Em apenas dez minutos, no clássico contra o Sport, o atacante Jefferson Nem deixou uma boa impressão aos torcedores do Náutico. Jogador rápido, habilidosos e que, assim que entrou, obrigou o goleiro Magrão a fazer uma grande defesa. Tudo isto pode trazer uma pressão desnecessário sobre o jovem atleta. Por isso, o técnico Moacir Júnior tenta, de todas as formas, blindá-lo.

“Pedi paciência com relação a ele. Tem muito potencial e, quando entrou, mostrou que tem capacidade. Confio muito no futuro desse jogador, mas a gente já viu muitos que se perderam no meio do caminho. Porém, ele tem uma cabeça boa, é centrado e humilde. Está precisando apenas ser mais extrovertido fora de campo, assim como é dentro”, relevou o comandante alvirrubro.

O atacante de 18 anos foi um dos destaques do Timbu na Copa São Paulo. Com as boas apresentações, voltou da competição já integrado ao elenco principal. Na base alvirrubra, Jefferson Nem havia se destacado no Campeonato Brasileiro sub-17. E estreou no profissional no segundo tempo do jogo diante do Sport, pelo Estadual. A oportunidade, porém, não ilude o jogador, que reconhece o trabalho de Moacir Júnior.

“Moacir vem conversando comigo e dando apoio. Agora, tenho de trabalhar forte e torcer para que ele precis de mim nos próximos jogos. Estou tranquilo. Venho fazendo meu trabalho nos treinos e, na minha estreia, pude fazer o meu melhor para ter mais oportunidades”, resumiu o atacante de poucas palavras. 

Após cinco jogos no ano – dois amistosos e três oficiais -, a diretoria do Náutico se reuniu com a comissão técnica para fazer a primeira avaliação do elenco da temporada. A análise não foi concluída, mas o técnico Moacir Júnior já apontou que ainda é preciso reforçar o plantel. O comandante alvirrubro quer subir a média de idade do grupo para ganhar experiência e qualidade.

“Começamos ontem (segunda-feira) e, hoje, terá outra reunião. Isso é muito importante. Não vou me omitir de passar à diretoria meu grau de avaliação técnica e tática da equipe. Seria interessante ter em cada setor um jogador mais experiente, para que aumente a média de idade. Equilíbrio no futebol é assim. Temos uma equipe boa, estou satisfeito, mas é muito jovem. Não tenho dúvidas de que seria muito importante termos mais duas ou três peças”, afirmou o treinador.

A experiência dessas possíveis contratações seria um ponto fundamental. Porém, segundo o técnico, não seria o único. “Esses reforços dariam sustentação, equacionariam a idade, contribuíram com a posse de bola e nas bolas paradas também. Dá tranquilidade na hora de transformar a equipe e seria interessante. Obviamente, a diretoria tem sua filosofia e internamente nós conversamos”, explicou Moacir Júnior.

Embora enxergue a necessidade de reforços, o treinador lembrou que alguns atletas como Pedro Carmona, Ronny e Leandro Euzébio ainda não estrearam. Contudo, ressaltou a preocupação com o tempo em que eles ainda ficarão sem atuar.

“Estamos esperando alguns atletas que vão ajudar muito quando estiverem prontos. Mas, pode acarretar numa espera de até 30 dias. E o campeonato não vai esperar. Enquanto isso vamos valorizando os atletas que estão jogando. Fico no aguardo de alguns jogadores que vão ajudar muito o Náutico”, pontuou.

Por ainda ter uma equipe em formação e com menos recursos que o Sport, o técnico do Náutico, Moacir Júnior, fez questão de creditar o favoritismo do clássico ao rival. Para o treinador alvirrubro, seus jogadores precisam ter, no mínimo, mais vontade de vencer do que o adversário para conseguir sair de campo com o triunfo

“A gente sabe que o clássico tem ingredientes diferentes. Ele, por si só, já motiva todos os atletas, mexe com o torcedor e a direção do clube. Sabemos que uma vitória trará uma força grande, e um tropeço terá de ser encarado como um acidente de percurso. Mas a obrigação de vencer está do lado de lá”, afirmou Moacir Júnior.

Isto não significa dizer que o Náutico entrará em campo satisfeito em não perder. O comandante do Timbu reiterou o desejo em ter uma equipe com gana de vencer o Sport, no domingo (8), na Arena Pernambuco.

“Sabemos da manutenção da base do Sport e do aporte financeiro que eles têm. Mas isso não entra em campo. É um clássico, com duas equipes de tradição e que vão travar mais um duelo. Espero que nossos jogadores estejam inspirados e determinados a fazer um grande jogo”, pontuou.

As duas primeiras apresentações oficiais do Náutico – ambas contra o Salgueiro – deixaram a desejar. Os empates na Arena Pernambuco mostram que o Timbu ainda não tem um time pronto e está longe disso. É bem verdade que vários reforços ainda não estrearam, mas pelo período de pré-temporada, a equipe já deveria ter o mínimo de entrosamento, mesmo sendo formado por jogadores jovens, muitos formados na base do próprio clube.

No 2 a 2 da última quinta-feira (5), pela Copa do Nordeste, os comandados de Moacir Júnior apresentaram variações táticas, mas ainda de forma desorganizada e sem efetividade na execução. Um time com setores distantes, espaçado. A consequência disto é o elevado número de ligações diretas da defesa para o ataque. Nem mesmo a entrada de Fillipe Soutto fez com que o Náutico colocasse a bola no chão e aproximasse o meio-campo da defesa e do ataque.

No primeiro tempo, o técnico Moacir Júnior, pelas circunstâncias do jogo, foi obrigado a utilizar duas formações. O time começou no 4-3-3. A novidade foi Fillipe Soutto ao lado de Hélder, quando esperava-se Jefferson Renan na vaga deste último. Enquanto no ataque o treinador optou deslocar o centroavante Josimar para a esquerda para a entrada de Stéfano Yuri. Bruno Alves se manteve pela direita, mas também se aproximou ao centro para ajudar na criação. 

Talvez pela ansiedade, como foi dito pelo próprio Moacir Júnior, esta postura não funcionou. O Salgueiro, mesmo sem ter o domínio do jogo, perdeu um pênalti e ainda conseguiu sair na frente do placar. Para completar o primeiro tempo ruim, o Náutico perdeu Elivelton e Stéfano Yuri no mesmo momento por lesões. Foi a partir daí que aconteceu a primeira variação tática alvirrubra.

Elivélton saiu e entrou Diego. E a substituição que alterou o desenho tático foi a entrada de Jefferson Renan no lugar de Stéfano Yuri. O Náutico saiu do 4-3-3 para o 4-1-4-1. Josimar voltou a ser centroavante e a linha de quatro do meio-campo foi formada por Bruno Alves (pela esquerda), Fillipe Soutto, Hélder e Jefferson Renan. João Ananias seguiu à frente da defesa. A equipe passou ter um pouco mais de consistência do meio-campo, porém ainda sem compactação.

Na etapa complementar, aos 17 minutos, a entrada de Renato deu outra cara ao Timbu. Ainda longe da ideal. Antes, o time já havia mostrado mais ímpeto em busca do empate. Com o atacante, ganhou uma nova alternativa tática, que deu mais certo. O 4-2-3-1 com Fillipe Soutto mais recuado ao lado de João Ananias, e a linha de três com Jefferson Renan, Bruno Alves e Renato fez o futebol alvirrubro crescer. Em quatro minutos, aconteceu a virada, mas que não foi sustentada por muito tempo. Logo o Salgueiro deixou tudo igual. Ainda assim, ficou a boa impressão da última escolha de Moacir Júnior. Apesar de ele mesmo apontar a vontade como fator determinante, a alteração tática também teve a sua parcela de contribuição.

Embora esta formação tenha dado o melhor resultado, Moacir Júnior não garantiu o 4-2-3-1 no clássico contra o Sport. Perguntado pelo LeiaJá, o treinador alvirrubro foi evasivo e preferiu deixar no ar a dúvida, até para não municiar o adversário do próximo domingo. Mas indicou que não descarta a possibilidade de manter o 4-3-3 usado nos dois primeiros jogos. “Pode acontecer (de manter a formação), mas pode acontecer de usar as mesmas peças em funções diferentes”, resumiu Moacir Júnior.

Na primeira tentativa de armar o time titular do Náutico na semana, o técnico Moacir Júnior fez duas alterações. Fillipe Souto, ainda sem regularização, ganhou a vaga de Hélder. Enquanto Renato entrou no lugar de João Paulo, que se machucou na partida contra o Salgueiro no último domingo e ficará de fora das atividades por uma semana.

Contudo, a equipe ainda não está confirmada para enfrentar novamente o Salgueiro, quinta-feira (5), na Arena Pernambuco. Desta vez, pela Copa do Nordeste. O volante FIllipe Souto ainda aguarda ter seu nome ser publicado no BID para ser regularizado. A diretoria alvirrubra acredita que isto acontecerá até a quarta-feira (4). Outra incerteza é no setor ofensivo. Patrick Vieira, que disputa um lugar no time com Renato, ainda é dúvida devido a uma contratura muscular.

Diante deste cenário, Moacir Júnior montou o time com o que tem em mãos, nesta terça-feira. Júlio César; David, Flávio, Elivelton e Gastón Filgueira; João Ananias, Fillipe Souto e Jefferson Renan; Bruno Alves, Josimar e Renato foram os onze titulares.

Com muita firmeza e poucas promessas, esse é o estilo de Moacir Junior. A única garantia que o treinador dá ao Náutico é de um bom trabalho. “A tradição e a grandeza da agremiação me trouxeram aqui. Ter um orçamento para trabalhar e cumprir esse orçamento”, declarou durante a apresentação ao clube nesta quarta-feira (10), nos Aflitos.

Apresentação
- Sou um treinador que é ex-atleta profissional, formado em educação física, trabalhou em escolinha, infantil, juvenil e juniores até o profissional e já são 12 anos de estrada. Então espero que possamos fazer algo bem substancial. Para mim, o mais importante de vencer, é se preparar para vencer. Sou um treinador com um mercado na Série B e abri mão de algumas oportunidades, assim como o clube abriu mão de outros nomes.

Acerto
- A tradição e a grandeza da agremiação me trouxeram aqui, também, a filosofia. Ter um orçamento para trabalhar e cumprir esse orçamento. Pagar em dia e ter trabalho. E sabemos do momento e da ansiedade do s torcedores em verem o Náutico em um caminho bastante vitorioso. Chegamos com o conceito de construir, no dia a dia, construir um trabalho, que o que ocorre no futebol moderno. Construir a parte física e tática.

Renovações
- Conheço bastante o elenco do Náutico. Tive como adversário na Série B e estou tendo informações substanciais. Gosto de equipe que marca forte, controla a bola e sai rápido em contra-ataque. Acredito que a curiosidade de vocês vem em direção a atletas como Júlio César. Existe uma nova filosofia no clube e, sem o atleta foi bem, é interessante. Então, eu acho que o maior trunfo do Náutico em 2015 seria o salário em dia, a grande contratação. Não vai haver mais nenhum tipo de loucura.

Base
- David fechou o ano jogando como o lateral direito do Náutico. Vamos colocar assim, sempre existe uma promessa e uma realidade para cada posição. Mas não significa que as promessas não possam se tornar a realidade. É preciso força, determinação, qualidade, de uma maneira geral, competitividade. Não vamos ter irresponsabilidade, não vamos lançar garotos para queimá-los. Queremos construir algo bom no dia a dia e que seja, em um futuro próximo, bom para o clube.

Títulos
- Estou cansado de tanto imediatismo e tantas falsas promessas, e queremos a paciência do torcedor quando ver o time correndo, se esforçando. Qualquer treinador que vier aqui hoje e prometer um título do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste ele estaria sendo, no mínimo, irresponsável. Mas a gente vai entrar em todas as competições para ser forte. Esperamos um resultado a médio e longo prazo, mas se vier imediatamente, será muito bom bem-vindo.

Nova realidade
- Estou confiando na direção e eles confiando em mim. Confio bastante no que foi me passado hoje pela direção, um orçamento enxuto, mas um pagamento em dia. Eu confio que eles vão conseguir pagar e eles confiam que eu vou fazer um bom trabalho técnico. Queremos fechar o elenco com 28 jogadores. Com três goleiros e cinco jogadores em cada outro setor do campo. Não gosto de grupo enxado. Gosto de trabalhar com poucos para dar atenção a todos. No máximo com 30.

Contratações
- Ainda não conversamos. Falamos em nomes subjetivamente. Mas precisamos de um forte crivo para fechar cada contratação. Como ocorreu com a minha. Tenho inúmeras indicações, o meu telefone não para de tocar, com pessoas oferecendo jogadores. Mas não vão vamos trazer alguém que não tenhamos certeza que tenha condições de ingressar na equipe do Náutico. Vamos ter seriedade e sobriedade na hora de montar o elenco.

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