pedido e considerou a diligência 'adequada para a possível demonstração dos vínculos entre José Serra e os demais investigados, os quais teriam supostamente movimentado valores no exterior obtidos por meio de suposta prática de corrupção atribuída ao primeiro'.

COM A PALAVRA OS ADVOGADOS FLÁVIA RAHAL E SEPÚLVEDA PERTENCE, QUE DEFENDEM SERRA

"A defesa do senador José Serra vem manifestar profundo repúdio à busca e apreensão realizada na manhã desta sexta-feira (3), especialmente por ter sido promovida concomitantemente à apresentação de denúncia pelo Ministério Público Federal, a partir de fatos antiquíssimos, e que vinham sendo apurados pela Justiça Eleitoral. Sobre eles, aliás, José Serra nunca foi ouvido.

Se o Ministério Público entendeu, ainda que de forma equivocada, que havia razões para iniciar um processo, o que justifica, além da intenção de constranger, uma medida invasiva como essa?

Mais do que subverter a competência da Justiça Eleitoral, definida por decisão do Supremo Tribunal Federal, a operação de hoje revela-se não só desnecessária, mas profundamente atentadora do Estado de Direito.

Para agravar a situação, até o presente momento, a Defesa não teve acesso à decisão judicial que determinou a busca em seus endereços. É aviltante, num Estado que se diz democrático, que um Senador da República seja alvo de uma busca e apreensão e não consiga, inobstante pedidos judiciais nesse sentido, cópia das decisões e documentos que embasaram a grave medida contra si deferida.

Confiante no Poder Judiciário, o senador José Serra aguarda com serenidade o reconhecimento de todas as ilegalidades e inverdades das acusações que lhe foram feitas."

COM A PALAVRA, A DEFESA DE RONALDO CÉZAR COELHO

O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Ronaldo Cézar Coelho, disse que vai se manifestar depois que acessar os autos da Operação Revoada, desdobramento da Lava Jato.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA EDUARDO CARNELÓS, DEFENSOR DE JOSÉ AMARO PINTO RAMOS

"A Defesa de José Amaro Pinto Ramos manifesta sua indignação com a violência de que ele foi vítima nesta data, ao ter seu lar submetido a uma devassa, em cumprimento a uma decisão judicial, cujo teor, até às 18h, não é do conhecimento de ninguém, nem mesmo era do próprio Delegado Federal que cumpriu o mandado, conforme ele consignou no Auto respectivo.

Os fatos atribuídos a José Amaro, homem que tem hoje 84 anos de idade, teriam ocorrido em 2006 e 2007, há pelo menos treze anos, portanto. Esse tempo é mais do que suficiente para levar à prescrição de qualquer crime que pudesse ser imputado a Ramos, tanto que ele não foi denunciado. Apesar disso, e de ser sabido que a prescrição leva à extinção da punibilidade, o que impede a prática de qualquer ato de investigação ou de medida constritiva, o abuso foi perpetrado, inclusive com a apreensão de bens. Tudo isso indica que há setores relutantes em aceitar o cumprimento das normas constitucionais e legais, em nome de pretenso combate à corrupção.

José Amaro foi ouvido em inquérito policial que tramitava perante o Supremo Tribunal Federal, e era conduzido por equipe especializada da Polícia Federal em Brasília, quando demonstrou que os pagamentos feitos a empresa sua no exterior decorreram de contratos existentes entre companhia de sua propriedade e empresa da Odebrecht sediada em Portugal, sem nenhuma ligação com o Senador José Serra.

O Supremo Tribunal Federal, acolhendo manifestação da Procuradoria-Geral da República, determinou o envio dos autos à Justiça Eleitoral de São Paulo, depois de reconhecer a prescrição dos eventuais crimes havidos até o ano de 2010 em relação ao Senador, o que foi estendido a Ramos por decisão do Juiz Eleitoral de Pinheiros. O entendimento do STF não deixa margem à dúvida quanto a competir à Justiça Eleitoral o processamento e julgamento de fatos que possam constituir crimes eleitorais, inclusive os conexos a estes, independentemente de outras interpretações.

É necessário que o Poder Judiciário dê um basta a esses abusos, sob pena de vivermos todos em absoluta e total insegurança jurídica."

COM A PALAVRA, O PSDB

Em sua conta no Twitter, o partido afirmou: "O PSDB acredita no sistema judicial do País e defende as apurações na utilização de recursos públicos, ao mesmo tempo em que confia na história do Senador José Serra e nos devidos esclarecimentos dos fatos".

Segundo a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, a Odebrecht pagou R$ 27,8 milhões ao ex-governador e atual senador José Serra, em valores não atualizados. A informação consta da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal na manhã desta sexta-feira (3), contra psbdista e sua filha, Verônica Allende Serra, pela prática de lavagem de dinheiro transnacional. No documento, os procuradores dizem que a empreiteira pagou a Serra cerca de R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007, 'supostamente para fazer frente a gastos de suas campanhas ao governo do estado de São Paulo, e R$ 23,3 milhões, entre 2009 e 2010, em contrapartida à liberação de créditos junto à Dersa.

A denúncia registra o valor atualizado calculado pela Procuradoria apenas com relação às propinas supostamente pagas com relação à Dersa - R$ 191.590.000,00. O caso é apenas mencionado na denúncia apresentada nesta sexta, 3, por ser investigado em um outro procedimento.

##RECOMENDA##

Como mostrou o Estadão, o ex-superintendente da Odebrecht em São Paulo, Carlos Armando Paschoal, delatou em 2017 o pagamento de vantagens indevidas como contrapartida de um acordo no qual a gestão de Serra (2007-2010) aceitou ressarcir a construtora em R$ 191,6 milhões em processo judicial referente à construção da Rodovia Carvalho Pinto, no fim da década de 1990. A colaboração de Paschoal é uma das dez que deram base à denúncia apresentada nesta sexta, 3, contra Serra. O suposto operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, também é citado na peça, contextualizando os crimes imputados ao ex-governador.

Na época, Paschoal indicou que as propinas fora pagas por intermédio de Márcio Fortes, ex-tesoureiro do PSDB e então presidente da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), e do empresário Ronaldo Cezar Coelho. Este último é um dos alvos das buscas realizadas nesta manhã no âmbito da Operação Revoada.

Na denúncia apresentada nesta sexta, 3, os procuradores descreveram cargos exercidos por Serra, como o de presidente nacional do PSDB (2003-2005), o de Prefeito de São Paulo (2005-2006) e o de Governador do Estado (2007-2010) e afirmaram que 'durante quase todo esse período', o político manteve uma 'relação espúria' com a Odebrecht, 'dela solicitando, e dela vindo a efetivamente receber, direta e indiretamente, em razão das funções por ele ocupadas substanciais recursos indevidos'.

A acusação trata de procedimentos de lavagem de dinheiro, imputando três atos a Serra e dois a sua filha. Segundo a Procuradoria, foi montada uma 'sofisticada rede de offshores no exterior' para dissimular o pagamento das propinas, contando com um esquema de três etapas de lavagem.

"José Serra e Verônica Allende Serra, entre 2006 e, ao menos, 2014, ocultaram e dissimularam, por meio de numerosas operações bancárias, a natureza, a origem, a localização e a propriedade de valores sabidamente provenientes de crimes, notadamente de corrupção passiva e ativa, de fraudes à licitação e de cartel, praticando, assim, atos de lavagem de capitais", resumem os procuradores na denúncia.

Segundo a Procuradoria, Serra solicitou, no fim de 2006, propina de R$ 4,5 milhões da Odebrecht e indicou que gostaria de receber o montante não no Brasil, mas no exterior, por meio de offshore disponibilizada pelo empresário José Amaro Pinto Ramos, 'com quem mantinha amizade há anos'. Nas planilhas do famoso Setor de Operações Estruturadas, Serra tinha o codinome 'vizinho', em referência ao fato de o ex-governador morar próximo de seu principal contato na companhia, Pedro Novis.

A Lava Jato aponta que a Odebrecht efetivamente atendeu à solicitação de Serra e realizou, entre 2006 e 2007, 'numerosas transferências', no total de 1.564.891,78 euros, à offshore pertencente à José Amaro, tendo como beneficiário final o ex-governador. No entanto, segundo os procuradores, as transferências para a conta controlada por José Amaro se trataram apenas de uma primeira camada de lavagem de ativos, 'seguida por outras, em um movimento típico de distanciamento e de dissimulação voltado a dificultar seu rastreamento e a ação dos órgãos de controle'.

A segunda camada das lavagens descrita pela Procuradoria envolveu transferências de Amaro em favor da offshore Dortmund International Inc, que seria controlada por Verônica. Segundo a Procuradoria, a Dortmun 'permitiu o recebimento oculto e dissimulado, entre 2006 e 2007, de 936 mil euros, oriundos de três empresas de José Amaro Ramos, que, por sua vez, foi beneficiado, no período, por valores transferidos a partir de offshores controladas pela Odebrecht'.

"Assim, ao José Amaro Ramos realizar, a partir de contas suas, transferências vultosas em favor da Dortmund, entre 2006 e 2007, o que se praticava eram atos de ocultação e dissimulação da natureza espúria dos valores que recebera da Odebrecht no período, assim, seus reais destinatários: José Serra e sua filha Verônica Serra", registra a denúncia.

A Procuradoria apontou ainda uma terceira camada 'de dispersão patrimonial, integrante, a toda evidência, de uma cadeia de lavagem de ativos' envolvendo transferências da Dortmund à uma outra offshore e a liquidação da conta em favor de uma outra empresa do exterior.

A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo diz que Serra e sua filha, 'concorreram para diversos atos de lavagem de ativos - configurados a cada conjunto de operações de ocultação e de dissimulação da natureza espúria e da real titularidade destes valores'.

Operação Revoada

Paralelamente à denúncia, a força-tarefa deflagrou a Operação Revoada para aprofundar as investigações em relação a outros fatos relacionados a esse mesmo esquema de lavagem em benefício de Serra. Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Parte das buscas é realizada em endereços ligados ao ex-governador. O empresário Ronaldo Cézar Coelho e José Amaro Pinto Ramos, apontado como operador de Serra, também são alvos da ofensiva.

As ordens foram expedidas pela Justiça Federal que determinou ainda o bloqueio de R$ 40 milhões de uma conta na Suíça, informou a Procuradoria.

COM A PALAVRA, O SENADOR

"Causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela Força Tarefa da Lava Jato de São Paulo na manhã desta sexta-feira (3) em endereços ligados ao senador José Serra. Em meio à pandemia da Covid-19, em uma ação completamente desarrazoada, a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da Acusação.

É lamentável que medidas invasivas e agressivas como a de hoje sejam feitas sem o respeito à Lei e à decisão já tomada no caso pela Suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República.

O Senador José Serra reforça a licitude dos seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública. Ele mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas."

COM A PALAVRA, A DEFESA DE RONALDO CÉZAR COELHO

O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Ronaldo Cézar Coelho, disse que vai se manifestar depois que acessar os autos da Operação Revoada, desdobramento da Lava Jato.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA EDUARDO CARNELÓS

O criminalista Eduardo Carnelós, que defende José Amaro Pinto Ramos, só vai se manifestar sobre as buscas contra seu cliente quando tiver acesso à ordem judicial.

COM A PALAVRA, O PSDB

Em sua conta no Twitter, o partido afirmou: O PSDB acredita no sistema judicial do País e defende as apurações na utilização de recursos públicos, ao mesmo tempo em que confia na história do Senador José Serra e nos devidos esclarecimentos dos fatos.

O senador José Serra (PSDB), alvo de uma operação da Lava Jato e de uma denúncia por lavagem de dinheiro nesta sexta-feira (3), afirmou, em nota, que seus atos são lícitos e classificou a ação policial como “desarrazoada”, “invasiva” e “agressiva”. 

“Causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela Força Tarefa da Lava Jato de São Paulo na manhã desta sexta-feira (3) em endereços ligados ao senador José Serra. Em meio à pandemia da Covid-19, em uma ação completamente desarrazoada, a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da Acusação”, observa o comunicado de defesa do parlamentar. 

##RECOMENDA##

Segundo a nota, as buscas foram determinadas para “constranger” o tucano. “É lamentável que medidas invasivas e agressivas como a de hoje sejam feitas sem o respeito à Lei e à decisão tomada já no caso pela Suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República”, destaca o texto.

Por fim, a nota ainda ressalta que Serra “mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas”.

José Serra e a filha Verônica Allende Serra foram denunciados por suspeita de lavagem de dinheiro das obras do Rodoanel Sul, em São Paulo. Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) acreditam que o ex-governador de São Paulo "valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul".

O senador José Serra (PSDB) tornou-se o novo alvo da Operação Lava Jato nesta sexta-feira (3). Ele e a filha Verônica Allende Serra foram denunciados por suspeita de lavagem de dinheiro das obras do Rodoanel Sul, em São Paulo. Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) acreditam que o ex-governador de São Paulo "valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul".

##RECOMENDA##

A denúncia ainda aponta que o empresário e amigo do tucano, José Amaro Pinto Ramos, e Verônica Serra ocultaram as identidades para criar empresas no exterior, nas quais recebiam as propinas da Odebrecht destinadas ao então governador. "Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle", diz o comunicado.

A nota acrescenta que, "neste contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta de offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça". A denúncia destaca que a Justiça Federal autorizou o bloqueio de aproximadamente R$ 40 milhões da conta.

Entre 2006 e 2007, a empreiteira teria desembolsado cerca de R$ 4,5 milhões para a campanha eleitoral do psdebista e, posteriormente, mais R$ 23,3 milhões para liberação de créditos junto à Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) pelas obras no Rodoanel Sul. "Por muitos anos, a Odebrecht relacionou-se com José Serra por meio de Pedro Augusto Ribeiro Novis, executivo da Braskem".

Em delação, Novis afirmou que Serra pediu R$ 4,5 milhões em 2006 para a offshore Circle Technical Company, que estaria no nome de José Amaro Pinto Ramos.

O Sistema Único de Saúde (SUS), universal e gratuito, apesar de todas as dificuldades e falhas, é um bem precioso do Brasil que está sendo mais uma vez colocado à prova com a pandemia do novo coronavírus. O risco de estrangulamento do sistema é real, por isso é necessário fortalecê-lo, afirmam senadores.

"Creio que só conseguiremos enfrentar essa pandemia com um fortalecimento a curto prazo do SUS, com ampliação emergencial do número de leitos em UTI e dos serviços de saúde, reforçando atendimento nas unidades básicas. Por isso também o decreto de calamidade é fundamental, para que se possa redirecionar recursos para o SUS", afirmou o senador José Serra (PSDB-SP) à Agência Senado.

##RECOMENDA##

O Senado aprovou na sexta-feira (20), numa sessão online, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 88/2020, que flexibiliza as metas fiscais, permitindo que mais recursos orçamentários sejam destinado à saúde. 

O Brasil já tem pelo menos 1.620 casos confirmados do novo coronavírus em todos os estados e no Distrito Federal, com 25 mortos, 22 dos quais em São Paulo. 

“O Brasil não está e nunca esteve preparado para enfrentar um tsunami como o coronavírus. Para salvar vidas precisamos, urgentemente, investir em respiradores artificiais, fechar as fronteiras, restringir vôos internacionais, fazer triagens nos aeroportos e rodoviárias”, defendeu via Twitter, o senador Paulo Paim (PT-RS).

Pela média mundial, 80% dos casos de covid-19 são leves, acompanhados com isolamento residencial, 20% necessitam de internação e destes, uma parte acaba utilizando tratamento intensivo. A permanência nas UTIs nesses casos, segundo informações do Ministério da Saúde, é de cerca de 15 dias.

De acordo com o último levantamento do ministério, o Brasil conta com 14,8 mil leitos públicos de UTIs adulto, e mais ou menos a mesma quantidade nos hospitais privados, mas que atendem uma porcentagem menor da população (47,03 milhões de pessoas em 2019). A pasta abriu no início do mês licitação para contratar 2 mil novos leitos a serem instalados nos estados, a depender da necessidade de cada ente.

“Segundo dados da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a estimativa é de que, a cada 100 pessoas infectadas pelo coronavírus, cerca de cinco precisem de internação em tratamento intensivo”, citou o senador Omar Aziz (PSD-AM), via Twitter.

Recursos

O Congresso se uniu ao esforço do governo para o enfrentamento da pandemia. Direcionamento de emendas parlamentares, remanejamentos orçamentários e a aprovação do decreto de calamidade pública apresentado pelo Executivo, entre outras, são soluções apontadas e apoiadas pelos parlamentares.

Uma das iniciativas legislativas da bancada petista, apresentada pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), obriga o governo a pagar as emendas individuais e de bancada destinadas à saúde na Lei Orçamentária.

“Servirá para dar condição ao sistema de saúde dos municípios e dos estados a enfrentar a pandemia. Precisamos reforçar o orçamento e o sistema de saúde dos estados. Não é dinheiro novo, é dinheiro previsto no Orçamento deste ano”, afirmou, em vídeo ao vivo no Twitter.

O senador Weverton (PDT-MA) também tem intenção semelhante: fortalecer estados e municípios com recursos para preparar planos de contingência e adquirir leitos hospitalares e de UTI.

“Lutarei para que as nossas emendas sejam pagas integralmente, a fim de ajudarem nessa luta, e sou favorável à liberação do crédito extra, solicitado pelo Ministro da Saúde, para o enfrentamento do coronavírus”, defendeu pelo Twitter.

Para Zenaide Maia (Pros-RN), mesmo com a aprovação da calamidade — medida que foi tomada tardiamente, em sua opinião — é preciso derrubar a Emenda do Teto de Gastos, "porque ela impede o investimento na saúde brasileira".

"O que está faltando é revogar a Emenda 95, que restringiu os recursos para a saúde por 20 anos. Só ano passado foi tirado do SUS R$ 13,5 bilhões por causa do teto", afirmou a senadora em entrevista à Rádio Senado. 

Calamidade

Com a aprovação da calamidade pública, ficam suspensos os prazos para ajuste das despesas de pessoal, dos limites de endividamento e da adoção de contingenciamento de despesas. Previsto para durar até 31 de dezembro, o decreto é considerado necessário pelo governo para permitir “monitoramento permanente da pandemia de coronavírus, da necessidade de elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda de arrecadação”.

Na prática, o governo pode estourar a previsão inicial de R$ 124 bilhões de déficit fiscal prevista para este ano.

Humberto Costa (PT-PE) foi outro que defendeu mais dinheiro para o SUS e citou o trabalho conjunto de deputados e senadores que, neste momento, não fazem prevalecer qualquer bandeira partidária, apesar de o PT adotar postura crítica às ações do governo.

"Nós entendemos que a situação é extremamente grave e o Congresso Nacional aqui em Brasília está disposto a votar todas as matérias necessárias para garantir recursos para o enfrentamento, tanto pelo ponto de vista da saúde quanto do ponto de vista econômico e social das repercussões negativas do corona. E esperamos ainda que o governo tenha uma atitude semelhante a que está tendo o Congresso, semelhante a que está tendo o Supremo, o STJ, o TCU, que estão discutindo sem a presença do Presidente da República o que fazer diante de uma situação dessa gravidade", informou Humberto à Agência Senado. 

Alvaro Dias (Podemos-PR) também frisou a necessidade de um trabalho harmônico entre os Poderes na luta contra a covid-19.

“Eu nunca vi uma pandemia deste porte. É uma tragédia desgraçada que estamos vivendo e não sabemos qual será o prejuízo disso. Não queremos fazer o espetáculo do caos, mas precisamos manter os pés no chão e reconhecer que o Brasil ainda vai enfrentar muitos problemas. Vamos deixar de lado a paixão política e ser solidários nesse momento. Temos que esquecer essa briga, vamos deixar para depois. É hora de emanar solidariedade”, disse o senador via Twitter.

Recursos

Após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar a infecção por coronavírus uma pandemia, o Ministério da Economia anunciou, em meados de março, que destinará R$ 4,5 bilhões de recursos do seguro DPVAT (Danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre) para a saúde pública. Segundo os técnicos, há saldo disponível no seguro – que chegou a ser suspenso pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi retomado por decisão da Justiça — e será transferido à pasta como parte das medidas anunciadas pelo grupo de monitoramento dos impactos da covid-19. 

Além disso, a equipe econômica mencionou a destinação de outros R$ 5 bilhões de crédito para programações orçamentárias do Ministério da Saúde. Outras ações anunciadas pretendem facilitar aquisições para o setor hospitalar:

- Redução a zero das alíquotas de importação para produtos de uso médico-hospitalar

- Desoneração temporária de Imposto de Importação (IPI) para bens importados listados que sejam necessários ao combate à covid-19

- Desoneração temporária de IPI para bens produzidos internamente listados que sejam necessários ao combate à doença

- Preferência tarifária de produtos de uso médico-hospitalar como respiradores, essenciais para o atendimento dos casos graves de coronavírus

- Priorizar o desembaraço aduaneiro de produtos de uso médico-hospitalar.

Já o Ministério da Saúde pretende lançar um sistema de acompanhamento dos casos pelo celular. Em sintonia com o Conselho Federal de Medicina, a pasta deve anunciar um serviço de telemedicina, para permitir consultas remotas, especialmente durante as quarentenas. E está investindo na produção de kits para a detecção da infecção, com duas centrais de produção, na Fiocruz e em um laboratório do Paraná, sempre considerando a possibilidade de aquisição destes produtos no exterior, a depender da demanda.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Supremo Tribunal Federal (STF) considerem soluções de ritos sumários para essas compras, sem tantas amarras da Lei de Licitações (Lei 8.666, de 1993).

"O SUS está presente em todos os municípios brasileiros. Eu não tenho uma cidadezinha brasileira, não tem uma comunidade quilombola ou indígena que não tenha o SUS. Nós podemos ter dificuldade? Podemos. Mas o sistema de saúde vai estar ao lado dos 215 milhões de brasileiros", disse Mandetta em entrevista coletiva.

Equipamentos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou resolução para simplificar o processo de regularização de produtos para atuar no combate ao novo coronavírus. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras, luvas, e aventais — além de equipamentos médicos, como ventilador pulmonar — poderão ser regularizados no país de maneira mais ágil, caso seja configurada a indicação de uso para prevenção ou tratamento da covid-19. A falta de material hospitalar, até mesmo de coisas simples como máscaras, tem deixado senadores preocupados.

“Hospital Maternidade Dona Regina [em Palmas] não tem máscara nem luvas para os médicos e profissionais de saúde trabalharem”, lamentou a senadora Katia Abreu (PDT-TO), no Twitter.

A Anvisa também autorizou as farmácias de manipulação a venderem álcool gel e outros sanitizantes. O senador Jean Paul Prates (PT-RN) pediu providências para auxiliar os moradores de rua, que não têm acesso a água e sabão para lavar as mãos, requisito básico de higiene para evitar a contaminação pelo coronavírus.

“Solicitamos que seja disponibilizado pelo governo federal um suprimento de álcool em gel, luvas e máscaras para albergues e outros abrigos destinados às pessoas que estão vivendo nas ruas”, cobrou via Twitter.

*Da Agência Senado

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF)  que o inquérito que investiga supostas doações eleitorais de diversos valores e não contabilizadas a campanhas do senador José Serra (PSDB-SP) seja enviado para a primeira instância da Justiça Federal em São Paulo. O pedido será analisado pelo ministro Gilmar Mendes. 

Na petição, a procuradora explicou que o Supremo não tem mais competência para julgar o caso após a decisão da Corte que definiu que deputados e senadores devem responder a processos somente se o fato estiver relacionado com o mandato.

##RECOMENDA##

“Como se verifica, os fatos investigados nos presentes autos relacionados a José Serra deram-se enquanto governador de estado. Portanto, não se justifica a competência desta Suprema Corte, dado que, claramente, não se trata de delito ocorrido durante o mandato de senador e, logicamente, não relacionado a este cargo”, argumentou Dodge.

O juiz Evandro Carlos de Oliveira, da 15ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o Ministério Público Estadual de São Paulo se manifeste em ação popular contra o contrato de R$ 85 mil do governo do Estado para pintura de José Serra no Palácio dos Bandeirantes.

Em ação popular protocolada no Fórum da Fazenda Pública de São Paulo, o advogado Carlos Alexandre Klomfahs se manifesta contra o valor - R$ 85 mil - desembolsado pelo governo estadual para contratar a pintura do quadro do ex-governador José Serra (PSDB). A ação pede que seja anulado o contrato com o artista Gregório Gruber, contratado com inexigibilidade de licitação.

##RECOMENDA##

O magistrado pediu que o advogado emende seu pedido inicial à Justiça 'a fim de retificar o polo passivo da presente demanda , vez que a Secretaria de Governo , enquanto mero órgão da Administração Pública Direta, não possui personalidade jurídica autônoma para figurar como ré'. "Sem prejuízo, abra-se vista para o Ministério Público", decidiu.

O retrato de Serra, que foi governador entre 2007 e 2010, vai ficar exposto na galeria de todos os mandatários paulistas no primeiro andar do Bandeirantes. A obra, um Serra sorridente, será apresentada nos próximo dias.

Gregório Gruber, que já pintou Cláudio Lembo e Alberto Goldman, foi contratado com inexigibilidade de concorrência pública para pintar Serra. O artigo 25 da Lei de Licitações prevê a inexigibilidade. O texto prevê que não há necessidade de certame 'para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública'.

Para Carlos Klomfahs, no entanto, 'o interesse público veiculado por esta ação popular é referido na origem dos recursos que, segundo dados do próprio site oficial do Governo Federal, São Paulo e Rio de Janeiro respondem por mais da metade da arrecadação de tributos no País'. "Ou seja, nós arcamos com uma alta carga tributária e por isso devemos monitorar os gastos públicos."

"O presente edital e seus efeitos pelo qual se insurge, revela-se como uma afronta à moralidade administrativa, uma vez que permite um gasto desnecessário na atual quadra de ajustes fiscais pelo qual passa o país, como, outrossim, pela redução dos investimentos em áreas-chave como segurança, meio ambiente, habitação, cultura, esporte e pessoas com deficiência".

"Nesse diapasão, o presente edital questionado viola a moralidade administrativa quanto retira valores do orçamento geral e aloca em áreas divorciadas dos objetivos da República, trata-se de áreas essas com ênfase social que prestigiam e beneficiam mais os menos favorecidos, reduzindo assim a desigualdade social", afirma o autor da ação popular.

O ex-governador não quis se manifestar. O Governo do Estado de São Paulo informou, por meio da assessoria de imprensa, que a contratação da pintura atende processo (GG número 123083), de março de 2018, de inexigibilidade de licitação, conforme previsto na Lei Federal 8.666, de 1993, que trata dos casos de aquisição de trabalho artístico fornecido por produtor exclusivo (Artigo 25, inciso III). Quanto à ação popular proposta, o Governo aguarda decisão da Justiça.

"A Galeria de Retratos dos Governadores do Estado de São Paulo integra o acervo da Casa Museu do Palácio dos Bandeirantes, que reúne pinturas dos chefes do Executivo Paulista do Período Republicano".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando